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OS OLHARES SOBRE OS DISCURSOS E TEMAS DE HISTÓRIA DA ÁFRICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL II ADOTADOS EM EUNÁPOLIS,

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OS OLHARES SOBRE OS DISCURSOS E TEMAS DE HISTÓRIA DA ÁFRICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL II ADOTADOS

EM EUNÁPOLIS, 20171

CAROLINE SANTOS LIMA2

JOCENEIDE CUNHA DOS SANTOS3

O subprojeto “Olhares sobre os discursos dos livros didáticos de ensino de história do Fundamental II, 2017” tem por objetivo analisar aos temas e textos sobre História da África nos livros didáticos do sexto ao nono ano adotados nas maiores escolas públicas de Eunápolis, visando aprofundar acerca das mudanças de abordagens e efetivação da lei 10.639/2003 nesses livros. Assim, objetivamos analisar as representações de África que são consumidas pelos estudantes do município de Eunápolis, para ao término estabelecer um diagnostico sobre quais são os discursos, temas e teor. As atividades relativas à consciência negra em Eunápolis têm mostrado algumas performances discentes que infelizmente ainda apresentam em algumas situações caricaturas dos africanos. Sabemos que em além das imagens consumidas dos africanos via filmes e fotografias, outra fonte de informação sobre o continente vem dos livros didáticos. Portanto, este subprojeto objetiva analisar o discurso no livro didático referente a história da África no livro didático.Tendo em vista que após a tese de Anderson Oliva “Lições sobre a África: Diálogos entre as representações dos africanos no Imaginário Ocidental e o ensino da História no Mundo Atlântico (1990-2005)”, foi possível ter acesso a uma pesquisa mais aprofundada que afirma que nos livros didáticos naquele momento havia poucas páginas sobre a História da África, que dois anos após a 10.639/03. Já em 2017, após 12 anos desta pesquisa de Oliva e 14 anos de implementação da 10.639/03, possibilita elaborar uma outra análise, se ocorreram mudanças nesse período nas coleções. Desde modo, utilizaremos Fiorin (2011)4 com elementos de análise de discurso na metodologia.Esta pesquisa tem cunho qualitativo e quantitativo que ao fim pretende estabelecer uma descrição bibliográfico-documental, utilizando o programa da Microsoft Access para contagem compilação dos dados. Ressaltamos que a pesquisa ainda está na fase inicial, no entanto, já mapeamos algumas coleções adotadas nas escolas e que serão analisadas, sendo até o momento a Leya5 e do Projeto Araribá6.

Palavras-chaves: Didático. Discurso. África.

1Este projeto é financiado pela PROAF/UNEB, sendo que esta pesquisa faz parte do subprojeto “Olhares sobre

os discursos dos livros didáticos de ensino de história do Fundamental II, 2017” do projeto “Olhares sobre os livros didáticos de ensino de história do Fundamental II, 2017” sob orientação de Joceneide Cunha dos Santos.

2Bolsista da PROAF/UNEB e discente do VI semestre em História na Universidade do Estado da Bahia, Campus

XVIIIEunápolis.

3Professora Doutora em História Social da UNEB Campus XVIII.

4FIORIN, José Luís. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2011.

5CAMPOS, Flávio de; CLARO, Regina; DOLHNIKOFF, Miriam. História nos dias de hoje. 2.ed. São Paulo:

Leya, 2015, 6º - 9º ano.

6PROJETO ARARIBÁ. História. Editora Moderna (org.). Obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida

pela Editora Moderna; editora responsável Maria Raquel Apolinário. 4.ed. São Paulo: Moderna, 2014, 6º - 9º ano.

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A PESQUISA

Nossa pesquisa7 sobre análise de discursos e temas da História da África nos livros didáticos de História adotados pelo município de Eunápolis através do Programa Nacional do Livro Didático 2017-2019, nossa proposta principal neste subprojeto são análises sobre os discursos e temas da História da África que estão nos livros didáticos que a maior parte da população de Eunápolis cursante do fundamental II (do 6º ao 9º ano) consome.

A tese de Anderson de Oliva (2007) dentre suas problematizações trata sobre:

[...] Representações formadas por ingredientes herdados de uma longa e multifacetada tradição e por outros fabricadas a partir das experiências históricas e diálogos estabelecidos entre esses espaços atlânticos nos dois últimos séculos, o certo é que, boa parte dessas imagens, associa os africanos a uma série de leituras depreciativas, apesar de existirem também os esforços em sentido contrário.8

De modo que sob perspectivas de uma pesquisa apresentada há dez anos, nos permite examinar sobre mudanças e permanências das abordagens e colocações sobre África assim como percepções que tenham congruência com a lei 10.639/03 ou tenham deixado a desejar na tentativa da implementação ou na falta de elementos significativos para compreensão sobre discursos e temas sem estereótipos, preconceitos, rótulos pejorativos etc., trabalhados também com conceitos empregados sob hegemonias, cosmovisões, do imaginário em raça discutindo negritude e racismo.

Os conteúdos tratados sobre a África contemporânea ainda utilizam as imagens de epidemias, e os temas abordados são as guerras, independências e apartheid. Os livros, naquele momento, possuíam poucas páginas dedicadas a história da África e um não uso de uma historiografia africanista também era uma grande marca. No entanto, a tese citada estudou apenas uma edição desses livros após a lei 10.639/03, o que segundo o autor marcou algumas mudanças nos livros didáticos. Ressalto que entre 2005 a 2017, saíram quatro planos livros didáticos. Ou seja, saíram quatro edições de livros didáticos com modificações nesse

7 Nossa pesquisa teve início oficialmente em 17 de Julho de 2017 com a aprovação dos projetos e subprojetos

pelo edital 054/20177financiando pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas – PROAF da Universidade do Estado

da Bahia.

8OLIVA, Anderson. Lições sobre a África: Diálogos entre as representações dos africanos no Imaginário

Ocidental e o ensino da História no Mundo Atlântico (1990-2005). Brasília: Tese (doutorado) – Universidade de Brasília, 2007. Recorte do resumo.

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intervalo de 12 anos. Passados mais de dez anos da lei 10639/03, quais são os impactos no livro didático em decorrência da citada lei? É possível perceber mudanças na redação dos textos, na utilização de imagens, nos conteúdos e na utilização de uma historiografia mais especializada? Lembro que o ensino fundamental são nove anos, o que implica defender que uma geração foi formada já após a tese de Anderson Oliva. O que justifica uma pesquisa sobre a temática.9

Sobre analise de discurso, pretendemos utilizar Fiorin (2011)10contribui-nos sobre análise em meio aos textos e temas, qual intencionalidade de cada adjetivo atribuído mencionado sobre os efeitos de manipulação que é possível de estabelecer, sendo os principais: tentação, intimidação, sedução, provocação. Fiorin (2011) contribui ainda para observância das narrativas, de modo a observar os recursos que estão sendo utilizados em menção, como recursos: fônicos, métricos, sintáticos, figuras de repetição, construção, etc., possuindo características de quem o produziu, e o tempo que se observa em advérbios conjuntos a semântica discursiva em consideração aos sujeitos de uma narrativa.11

ESCOLAS EM EUNÁPOLIS

Em 2015, a rede municipal de Eunápolis teve 14.424 alunos matriculados, desses, grande parte estão entre o sexto e o nono ano, distribuídos em cerca de 38 escolas12. Esses dados revelam que a rede municipal tem números expressivos e que um debate e análise com os livros utilizados por essa rede pode ser de grande relevância para a formação desses discentes.13

Os dados de 38 escolas refere-se sobre escolas municipais subdividas entre educação infantil, fundamental I e fundamental II.

AS COLEÇÕES E SUAS DISPONIBILIDADES NAS ESCOLAS

9SANTOS, Joceneide Cunha dos. Olhares sobre os livros didáticos de ensino de história do Fundamental II,

2017. UNEB, 2017. Recorte da Justificativa.

10FIORIN, José Luís. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2011. 11Idem, 2011, p.30 e 50-51; 62 e 90.

12Verificar em:

<http://ibge.gov.br/cidadesat/painel/educacao.php?lang=&codmun=291072&search=bahia|eunapolis|infografico s:-escolas-docentes-e-matriculas-por-nivel>. Acesso em 15 Jun. 2017.

13SANTOS, Joceneide Cunha dos. Olhares sobre os livros didáticos de ensino de história do Fundamental

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Em cada escola que foi visitada, apresentamos sobre o objetivo do projeto e seus respectivos subprojetos sobre análise dos olhares de discursos e temas e imagens sobre História da África14, após a explanação, na maioria das escolas fomos encaminhadas para conversa com professores de História, em algumas escolas conversamos com a coordenação de área do fundamental II. Deste modo a questão realizada tanto aos professores ou coordenação foi: “Qual a ou as coleções do livro didático de História do fundamental II que estão sendo adotadas por esta escola em vigência do PNLD de 2017 á 2019?”. Logo em seguida, a coleção era informada e questionávamos sobre a disponibilidade de doação de exemplares para a realização da pesquisa, a resposta foi similar na maioria das escolas que será relatado aqui em “Considerações inicias e resumo das visitações”.

Como já mencionado, a pesquisa está iniciando, deste modo das 7 (sete) escolas municipais visitadas, até o momento, em 7 bairros de Eunápolis, encontramos 5 coleções de respectivos títulos e editoras:

1. História nos dias de hoje – Leya. 2. História – Projeto Araribá. 3. História.doc – Saraiva.

4. Estudar História: das origens do homem á era digital – Moderna. 5. História Sociedade & Cidadania – FTD.

No presente momento, das escolas visitadas, 85% utilizam a coleção adotada nos turnos matutino e vespertino nas turmas do 6º ao 9º ano e 15% utilizam a coleção adotada apenas no turno matutino, pois no turno vespertino funciona apenas o fundamental I.A visitação nas escolas possibilita afirmar que cada escola adotou apenas uma coleção para o ensino de História.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS E RESUMO DAS VISITAÇÕES

1. Os livros que pedimos para doação á pesquisa são manuais do estudante;

2. Foram sete escolas do fundamental II visitadas até o momento, que são: Escola Modelo Municipal Antônio Batista (Leya); Escola Municipal Gabriel José Pereira (Leya); Escola Municipal Humberto de Campos (Projeto Araribá); Escola Municipal

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Anésia Guimarães (Projeto Araribá); Escola Municipal José Araújo Santana (Saraiva); Escola Municipal Professor Roberto Santos (Moderna); Escola Municipal Professor Fernando Alban (FTD).

3. Cinco coleções encontradas (Leya, Saraiva, Moderna, Projeto Araribá e FTD);

4. As coleções das editoras Leya e Projeto Araribá, são as coleções mais presentes nas escolas públicas de fundamental II em Eunápolis, até o momento, tendo em vista que de sete escolas visitadas, quatro utilizam ou a coleção da Leya ou do Projeto Araribá; 5. Das sete escolas visitadas, três estão com falta do exemplar do 8º ano (editoras

Saraiva, Moderna e FTD) e duas escolas não possuem exemplar que possam doar (Projeto Araribá) que estão em falta para a própria escola;

6. Das duas escolas visitadas que adotou a coleção do Projeto Araribá está com livros em falta nas escolas para os estudantes, deste modo não puderam doar para a pesquisa, contudo, disponibilizaram o espaço da escola para que utilizássemos o material no espaço da escola. Indica dizer também que uma parcela dos estudantes não recebeu o livro didático de História de sua respectiva série;

7. As duas escolas que adotaram a coleção Leya, possuíam a coleção completa, na primeira escola que fomos conseguimos a doação da coleção completa, logo na segunda escola não precisamos solicitar novamente a coleção, considerando-se que já possuíamos.

8. A nossa pesquisa teve como propósito inicial analisar as coleções adotadas pelas maiores escolas da rede municipal de Eunápolis que são: Escola Municipal Humberto de Campos (Projeto Araribá), Escola Modelo Municipal Antônio Batista (Leya), Escola Municipal Anésia Guimarães (Projeto Araribá), Escola Municipal Gabriel José Pereira (Leya) e Escola Municipal Rodrigo Bonfim1516

PROBLEMÁTICA

Há um indicativo na tese de Anderson Oliva, já referenciada, que ocorreram avanços no que se refere às coleções didáticas de história após a lei 10639/03. No entanto, podemos inicialmente questionar, essas melhorias continuaram no decorrer dos anos? Segundo os

15A coleção adotada nesta escola será informada posteriormente.

16Sobre quais são as maiores escolas da rede municipal de Eunápolis a informação foi cedida pela Secretaria

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PNLD´s há avanços principalmente em algumas coleções. No entanto, quais serão os citados avanços? No uso de uma bibliografia africanista mais adequada? Na utilização de imagens produzidas pelos próprios africanos? Tratando de mais temáticas sobre história da África? Pretendemos identificar esses avanços bem como se houve retrocessos. Bem como identificar se as coleções avaliadas como as melhores sobre as temáticas são adotadas nas escolas escolhidas. 17

IMPACTOS

Pretendemos ao decorrer da pesquisa, após análises das coleções, realizarmos minicursos para professores de História da educação básica do fundamental II em Eunápolis, com a possibilidade de realizar posteriormente os mesmos minicursos em cidades circunvizinhas como Itabela, Itagimirim, Porto Seguro.

Com isso, possibilitar melhorias no ensino da temática, conseguintemente debates mais acentuado sobre racismo nas escolas da cidade de Eunápolis. Lembrando que a maioria da população da cidade é negra, dessa forma, esse debate é de grande relevância para grande parte dos meninos e meninas que frequentam essas escolas. Contribuir para que docentes e discentes que talvez possuam uma consciência histórica tradicional possam refletir sobre esses elementos e construir outras consciências históricas18. Há pesquisas que apontam para uma mudança na consciência histórica através do ensino de história da África nas salas de aula do ensino fundamental19.20

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAS COLEÇÕES DAS ESCOLAS VISITADAS

17SANTOS, Joceneide Cunha dos. Olhares sobre os livros didáticos de ensino de história do Fundamental

II, 2017. UNEB, 2017. Recorte da problemática.

18RUSEN, Jörn. O desenvolvimento da competência narrativa na aprendizagem histórica: uma hipótese

ontogenética relativa à consciência moral. In:______. SCHIMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel;

MARTINS, Estevão de Rezende. JörnRüsen e o ensino de história. Curitiba, Editora UFPR, 2010, pp. 51-77.

19MORENO, Helena Wakim. Ensino de História da África e o conceito de consciência histórica de

JörnRüsen: um estudo de caso a partir de uma turma do 8º Ano da rede municipal de São Paulo.

In:______.Revista Oderê: revista do programa de pós-graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade – UESB. Ano 1, número 1, volume 1, Janeiro – Junho de 2016.

20SANTOS, Joceneide Cunha dos. Olhares sobre os livros didáticos de ensino de história do Fundamental

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BOULOS Júnior, Alfredo. História sociedade & cidadania. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015, 6º - 9º ano.

BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar História: das origens do homem á era digital. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2015, 6º - 9º ano.

CAMPOS, Flávio de; CLARO, Regina; DOLHNIKOFF, Miriam. História nos dias de hoje. 2.ed. São Paulo: Leya, 2015, 6º - 9º ano.

PROJETO ARARIBÁ. História. Editora Moderna (org.). Obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Maria Raquel Apolinário. 4.ed. São Paulo: Moderna, 2014, 6º - 9º ano.

VAINFAS, Ronaldo. [et. al]. História.doc. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015, 6º - 9º ano.

REFERENCIAS DO ARTIGO

FIORIN, José Luís. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2011.

OLIVA, Anderson. Lições sobre a África: Diálogos entre as representações dos africanos no Imaginário Ocidental e o ensino da História no Mundo Atlântico (1990-2005). Brasília: Tese (doutorado) – Universidade de Brasília, 2007.

SANTOS, Joceneide Cunha dos. Olhares sobre os livros didáticos de ensino de história do Fundamental II, 2017. UNEB, 2017.

Referências

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