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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - UPE CAMPUS GARANHUNS CURSO BACHAREL EM PSICOLOGIA FORMAÇÃO PSICÓLOGO PEDRO NASCIMENTO LIMA TERCEIRO

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - UPE CAMPUS GARANHUNS

CURSO BACHAREL EM PSICOLOGIA – FORMAÇÃO PSICÓLOGO

PEDRO NASCIMENTO LIMA TERCEIRO

DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TÓPICOS DA HISTÓRIA DA LOUCURA NA VISÃO DE HADDOCK-LOBO

Trabalho apresentado ao Prof. [...], em cumprimento às exigências da Disciplina Psicologia e Saúde Mental.

GARANHUNS – PE 2013

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DESCREVA OS PRINCIPAIS TÓPICOS DA HISTÓRIA DA LOUCURA NA VISÃO DE HADDOCK-LOBO, CONCERNENTE A:

MINHAS CONSIDERAÇÕES

O texto de Haddock-Lobo acerca da exposição quanto à loucura, o louco, e as elaborações foucaultianas, traz consigo um repertório que se desenvolve e retorna ao início, como num movimento circular: parte de um ponto e retorna a este. No entanto, não risca sobre a mesma linha, mas caminha-se para o centro, onde os círculos vão diminuindo até o cerne da questão.

A linguagem é clara e profunda ao mesmo tempo. Mesmo quando discorre, volta ao início, sem dele sair, necessitando avançar, desde o pequeno ao extenso saber, se é que se pode assim dizer.

Isso demonstra que nas elucubrações descritas, o tratamento histórico dado à loucura e à sua forma de abordagem ao longo dos tempos, nos remete ao próprio tempo em que discorre o discurso, sem alienar a percepção particular e/ou geral acerca da questão. Mostra como a racionalidade esfria e ao mesmo tempo esquenta, em tese, tal como a subjetividade do homem tem sido tratada com superficialidade tamanha, sendo esta do são ou louco, cujo drama não alcança ou alcançaria, e nem a arte re-inventa ou re-inventaria o que o ser em sua própria experiência diz, diria, de si mesmo, em sua mais pura essência.

(Pedro Terceiro)

1 LOUCURA E PROCESSO HISTÓRICO DA ALIENAÇÃO DO OUTRO

O texto centra-se basicamente nisso, cuja afirmação de Roudinesco atesta para a História da loucura como uma “obra inaugural”, assustador, diz ela, “tentar empreender uma 'arqueologia da alienação', fenomenal. Haddock-Lobo diz que a História da loucura é muito mais uma “história do silêncio”, mas que só pode se realizar através de uma certa desconstrução da psiquiatria, entendida como “o monólogo da razão, uma arqueologia da alienação, uma alienação já dada, supostamente.

O texto diz ainda, sob a alienação do outro, se dá por meio de um intérprete, a exemplo disso, um médico, que numa razão abstrata se comunica com o louco, produzindo discriminação na perspectiva da ordem de grupo, apontando para um diálogo interrompido, um monólogo da razão, especificamente a um ser desterritorializado, zanzando pelos mares ou enclausurado, excluído paulatinamente da razão e de sua cidadania: um ser apolitizado. Foucault diz que não se trata de uma ausência do ser, mas como uma alienação da verdade do homem, um produto da relação entre homem e mundo, no qual sua patologia o distancia de si mesmo e aliena a sua natureza.

A alienação passa então a configurar-se como a essência mesma da loucura, sua mais própria especificidade, em ambientes próprios para tal, dessa forma os loucos têm cada vez mais sua proximidade afastada. Aquilo que era alienado na época clássica passa a ser “a própria alienação” na modernidade. Se antes se internava o louco para aliená-lo, agora ele deve ser internado porque é alienado: eis o imperativo moderno da medicalização da loucura.

Na era moderna, o louco não é mais um desarrazoado, mas um alienado, na qual sua patologia o distancia de si mesmo e aliena a sua natureza. A alienação passa a configurar a essência mesma da loucura, sua mais própria especificidade, a ponto, então, de serem necessários estabelecimentos distintos para a internação do doente mental (inclusive porque as outras modalidades de internos não queriam mais co-habitarem com os loucos). Excluídos de fora e de dentro do próprio enclausuramento, os loucos têm cada vez mais sua proximidade afastada.

O louco é alienado também da impossibilidade de se co-irmanar, visto não poder-ser e não poder-fazer parte Irmandade dos Homens, e não terem direito à liberdade, e de modo algum poderem ser incluídos em algum tipo de Declaração dos Direitos Humanos. Na questão encontra barreiras em sua inserção ou reintegração social propiciada pelo capitalismo crescente, diferente dos miseráveis, que são utilizados como força de trabalho produtiva.

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2 PROPOSTA METODOLÓGICA EXPOSTA NA “ARQUEOLOGIA DO SABER”

A proposta metodológica exposta na “Arqueologia do Saber”, nas palavras de Roberto Machado1, citado por Haddock-Lobo, diz: “Se pode ser considerada um método, a arqueologia

caracteriza-se pela variação constante de seus princípios, pela permanente redefinição de seus objetivos”. Usando as próprias palavras do texto: A crítica que se faz nesta obra aos historiadores impõe que não mais se pense historicamente através destas dicotomias, pois a arqueologia de Foucault se revelaria nestes termos como uma análise da relação intrínseca entre os dois níveis do conhecimento médico: o olhar e a linguagem.

Haddock-Lobo, diz que a arqueologia do saber é uma obra que, como anunciou Foucault em nota de pé de página em “As palavras e as coisas”, pretende examinar os problemas de método de sua arqueologia. E, que em 1966, no prefácio de “As palavras e as coisas”, parece ter seu surgimento consolidado em dois textos escritos em 1968: “Resposta a uma questão” e “Resposta ao Círculo de Epistemologia”. Nesse sentido, como diz Foucault em “A arqueologia do saber”: “Fazer aparecer em sua pureza o espaço em que se desenvolvem os acontecimentos discursivos não é tentar restabelecê-lo em um isolamento que nada poderia superar; não é fechá-lo em si mesmo; é tornar-se livre para descrever nele e fora dele jogos de relações”.

A arqueologia do saber é a obra em que Foucault dedica-se a pensar o campo sob o qual situou sua pesquisa: o da história das ciências e das ideias. Nesse sentido, é um texto epistemológico por excelência, em que o próprio método histórico é analisado e criticado, mas onde a própria epistemologia é também revisitada: e o conceito de episteme tal como formulado em 1966, agora passa a significar mais, o conjunto das relações discursivas de determinada época. 3 PROCESSO DE “DOMINAÇÃO” E “INTEGRAÇÃO”

O processo de dominação, segundo Foucalt, surge com a invenção da loucura como patologia, que se dá justamente no auge do humanismo, sendo objeto central de suas análises, pois é o que de fato representa a crescente dominação da loucura e sua progressiva integração à ordem da razão. A história da loucura deixa de ser a história da psiquiatria, pois passa a tratar da história deste processo de dominação e integração, cujo objetivo consiste não em tentar traçar uma linearidade ou uma análise da totalidade destes discursos sobre a loucura, mas antes tem sua característica fundamental em assinalar rupturas e estabelecer períodos.

Foucault denuncia a razão psiquiátrica como aquilo que sufocou, aprisionou e empreendeu todos os seus esforços (como se pretende mostrar) para destruir ou aniquilar a loucura; por outro lado, o que se percebe com História da loucura é que a razão é “não só incapaz de enunciar a verdade da loucura, como também responsável pelo banimento da verdade da loucura como desrazão”.

O processo de integração se vê claro nas palavras de Machado, citado por Haddock-Lobo. Machado, em seu livro “Foucault, a ciência e o saber” que define a primeira grande obra de Foucault como uma “arqueologia da percepção”, cujo objetivo consiste em estabelecer as condições históricas de possibilidade dos discursos e das práticas no que concerne ao louco, modernamente entendido como “doente mental”. Diz ainda que, o que demonstra Foucault é que o saber sobre a loucura não é o itinerário da razão para a verdade, como é a ciência para a epistemologia, mas a progressiva descaracterização e dominação da loucura para sua integração cada vez maior à ordem da razão.

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4 RELAÇÃO ENTRE “RAZÃO” E

“LOUCURA”--Haddock-Lobo expõe que ainda que o livro esteja historicamente centrado na Época Clássica e que o estudo dos discursos sobre a loucura no renascimento tenha a função de servir para que se compreenda melhor a relação entre razão e loucura tal como surgida no Classicismo, bem como o conseqüente confinamento do louco nas instituições de reclusão, toda a argumentação de História da loucura se organiza para esclarecer a situação da loucura na modernidade. E na modernidade, lembra-nos Foucault, a loucura concerne ao saber psiquiátrico. Diz ainda que em uma implicação circular entre razão e loucura, onde uma é sempre pensada com relação à outra, acaba por conduzir a uma certa perda da especificidade da loucura, que, através de inúmeros desvios, é integrada à ordem da razão, ou seja, à ordem do Mesmo. E é com o triunfo da experiência crítica da loucura, sobretudo com a emergência da figura de Descartes que a loucura passa a representar o negativo da razão, a desrazão ou o não ser da razão. Com isso, para Foucault, agora não mais basta afastar o louco ou destiná-lo à uma existência errante, ele deve ser internado. A estranheza do louco torna-se negatividade, e com a passagem da percepção social do estranho à analítica médica do desarrazoado, a segregação e a exclusão transformam-se em enclausuramento, no intuito de tornar o louco um objeto de conhecimento.

5 POSIÇÃO DO DISCURSO PSIQUIÁTRICO E PROCESSO DE SUBJETIVAÇÃO

Segundo Haddock-Lobo, a exclusão médica clássica acerca da loucura segue o movimento mesmo de sua época, pois o que se encontra agora em questão é o imperativo de descrição e ordenação tipicamente clássicos. E, como alteridade radical do Classicismo, a loucura parece escapar a toda teorização. E como “aquilo que escapa” nada mais é que outras palavras para se definir o outro, torna-se preciso um empreendimento maciço para objetivar tal alteridade.

Citando Foucault, sobre a ‘loucura’ medicalizada, tudo será bem diferente”. A loucura, antes reduzida ao silêncio do não-ser, passa agora a ser classificada e organizada, segundo os moldes da botânica, como uma espécie natural. A partir da racionalidade médica classificatória, as figuras do louco e da loucura, de um modo ou de outro, acabam sempre por encontrar seu ponto comum de referência na ordem da razão, isto é, do Mesmo.

Haddock-Lobo expõe que um dos momentos decisivos da História da loucura é o do apagamento, no final do século XVIII, da noção de desrazão. (...) Desde então, os loucos não serão mais misturados com os debochados, os pródigos e os blasfemos: de elementos a-sociais, convertem-se em doentes, objeto de observações e cuidados clínicos. As análises foucaultianas parecem conduzir para a experiência moderna da loucura, concentrando-se desde a segunda metade do século XVIII até o início do século XIX. No discurso psiquiátrico, a loucura não é mais vista como uma ausência de ser, mas sim como uma alteração da faculdade humana, e nos termos de Foucault, como uma alienação da verdade do homem. O louco que era alienado na época clássica passa a ser “a própria alienação” na modernidade. Se antes se internava o louco para aliená-lo, agora ele deve ser internado porque é alienado: eis o imperativo moderno da medicalização da loucura.

Necessita-se portanto, que haja uma disciplina que estude a loucura como “doença mental”, que busque cientificamente objetivar o sujeito louco. Com a “finitude moderna”, a tarefa do terapeuta passa a consistir em fazer a verdade do louco aparecer. Com isso, a loucura prossegue no afastamento da essência humana e o louco cada vez mais permanece distante de sua humanidade de ser racional e de cidadão. “Não há dúvida de que a fronteira entre o alienado e o são de espírito continua nitidamente traçada, mas a divisão já não se efetua segundo o mesmo critério”, diz Lebrun. Por meio da experiência, como racionalização de um processo ele mesmo provisório, a subjetivação é o processo pelo qual se obtém a constituição de um sujeito, mais precisamente de uma subjetividade, segundo Foucalt (2004).

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BIBLIOGRAFIA

FOUCAULT, M. Ditos e escritos V. Ética, sexualidade, política (E. Monteiro & L. D. Barbosa, Trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

HADDOCK-LOBO, Rafael. História da loucura de Michel Foucault como uma “história do outro”. Veritas. Porto Alegre. v. 53. n. 2 abr./jun. 2008. p. 51-72

Referências

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