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Avaliação de Luminárias LED para Iluminação Pública de Acordo com a NBR e NBR IEC

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Academic year: 2021

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Avaliação de Luminárias LED para Iluminação Pública

de Acordo com a NBR 16026 e NBR IEC 61347-2-13

Fernando J. Nogueira, Edmar S. Silva, Cláudio R.B.S. Rodrigues, Marcelo P. Dias,

Danilo P. Pinto e Henrique A.C. Braga, IEEE Senior Member

NIMO − Núcleo de Iluminação Moderna – Universidade Federal de Juiz de Fora fernando.nogueira@engenharia.ufjf.br; henrique.braga@ufjf.edu.br

Abstract — The popularization of the use of LED based devices applied to lighting systems requires standards conformity evaluation to ensure the quality of equipment available in the market. Within this context, the first Brazilian standards for assessing the performance of devices powering the LEDs were published just in 2012, and have received the codes NBR 16026 and NBR IEC 61347-2-13, which is a translation of the IEC 61347-2-13. This paper presents a description of the tests specified in these standards and the result of the application of these tests on five LED luminaries for street lighting commercially available.

I. INTRODUÇÃO

Desde o desenvolvimento do primeiro diodo emissor de luz (ou LED, do inglês Light Emitting Diode) de cor branca estes dispositivos vêm ganhando espaço nas aplicações de iluminação em geral. Suas características de elevada eficácia luminosa (podendo chegar a 150 lm/W e em franco crescimento [1]), alto índice de reprodução de cor e longa vida útil (até 100.000 horas [2]) fazem com que os LEDs sejam apontados como fontes de luz do futuro. Aplicações em iluminação de interiores e também de ambientes externos vêm começando a se tornar populares em todo o mundo.

O panorama atual da utilização de LEDs para aplicações de iluminação em geral retrata uma total falta de padronização dos produtos disponíveis no mercado. Isto porque esta aplicação ainda é muito recente e os órgãos normatizadores não conseguiram acompanhar a rapidez com que a tecnologia evoluiu. Esta situação é motivo de preocupação, pois o bom funcionamento de um sistema de iluminação à base de LEDs não depende apenas das características do dispositivo semicondutor, mas também de diversos outros fatores. O dispositivo de controle eletrônico (driver) e o sistema de dissipação térmica dos LEDs são importantíssimos, e, se não forem bem projetados podem fazer com que o sistema como um todo não seja tão eficiente e nem tão durável quanto se espera.

A qualidade dos equipamentos disponíveis no mercado nacional pode ser garantida com a publicação de normas que fixem requisitos mínimos de desempenho e durabilidade.

Neste sentido foram publicadas, recentemente, as primeiras normas brasileiras para avaliação de desempenho de drivers de módulos de LED: a NBR 16026 – Requisitos de desempenho de dispositivo de controle eletrônico CC ou CA para módulos de LED [3] e a NBR IEC 61347-2-13 – Requisitos particulares para dispositivos de controle eletrônico alimentados em CC ou C.A para os módulos de LED [4] (ambas publicadas em janeiro de 2012 e em vigor desde 09/02/2012). A publicação destas normas eleva o nível de exigência imposto aos equipamentos destinados à iluminação à base de LEDs, eliminando do mercado elementos de baixa qualidade.

Este trabalho apresenta uma descrição dos principais ensaios exigidos pelas normas NBR 16026 e NBR IEC 61347-2-13 e também os resultados da aplicação destas normas em luminárias LED orientadas à iluminação pública de cinco amostras de diferentes fabricantes. Foram realizados ensaios de características elétricas de funcionamento, durabilidade, condição de falha, umidade, resistência de isolamento, rigidez dielétrica e aquecimento. Além destes ensaios, foram realizados ensaios para verificação da taxa de distorção harmônica e cálculo do rendimento obtido por cada driver.

II. CARACTERÍSTICAS DAS LUMINÁRIAS ENSAIADAS

As normas estudadas neste trabalho aplicam-se em dispositivos de controle eletrônico para módulos de LED em geral, no entanto, os elementos analisados são componentes de luminárias LED destinadas à iluminação pública.

Uma luminária destinada à iluminação pública é composta, basicamente, por quatro partes como mostrado na Figura 1: 1) LEDs; 2) Driver; 3) Lente e 4) Dissipador de Calor.

Os LEDs normalmente utilizados para aplicação em iluminação podem ser divididos em dois grupos: os dispositivos que funcionam em elevados níveis de potência (correntes nominais típicas maiores que 300 mA até 1,5 A), chamados de LEDs de alta potência – LEDs HP ou HP-LEDs – e os dispositivos que operam com baixos níveis de potência (correntes nominais típicas de 20 mA), comumente chamados de LEDs de alto brilho (LEDs HB ou HB-LEDs) [5].

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Figura 1: Estrutura da luminária LED [7].

As lentes e o dissipador de calor geralmente compõem a estrutura da carcaça. Uma exigência mínima deve ser o grau de proteção IP 55 para o conjunto óptico e IP 33 para o compartimento do reator, conforme a própria norma brasileira para luminárias de iluminação pública (ABNT NBR 15129. Luminárias para iluminação pública – Requisitos particulares [6]) já prevê.

O driver, ou dispositivo de controle eletrônico, é o elemento alvo deste estudo no qual os diversos ensaios previstos nas normas serão aplicados.

Na TABELA I são apresentadas características elétricas de entrada e a saída das luminárias ensaiadas bem como propriedades dos seus respectivos módulos de LEDs.

III. ENSAIOS REALIZADOS

De acordo com [3] e [4] os ensaios de tipo aos quais devem ser submetidos os dispositivos de controle eletrônico de uma luminária LEDs são:

A. Ensaios de características elétricas de funcionamento [3] 1. Máxima variação de potência de entrada: Na tensão

nominal de alimentação, a potência total de entrada do driver não deve exceder 10% do valor declarado pelo fabricante.

2. Avaliação do fator de potência: Dispositivos de controle eletrônico com potência nominal maior ou igual a 25 watts devem ter alto fator de potência (≥ 0.92).

3. Máxima variação da corrente de entrada: Na tensão nominal de alimentação, a corrente de entrada do driver não pode exceder 10% do valor declarado pelo fabricante.

4. Máxima variação da tensão de saída durante a partida: Na partida, a tensão de saída do driver não pode exceder 10% do seu valor nominal dentro de 2 segundos.

5. Máxima variação da tensão de saída em regime de operação: Na tensão nominal de alimentação, a tensão de saída do driver não pode apresentar variação superior a ± 10%.

TABELA I: Características das luminárias ensaiadas.

Fabricante Características elétricas de entrada Características elétricas de saída por módulo Características dos módulos de LED A 220 VAC 60Hz Iin NI 140W FP≥0.92 120 VDC Iout 300 mA Leds HP em 4 módulos paralelos de 32 unidades B 100 - 277 VAC 50 - 60 Hz 0,4 a 1 Amax 127W FP≥0.90 14 VDC Iout 4,16 A Leds HP em 2 módulos paralelos com sistema de refletores C 220 VAC 60Hz Iin NI 70W FP NI 24 VDC Iout 1 A Leds HP em 2 módulos paralelos de 28 unidades D 90 - 260 VAC 60 Hz Iin NI 132W FP≥0.92 24 VDC Iout 1,4 A Leds HP em 4 módulos paralelos de 28 unidades E 220 VAC 60Hz Iin NI 96W FP≥0.92 72 VDC Iout 300 mA Leds HB em 8 módulos paralelos de 216 unidades

O termo HP (High Power) significa alta potência e o termo HB (High Brightness) significa alto brilho. Iin NI (Corrente de entrada não informada).

6. Máxima variação da tensão de saída quando a tensão de alimentação varia de 92% a 106% do valor nominal: Para tensão de alimentação variando de 92% a 106% do valor nominal, a tensão sobre os LEDs na saída do driver não pode apresentar variação superior a ± 10%. 7. Máxima variação da corrente de saída em regime de

Operação: Na tensão nominal de alimentação, a corrente de saída do driver não pode apresentar variação superior a ± 10%.

B. Ensaios operacionais para condições anormais [3] 1. Circuito aberto: O dispositivo de controle eletrônico

não pode se danificar após ser alimentado com tensão nominal durante uma hora sem os módulos de LED inseridos.

2. Curto-circuito: Alimentado em tensão nominal, o dispositivo de controle eletrônico não pode se danificar após ter suas saídas curto-circuitadas durante uma hora. C. Ensaios de durabilidade [3]

1. Choque térmico: O driver é inicialmente submetido à mínima temperatura declarada pelo fabricante durante 1 hora e posteriormente submetido à temperatura ambiente (25± 5) oC por mais 1 hora. Este ciclo deve ser repetido 5 vezes. Após o ensaio, o driver deve operar normalmente por 15 minutos com os módulos de LED inseridos.

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2. Comutação: Na tensão nominal de alimentação, o driver deve ser ligado por 30 segundos e desligado por 30 segundos. Este ciclo deve ser repetido 200 vezes sem os módulos de LED inseridos e 800 vezes com os módulos de LED inseridos. Após o ensaio, o driver deve operar normalmente por 15 minutos com os módulos de LED inseridos.

3. Temperatura crítica: Na tensão nominal de alimentação, o driver deve ser submetido à máxima temperatura ambiente declarada por um período de 200 horas. Em seguida, o driver deve funcionar normalmente em temperatura ambiente (25±5) oC durante 15 minutos com os módulos de LED inseridos. D. Testes de umidade e resistência de isolamento [4]

1. Teste de umidade: O driver deve ser submetido por 48 horas a uma umidade relativa do ar de 91% a 98% e temperatura ambiente (25± 5) oC. O driver deve operar normalment após ser submetido a este ensaio.

2. Resistência de isolamento: Após o teste de umidade, o driver é submetido ao teste de resistência de isolamento. A medição da resistência de isolação entre as partes vivas e o invólucro deve ser maior que 2MΩ. E. Teste de rigidez dielétrica [4]

Após o teste de resistência de isolamento, o driver é submetido ao teste de rigidez dielétrica aplicando-se uma tensão senoidal (valor dependente da tensão de alimentação do driver) entre as partes vivas e o invólucro durante 1 minuto. Neste ensaio não pode ocorrer centelhamento ou ruptura. F. Ensaio de aquecimento [4]

O dispositivo de controle eletrônico e seus suportes não podem atingir uma temperatura excessiva em utilização normal. A elevação de temperatura no driver e em seus enrolamentos, considerando um material de classe A, não pode ser maior do que 75 oC quando o mesmo é alimentado com tensão 6% maior que a nominal na máxima temperatura ambiente suportada pelo equipamento.

G. Impedância de áudio-frequência [3]

Para sinais de frequência entre 400 Hz e 2.000 Hz, a impedância do driver quando operando em condições nominais deve ter característica indutiva.

Além dos ensaios previstos em [3] e [4], foram realizados ensaios para verificação da taxa de distorção harmônica e cálculo do rendimento para cada um dos drivers.

Cada um dos dispositivos de controle eletrônico analisados foi submetido aos ensaios supracitados, com exceção do ensaio de impedância de áudio-frequência. Este ensaio é aplicável somente em mecanismos que trabalham com sinais na faixa de frequência entre 400 Hz e 2 kHz (marcados com o símbolo de áudio frequência), o que não é o caso de nenhum dos elementos analisados.

A TABELA II mostra os equipamentos utilizados para a realização dos ensaios e suas respectivas aplicações. Vale ressaltar que todos os equipamentos utilizados possuem certificado de calibração dentro do prazo de validade.

IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos com a realização dos testes apresentados para as cinco amostras disponíveis.

A. Ensaios de características elétricas de funcionamento Os dispositivos de controle eletrônico submetidos a estes ensaios foram alimentados em tensão de 220 V com frequência de 60 Hz fornecida pela fonte CA citada na TABELA II. A Figura 2 mostra o arranjo utilizado na realização destes ensaios.

Os resultados para máxima variação da potência de entrada são mostrados na TABELA III. É possível observar que o equipamento do fabricante ―A‖ excedeu em mais de 10% o valor declarado. A amostra fornecida pelo fabricante ―C‖ apresentou potência de saída menor do que a declarada.

A TABELA IV mostra o fator de potência medido para cada um dos drivers. Somente a amostra cedida pelo fabricante ―C‖ apresentou fator de potência menor do que 0,92. Por inspeção no equipamento verificou-se que o mesmo não possui estágio eletrônico de correção do fator de potência.

TABELA II: Equipamentos utilizados.

Equipamento Marca Modelo Aplicação

Fonte de

Tensão CA TENMA 7276-25

Alimentação dos drivers

Osciloscópio TEKTRONIX DPO-3014

Ensaios de características elétricas Wattímetro YOKOGAWA WT-230 Ensaios de características elétricas Câmara Climática WEISS WKL-100 Ensaios de características térmicas, de umidade, resistência de isolamento e rigidez dielétrica

Megômetro ICEL SK-1000 Teste de resistência de isolamento

Medidor de Rigidez Dielétrica

GW INSTEK GPT-805 Teste de rigidez dielétrica Termômetro Digital MINIPA MT-350 Ensaio de aquecimento dos enrolamentos

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Figura 2: Equipamentos utilizados nos ensaios de características elétricas.

TABELA III: Máxima variação da potência de entrada (– 0% a + 10%).

Fabricante Potência Fabricante (W) Potência Máxima Permitida (W) Potência Medida (W) Resultado A 140 154 158 Reprovado B 127 139.7 131 Aprovado C 70 77 55.4 Reprovado D 132 145.2 145 Aprovado E 96 105.6 99 Aprovado

TABELA IV: Avaliação do fator de potência.

Fabricante Fator de Potência Pelo Fabricante

Fator de Potência

Medido Resultado A ≥0.92 0.99 Aprovado B ≥0.90 0.97 Aprovado C Não fornecido 0.49 Reprovado D ≥0.92 0.96 Aprovado E ≥0.92 0.96 Aprovado

As correntes de entrada não foram fornecidas pelos fabricantes A, C, D, e E. O fabricante ―B‖ forneceu uma faixa de variação de acordo com a tensão de entrada. Tendo em vista a característica não linear da corrente de entrada de ―B‖ e o não fornecimento pelos demais fabricantes, os valores de corrente de entrada foram estimados pela equação (1):

in in p in P I V f   , (1) em que:

Iin: Corrente de entrada estimada. Pin: Potência fornecida pelo fabricante Vin: Tensão de alimentação nominal fp: Fator de potencia medido.

A TABELA V mostra a corrente de entrada estimada e a corrente de entrada medida experimentalmente. Devido ao fato dos valores serem estimados, não foi feita nenhuma avaliação de resultado para o ensaio de máxima variação da corrente de entrada.

Nos ensaios de máxima variação de tensão de saída (Vout)

durante a partida (TABELA VI) e de máxima variação de tensão de saída em regime de operação (TABELA VII), todos os drivers foram aprovados.

No ensaio de máxima variação de tensão de saída quando a tensão de entrada varia de 92 % a 106 % do valor nominal, a fonte de alimentação foi ajustada respectivamente em 202 V e 233 V. A tensão de saída medida nestas condições é mostrada na TABELA VIII, onde é possível observar que todos os drivers foram aprovados.

TABELA V: Máxima variação da corrente de entrada (+10%).

Fabricante Corrente estimada de entrada (mA) Corrente Máxima Permitida (mA) Corrente Medida (mA) A 642.8 707 725 B 595.1 654.6 616 C 649.3 714.3 509 D 625 687.5 709 E 454.5 500 466

TABELA VI: Máxima variação de tensão de saída durante a partida (+10%).

Fabricante Vout (V) Vout Máxima Partida (V) Vout Medida Partida (V) Resultado A 120 132 124 Aprovado B 14 15.4 15.2 Aprovado C 24 26.4 23.4 Aprovado D 24 26.4 24 Aprovado E 75 82.5 76 Aprovado

TABELA VII: Máxima variação da tensão de saída em regime de operação (± 10%). Fabricante V(V) out Tensão de Operação Permitida (V) Tensão de Operação Medida (V) Resultado A 120 108 a 132 122 Aprovado B 14 12.6 a 15.4 13.9 Aprovado C 24 21.6 a 26.4 22.7 Aprovado D 24 21.6 a 26.4 23.3 Aprovado E 75 67.5 a 82.5 72 Aprovado

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Um dos ensaios mais importantes é o que verifica a máxima variação na corrente de saída (Iout) do dispositivo de

controle eletrônico. A vida útil dos LEDs está relacionada com sua corrente de alimentação. Uma corrente acima do normal pode acarretar além de diminuição da vida útil dos LEDs, aumento na temperatura de junção do semicondutor reduzindo sua eficácia luminosa [8], [9].

O resultado do ensaio de máxima variação de corrente de saída por módulo é mostrado na TABELA IX. Pode ser observado que a maioria dos drivers trabalha com uma corrente um pouco menor do que a especificada, o que garante uma maior vida útil aos LEDs aumentando os níveis de manutenção do fluxo luminoso.

B. Ensaios de condições anormais de funcionamento

Todos os elementos analisados foram aprovados nos ensaios de condições anormais de funcionamento.

Os ensaios de circuito aberto e curto circuito tiveram duração de uma hora cada um. Após cada ensaio os drivers voltaram a funcionar normalmente ligando seus respectivos módulos de LED.

C. Ensaios de durabilidade

Todos os drivers foram aprovados também nos ensaios de durabilidade. Os ensaios de choque térmico e de temperatura crítica foram realizados no interior de uma câmara climática. A câmara climática é um equipamento que pode ser utilizado em testes de laboratório que necessitam manter a temperatura e umidade controlada [9]. O ensaio de comutação foi realizado com auxílio de um CLP, que foi utilizado para ligar e desligar os drivers que foram ensaiados com os módulos de LED conectados e também com a saída em aberto.

A Figura 3 mostra um driver no interior da câmara climática sendo submetido ao teste de umidade. Posteriormente ao teste de umidade, foram efetuados os testes de resistência de isolamento e rigidez dielétrica.

Todos os dispositivos de controle eletrônico analisados foram aprovados no teste de umidade, voltando a funcionar normalmente após terem permanecido no interior da câmara climática por 48h em uma temperatura de 25oC e umidade relativa do ar de 95%.

TABELA VIII: Máxima variação da tensão de saída (± 10%) quando a tensão de entrada varia de 92% a 106% do valor nominal.

Fabricante Máxima Variação de Vout Permitida (V) Vout com 92% de Vin (V) Vout com 106% de Vin (V) Resultado A 108 a 132 122 122 Aprovado B 12,6 a 15,4 13.8 13.9 Aprovado C 21,6 a 26,4 22.7 22.7 Aprovado D 21,6 a 26,4 23.3 23.3 Aprovado E 67,5 a 82,5 71.5 71.6 Aprovado

TABELA IX: Máxima variação da corrente de saída (+10%).

Fabricante Iout pelo fabricante (A) Iout Máxima Permitida (A) Iout Medida (A) Resultado A 0,3 0,33 0,298 Aprovado B 4,16 4,58 4,130 Aprovado C 1 1,1 0,940 Aprovado D 1,4 1,54 1,380 Aprovado E 0,3 0,33 0,311 Aprovado

Figura 3: Driver no interior da câmara climática.

D. Testes de umidade e resistência de isolamento

Logo após o teste de umidade, foi efetuado o teste de resistência de isolamento com auxílio de um megômetro. Efetuou-se a medição da resistência de isolamento entre as partes vivas e a carcaça de cada um dos drivers.

E. Teste de rigidez dielétrica

O teste de rigidez dielétrica foi efetuado por um medidor de rigidez dielétrica, aplicando-se a cada um dos drivers uma tensão senoidal de 1875 V (tensão de ensaio para dispositivos de controle eletrônico que possuem tensão de alimentação de 220 V) entre as partes vivas e o invólucro durante 1 minuto.

O resultado para os testes de resistência de isolamento e rigidez dielétrica são mostrados na TABELA X.

F. Ensaio de aquecimento

Para a realização deste teste os drivers foram alocados dentro da câmara climática em uma atmosfera com temperatura igual à máxima temperatura ambiente declarada (TA) por seus fabricantes e alimentados com tensão de alimentação de 233 V. Após 15 minutos de operação, com auxilio de um termômetro digital, foram coletados dados de

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temperatura de enrolamento no transformador que liga a rede ao driver e nos enrolamentos dos indutores presentes no dispositivo de controle eletrônico. Considerando que o material do enrolamento seja de classe ‗A‘, esta temperatura não poderia exceder (TA+75oC). Todos os equipamentos testados foram aprovados neste quesito.

A TABELA XI apresenta os resultados de medição da distorção harmônica total da corrente de entrada de cada driver e o rendimento obtido sob condições nominais de funcionamento. Apesar de as normas estudadas não exigirem informações sobre estes parâmetros, entende-se que é de grande importância conhecer estes dados, principalmente no ponto de vista de eficiência energética.

O rendimento do driver foi obtido pela equação (2):

out in P

P

, (2)

TABELA X: Teste de resistência de isolamento (≥2MΩ) e rigidez dielétrica.

Fabricante Resistência de Isolamento (MΩ) Resultado Rigidez Dielétrica* Resultado A 40 Aprovado 1.850 V Aprovado B 500 Aprovado 1.850 V Aprovado C 100 Aprovado 870 V Reprovado D 20 Aprovado 780 V Reprovado E 1000 Aprovado 1.850V Aprovado * Tensão suportada

A TABELA XII mostra um resumo do desempenho dos equipamentos nos diversos ensaios realizados através da apresentação do número de aprovações de cada driver seguido do número de avaliações realizadas em cada ensaio. Observa-se que apenas dois dos cinco drivers analisados foram totalmente aprovados (―B‖ e ―E‖). O driver do fabricante ―A‖ foi reprovado apenas no ensaio de máxima variação de potência, dentro dos ensaios de características elétricos de funcionamento enquanto o driver do fabricante ―D‖ foi reprovado no teste de rigidez dielétrica. O driver que obteve o pior desempenho foi o do fabricante ―C‖, sofrendo reprovações nos ensaios de rigidez dielétrica, máxima variação de potência de entrada e fator de potência.

TABELA XI: Resultados de THD e Rendimento dos drivers ensaiados.

Fabricante THD (%) Rendimento (%) A 6,25 90 B 10,2 87 C 173 79 D 9,7 89 E 19 88

TABELA XII: Resultados gerais dos ensaios com as luminárias à LED de IP segundo as normas ABNT NBR 16026 e ABNT NBR IEC 61347-2-13.

(Número de aprovações/Número de avaliações)

Fabricante A B C D E

Ensaios de Características Elétricas de

Funcionamento 6/7 7/7 5/7 7/7 7/7 Ensaio de Condição

Anormal 2/2 2/2 2/2 2/2 2/2 Ensaios de durabilidade 3/3 3/3 3/3 3/3 3/3

Teste de Umidade e Resistência de Isolamento

2/2 2/2 2/2 2/2 2/2

Teste de Rigidez Dielétrica 1/1 1/1 0/1 0/1 1/1

Teste de durabilidade Térmica do

Enrolamento 1/1 1/1 1/1 1/1 1/1

V. CONCLUSÕES

Este trabalho apresentou uma descrição dos ensaios das recém publicadas normas brasileiras NBR 16026 – Requisitos de desempenho de dispositivo de controle eletrônico CC ou CA para módulos de LED e NBR IEC 61347-2-13 – Requisitos particulares para dispositivos de controle eletrônico alimentados em CC ou CA para os módulos de LED. Ambas as normas estão em vigor desde fevereiro de 2012 e trazem importantes considerações a respeito do desempenho e de características de segurança na operação de drivers para LEDs.

Os ensaios descritos nestas normas foram aplicados a cinco luminárias desenvolvidas para a iluminação de vias públicas de diferentes fabricantes.

Os resultados dos testes mostraram que nem todas as luminárias disponíveis no mercado atendem aos requisitos estabelecidos pelas novas normas, uma vez que em um universo de cinco amostras, apenas duas se apresentaram totalmente conformes.

Por outro lado, apesar de os resultados aqui apresentados não poderem ser generalizado para todos os dispositivos de controle eletrônico de LED existentes no mercado, é interessante notar que todas as amostras foram aprovadas nos ensaios de condições anormais de operação, de durabilidade, de umidade, resistência de isolamento e aquecimento. Isto aponta para uma maturidade dos dispositivos de controle eletrônico nestes quesitos.

A recente publicação de normas brasileiras para avaliação de desempenho de dispositivos de controle eletrônico de iluminação à LED é importantíssima para a garantia da

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qualidade dos equipamentos que penetram no mercado, protegendo não só os consumidores como também a imagem da tecnologia LED. Porém, nota-se que alguns requisitos importantes ainda não foram incorporados às normas brasileiras, como, por exemplo, rendimento mínimo do driver em condições de operação.

É de fundamental importância que as normas brasileiras em vigor sejam frequentemente revisadas a fim de se acompanhar o desenvolvimento da tecnologia.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao apoio do PROCEL/Eletrobras, CNPq, PPEE-UFJF e às empresas Fiti, GE, Hexa e Revolight por terem cedido as luminárias LED analisadas neste trabalho.

REFERÊNCIAS

[1] R. D. Dupuis, M.R. Krames, ―History, Development and Applications of High-Brightness Visible Light-Emitting Diodes‖, Journal of Lighting Techonology, vol. 26 no. 9, Maio de 2008.

[2] A. Laubsch, M. Sabathil, J. Baur, M. Peter, B. Hahn, ―High-Power and High-Efficiency InGaN-Based Light Emitters‖, IEEE Transactions on Electronic Devices. Vol. 57, no. 1, pp 79 – 87, Janeiro de 2010.

[3] ABNT NBR 16026 – Requisitos de desempenho de dispositivo de controle eletrônico CC ou CA para módulos de LED. Janeiro de 2012. [4] ABNT NBR IEC 61347-2-13 – Requisitos particulares para

dispositivos de controle eletrônico alimentados em CC ou c.a para os módulos de LED. Janeiro de 2012.

[5] C. R. B. S. Rodrigues, P. S. Almeida, J. M. Jorge, G. M. Soares, D. P. Pinto, H. A. C. Braga, ―Experimental Characterization Regarding Two Types Of Phosphor-converted White High-brightness LEDs: Low Power And High Power Devices‖, Proc. of 11th COBEP, Natal, RN: [s.n.]. 2011.

[6] ABNT NBR 15129. Luminárias para iluminação pública – Requisitos particulares. 2004.

[7] J. M. Novicky, R. Martinez, ―Leds para Iluminação Pública‖. Disponível em: < http://www.eletrica.ufpr.br/ufpr2/tccs/41.pdf >. Acesso em 16 de Agosto de 2012.

[8] M. R. Krames, et.al, ―Status and Future of High Power Light Emitting Diodes for Solid State Ligthting‖, Journal of display Tecnology, 3, 2007.

[9] R. P. Sales, ―LED, o Novo Paradigma da Iluminação Pública‖, Dissertação de Mestrado. Instituto de Engenharia do Paraná, Maio de 2011.

[10] B. Bohkovsky, I. Pusni, J. Drnovsek, D. Hudoklin. ―Automated System for Evaluation of Climatic Chambers‖, IEEE Transactions on Instrumentation and Measurement. Vol. 50, Issue 6, pp 1599-1603. Dezembro de 2001.

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