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Percepção dos alunos do curso de odontologia sobre os estágios supervisionados

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA RESTAURADORA

DISCIPLINA: MONOGRAFIA I

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA SOBRE

OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS

LINHA DE PESQUISA: Humanização no atendimento odontológico

Alfran Jeferson Santos e Silva

João Pessoa 2017

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PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA SOBRE

OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de

Graduação em Odontologia, da Universidade Federal da Paraíba em cumprimento às exigências para conclusão.

Autor: Alfran Jeferson Santos e Silva

Orientadora: Profª. Dra. Luciane Queiroz Mota de Lima

JOÃO PESSOA 2017

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Ao meu Deus por proporcionar esse momento tão especial em minha vida. A todos meus amigos e família, que foram meus pilares para que eu pudesse continuar lutando pelos meus sonhos. DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer em primeiro lugar a Deus, por tudo que ele vem fazendo em minha vida.

À minha orientadora Luciane Mota, por toda a competência apresentada, por todos os conhecimentos passados, por toda a confiança, que foram de grande valia para

realização deste trabalho e na minha formação acadêmica.

Aos meus pais, Francisco Justino e a minha mãe Alcionete Paulino, que me ajudaram a seguir meus objetivos e por terem me ensinado a ser uma pessoa digna.

A minha namorada, Rafaella Abrantes, que sempre me apoiou psicologicamente para que eu seguisse firme com meu objetivo.

Aos meus amigos, Jéssica Cartaxo, Juliana Saldanha, Thaísa Marques, Diógenes Neto, Lucas Lucena, Lucas Duarte e Júlio Cesar que foram meu braço direito nessa longa jornada.

A todos os mestres que me ensinaram tudo o que sei hoje, venho aqui expressar toda a minha gratidão.

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“O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar”. Albert Einstein

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RESUMO

O estágio supervisionado propicia ao aluno uma vivência diferente da realizada na Instituição de Ensino Superior e visa o aprendizado inerente à resolução dos problemas apresentados no cotidiano do atendimento odontológico. O presente estudo tem como objetivo avaliar a percepção dos alunos do curso de Odontologia sobre o estágio supervisionado. Por meio de um estudo descritivo transversal, foi aplicado um questionário para 52 estudantes de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba. A análise dos dados foi realizada através da estatística descritiva, com o programa SPSS for Windows 20.0 e incluiu a distribuição de frequência em números absoluto e percentual. Houve prevalência do gênero feminino (76,9%) e de estudantes na faixa etária entre 20 a 30 anos (96,2%). Quando analisados os dados sobre a percepção dos estudantes em relação à satisfação em participar dos estágios supervisionados, 46% responderam parcialmente satisfeitos, e 40% totalmente satisfeitos. Na pergunta sobre a importância do estágio supervisionado na sua formação acadêmica, 81% dos alunos concordaram totalmente que o estágio era importante. Quando questionados sobre a importância dos estágios iniciais, 31% dos estudantes responderam que eram parcialmente importantes, 25% totalmente importantes e 19% não consideraram importante. Sobre a importância dos estágios finais, 77% dos estudantes concordaram totalmente. Quanto ao atendimento odontológico na rede pública, 46% dos pesquisados discordaram em parte desta qualidade e 33% discordaram totalmente. Sobre o interesse dos estudantes em atuar no serviço público, 56% dos alunos possuem um interesse parcial, e 23% possuem total interesse. Ao término do estudo, pode-se afirmar que os estudantes de Odontologia têm satisfação em participar dos estágios supervisionados e percebem a importância desse componente curricular na sua formação acadêmica. A vivência nos estágios finais do curso, considerados mais técnicos, é mais significativa do que nos estágios iniciais, uma vez que são direcionados para a saúde coletiva segundo a percepção dos estudantes. Os discentes consideram que a qualidade no serviço público não é satisfatória; mas, apesar dessa constatação, têm interesse de atuar nesse mercado de trabalho.

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ABSTRACT

The supervised internship provides the student with a different experience from that of the Institution of Higher Education, and aims to learn the resolution of the problems presented in the daily routine of dental care. The present study aims to evaluate the perception of the students of the course of Dentistry on the supervised stage. Through a descriptive cross-sectional study, a questionnaire was applied to 52 students of Dentistry of the Federal University of Paraíba. The data analysis was performed through descriptive statistics, with the program SPSS for Windows 20.0, and included the distribution of frequency in absolute and percentage numbers. There was a prevalence of female gender (76.9%) and students aged between 20 and 30 (96.2%). When we analyzed data on the students' perception of satisfaction in participating in the supervised internships, 46% were partially satisfied and 40% fully satisfied. In the question about the importance of the supervised internship in their academic training, 81% of the students fully agreed that the internship was important. When questioned about the importance of the initial stages, 31% of the students answered that they were partially important, 25% totally important and 19% did not consider it important. About the importance of the final stages, 77% of the students agreed totally. Regarding dental care in the public network, 46% of respondents disagreed in part of this quality and 33% disagreed totally. Of the students interest in acting in the public service, 56% of the students have a partial interest, and 23% have total interest. At the end of the study, it can be affirmed that the students of Dentistry are satisfied to participate in the supervised stages and realize the importance of this curricular component in their academic formation. The experience in the final stages of the course, considered more technical, is more significant than in the initial stages, which are directed to collective health according to students' perceptions. The students consider that quality in the public service is not satisfactory, but despite this finding, they have an interest in working in this job market.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 13 3 OBJETIVOS: ... 20 3.1 Objetivo Geral...20 3.2 Objetivos Específicos...20 4 METODOLOGIA: ... 21 4.1 Universo e Amostra...21

4.2 Instrumento de coleta de dados...21

4.3 Coleta de dados...21

4.4 Análise dos dados...22

5 RESULTADOS ... 23

6 DISCUSSÃO ... 28

7 CONCLUSÃO ... 33

REFERÊNCIAS: ... 34

ANEXOS: ... 38

APÊNDICE A: Termo de consentimento ... 38

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1 INTRODUÇÃO

Desde 1988 o Brasil vem apresentando um sistema de saúde muito dinâmico e complexo; o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como princípios o direito de saúde do cidadão e o dever do estado de garantir que isto aconteça. O SUS objetiva uma promoção de saúde abrangente e universal, preventiva e curativa, através de sua gestão e de ações de descentralização dos serviços de saúde, com a participação da comunidade em todos os níveis governamentais (PAIM et al., 2011)

Em 2004 houve um grande avanço no sistema de saúde com a difusão da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) – Brasil Sorridente, tendo como ideia principal a reorganização do serviço de assistência, sendo a promoção de saúde o pilar de cuidados, e a universalização do acesso aos serviços de saúde, pela inserção da saúde bucal como linha de cuidado básico. Houve, então, a criação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e os Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD). Dessa forma, o serviço de atenção odontológico deixou de ser restrito a crianças, gestantes e condições de urgência e passou a ser muito mais abrangente (AQUILANTE, ACIOLE, 2013, apud PEREIRA et al., 2003; COSTA et al., 2006; NIQUEL et al, 2008; PUCCA JUNIOR et al, 2006; EMMI et al 2008; MANFREDI et al, 2008; FARIAS et al, 2003; GOES et al 2012)

Mesmo com os avanços, a Odontologia no Brasil ainda tem sido sistematicamente criticada por seu caráter excessivamente técnico, em detrimento dos seus aspectos humanos e sociais. Assim, como as demais profissões de saúde, a Odontologia deve estar articulada a outros setores sociais, para que possa consolidar a construção de um novo conceito de saúde mais positivo e integralizado (ALMEIDA; ALVES; LEITE, 2010).

Em 2002 foram criadas as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de Odontologia, através das quais se pensou no perfil do egresso, com características generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os setores de atenção à saúde (BRASIL, 2002).

Todo o processo de implementação das novas DCN foi apoiado pela Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO). E com o objetivo de buscar melhorar a formação do estudante em relação aos recursos humanos para o SUS, o Ministério da

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Saúde, juntamente com o Ministério da Educação, instituíram o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), com um apoio financeiro para os cursos de Odontologia, sendo, portanto, algo muito significativo para o ensino da Odontologia (LOPES BARBOSA et al., 2016).

Assim, novos trajetos foram almejados para responder ao desafio proposto, incluindo a construção de projetos pedagógicos nos cursos com mudanças curriculares no sentido de priorizar uma carga horária para os estágios curriculares obrigatórios a serem realizados nos serviços públicos de saúde. Isto posto, o presente trabalho objetivou avaliar a percepção dos alunos do curso de Odontologia sobre os estágios supervisionados realizados na rede pública de saúde.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com base em evidências que demonstram a existência da necessidade de mudanças no setor de saúde brasileiro, as instituições de ensino devem atualizar suas metodologias e assuntos a serem abordados para preparar seus alunos, futuros profissionais, para o mercado de trabalho. Tendo em vista essa necessidade, foram elaboradas as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para facilitar essas modificações (MOIMAZ et al., 2010).

As novas Diretrizes Curriculares Nacionais têm como objetivo a orientação e a formação acadêmica do cirurgião-dentista para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio dela a habilidade desse profissional está diretamente interligada com um perfil de profissional generalista, com sensibilidade coletiva e competência técnica para atuar em tal sistema. O resultado dessa estruturação das faculdades vem dando bons resultados, com profissionais mais conhecedores da realidade enfrentada pela população e pela atual saúde pública brasileira (CAVALCANTI et al., 2010).

A formação didático-pedagógica dos professores universitários do curso de Odontologia, ganhou maior discussão quando as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) foram instituídas, mostrando que alguns ajustes devem ser feitos no ensino de educação superior. Sendo assim, é de grande importância saber os resultados que vêm sendo encontrados no dia-a-dia dos estágios e nas ações dos estudantes frente a essas experiências após essa nova reforma curricular nacional (LAZZARIN et al., 2010).

As Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Odontologia orientam que a formação do Cirurgião Dentista deve garantir o desenvolvimento de estágios curriculares, sob supervisão docente. Este estágio deverá ser desenvolvido de forma articulada e com complexidade crescente ao longo do processo de formação. A carga horária mínima do estágio curricular supervisionado deverá atingir 20% da carga horária total do curso (BRASIL, 2002).

A metodologia pedagógica adotada pelos estágios supervisionados é a problematizadora que visa a construção do conhecimento. A problematização é uma metodologia que funciona como uma forma de fazer o aluno pensar sobre os problemas com os quais ele irá se deparar, e incentivá-lo a resolver os referidos dilemas. O

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processo ensino-aprendizagem nos dias de hoje visa uma construção significativa de saberes, baseado em metodologia ativa, porém, ainda há uma grande barreira por parte dos docentes perante as mudanças (FORTE et al., 2015).

Nos estágios supervisionados os estudantes realizam serviços na atenção primária de saúde e nos serviços de especialidades odontológicas ambulatoriais de complexidades médias e altas, sendo acompanhados por um preceptor, o qual vai supervisionar esses estudantes para que eles exerçam o seu papel, que é o de restabelecer a saúde bucal do público alvo. O estágio é uma vivência diferente da apresentada na Instituição de Ensino Superior, e visa a resolução do alunado frente às problemáticas apresentadas no dia-a-dia de atendimento odontológico (BULGARELLI et al., 2013).

Os conhecimentos passam por processos de evolução com o passar dos anos, e as instituições de ensino superior devem se adequar a tal realidade. A importância que se dá à qualidade do ensino, repassada pelos professores e pelas instituições de ensino, tem sido cada vez mais significativa (LAZZARIN et al., 2010). Docentes, estudantes, técnicos e gestores de serviços estão diretamente relacionados com essas novas grades curriculares, pois eles vivenciam essas mudanças (LOPES BARBOSA et al., 2016).

A adaptação às novas DCN abre uma ótima oportunidade de estabelecimento de modelos contra hegemônicos, no sentido de uma formação mais voltada para a promoção da saúde e a prevenção, e mais integrada às outras áreas da saúde e ao sistema público, ainda que este último apareça de forma tímida nas orientações da reestruturação curricular (FREITAS; CALVO; LACERDA, 2012).

O controle social em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) pode e deve ser intermediado por meio da população que recebe os benefícios do mesmo, ou seja, o cidadão deve ter papel de participação nos processos de planejamento e avaliação do SUS, que foram desenvolvidos na década de 1990. (ARAKAWA et al., 2011).

A importância da integralidade nos cuidados de saúde é de grande relevância para uma boa efetividade do Sistema Único de Saúde e trata-se de um dos princípios doutrinários do mesmo, conferindo importância estratégica para a implementação de um novo modelo de atenção à saúde bucal no Brasil (SILVA et al., 2017).

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Apesar do preparo que a instituição de ensino pode oferecer, as experiências só se tornam concretas quando são inter-relacionadas com outras visões, não apenas dos gestores, mas dos estudantes e profissionais relacionados com o ensino da instituição. Novas situações, durante a vida acadêmica, são muito frequentes, podendo gerar uma expectativa positiva ou negativa ao estudante, sendo, ambas as situações, construtivas na formação acadêmica (BULGARELLI et al., 2013).

Os estágios mostram aos universitários outras ideias no processo de ensino-aprendizagem, através dos preceptores que irão orientar e acompanhar os estudantes em procedimentos do dia-a-dia. Isto exige um esforço dos docentes para a realização das pactuações das áreas de atuação desses preceptores. Os preceptores possuem importante papel no auxílio dos estudantes em relação a problemas que eles irão defrontar durante toda sua vida profissional (FORTE et al., 2015).

O estudante de Odontologia, através dos estágios supervisionados, convive com o dia-a-dia do profissional de saúde nas Unidades Básicas de Saúde e pode participar de estratégias para que ocorram melhorias no SUS. O SUS possui uma estratégia de atenção universal e compreensão de que saúde é um processo que deve ser concretizado em uma rede de serviços humanizados (BULGARELLI et al., 2013).

Lima e Souza (2010) fizeram um estudo com um grupo de estudantes concluintes do curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Universidade Potiguar sobre os aspectos éticos no atendimento odontológico e como esses futuros profissionais têm aprendido a lidar com eles a partir dos problemas vivenciados na clínica. As discussões dos grupos focais apontaram carência de conhecimentos sobre temas como ética, humanização e aspectos relacionais na prática clínica. Estes, quando desenvolvidos, são de forma marginal em aulas teóricas, sem inserção maior durante a realização das práticas. Eles puderam concluir que existe necessidade de articular aspectos éticos e relacionais aos conteúdos técnicos na formação acadêmica dos futuros profissionais de Odontologia.

As mudanças curriculares evidenciam alguns avanços como a incorporação dos valores éticos à formação profissional dos cirurgiões-dentistas e a criação de novos cenários de prática para os estudantes, por meio da integração ensinosserviço. (GUIMARÃES; MELLO; PIRES, 2014).

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Badan; Marcelo; Rocha (2010) fizeram uma pesquisa sobre a percepção e utilização dos conteúdos de Saúde Coletiva nas práticas dos egressos de 2000 a 2002, do curso de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. Foram enviados questionários com questões abertas e fechadas, através de e-mail. A pesquisa teve 72 profissionais participantes e foi realizada entre junho de 2006 a março de 2007. Constatou-se que 83,3% dos egressos trabalhavam como Cirurgiões-Dentistas; 16,7% não exerciam mais a profissão; e 68,1% continuaram os estudos cursando pós-graduações, sendo que destes, 38,5% seguiram a Ortodontia como especialização. Em relação à atuação na saúde coletiva, 52,2% ainda continuavam atuando e 47,8% não atuavam mais na área. Outro dado que foi observado é que 100% dos entrevistados recordavam o conteúdo da promoção de saúde, mas que só 68,7% admitiram realizar tal ação. Verificou-se que a atuação no serviço público determinou realizações de mais práticas em saúde coletiva, mas a falta de recursos materiais complementares e a dificuldade de valorização pela população foram os principais entraves ao desenvolvimento de ações em saúde coletiva. As práticas de estágios extramuros foram muito valorizadas pelos egressos. Conclui-se que há necessidade de maior clareza, durante a graduação, sobre os significados de práticas em saúde coletiva e maior integração curricular na graduação em Odontologia.

Um estudo realizado por Warmling et al. (2011) analisou os Estágios curriculares no SUS da Faculdade de Odontologia da UFRGS, tendo como objetivo a análise de processos pedagógicos, técnicos e políticos e os aspectos relacionados a experiências dos estudantes. Concluiu-se que as novas Diretrizes Curriculares vêm sendo seguidas e que a integração do ensino no serviço é de suma importância nas mudanças que vêm ocorrendo. Entretanto, para alcançar avanços, nesse âmbito, são necessárias pesquisas elaboradas com estruturação voltada para análises e propagações de como essas experiências têm sido vistas. Alguns desafios ainda precisam ser superados, como a expansão da atenção primária da saúde e uma melhor clareza do papel do preceptor e do tutor com relação ao aluno.

Toassi, Davoglio e Lemos (2012) realizaram uma pesquisa para analisar a percepção dos estudantes de graduação sobre o estágio na atenção básica em Odontologia. Os participantes desta pesquisa foram os acadêmicos da Universidade

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Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de 7 turmas, com idades variantes entre 21 a 34 anos, com a maior prevalência de idade entre 22 a 25 anos. A pesquisa foi feita no período de 2006 a 2009, com 255 participantes. Houve uma maior prevalência pelo sexo feminino, com 58,8%, contra 41,2% do sexo masculino. Foi feita uma análise dos diários de campo dos estudantes, observando as anotações feitas pelos mesmos. Como resultado observou-se que o estágio é muito importante na capacitação do estudante para o mercado de trabalho, pois ele possibilita que o aluno tenha uma visão real do exercício de sua profissão. O estágio provou que habilita o futuro profissional para o exercício da profissão de forma satisfatória, tendo um bom preparo para trabalhar no SUS, podendo atender às demandas da população de forma adequada.

Em um estudo feito por Santos et al. (2013), buscou-se investigar a percepção discente sobre a influência do estágio extramuro na formação acadêmica odontológica da UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil. A pesquisa foi

feita com 25 acadêmicos integrantes e ex-integrantes do PET-Saúde, através de questionários. Verificou-se que o estágio foi muito satisfatório neste ambiente, pois novas situações não vistas na universidade puderam ser experienciadas, como a vivência do funcionamento das Unidades de Saúde da Família (USF), o conhecimento da realidade das comunidades, outros aprendizados clínicos e a integração multiprofissional.

Uma pesquisa sobre as perspectivas dos graduandos do curso de Odontologia acerca das experiências na atenção básica para a formação em saúde foi executada por Leme, Pereira e Meneghim (2015). Teve o objetivo de analisar a capacidade do estágio em propiciar experiências e vivências importantes aos alunos nas atividades do SUS. O estudo foi feito através da aplicação de um questionário com 184 acadêmicos que já haviam tido essas vivências no campo de estágio. Observou-se que os graduandos tiveram uma visão positiva do estágio e avaliaram como sendo de grande importância para a formação profissional.

Um estudo qualitativo com os preceptores participantes dos estágios supervisionados do curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB, preceptores do PET-Saúde da família ou PET-Saúde Rede Cegonha) foi realizado por Forte et al. (2015), com o objetivo de compreender a percepção dos preceptores sobre

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as vivências dos estudantes nos estágios supervisionados. A pesquisa foi feita através de entrevistas. Os resultados foram divididos em 3 esferas: Cenários de prática, dos quais descobriu-se que os preceptores reconhecem a necessidade de haver um acolhimento do aluno no campo do estágio; Orientação Teórica, que obteve como resposta a visão de que o estudante traz inovação ao trabalho em saúde e desperta no preceptor/profissional, a necessidade de educação permanente para a qualificação do cuidado em saúde; e Orientação Pedagógica, resultando que os preceptores sentem-se parte do processo de formação do futuro profissional, assumindo o protagonismo, e a preceptoria como um papel articulador das ações e atividades no território. Concluiu-se que os preceptores compreendem os estágios supervisionados como espaço dialógico, e que eles exercem o papel de protagonistas na formação de dentistas, planejando e organizando as ações em campo e assumindo o seu papel no aprendizado baseado no processo de trabalho.

Um estudo sobre a importância dos estágios supervisionados curriculares no SUS para a formação acadêmica brasileira e o ensino odontológico, na visão dos gestores acadêmicos de 67 cursos de Odontologia do Brasil, foi realizado por Marcos; Amanda e Ferreira (2015). Observou-se que, cursos de instituições públicas relatam mais atividades em UBS, com melhor relação aluno/preceptor (≤ 10/1), não prescindindo de outras práticas profissionais, já que consideram o estágio como auxiliar para a formação profissional. E que as instituições privadas, apesar de considerarem o estágio imprescindível, não depositam a mesma importância na atenção primária. Concluiu-se que os gestores acadêmicos no Brasil percebem o serviço como espaço imprescindível para melhor formação no âmbito do trabalho.

Lopes Barbosa et al. (2016) realizaram uma pesquisa para saber a opinião dos formandos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (FO/UFG), a respeito das DCN, implantadas no curso. Os concluintes dos anos de 2010, 2011 e 2012 foram escolhidos por serem as três primeiras turmas a vivenciarem o novo currículo implantado na universidade em 2006. Os dados foram obtidos através de um questionário autoaplicável, com o objetivo de saber sobre os comportamentos em saúde, motivação e percepção dos estudantes sobre tal instituição. O questionário foi respondido por 158 estudantes durante o último mês letivo de cada ano. Foi entregue

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um documento impresso sobre as competências das novas DCN. A idade dos participantes variou de 21 a 31 anos e 65,8% eram do sexo feminino. Resultou que 60,8% dos estudantes já ouviram falar sobre as DCN; apenas 37,7% tinham lido o documento parcial ou totalmente e 63,9% consideraram como negativa a mudança. Como conclusão, grande parte dos estudantes considerou a mudança curricular como negativa, requerendo medidas de ajustes no novo currículo.

Bruder et al. (2017) realizaram uma pesquisa com o objetivo de relatar a vivência nos estágios supervisionados em Saúde Coletiva por acadêmicos de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá. Eles concluíram que a integração ensinosserviço-comunidade beneficia a ensinosserviço-comunidade local, fortalece o serviço e melhora a formação dos acadêmicos. Desperta também para a consciência em relação à promoção da saúde e prevenção das doenças, necessárias para a melhoria na qualidade de vida da população.

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3 OBJETIVOS: 3.1 Objetivo Geral:

Avaliar a percepção dos alunos do curso de Odontologia sobre os estágios supervisionados realizados na rede pública de saúde.

3.2 Objetivos Específicos:

o Averiguar a satisfação dos estudantes de Odontologia sobre sua participação nos estágios supervisionados.

o Investigar a importância dos estágios supervisionados na formação dos estudantes de Odontologia.

o Analisar a vivência dos estudantes nos estágios supervisionados iniciais e finais do curso.

o Verificar a visão dos estudantes sobre a qualidade do atendimento odontológico na rede pública de saúde.

o Averiguar o interesse dos estudantes pelo serviço público de saúde como opção de empregabilidade após a conclusão do curso.

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4 METODOLOGIA:

O projeto de pesquisa foi, inicialmente, submetido ao Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Paraíba, onde teve sua aprovação (CAAE: 79545117.0.0000.5188). A pesquisa é um estudo exploratório, transversal e de abordagem quantitativa.

4.1 Universo e Amostra:

O universo foi representado por 61 alunos matriculados, sendo 34 no oitavo período e 27 no nono. A amostra foi composta por 52 alunos (85,2% do universo), 26 do oitavo período e 26 do nono período. A taxa de resposta foi de 100%.

Este estudo foi realizado com estudantes do 8º e 9º períodos do curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba nos períodos de 2016.2 e 2017.1, após a sua aceitação para participar da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). Foram excluídos da amostra os estudantes que não aceitaram participar da pesquisa ou que não foram encontrados durante a pesquisa.

4.2 Instrumento de coleta de dados:

Para a coleta de dados foi aplicado aos alunos um questionário (Apêndice B), composto por questões estruturadas sobre a sua vivência nos estágios supervisionados na rede pública de saúde. As alternativas de respostas foram baseadas na escala de Likert. A escala Likert ou escala de Likert é um tipo de escala de resposta psicométrica usada habitualmente em questionários, e é a escala mais usada em pesquisas de opinião (LIKERT, 1932).

4.3 Coleta de dados:

A coleta de dados foi feita por conveniência. De posse da lista de alunos matriculados, o pesquisador abordou os alunos na instituição de ensino e explicou, a

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cada um, quais os objetivos e importância da pesquisa, convidando-os para dela participar e assinar o TCLE se, assim, se interessassem pelo mesmo. Em seguida, o questionário foi entregue para ser devidamente preenchido pelos estudantes. O pesquisador adotou um protocolo, de modo a não causar grandes interferências na rotina de estudo dos alunos no momento da coleta de dados.

Foi realizado um estudo piloto, com 05 alunos, para validar o instrumento de coleta de dados, sendo que os respectivos questionários fizeram parte da amostra pelo fato de nenhuma alteração ter sido realizada no instrumento.

4.4 Análise dos dados:

A análise dos dados foi realizada através da estatística descritiva, com o programa SPSS for Windows 20.0, e incluiu a distribuição de frequência em números absoluto e percentual.

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5 RESULTADOS

Neste estudo foram utilizadas técnicas de estatística descritiva através de distribuições absolutas e percentuais, cujos dados serão apresentados por meio de gráficos ilustrativos e tabela. A amostra foi composta por 52 estudantes do curso de Odontologia, selecionados por conveniência, sendo 26 do oitavo período e 26 do nono período, com uma representatividade de 85,2% do universo.

Observa-se que a maioria dos estudantes entrevistados era do sexo feminino, com 76,9% e a faixa etária predominante entre 21 a 30 anos (96,2%). Em relação às turmas examinadas. Os demais dados podem ser vistos na tabela 01.

Tabela 1 – Distribuição dos dados segundo a caracterização da amostra.

Fonte: Pesquisa direta, 2017.

A figura 1 mostra que 46% dos estudantes se encontram parcialmente satisfeitos em participar dos estágios supervisionados; 40% se mostram totalmente satisfeitos; 6% acham indiferente; 4% estão insatisfeitos em parte e 4% totalmente insatisfeitos em participar com os estágios supervisionados.

Variáveis n % Sexo Masculino 12 23,1 Feminino 40 76,9 Total 52 100,0 Idade Até 20 anos - 0 De 21 a 30 anos 50 96,2 De 31 a 40 anos 02 3,8 Acima de 40 anos - 0 Total 52 100,0 Período Oitavo 26 50 Nono 26 50 Total 52 100,0

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Fig. 1:Percentual de alunos que responderam sobre a satisfação em participar dos estágios supervisionados.

Na figura 2 percebe-se que a maioria dos entrevistados concorda totalmente (81%) que o estágio supervisionado obrigatório é importante para a formação dos estudantes de Odontologia e que apenas 2% acham indiferente e 2% não concordam parcialmente.Outros achados podem ser vistos na figura 2.

Fig. 2: Percentual de alunos que responderam sobre a importância dos estágios supervisionados na formação do estudante.

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Na figura 3 observa-se que 31% dos estudantes concordam parcialmente que há importância na vivência dos estágios iniciais; 25% concordam totalmente; 21% não acham importante em parte; 19% discordam totalmente dessa importância e 4% são indiferentes.

Fig. 3: Percentual de alunos que responderam sobre a importância da vivência nos estágios iniciais.

Na figura 4 verifica-se que 77% dos estudantes concordam totalmente com a importância da vivência nos estágios finais; 19% concordam parcialmente; e 4% acham indiferente esta vivência para a sua formação acadêmica.

Na figura 5 vê-se que 46% dos estudantes discordam parcialmente que a qualidade do atendimento odontológico na rede pública de saúde é satisfatória; 33% discordam totalmente; e 21% concordam parcialmente com essa afirmação.

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Fig. 4: Percentual de alunos que responderam sobre a importância da vivência nos estágios finais.

Fig. 5: Percentagem de estudantes que responderam sobre a qualidade do atendimento na rede pública.

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Na figura 6 nota-se que 56% dos estudantes têm parcial interesse em atuar no serviço público; 23% têm total interesse em participar deste serviço; 8% acham indiferente; 7% não têm nenhum interesse em atuar neste setor e 6% têm pouco interesse em participar deste serviço.

Fig. 6: Percentagem de estudantes que responderam sobre o interesse no serviço público.

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6 DISCUSSÃO

A pesquisa foi realizada com estudantes do 8º e 9º períodos do curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Estes períodos foram escolhidos pelo fato de os alunos já terem participado de todos os estágios, tendo, por conseguinte, uma visão mais elaborada sobre suas experiências nesses cenários de prática.

O curso de Odontologia da UFPB possui diversos estágios que visam uma vivência do aluno no Sistema Único de Saúde. No início do curso ocorrem estágios de campo, com visitas às unidades de saúde, além de discussões das problemáticas do SUS. Já nos estágios do final do curso, a partir do sexto período, o estudante tem uma atuação maior nas clínicas odontológicas do sistema de saúde pública. Isto torna os estágios muito proveitosos no processo de aprendizado do estudante, pois une o contexto teórico, do início do curso, com o contexto prático do final do curso. É importante ressaltar que o curso de Odontologia da UFPB já foi reestruturado segundo as DCN.

Quanto ao perfil dos sujeitos pesquisados (Tabela 1), verificou-se que a maioria era do sexo feminino. O mesmo ocorreu nas pesquisas realizadas por Lopes Barbosa et al. (2016), Santos et al. (2013) e Toassi, Dovoglio e Lemos (2012). As mulheres estão cada vez mais inseridas em um contexto trabalhista que antes era de grande maioria masculina, e a Odontologia tem sido uma das áreas da saúde mais procurada pelas mulheres, justificando, assim, uma maior quantidade do sexo feminino na pesquisa. Também era esperava-se que a faixa etária de idade dos pesquisados fosse, em sua grande maioria, de jovens com idades até 30 anos, visto que os jovens estão iniciando cada vez mais cedo a sua formação profissional.

A grande maioria dos estudantes se mostrou parcialmente ou totalmente satisfeitos em participar dos estágios supervisionados (Figura 1). Esse resultado é importante no sentido de que, como as novas Diretrizes Curriculares Nacionais determinam que uma grande carga horária seja destinada aos estágios, é salutar que os estudantes tenham satisfação em participar desse componente curricular.

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O campo de atuação profissional para o cirurgião-dentista, formado no âmbito das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Odontologia, tem como esfera principal a capacitação dos profissionais para o enfrentamento dos problemas do processo saúde/doença da população. Busca, primordialmente, deslocar o eixo da formação centrada na assistência individual, restrita à clínica privada, para um processo de formação mais contextualizado, que priorize as dimensões sociais, econômicas e culturais da população (MORITA et al., 2013).

Em relação à importância do estágio supervisionado (Figura 2), os estudantes relataram, em sua grande maioria, que o estágio tem muita importância no processo de formação acadêmica, certificando que o estágio supervisionado é de valor inestimável no processo de ensino-aprendizagem do aluno. Esse resultado foi similar ao encontrado por Toassi, Davoglio e Lemos (2012), que mostrou, segundo anotações dos estudantes do curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que o estágio supervisionado é de grande valor na capacitação do estudante para o mercado de trabalho, proporcionando um bom preparo para o SUS. Santos et al. (2013), Leme, Pereira e Meneghim (2015) obtiveram conclusão semelhante no seu estudo.

Sobre a importância da vivência dos estágios supervisionados iniciais, observa-se, na figura 3, que embora a maior parte dos estudantes estivesse totalmente ou parcialmente satisfeitos em participar dos estágios iniciais do curso, ainda houve uma grande parcela de alunos (44%) que não se mostrou interessada nesses estágios. Acredita-se que o aluno, no ímpeto de querer já intervir clinicamente, pode se sentir menos atraído para participar de atividades voltadas à saúde coletiva. Porém, é de grande valia o conhecimento e as boas práticas de ações sociais, educativas e preventivas, para que os futuros profissionais possam enfrentar os problemas do processo saúde/doença da população. Em um estudo realizado por Badan, Marcelo e Rocha (2010), foi verificado que 52,2% dos profissionais exercia a saúde coletiva no seu cotidiano e que 47,8% dos pesquisados não praticavam atividades nessa área, o que mostra que os estágios iniciais voltados para a saúde coletiva devem ser mais intensificados, para que os profissionais sejam estimulados, cada vez mais, para as ações preventivas e não apenas interventivas.

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Continua indispensável a competência do profissional no domínio de aspectos biológicos e clínicos, entretanto é cada vez mais necessário o desenvolvimento de competências quanto às dimensões ética, política, econômica, cultural e social do seu trabalho, com foco na promoção da saúde em seu sentido integral (GARBIN et al., 2006; MENDES et al., 2006; MOYSÉS, 2004).

Os estágios supervisionados finais foram considerados totalmente importantes pela maioria dos estudantes (Figura 4). Isso, provavelmente, ocorreu pelo fato de o aluno agir diretamente no problema, dando a ele autonomia para resolver as necessidades do paciente e despertando um sentimento de importância pela resolução das carências de saúde da população. Mas, por outro lado, esse dado mostra uma fragilidade na efetiva implantação das DCN do curso, evidenciada pelo nítido interesse dos estudantes pela área da profissão mais técnica.

Verifica-se que os estágios supervisionados finais aprimoram no aluno competências e habilidades, com relação à tomada de decisão e atenção à saúde, que são de grande importância para a formação do cirurgião-dentista, conforme preconiza as Diretrizes Curriculares Nacionais. Porém, deve-se ressaltar que apenas intervenções clínicas não vão resolver o problema da população como um todo, e sim atividades voltadas também para a saúde coletiva. Isso é claramente discutido no estudo de Warmling et al. (2011), uma vez que é relatado que o propósito dos estágios curriculares é de preparar os estudantes para atuarem no SUS, através de experiências de educação do trabalho. Logo, a competência do profissional no domínio de aspectos biológicos e clínicos é indiscutível, bem como a importância dos estágios clínicos para que os alunos desenvolvam essa competência. Entretanto, a formação do cirurgião-dentista não deve ser direcionada apenas para o aspecto tecnicista, mas, também, para despertar a consciência para a promoção da saúde e a prevenção das doenças, com intuito de melhoria na qualidade de vida da população.

Quando questionados sobre a qualidade do atendimento na rede pública (Figura 5), grande parte dos pesquisados se mostrou parcial ou totalmente insatisfeita com o serviço. Esse fato, provavelmente, pode ser justificado em razão da insuficiência de materiais odontológicos e infraestrutura necessários para a execução dos procedimentos clínicos, dificultando, muitas vezes, o trabalho do cirurgião-dentista e de

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seus estagiários. Essa conclusão corrobora com os achados de Badan, Marcelo e Rocha (2010), que em sua pesquisa tiveram como principal problema de dificultadores de saúde coletiva, a falta de recursos e materiais adequados para a realização dos atendimentos na saúde pública. O problema citado mostra que mais investimentos são necessários no setor de saúde do Brasil e, especialmente, na área de Odontologia.

Sobre o interesse do estudante em participar do serviço público (Figura 6), nota-se que a maior parte gostaria de atuar nessa área. Esnota-se fato pode nota-ser interpretado como uma possibilidade de estabilização financeira dos futuros profissionais, de aprimoramento das práticas clínicas, bem como da oportunidade de contribuir para a melhoria da saúde bucal da população. A formação curricular deve preconizar a vivência dos alunos nos estágios supervisionados para despertar um maior interesse de atuação no sistema público de saúde, como orienta as novas DCN (FREITAS; CALVO; LACERDA, 2012).

Essas mudanças acadêmicas advindas das novas Diretrizes Curriculares, especialmente pela determinação de uma carga horária para a realização dos estágios supervisionados e a formação profissional para o SUS, têm sido algo que favorece um novo modo de atuar do estudante, possibilitando, na fase inicial do curso, conhecimentos mais direcionados à saúde coletiva, e na fase final, além do aprendizado sobre saúde coletiva já obtido, uma experiência na prática clínica, tornando a intervenção mais integral. Entretanto, essas normas deveriam ser mais propagadas entre os estudantes, pois Lopes Barbosa et al. (2016) concluíram em seu estudo que poucos alunos tinham conhecimento desse documento e, portanto, houve um predomínio de opiniões negativas acerca das mudanças curriculares ocorridas a partir da implantação das DCN.

A conduta correta e o tratamento adequados para o paciente são aprendidos durante a graduação e devem ser aproveitados de forma que o estudante possa se sentir apto para atuar no mercado de trabalho público. Para Badan, Marcelo e Rocha (2010), as práticas extramuros possuem grande papel nos cursos de graduação da área de saúde e conhecimentos, pois atitudes e habilidades são desenvolvidas durante este período, e isso é de grande valor para um futuro profissional mais humanizado.

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A vivência nos estágios supervisionados também habilita o estudante para o trabalho em equipe. Warmling (2011) verificou-se que o uso do caderno de campo, nos estágios supervisionados, é relevante no processo de análise dos resultados, e essa metodologia também serve, de certa forma, para aproximar o discente do preceptor, pois há um diálogo entre os mesmos sobre os procedimentos realizados; o que otimiza a relação entre o aluno e o profissional, tornando o estágio mais proveitoso.

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7 CONCLUSÃO

Os estudantes de Odontologia têm satisfação em participar dos estágios supervisionados e percebem a importância desse componente curricular na sua formação acadêmica. A vivência nos estágios finais do curso, considerados mais técnicos, é mais significativa que nos estágios iniciais que são direcionados para a saúde coletiva segundo a percepção dos estudantes. Os discentes consideram que a qualidade no serviço público não é satisfatória; mas, apesar dessa constatação, têm interesse de atuar nesse mercado de trabalho.

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Anexos:

Apêndice A: Termo de consentimento

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA SOBRE OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

A pesquisa intitulada “Percepção dos alunos do curso de Odontologia sobre os estágios supervisionados”, tem por objetivo avaliar a percepção dos alunos do curso de Odontologia sobre os estágios supervisionados realizados na rede pública de saúde.

A pesquisa é de grande relevância pois fará uma averiguação da percepção dos estudantes de Odontologia sobre a sua vivência nos estágios supervisionados. Através dos seus resultados será possível constatar se esse componente curricular auxilia na formação do aluno para o atendimento odontológico na rede pública de saúde. Então, solicita-se a sua participação nessa pesquisa, através do preenchimento de um questionário relativo ao tema.

A análise dos resultados obtidos mostrará a satisfação dos estudantes de Odontologia sobre sua participação nos estágios supervisionados; a importância dos estágios supervisionados na formação dos estudantes de Odontologia; a visão dos estudantes sobre a qualidade do atendimento odontológico na rede pública de saúde; e o interesse dos estudantes pelo serviço público de saúde como opção de empregabilidade após a conclusão do curso.

Os resultados desse estudo poderão ser publicados em congressos e revistas científicas, sendo preservada a sua identidade. Acrescenta-se que sua participação não é obrigatória e que poderá haver desistência da sua contribuição a qualquer momento, sem nenhum prejuízo de qualquer natureza. Ainda, ressalta-se que sua participação na pesquisa gera risco mínimo, visto que não se realizará nenhum procedimento invasivo, bem como nenhuma administração de medicamento ou execução de protocolo clínico experimental nesse estudo.

Quaisquer dúvidas sobre a pesquisa procurar entrar em contato com a pesquisadora responsável Luciane Queiroz Mota de Lima – Fone: (83) 9 8680-4676 – email: lucianeqmota@uol.com.br.

DECLARAÇÃO

Após ter sido informado sobre a finalidade da pesquisa “Percepção dos alunos do curso de Odontologia sobre os estágios supervisionados”, eu ____________________________________________________ ________________________________RG______________concordo em participar da referida pesquisa.

Assinatura do responsável

_______________________________________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável

João Pessoa ___, _____________, 2017 Endereço: UNIVERSITARIO S/N

Bairro: CASTELO BRANCO - Município: JOAO PESSOA - UF: PB - CEP: 58.051-900 Telefone: (83)3216-7791 - Fax: (83)3216-7791 - E-mail: eticaccs@ccs.ufpb.br

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Apêndice B: Questionário

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA SOBRE OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade: ( ) Abaixo de 20 anos ( ) 21 - 30 ( ) 31 - 40 ( ) + 40 Período : ( ) Oitavo ( ) Nono

1) Você está satisfeito em participar dos estágios supervisionados obrigatórios oferecidos pela UFPB na rede pública de saúde?

a) Não concordo totalmente b) Não concordo parcialmente c) Indiferente d) Concordo parcialmente e) Concordo totalmente

2) Você considera importante o estágio supervisionado obrigatório na formação dos estudantes de Odontologia?

a) Não concordo totalmente b) Não concordo parcialmente c) Indiferente d) Concordo parcialmente e) Concordo totalmente

3) Você considera importante a sua vivência nos estágios obrigatórios iniciais do curso (até o quarto período)?

a) Não concordo totalmente b) Não concordo parcialmente c) Indiferente d) Concordo parcialmente e) Concordo totalmente

4) Você considera importante a sua vivência nos estágios obrigatórios finais do curso (do quinto até o nono período)?

a) Não concordo totalmente b) Não concordo parcialmente c) Indiferente d) Concordo parcialmente e) Concordo totalmente

5) Você considera satisfatória a qualidade do atendimento odontológico na rede publica de saúde?

a) Não concordo totalmente b) Não concordo parcialmente c) Indiferente d) Concordo parcialmente e) Concordo totalmente

6) Você tem interesse pelo serviço público de saúde como opção de empregabilidade após a conclusão do curso?

a) Não concordo totalmente b) Não concordo parcialmente c) Indiferente d) Concordo parcialmente e) Concordo totalmente

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