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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO, RESISTIDO E

AMBOS SOBRE A HIPOTENSÃO PÓS-ESFORÇO EM

INDIVÍDUOS NORMOTENSOS

Roberto José Ruiz

LONDRINA – PARANÁ

2008

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ROBERTO JOSÉ RUIZ

EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO, RESISTIDO E

AMBOS SOBRE A HIPOTENSÃO PÓS-ESFORÇO EM

INDIVÍDUOS NORMOTENSOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________ Prof. Dr. Marcos Doederlein Polito Universidade Estadual de Londrina ______________________________________

Prof. Dr. Fabio Yuzo Nakamura Universidade Estadual de Londrina ______________________________________

Prof. Dr. Jairo Augusto Berti Universidade Estadual de Londrina

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RUIZ, Roberto José. EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO, RESISTIDO E AMBOS SOBRE A HIPOTENSÃO PÓS-ESFORÇO EM INDIVÍDUOS NORMOTENSOS.

Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2008.

RESUMO

Introdução: Algumas pesquisas investigaram o efeito do exercício aeróbio ou do

exercício resistido sobre o comportamento da pressão arterial pós-esforço. No entanto, não existem informações sobre ambas as atividades realizadas em uma mesma sessão. Objetivo: Verificar a pressão arterial (PA) e freqüência cardíaca (FC) após o exercício aeróbio, o exercício resistido e ambos realizados por sujeitos normotensos. Métodos: 11 homens (27,3±3,1 anos; 76,4±9,7 kg; 1,80±0,10 cm; 24,3±1,6 kg.m-2), fisicamente ativos e normotensos realizaram de forma aleatória uma sessão de exercício aeróbio (cicloergômetro; 30 min; 60-70% da FC reserva), uma sessão de exercícios resistidos (oito exercícios; três séries; 8-12 RM (repetições máximas)) e ambas as atividades. A pressão arterial e a freqüência cardíaca foram aferidas em repouso e durante 60 min após os exercícios.

Resultados: A pressão arterial sistólica (PAS) permaneceu inferior aos valores de

repouso, após os exercícios com pesos e ambos (p<0,05), entretanto, houve redução significativa (p<0,01) das PAS em todos os momentos com exceção da medida de 15min no exercício aeróbio. Já a pressão arterial media (PAM) não diferiu após o exercício aeróbio em nenhum período, mas, após o exercício com pesos e ambos ela permaneceu inferior aos valores de repouso (p<0,03 e p<0,01), e por ultimo, a pressão arterial diastólica (PAD) não demonstrou diferença significativa. A FC permaneceu elevada após os exercícios com pesos e ambos, em todos os períodos da recuperação (p<0,01), entretanto, após o exercício aeróbio ela permaneceu elevada apenas na medida de 15min em relação ao repouso (p<0,01).

Conclusão: No presente estudo, concluímos que independente do tipo de exercício

ocorre à hipotensão pós-exercício (HPE) e a FC durante o período de recuperação permanece alta.

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INTRODUÇÃO

Atualmente, a literatura reporta várias publicações envolvendo diferentes tipos de exercício (aeróbio e com pesos) e o comportamento da pressão arterial (PA) pós-esforço. A partir da prescrição do exercício, espera-se que ocorra redução da PA após o término da atividade, no efeito denominado hipotensão pós-exercício (HPE), tanto em normotensos (1;2;3;4) quanto em hipertensos (5;6;7).

Os mecanismos envolvidos na redução, porém, parecem ser diferentes em relação ao tipo de exercício realizado. A queda na PA após a atividade aeróbia relaciona-se a diminuição da resistência vascular periférica (8;9;10). Por outro lado, após a atividade resistida, a HPE associa-se a diminuição do débito cardíaco (11). No entanto, a literatura não investigou o efeito de ambas as atividades realizadas em uma mesma sessão sobre a HPE. Dados provenientes de experimento que utilizou ambas as atividades mostraram que o exercício aeróbio pode desencadear HPE com maior duração que o exercício resistido (12), mas os exercícios foram realizados em sessões distintas.

Considerando que os mecanismos atrelados à HPE podem ser diferentes entre a atividade aeróbia e resistida e que as recomendações de exercícios físicos incluem ambas as atividades (13), torna-se importante o conhecimento do comportamento hemodinâmico após tais esforços. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar a PA após o exercício aeróbio, o exercício resistido e ambos em sujeitos normotensos. A hipótese testada foi que o exercício com ambas as atividades proporcionaria maior magnitude de queda na PA e que o exercício aeróbio seria o responsável por essa queda.

MÉTODOS

Sujeitos

Participaram do estudo 11 homens (27,3±3,1 anos; 76,4±9,7 kg; 1,80±0,10 cm; 24,3±1,6 kg.m-2), fisicamente ativos (mínimo de duas vezes por semana nos últimos seis meses), não fumantes, não portadores de doenças cardíacas ou metabólicas diagnosticadas e normotensos (PA<140/90 mmHg), no entanto, no

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exercício aeróbio participaram 10 homens, pois um individuo abandonou o estudo, por problemas ortopédicos. Os indivíduos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Londrina/Hospital Universitário Regional Norte do Paraná - parecer 022/08 CAAE 0230.0.268.000-07.

Durante o período de coleta de dados, os sujeitos foram orientados a não ingerir álcool e cafeína, assim como não realizar atividades físicas intensas. Como critérios de exclusão foram considerados uso de substâncias de ação cronotrópica ou inotrópica e limitações articulares que impossibilitassem a realização dos exercícios.

Protocolo experimental

A coleta de dados durou cinco dias, com intervalo mínimo de 24h. No primeiro dia, todos os indivíduos passaram por uma anamnese, medidas de peso e altura segundo o protocolo de Filho (14) e medida de PA e FC em repouso de acordo com as recomendações da Associação Americana do Coração (15). Após essa fase, foi realizado um teste de esforço máximo em cicloergômetro (Monark, Ergométrica) segundo o protocolo de Balke e Ware (16). A freqüência cardíaca máxima (FCmax) foi considerada aquela atingida no último estágio do teste. Para a medida da FC foi utilizado um freqüencímetro eletrônico (Polar® S- 610i). No segundo dia, a amostra realizou um teste para a execução de 8-12 repetições máximas (8-12 RM) através do método de tentativa e erro. Foram estipuladas até três tentativas com intervalo de 5 min para a obtenção da carga nos exercícios: supino reto, leg-press, desenvolvimento, cadeira extensora, remada baixa, mesa flexora, rosca bíceps e panturrilha. Foi considerada como válida a carga que ocasionasse exaustão entre os valores de repetições estipulados.

Em cada um dos demais dias, de forma aleatória, os sujeitos realizaram uma sessão de exercício aeróbio, de exercício resistido e de ambos. A sessão de exercício aeróbio foi caracterizada por 40 min de duração total, sendo 5 min de aquecimento, 30 min com intensidade de 60-70% da freqüência cardíaca de reserva e 5 min de recuperação. A sessão de exercícios resistidos foi composta pelos

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exercícios citados, realizados em três séries de 8-12 RM e intervalo de recuperação entre as séries e exercícios de 2 min. A sessão de exercício aeróbio e resistido foi realizada por ambas as atividades citadas e nessa ordem. A escolha pelo volume e intensidade tanto do exercício aeróbio quanto do exercício resistido respalda-se nas informações disponíveis na literatura para desencadear HPE em nomortensos (17).

Medida da pressão arterial

A PA foi medida por um único e experiente avaliador através do método auscultatório, utilizando esfigmomanômetro de coluna de mercúrio (Missouri) e estetoscópio (PREMIUM) devidamente calibrado. As medidas da PA ocorreram em repouso e durante 60 min após as sessões de exercícios. Para a medida de repouso, os indivíduos ficaram sentados por 10 min em ambiente calmo e confortável. Após esse período, foram realizadas duas medidas com intervalo de 2 min, considerando como valor de repouso a média de ambas. Após as sessões de exercícios, os sujeitos assumiram a mesma posição corporal inicial e a PA foi medida durante 60 min em intervalos de 15 min, totalizando quatro aferições. O procedimento para a medida da PA seguiu as recomendações da Associação Americana do Coração (15). Após a identificação dos valores sistólico (PAS) e diastólico (PAD), foi calculada a PA média (PAM) através da equação: PAM=PAD + [(PAS-PAD) ÷ 3]. Imediatamente antes da medida da PA, ocorreu o registro da FC, tanto em repouso quanto pós-esforço por freqüencímetro eletrônico (Polar® S- 610i).

Análise dos dados

Os dados foram inicialmente analisados pelo teste de Mauchly. Atendendo aos pressupostos paramétricos, cada variável dependente (PAS, PAD, PAM e FC) foi analisada pela ANOVA de medidas repetidas, seguida pelo teste post-hoc LSD. O programa utilizado para a análise dos dados foi o STATISTICA, versão 5.0 for

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RESULTADOS

Os resultados das médias na PAS, PAD, PAM e FC em repouso e após 60 minutos de recuperação em diferentes tipos de exercícios estão listados na Tabela 1.

Com relação aos valores da PAS após os exercícios, ela permaneceu inferior aos valores de repouso, após os exercícios com pesos e ambos em todos os períodos de recuperação (p<0,05). Já após o exercício aeróbio, houve redução significativa (p<0,01) das PAS em todos os momentos com exceção da medida de 15 min. Já a PAM não diferiu após o exercício aeróbio em nenhum período, mas, após o exercício com pesos ela permaneceu inferior aos valores de repouso nos períodos 15, 30 e 45 min (p<0,03). Entretanto, após com execução de ambos ela permaneceu inferior nos períodos de 30 e 45 min (p<0,01). Por último, a PAD não demonstrou diferença significativa após os tipos de exercício e período de recuperação em relação aos valores de repouso.

Com relação aos valores da FC, ela permaneceu elevada após os exercícios com pesos e ambos, em todos os períodos da recuperação (p<0,01) com relação aos valores do repouso, entretanto, após o exercício aeróbio ela permaneceu elevada apenas na medida de 15min em relação ao repouso (p<0,01).

Os resultados também mostraram diferenças significativas após a realização dos exercícios na PAS e FC em relação aos tipos de exercício e períodos de recuperação. A PAS no exercício com pesos foi menor ao aeróbio na medida 15 min da recuperação (p<0,05), já a FC teve diferença significativa no exercício com pesos em relação ao exercício aeróbio nas medidas de repouso, 15 e 30 min da recuperação (p<0,04). Em relação ao exercício ambos ele também sofreu diferenças em relação ao exercício aeróbio em todas as medidas da recuperação (p<0,01), entretanto a FC também sofreu diferença significativa no exercício ambos em relação ao exercício com pesos nas medidas 30, 45 e 60 min da recuperação (p<0,02). Com relação à PAD e PAM não foram encontrado diferenças significativas entre os tipos de exercícios e períodos de recuperação.

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Tabela 1. Comportamento das variáveis, pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) em repouso e pós-exercício nos diferentes tipos de exercícios (média±desvio padrão)

Variáveis Aeróbio Pesos Ambos Efeito F P

PAS(mmHg)

Repouso 121,8±9,0 122,0±6,9 123,5±8,1 Grupo 0,18 0,840

15 min 118,4±9,1 114,2±9,6*‡ 116,0±10,7* Tempo 14,70 0,000

30 min 115,6±7,0* 114,0±8,6* 111,8±8,8* Grupo x tempo 0,73 0,669

45 min 114,6±7,4* 114,4±6,4* 112,4±9,6*

60 min 117,0±9,1* 117,5±5,7* 115,5±7,6*

PAD(mmHg)

Repouso 74,4±9,5 78,5±6,5 76,7±9,4 Grupo 0,21 0,814

15 min 74,2±10,3 76,4±9,6 76,2±10,1 Tempo 1,97 0,104

30 min 72,6±9,1 74,7±10,4 74,9±7,4 Grupo x tempo 0,55 0,817

45 min 75,8±8,0 75,6±7,9 73,5±8,2

60 min 77,2±7,9 78,4±8,3 76,7±6,3

PAM(mmHg)

Repouso 90,2±8,9 93,0±5,7 92,3±8,6 Grupo 0,18 0,833

15 min 88,9±9,0 88,9±9,2* 89,4±8,8 Tempo 4,81 0,001

30 min 86,9±7,1 87,8±9,1* 87,2±7,2* Grupo x tempo 0,42 0,905

45 min 88,7±6,7 88,5±6,8* 86,4±8,5*

60 min 90,4±6,9 91,4±7,2 89,6±6,5

FC(bpm)

Repouso 76,3±10,0 71,5±5,7‡ 74,6±6,5 Grupo 2,51 0,100

15 min 88,3±12,3† 92,9±10,1†‡ 96,2±11,4†‡ Tempo 45,98 0,000

30 min 79,7±10,4 85,6±8,7†‡ 92,3±8,8†‡§ Grupo x tempo 2,63 0,011

45 min 80,1±11,8 81,0±8,9† 86,5±8,6†‡§

60 min 78,3±10,8 80,3±10,5† 86,2±10,5†‡§

* redução significativa (p<0,05) em relação ao repouso; † aumento significativo (p<0,05) em relação ao repouso; ‡ diferença significativa (p<0,05) em relação ao grupo aeróbio; § diferença significativa (p<0,05) em relação ao grupo pesos.

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DISCUSSÃO

Os resultados obtidos no presente estudo demonstraram a ocorrência de HPE após os exercícios aeróbio, com pesos e ambos. No entanto, tal resposta ocorreu somente na PAS e PAM. Com relação à PAS, verificou-se diminuição entre o exercício aeróbio e com pesos no minuto 15 pós-exercício. Esse achado mostra que a magnitude da queda da PAS no exercício com pesos foi maior do que no exercício aeróbio.

A redução nos níveis pressóricos de indivíduos normotensos, após uma única sessão de exercício, confirma os resultados obtidos previamente por outros autores. (18;19;20;21;22).

Com relação ao exercício aeróbio, no presente estudo, observou-se HPE somente na PAS depois do minuto 15 após o exercício. No entanto, não foi verificada nenhuma ocorrência de HPE na PAD e PAM. Alguns estudos confirmam os resultados obtidos no presente estudo, com o mesmo tipo de população. MacDonald et al. (23) observaram queda na PAS durante 60 minutos, após a realização de 15 minutos no cicloergômetro com intensidade de 65% do VO2max.

Entretanto, o autor não encontrou nenhuma queda na PAD após o exercício. De forma semelhante, Jones et al. (24) também observaram queda somente na PAS após 30 min no cicloergômetro com intensidade de 70% do VO2pico. Por outro lado, Moraes et al. (25) e Brown et al. (26) identificaram queda na PAS e PAD após 25 e 35 minutos no cicloergômetro, respectivamente, com intensidade de 70% da FC reserva no exercício aeróbio. Contudo, nesses estudos a amostra foi composta por indivíduos sedentários. Considerando que o estado de treinamento pode ser interveniente nas respostas cardiovasculares relacionadas ao esforço, os achados em termos de HPE podem se relacionar a possíveis influências do nível de condicionamento físico (8;17).

Com relação ao exercício com pesos, no presente estudo, notou-se queda na PAS e PAM em todo o período de recuperação. Alguns estudos em parte corroboram os achados do presente estudo. Por exemplo, MacDonald et al (27), após 1 exercício, durante 15 minutos de execução com 65% 1RM, e Fisher et al (28), após 5 exercícios, com 3 séries e 15 repetições a 50% 1RM, observaram queda na PAS na recuperação, mas não foi verificada queda na PAD. De fato,

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poucos foram os estudos que utilizaram o modelo de exercício com pesos e identificaram redução na PAD após o esforço. Assim, essa variável parece ser menos sensível à redução pós-esforço imposta pela atividade com pesos.

Quanto à PAM, poucos estudos analisaram essa variável depois do exercício com pesos. No presente estudo foi verificada queda até o minuto 45 após o esforço. Tal comportamento não foi verificado após o exercício aeróbio. Uma possível explicação pode ter sido a maior queda da PAS.

Independentemente das respostas cardiovasculares após os exercícios aeróbio e com pesos isoladamente, a maior contribuição do presente estudo foi ter analisado o efeito de ambos os exercícios em uma mesma sessão. Nesse caso, foi verificada a ocorrência de HPE somente na PAS em todos os momentos após a recuperação; a queda na PAM ocorreu somente em alguns momentos. Não foi encontrada nenhuma redução na PAD. Entretanto, foi verificado que essa queda na PAS e PAM em ambos os exercícios, teve o mesmo padrão de resposta após o esforço, quando comparando os exercícios aeróbio e pesos isoladamente.

Em relação à FC, foi observado que após o exercício aeróbio, pesos e ambos ela sofreu aumento significativo. Contudo, após o exercício aeróbio, observou-se aumento apenas na medida 15 min da recuperação, o que pode ser explicado, pelo menor pré-carga no coração, devido a interrupção do exercício e a diminuição da resistência vascular, juntamente com isso, há uma diminuição da pós-carga, o que causa aumento da FC, pois a um aumento no débito cardíaco e manutenção do volume sistólico, devido a queda na PA(8). Com relação à FC ocorreu diferença entre o exercício aeróbio e os dois tipos de exercícios pesos e ambos e também ocorreu diferença entre o exercício com pesos e ambos. Esses achados do presente estudo mostram que o exercício ambos teve maior magnitude de aumentos da FC após os tipos de exercícios. No presente estudo, o comportamento da FC no período pós-exercício diferiu nas três sessões experimentais. Esses resultados sugerem que o comportamento da FC no período de recuperação depende mais do total de trabalho feito durante o exercício. Assim, esse aumento da FC pós-esforço pode ser um possível ajuste cardiovascular para compensar a queda no débito cardíaco.

Os mecanismos responsáveis pela hipotensão pós-exercício não foram investigados no presente estudo. No entanto, é possível que a queda da PA durante o período de recuperação se deva à diminuição na resistência vascular periférica

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(29;30), diminuição do débito cardíaco (8;11) ou ambos. Essa redução pode estar relacionada ao efeito vasodilatador do exercício físico, por acúmulo de metabólitos musculares provocado pelo exercício (potássio, lactato e adenosina) (31). Assim, esse aumento do fluxo sangüíneo pode ser ainda conseqüência da diminuição na atividade nervosa simpática periférica, reduzindo a ação da resposta vasoconstritora alfa-adrenergica (32). Assim, outros fatores que podem explicar a HPE, são aumentos dos fatores humorais (adrenalina, fator atrial natriurético e óxido nítrico) no fluxo sanguíneo (17), também estão envolvidos na vasodilatação pós-exercício. E, finalmente, pela menor sensibilidade do barorreflexo (9) após o exercício. Alguns dos mecanismos vasodilatadores periféricos e mecanismos centrais citados anteriormente, tais como, a produção e liberação de alguns metabólitos, menor atividade simpática no endotélio, secreção de fatores humorais e sensibilidade barorreflexo, podem ser potencializados pelo tipo do exercício físico. Entretanto, não houve estudos que compararam os mecanismos da HPE envolvendo diferentes tipos de exercícios.

Apesar dos resultados interessantes, o presente estudo possui algumas limitações que merecem comentários. Por exemplo, não houve teste direto de consumo de oxigênio e, por isso, não foi possível estratificar a amostra por condicionamento físico. Também não houve controle preciso de temperatura ambiente, alimentação e ingestão de líquidos. De forma análoga, não foram realizados testes de função autonômica que poderiam se associar ao comportamento cardiovascular pós-esforço.

CONCLUSÃO

No presente estudo, não foi confirmado à hipótese testada, pois foi concluído que independente do tipo de exercício ocorre a HPE e a FC permanece alta durante o período de recuperação. Quando analisamos o exercício com ambas as atividades, concluímos que o exercício com pesos teve maior influência na ocorrência de HPE, juntamente com isso, a FC na fase de recuperação teve um aumento maior em sua magnitude no exercício de ambas as atividades, quando comparado com os exercícios isolados.

(12)

Com esses achados, podemos concluir que a prescrição do exercício físico para prevenção da hipertensão em indivíduos normotensos, poderia ser feita pelos três tipos de exercícios do presente estudo. Contudo, seriam interessantes estudos com indivíduos hipertensos, para saber a influencia desses tipos de exercícios nas respostas cardiovasculares nessa população.

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