Moreira de Cónegos, 6 de Janeiro 2017
OBJECTIVOS
O sucesso financeiro das explorações actuais assenta em três pilares principais:
1. QUANTIDADE
2. QUALIDADE
3. PRECOCIDADE
Como maximizar cada um destes pontos??
SISTEMA DE PRODUÇÃO
“Conhecimento profundo e domínio absoluto do sistema de produção”
SISTEMA
DE
PRODUÇÃO
DECISÕES TÉCNICAS PRÁTICAS CULTURAIS GESTÃO EQUIPA-MENTOS ESTRU-TURAS • Rega • Fertilização • Tratamentos fitossanitários • Tipo de práticas culturais • Gestão climática• Planeamento/Calendarização • Aquisição de matéria primas • Preparação dos equipamentos; • Disponibilizar recursos
humanos;
• Túnel/estufa • Armazém
• Câmara de frio
• Casa da rega • DADOS!!: sistema de registo e processamento para avaliar e quantificar resultados e
necessidades; • COLHEITA!! • Tractor/alfaias
• Sistema de rega • Viatura com frio
PROBLEMAS E OBSERVAÇÕES EFETUADAS EM 2016
MIRTILO
PROBLEMA O QUE FAZER OBJECTIVO
ENCHARCAMENTO
• Camalhões adequados • Drenagem
• Tratamentos fitossanitários (ex: cobre/tricodermas)
• Promover sanidade radicular • Aumentar potencial produtivo
• Reduzir incidência de Phytophthora REGAS • Ajustar e precaver regas e/ou volume de água suficiente • Evitar stress hídrico• Evitar falta de consistência na fruta INFESTANTES • Controlo adequado • Evitar enfraquecimento da cultura
PÁSSAROS E GRANIZO
• Colocar rede anti-pássaro/anti-granizo • Evitar perda de produção • Aumentar qualidade fruta RATOS • Controlo com iscos, água, compressão e/ou resinas • Reduzir danos nas raízes
PROBLEMAS E OBSERVAÇÕES EFETUADAS EM 2016
GROSELHA
PROBLEMA O QUE FAZER OBJECTIVO
OÍDIO
• Controlo de infestantes
• Regas só da parte da manhã
• 2 a 3 tratamentos foliares por semana • Aplicações generosas de MO no outono
• Fertilizantes de libertação controlada no início da primavera
• Reduzir HR
• Tratamentos sistemáticos para impossibilitar desenvolvimento fúngico
• Promover imunidade e resistência PH • Aplicação de Physiolit • Elevar pH demasiado baixo
TUTORAGEM • Boa distribuição das lateirais nos tutores • Promover arejamento MONDA DE
FRUTOS
• Eliminar os frutos da haste principal • Promover qualidade; reduzir inóculo RATOS • Controlo com iscos, água, compressão e/ou resinas • Reduzir danos nas raízes
PROBLEMAS E OBSERVAÇÕES EFETUADAS EM 2016
EUTIPIOSE
MELHORIAS A IMPLEMENTAR NA EXPLORAÇÃO
O que fazer para melhorar o nosso sistema de produção?
- Melhorar sistema de tutoragem no caso da groselha
- Reduzir quantidade de laterais por vara na groselha (6 será ideal) - Colmeias activas para groselha (1/1000m2 mínimo)
- Abelhões para mirtilo
- Realização de análises solução do solo
- Estruturas de apoio (câmaras de frio/transporte)
- Registos a efetuar para uma melhor gestão (rega/fertirrega) - Calendarização e planeamento de tarefas
ANÁLISES A RELIZAR
Hidroponia
Água – pré-produção
Solução nutritiva – plena campanha
Solução nutritiva + foliar – plena campanha
Solo
Água – pré-produção
Solo / Solução nutritiva – plena campanha
Foliar – plena campanha
CADEIA DE FRIO
Os pequenos frutos são dos frutos mais perecíveis e de maior valor acrescentado
no actual mercado europeu.
Dados empíricos de cadeias de abastecimento nacionais revelam que os danos
mecânicos e as infeções latentes ou pós-colheita são as principais causas de perda
de pequenos frutos.
As quebras pós-colheita podem ultrapassar facilmente os 20% atingindo mesmo
os 100% ao fim de 5 dias, implicando uma enorme ineficiência no uso dos
recursos.
CADEIA DE FRIO
Como as características físico-químicas e a avaliação sensorial dos
pequenos frutos não melhora após colheita, a qualidade inicial –
determinada pelo genótipo, tecnologia de produção, estado de
maturação na data de colheita e adequado manuseamento – determina
a satisfação dos mercados/clientes.
CADEIA DE FRIO
TEMPERATURA E HUMIDADE RELATIVA DO AR SÃO OS PRINCIPAIS
FATORES QUE INFLUENCIAM A TAXA DE RESPIRAÇÃO DOS FRUTOS E
CONSEQUENTE DECRÉSCIMO NA QUALIDADE.
CADEIA DE FRIO
TEMPERATURA E HUMIDADE RELATIVA DO AR SÃO OS PRINCIPAIS
FACTORES QUE INFLUENCIAM A TAXA DE RESPIRAÇÃO DOS FRUTOS.
GESTÃO DA REGA E FERTILIZAÇÃO
-Número de depósitos e sistema de injeção de adubo -Sistema de rega adequado solo/hidroponia;
-Medidor digital pH/EC na casa da rega + portátil;
-Monitorização dos parâmetros EC e pH no gotejador (solo); -Tensiómetros para o solo;
-Registo e controlo de drenagens bi-diário (hidroponia); -Monitorização dos vasos: humidade vs raízes (hidroponia); -Capacidade de reacção imediata às mudanças climáticas.
MONITORIZAÇÃO EC, pH e T
MONITORIZAÇÃO EC, pH e T
MONITORIZAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO
Tensão da água no solo – Irrometer
•Monitor Watermark 900M •8 sensores de Humidade •Gravações periódicas
•Memória interna até 4250 dados •Pilhas 9V
MONITORIZAÇÃO DA SOLUÇÃO DO SOLO
Lisímetro
> Podem-se retirar amostras de água do solo de várias profundidades;
> Fazer análise CE, nutrientes, pH, etc.
> Em conjunto com análises foliares para calibração, podem ser desenvolvidas práticas de maneio de nutrientes que permitem ajustar a taxa e o tempo de aplicação de fertilizantes.
Lisímetros
REGISTOS NA EXPLORAÇÃO COMO FATOR DETERMINANTE PARA A GESTÃO
CADERNO DE CAMPOPreenchimento obrigatório; Envio mensal para a Bfruit;
REGISTO DE OPERAÇÕES
Preenchimento obrigatório, de carácter informal; Facilitar contas de cultura e gestão na exploração;
REGISTO DE DRENAGENS, pH e EC Obrigatório registos bi-diários; Envio semanal para a Bfruit;
REGISTOS NA EXPLORAÇÃO COMO FATOR DETERMINANTE PARA A GESTÃO
Início: Fim:
Registo de Operações na Exploração
Nº de Pessoas
Operação Nº de
Horas Assinatuta do Responsável
Data Hora Área intervencionada
REGISTOS NA EXPLORAÇÃO COMO FATOR DETERMINANTE PARA A GESTÃO
SETOR:
EC L/1 GOT L/TOTAL GOT EC VOLUME
(R) (A) (C) (D) (B) (B/Cx100) (R+D)
VASOS: ASS.: CULTURA:
DATA HORA pH pH
EXPLORAÇÃO:
GOTEJADORES: REGA DRENAGEM
FATORES CHAVE DA HIDROPONIA
A primeira rega da manhã é conveniente não drenar ou drenar muito ligeiramente; se drenar mais de 10% significa que a última rega do dia anterior foi efectuada demasiado tarde e o vaso ficou encharcado durante a noite; quando a planta consome a maior parte do volume de água do vaso no final da tarde, a primeira rega do dia seguinte não dá drenagem.
A segunda rega da manhã deve drenar e aproximar-se dos valores pedidos; se não drenar implica que o substrato está demasiado desidratado desde o dia anterior. Se drenar demais e ultrapassar muito os valores pedidos quer dizer ou que a rega foi demasiada longa ou foi demasiado próxima da primeira rega. Quando a leitura da percentagem de drenagem é demasiado alta deve ser cancelada a próxima rega
programada, quer seja no período da manhã ou no período da tarde.
Em períodos climáticos de muito calor, as % de drenagens mais elevadas podem ser úteis desde que se verifiquem nas regas correspondentes ao período do dia mais quente; as plantas não devem passar a noite com excesso de água nos vasos.
FATORES CHAVE DA HIDROPONIA
As aplicações extra via rega devem ser feitas substituindo as regas e não acrescentando regas.
A electrocondutividade da drenagem não pode ser inferior à da rega; idealmente a eletrocondutividade da drenagem deve ser 10% superior à electrocondutividade da rega.
Para o acerto da % de drenagem utilizam-se 2 ferramentas: . a duração de cada rega
. o intervalo de tempo entre as regas.
Estes 2 parâmetros devem ser geridos em função dos objetivos e das particularidades/limitações de cada sistema de rega.
De uma forma geral, em períodos de muito calor não se deve ter intervalos entre as regas superiores a 1 hora; é preferível diminuir a duração de cada rega mas também tendo em conta que não devem ser inferiores (regra geral) a 4 minutos.
PODA DE VERÃO:
Realizada no pós-colheita;
Objetivo de diminuir altura de varas;
Ramificação de varas;
Reduz o trabalho a efetuar na poda de inverno;
Incentiva novos crescimentos;
PODA DE INVERNO
A poda é de extrema importância se se pretender manter rendimentos estáveis e um bom calibre dos mirtilos, ano após ano, durante os 25 ou 30 anos de exploração destes arbustos. A intensidade da poda aumenta com o aumento da maturação da planta.
Uma grande quantidade de ramos resultará numa grande produção de frutos, mas com qualidade inferior. A poda tem também como objetivo a abertura do centro da planta.
Época de realização: Entre Janeiro e Fevereiro
PLANTAS JOVENS
Objetivo: Promover bom enraizamento e crescimento vegetativo com uma arquitetura em
“taça” e bem arejada.
Nesta fase as plantas não têm reservas suficientes para aguentar as necessidades da planta
para criação de fruto, comprometendo assim o crescimento vegetativo.
Devemos favorecer o crescimento de raízes em detrimento do crescimento de flores/fruto
para aumentar o desempenho produtivo.
PODA DE FORMAÇÃO Logo após a plantação:
• Pode ser removida a vara principal (dependendo da idade da planta e o seu vigor) que as plantas apresentam nos vasos, promovendo, assim, o crescimento de novas varas a partir da base e que serão a estrutura base do início da plantação;
• Varas vigorosas que intercetem de um lado ao outro, o centro do arbusto devem ser amarradas de algum modo para contrariar esse comportamento ou simplesmente eliminadas próximo do solo; • Realizar monda de flores/frutos que vinguem, o mais precocemente possível, de preferência
eliminando as flores;
PODA DE MANUTENÇÃO:
• Nesta fase deve eliminar-se os ramos que crescem prostrados (junto ao solo) bem como de ramos e varas (consideram-se varas os ramos que têm origem no solo) que rocem entre si;
• Eliminar ramos danificados de algum modo ou mortos;
Quanto maior for o crescimento vegetativo nos primeiros 2 ou 3 anos de plantação, mais forte e intenso será o arranque produtivo da plantação, de modo que idealmente se procura que se gerem, pelo menos, 2 novas varas por ano.
PLANTAS ADULTAS
Objectivo: a partir do 2º/3º ano de plantação, pretende-se com a poda arejar o interior da copa do
arbusto e proporcionar uma boa inserção de ramos, que facilite a apanha e eliminação de ramos e varas que estejam fracas e subprodutivas.
Assim, a poda dos ramos deve ser feita em: 1. Ramos baixos, próximos do solo;
2. Ramos fracos, curtos, com pequenos entrenós; 3. Ramos danificados ou doentes;
4. Ramos que toquem outros ramos; 5. Ramos ensombrados;
6. Ramos não devidamente atempados (crescimentos do Verão fracos);
A renovação de varas consiste em:
1. Eliminar varas do ano mal inseridas; 2. Manter 2 a 3 varas novas por ano;
3. Eliminar varas mais velhas com diâmetro acima de 3,5 cm ou mais de 6 anos; 4. Eliminar varas que apresentem ramos débeis ou apenas com gomos vegetativos;
A poda ao nível dos ramos, embora mais trabalhosa, é a que tem maior impacto sobre o peso da fruta, isto porque, o balanço folha/fruta é avaliado em cada vara, e não no contexto global do arbusto, deste modo, a remoção de pequenos ramos, principalmente da base das varas e dos ramos principais vai fazer concentrar a energia nos ramos mais vigorosos e nos gomos da ponta dos ramos, que são os mais produtivos e férteis.
Objectivo: deixar a madeira nova do ano anterior que não frutificou, arejando bem a planta para
diminuir riscos de incidência de doenças. Os frutos/flores originados ao longo das varas principais devem ser mondados assim como o excesso de carga a nível das laterais.
Definir 3 varas principais/planta;
Cada vara deve conter 3 laterais para cada lado; Devem ser eliminados ramos:
1. Doentes; 2. Secos;
3. Pouco vigorosos;
4. Próximos ao solo (cegar até ao 1º arame);
Época de realização: Entre Janeiro e Fevereiro
• Limpar e desinfetar as lâminas com que se vai realizar a poda, principalmente se cortarmos ramos de plantas que estejam ou aparentam estar doentes para não transmitir às restantes o patogénio. Esta ação é feita recorrendo a hipoclorito de sódio (lixívia);
• De preferência podar primeiro as plantas saudáveis, deixando para último as doentes;
• Aplicação de calda bordalesa (2,5Kg/ha) após poda de inverno para prevenção do aparecimento de fungos que possam atacar a planta e comprometer a produção.