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O Contrabaixo. Por Luiz Alves

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Academic year: 2021

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Por Luiz Alves

Ensaio elaborado especialmente para o projeto Músicos do Brasil: Uma Enciclopédia, patrocinado pela Petrobras através da Lei Rouanet

O contrabaixo é um cordofone tocado com arco (geralmente em música erudita). E com os dedos (Pizzicato) na musica popular. Suas cordas, da mais aguda a mais grave possuem a seguinte afinação: Sol, Ré, Lá, Mi.

Há também, baixos de 5 cordas com uma corda a mais Si (mais grave) ou Dó (mais aguda)

CRAVELHAS ESTANDARTE BRAÇO CAIXA ACÚSTICA SAÍDA DE SOM CAVALETE OU PONTE ESPIGÃO ARCO ROTUNDA ESPELHO

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Copyright © 2008-2009 - Luiz Alves – Todos os direitos reservados.

A HISTORIA DO CONTRA-BAIXO

O surgimento do contra-baixo, originalmente, remonta no século XV a partir de meados do século XVIII. Atribuí-se a Domenico Dragonetti a introdução do contra-baixo de 3 cordas nas orquestras. Já no século XIX começou a ser usado o de quatro cordas, fazendo com que o instrumento desse um efeito mais virtuoso no apoio á sonoridade mais grave nas orquestras.

O contra-baixo pelo seu registro extremamente grave, raramente possui uma função solística, dando mais apoio a harmonia.

Obs: As cordas eram feitas de tripa de carneiro.

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Copyright © 2008-2009 - Luiz Alves – Todos os direitos reservados. O CONTRABAIXO NA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

No começo do século XIX, tempo de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Patápio Silva e outros, as músicas e ritmos eram o maxixe, o chorinho, marcha rancho e músicas de carnaval. O movimento musical da época, chamado “Chorões” era com a seguinte formação:

Violões, flauta, cavaquinho, banjo, bandolim e muita percussão como, pandeiro, chocalho, reco-reco, ganzá, caxixi, bumbos, etc...

Anos mais tarde, Pixinguinha forma o famoso grupo “Os oito batutas” (sem contra-baixo) usando, ele próprio o violão de 7 cordas ou Tuba em determinados arranjos.

Orquestra de Pixinguinha já com o contra-baixo (www.Pixinguinha.com.br)

Durante a década de 20, no Rio de Janeiro e São Paulo, chegava a tecnologia da comunicação, e o rádio dava seus primeiros passos. Os equipamentos ainda eram muito precários, mas o rádio era o principal meio de comunicação.

Antes dessa inovação, Radamés Gnattalli, sendo um músico de formação erudita, começou a usar o contra-baixo acústico em seu grupo para tocar nos cinemas mudo (p. ex. Cine Colombo).

E mais tarde na rádio nacional, Radamés (no piano) contava com grandes músicos: Zé Menezes (violão, viola caipira e cavaquinho), Garoto (Violão), Bola Sete (violão), Luciano Perroni (Bells, Tímpanos e Bateria), Pedro Vidal (contra-baixo), Chiquinho (Acordeon) e na percussão, João da Baiana (Pandeiro e Caixeta), como podemos ver nas fotos seguintes:

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Copyright © 2008-2009 - Luiz Alves – Todos os direitos reservados.

ORQUESTA DA RÁDIO NACIONAL (www.radamesgnattali.com.br - 2008)

QUINTETO RADAMÉS GNATTALI (www.radamesgnattali.com.br - 2008)

Na discografia de suas obras, como Recordando, Cabuloso, Estilo de vida, Tristonho etc..., a formação do conjunto era outra, com: Oswaldo Alves, (contra-baixo) Luperce Miranda, (Bandolim) Bonfiglio de Oliveira, (Trompete) Rogério Guimarães, (Violão) Luiz Americano (Sax alto e clarineta) e Antenógenes (Acordeon).

A década de 50 ainda era enriquecida por outros grandes músicos que influenciaram gerações como: Jacob do Bandolim, Orquestra Tabajara do Severino Araújo, Luiz Gonzaga “o Rei do Baião” e o conjunto Época de Ouro com Dino (sete cordas), Meira (Violão 6 cordas), Orlando Silveira (acordeon), Altamiro Carrilho (flauta) e Gilson (Pandeiro)

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Copyright © 2008-2009 - Luiz Alves – Todos os direitos reservados. A música Brasileira já estava começando a ficar com forte influência da música americana e de suas grandes orquestras (Big Bands). Na década de 50 fervilhava no Rio de Janeiro (ainda Distrito Federal), principalmente na Zona Sul, um movimento de revitalização da música brasileira. Existiam muitas casas noturnas e “Dancings” com música ao vivo. E todos os grupos, orquestras, etc.., contavam com o contra-baixo. Entretanto, os baixistas não conseguiam uma boa performance por não haver a devida amplificação do som, tornando-o assim, um instrumento apenas para representação em palco (pura composição estética).

Somente os baixistas que tocavam em rádios, orquestras e gravações, como Pedro Vidal, Oswaldo Alves, Juvenal, tinham, de fato, o conhecimento e técnica do instrumento.

Mais tarde, surgia no meio musical, a família Marinho, com os baixistas Jorge (tocava com Pixinguinha, Waldir Azevedo e outros) Luiz e Tião Marinho (Orquestra do maestro Cipó, Guerra Peixe, Carioca e outros). Todos os três eram muito solicitados para gravações e shows.

Com a invenção dos “captadores de som” (vide figura abaixo), junto com a amplificação, aumentou-se também a responsabilidade do contra-baixo na música. Trazendo á tona os verdadeiros baixistas.

Na figura abaixo estão alguns captadores de fabricação americana. O som é transmitido pela vibração das cordas no cavalete.

Tipos de Captadores:

Underwood Fisherman Ashworth

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Copyright © 2008-2009 - Luiz Alves – Todos os direitos reservados. captador Wilson

“A música popular brasileira ganhou prestígio internacional no inicio dos anos 60, quando a bossa nova foi adotada pelos músicos de jazz americanos e tornou-se um fenômeno mundial. Esse sucesso surpreendeu até os brasileiros mais otimistas. Durantes os anos dourados da bossa nova proliferaram os pequenos conjuntos instrumentais, em sua maioria trios que atuavam nos quatro clubes do lendário Beco das Garrafas. A Bossa Nova estimulou o aparecimento de várias gerações de músicos, cuja grande maioria foi influenciada pelo jazz, adotando a improvisação jazzística sobre o então novo ritmo brasileiro, desenvolvendo uma amálgama apropriadamente denominada Samba-Jazz” (Por José Domingos Raffaelli na

contra-capa do CD do Sambajazz trio).

Com a influencia do Jazz, outros grupos de música instrumental surgiram, tais como o “Turma da Gafieira” com Sivuca (acordeon), Baden (Guitarra), Édson Machado (Bateria), Jorge Marinho (contra-baixo), Raulzinho (trombone de písto), Britinho (Piano), o quinteto “JT Meirelles e os Copa 5” com Meirelles (Sax e Flauta), Manoel Gusmão (contra-baixo), Pedro Paulo (trompete), Luiz Carlos Vinhas e Almir Deodato (piano), Doum Romão e Edson Machado (bateria), Menescal e Waltel (guitarra); e Sérgio Mendes com o Sexteto “Bossa Rio”com os músicos: Sergio Mendes (Piano), Tião Netto (Baixo), Edson Machado (Bateria), Maciel (Trombone) e Raúl de Souza (Trombone de Písto) obs: Este movimento Samba Jazz, como dizem os músicos, não tinha “canário” (cantor) era apenas instrumental. Nascendo assim, o movimento musical chamado “Samba Jazz “com uma música mais sofisticada com improvisações e etc.

A partir dos anos 60 no Brasil, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, com o sucesso mundial da Bossa Nova, surgiram os Trios (Piano, Contra-baixo e Bateria). Os que mais se destacaram foram:

- Tamba trio => Luizinho Eça (Piano), Bebeto Castilho (contra-baixo e flauta) e Elcio Milito (Bateria) - Bossa 3 => Luiz Carlos vinhas (Piano), Otávio Bailly (Contra-baixo) e Ronei Mesquita (Bateria) - Milton Banana Trio => Wanderley (Piano), Azeitona (contra-baixo) e Milton (bateria)

- Zimbo Trio => Amilton Godoy (Piano), Luiz Chaves (contra-baixo) e Rubinho Barsotti (Bateria)

- Sambalanço Trio => César Mariano (Piano), Claiber (Contra-baixo) e Ayrto Moreira (Bateria) - Copa Trio => Dom Salvador (Piano), Manuel Gusmão (Contra-baixo) e Doum Romão (Bateria)

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Copyright © 2008-2009 - Luiz Alves – Todos os direitos reservados. E vários outros trios que fizeram sucesso na época.

A partir daí, o contra-baixo passa a ser mais significativo, e assim se destacar mais no cenário musical, popularizando-se, definitivamente na música Brasileira.

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Copyright © 2008-2009 - Luiz Alves – Todos os direitos reservados.

Agradecimentos:

Severino Filho e Badeco (Os Cariocas), João Samuel, João Donato, Aparecida Gusmão, Alberto Chimelli, Fátima (esposa) e Luizinho (filho).

Bibliografia:

CABRAL, SÉRGIO. Pixinguinha - Vida e obra, Rio de Janeiro: Ed. Lidador – 1980.

VIEIRA, JONAS. Orlando Silva – O cantor das multidões, Rio de Janeiro: Ed. Funarte – 1985.

CABRAL, SÉRGIO. No tempo de Ari Barros, Petrópolis - RJ: Ed. Lumiar – 1993.

BARBOSA, VALDINHA & DEVOS, M. ANNE. Radamés Gnattali – O eterno experimentador, Rio de Janeiro – RJ: Ed. Funarte – 1985. Sites Pesquisados: <http://www.luthier.com.br> Disponibilizado em 5/02/2008 <http://pt.wikipedia.org> Disponibilizado em 3/02/2008 <http://www.abcmusical.com.br> Disponibilizado em 3/02/2008 <http://www.angelfire.com/ak/marcosenrique/historia.html> Disponibilizado em 17/01/2008.

Referências

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