“Mangueira é música do Brasil”
Com sua marcação de primeira, lá vem Mangueira Estação Primeira... Apresentando seu enredo: Mangueira é Música
do Brasil.
Tanta vida, tanta história... “Mangueira teu passado de glória está gravado na memória” e nos sambas-enredos que enaltecem a sua linda trajetória. Mangueira que nasceu da humildade, da união, de cada amanhecer à inspiração, é ela quem passa altiva, garbosa, alegre e faceira. Proclama em seus versos que seus barracos são castelos, seu morro é o senhor e o samba sua raiz.
“A Mangueira é tão grande, que até o portelense Paulinho da Viola fez música para ela. E chegou a vez desta árvore frondosa abarcar a música brasileira como um todo. Afinal, muitos de seus frutos vieram das raízes plantadas pela Estação Primeira.” (Tárik de Souza)
Lá vem Mangueira... Exaltando a Música Brasileira. Entre “cantos imortais” e “inesquecìveis carnavais”, ecoam dos “frutos sagrados” da Estação Primeira: Cartola, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Jamelão, Padeirinho, Hélio Turco, Tantinho, Alcione, Beth Carvalho, Leci Brandão, Emílio Santiago, Rosemary e muitos mais. Suas obras inspiram as novas gerações de compositores e cantores a compor e a cantar novas canções que enaltecem seu manto verde e rosa, e que guardamos em nossos corações.
Mangueira, fonte de inspiração dos artistas, é o berço do samba, e a alma dos sambistas!
Nessa troca musical, em seu cenário abençoado pela natureza, muitos poetas foram homenageados, e em seus sambas-enredos imortalizados em memoráveis desfiles, entre eles: Braguinha, Dorival Caymmi e Chico Buarque. E lá vem Mangueira, cheia de novas bossas...
Sem, jamais, desmerecer a riqueza musical do passado, inicia sua pauta nesse carnaval com a Bossa Nova, que da Zona Sul carioca, sob influências jazzísticas, aparece como um novo estilo, uma nova forma de se tocar e cantar o samba brasileiro. Transformado pelo toque criativo de jovens músicos, no final dos anos 50, a Bossa Nova revoluciona, rompe fronteiras e leva o novo som do Brasil aos quatro cantos do mundo.
“A maior qualidade da música brasileira é a sua diversidade. É o nosso melhor, mais bem acabado e mais competitivo produto de exportação. E na nossa História não há história mais bonita, mais rica, mais emocionante e mais vitoriosa do que a de nossa música popular. E para contar esta história de paixão e glória nenhum formato poderia ser mais adequado do que o enredo de uma escola de samba. É o que a Mangueira vai cantar no Carnaval.” (Nelson Motta)
Na linha do tempo, a Mangueira apresenta mais um novo momento musical, que em meados dos anos 60 explode no Brasil com uma nova musicalidade, batizada de “som do iê-iê-iê”. A Jovem Guarda mobilizou a juventude nacional como jamais ocorrera na história cultural do país.
Liderada pelo “Rei” Roberto Carlos – seu maior expoente –, pelo “Tremendão” Erasmo Carlos e pela “Ternurinha” Wanderléia, a Jovem Guarda com os hits “Parei na Contramão”, “O Calhambeque” e “É Proibido Fumar” escreveu um dos capítulos fundamentais da história do pop brasileiro.
A partir de 1965, com o início dos Festivais da Canção, a sigla MPB passa a identificar a música popular brasileira, que revelam novos talentos, rompendo com regionalismo, se projetando nacionalmente, como as canções “Disparada”, “Ponteio”, “A Banda”, “Roda Viva” e “Arrastão” entre outras.
As canções “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque” lançam sementes do Tropicalismo, um movimento de ruptura que “revolucionou” o ambiente da música popular, incorporou à MPB elementos do rock, dos ritmos estrangeiros e da cultura de massa.
Já no final dos anos 60 caminhavam e cantavam seguindo a canção... Sob os sombrios anos de ditadura, a música brasileira soube driblar os rigores da censura de forma criativa, afirmando cada vez mais o seu papel de porta-voz da liberdade democrática em canções intituladas músicas de protestos.
Oriunda dos festivais, a MPB, na década seguinte, consagra-se como forma característica dos centros urbanos, que passam a atrair e reunir compositores e intérpretes até então espalhados pelo Brasil.
Nos anos 80 a Música Popular Brasileira alcança êxito expressando variedades de gêneros e fusão de estilos como, por exemplo, o samba-canção e o pop. Marca essa época a interpretação de Sandra de Sá em “Demônio Colorido”, incorporando elementos da música erudita de vanguarda, do reggae e do funk. Este período tinha também como ícone Tim Maia.
O Rock Brasil mostra a sua cara!
Os sons eletrizantes das guitarras dão o tom ao Rock Nacional. Em letras e melodias, jovens roqueiros e bandas de rock que saíam das garagens, assumiam um papel importante no cenário musical brasileiro. Com um “som” divertido, exagerado, irônico e até ingênuo o rock firma-se no mercado com Rita Lee, Raul Seixas, Marina Lima, Lobão e bandas como Blitz, Barão Vermelho, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor e Legião Urbana. Contudo, o rock dos anos 80 trouxe variadas influências como, por exemplo, a do new wave e do punk.
A música do povo brasileiro transcende a um princípio de unidade geral. Letra, melodia, ritmo, som, pausa, voz e instrumentos a definem... No ecoar de todos os cantos tem sertanejo, tem baião, tem axé, tem toada, tem carimbó e até eletrônico. O Brasil é musical.
“O público do Sambódromo e da televisão será testemunha de um fato marcante do Carnaval de 2010: a escola de samba mais cantada pela música popular brasileira cantará a própria música popular brasileira. A Mangueira e a nossa música se abraçarão como dois seres que se amam e se amarão sempre. Imperdível.” (Sérgio Cabral)
Aplausos! Mangueira Estação Primeira... É a voz do samba, é a voz do gueto.
O som do gueto é samba-reggae que ecoa lá do Curuzu. É Timbalada, é o ritmo do Olodum, é Manguebeat! É Afro Reggae, é Funk’n’ Lata. Da Black Rio ao Funk Carioca. Do Charme ao Hip-Hop. É o som da Galera!
“A história da MPB é o retrato mais fiel da alma do Brasil. O grande caldeirão onde crepitam a miscigenação das três raças, capazes de produzir o mais belo conjunto de gêneros musicais e de compositores populares de que o mundo tem notícia. A Mangueira – tão íntima dessa história de que ela mesma é personagem desde Cartola e Jamelão – vai reproduzir na Avenida em 2010 a maior paixão dos brasileiros. E – sem dúvida – a melhor e mais estimulante de suas histórias, a da música popular.” (Ricardo Cravo
Albin).
O carnaval é o show! Os sambas-enredo são um espetáculo à parte na história da Música Popular Brasileira, e a Estação Primeira de Mangueira, tão cantada e exaltada na nossa música, foi e continua sendo fonte de inspiração de inúmeras composições, e citada em enredos de diversas agremiações, estende seu manto verde e rosa neste encontro mágico e universal chamado Carnaval.
Na verde e rosa de Cartola, cabem todos os ritmos. Sua bateria, inconfundìvel, é o próprio “batidão”. Todo mundo reconhece, ao longe, e é ela quem anuncia: A Mangueira, chegou.