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FERRAMENTAS DE CONTROLE AMBIENTAL UTILIZADAS POR FÁBRICAS DE CELULOSE E PAPEL

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FERRAMENTAS DE CONTROLE AMBIENTAL UTILIZADAS POR FÁBRICAS DE CELULOSE E PAPEL

Ana Luiza Fávaro Piedade e Tatiana Heid Furley APLYSIA Ass. e Cons. Ltda., Av. Américo Buaiz,

501, Ed. Victoria Office Tower, Torre Norte, S. 915. Vitória – ES, Brasil, CEP 29.050.911

e-mail: ana@aplysia.com.br e-mail: tatiana@aplysia.com.br

RESUMO

Já se sabe que, na produção de celulose existe a formação de uma grande variedade de compostos que podem causar efeitos adversos aos organismos. Por exemplo, os constituintes naturais da madeira (fenóis, ácidos graxos e resínicos), presentes principalmente no licor, podem ser um dos responsáveis pela toxicidade. As dioxinas e os furanos (organoclorados), encontrados em efluentes do branqueamento à base de cloro e/ou dióxido de cloro, são indutores potenciais da atividade EROD. Sendo assim, torna-se bastante importante o tratamento destes efluentes. Indústrias do setor de celulose e papel geralmente possuem um tratamento do tipo biológico para tratar seus efluentes. Entretanto, existe uma grande dificuldade para se obter e/ou manter o tratamento em elevadas eficiências. Para que o efluente final seja lançado no corpo receptor devidamente tratado deve-se levar em consideração algumas ferramentas de controle do mesmo. O presente trabalho apresenta algumas das ferramentas que têm sido bastante utilizadas no mundo por fábricas de celulose de eucalipto, tais como:

1. Balanço da toxicidade dos efluentes setoriais – com esta ferramenta pode-se identificar qual(is) o(s) efluente(s) que contribui(em) com maior toxicidade para os microrganismos da ETE (Estações de Tratamento de Efluentes);

2. TIE (Toxicity Identification Evaluation) – esta técnica permite identificar o composto ou o grupo de compostos, dentro do efluente, responsável (s) pela toxicidade do mesmo e com isso, se tomar providências mais direcionadas;

3. Monitoramento dos microrganismos da ETE – o sistema de tratamento secundário de efluentes é um processo biológico, onde principalmente as bactérias e protozoários oxidam a matéria orgânica, em um tanque de aeração, no qual o efluente é lançado. A eficiência do tratamento é diretamente dependente destes organismos. Mas, a riqueza e a densidade dos mesmos variam em função do ambiente em que se desenvolvem, isto é, dos parâmetros físico-químicos. A natureza da microfauna presente é característica da temperatura, da idade do lodo, da saprobicidade, do nível de qualidade da água, da quantidade de matéria orgânica biodegradável, da toxicidade do efluente e etc. (CETESB, 1992; Jenkins et al., 1993; Furley et al., 2001). Assim as análises microscópicas dos flocos biológicos, dos protozoários e das bactérias filamentosas presentes no efluente vêm sendo utilizadas como ferramenta de ajuda no controle e operação de Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) em vários países, como Estados Unidos, Itália, Dinamarca, Austrália, Alemanha e Brasil.

4. Testes de toxicidade do efluente tratado – ferramenta utilizada para identificar a eficiência do tratamento secundário e qualidade do efluente a ser lançado no corpo receptor;

5. Estudos de monitoramento no corpo receptor 5.1 – Biodiversidade bentônica do corpo receptor;

5.2 – Estudo de bioacumulação em moluscos - através da utilização de moluscos bivalves marinhos e de água doce, pode-se monitorar a qualidade ambiental de efluentes setoriais e corpos receptores quanto à presença de contaminantes organoclorados, metais pesados, pesticidas, coliformes fecais, dentre outros. Os moluscos bivalves são excelentes bioindicadores, pois podem bioacumular o contaminante em concentrações de 1.000 a 10.000 vezes superior a da água, fornecendo como resultado a média dos últimos dias e não uma resposta pontual.

5.3 – Testes de toxicidade do sedimento adjacente ao ponto de lançamento do efluente no corpo receptor.

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1 INTRODUÇÃO

Já se sabe que, na produção de polpa de celulose existe a formação de centenas de compostos diferentes que podem causar efeitos adversos aos organismos aquáticos e muitos que são ainda desconhecidos (Pacheco e Santos, 2002 e Pellinen et al., 1993 ). Uma pesquisa realizada por Gaete et al. (2000), mostrou que fábricas de celulose provocam efeitos nos organismos aquáticos de diferentes níveis tróficos, e numerosas publicações em todo mundo tem indicado que efluentes de fábricas de celulose e papel podem afetar vários aspectos da reprodução dos peixes e ainda rompimento de sistemas bioquímicos, fisiológicos e anormalidades morfológicas e deslocamentos na estrutura das populações de peixe e invertebrados bentônicos (Martel, Kovacs e Voss, 2003). Por isso, segundo Sibley et al. (1997), a indústria de celulose e papel vem aumentando suas ações com respeito às práticas de proteção ambiental, enfocando principalmente o ambiente aquático.

Segundo Gaete et al. (2000), o controle de qualidade da ecotoxicologia de efluentes industriais baseados nos compostos químicos individuais não garante uma proteção adequada a vida aquática. Gallardo et al. (1996) cita que a presença do próprio composto químico, não serve para predizer seus efeitos biológicos quando as interações aditivas ou sinergéticas que ocorrem entre os componentes de uma mistura, quando os componentes tóxicos não são conhecidos e a caracterização química não tenha sido realizada, sendo necessário realizar análises mais minuciosas.

Testes de toxicidade consistem da exposição direta de organismos aos efluentes e a observação ou não de efeitos crônicos sobre os mesmos. Assim sendo, o uso de bioensaios permite a análise de efeitos potenciais de efluentes sobre o ambiente (Gallardo et al., 1996).

Dessa forma, é de suma importância considerar a avaliação ecotoxicológica na avaliação da qualidade do efluente de fábricas de celulose.

2 METODOLOGIA

Pensando na melhoria ou manutenção da qualidade do efluente tratado e do corpo receptor algumas ferramentas de controle de efluente e/ou do corpo receptor tem sido bastante utilizadas no mundo por fábricas de celulose de eucalipto, sendo elas:

2.1 Balanço da toxicidade dos efluentes setoriais

Segundo Scroggins (1986), existem duas básicas abordagens usadas na redução da toxicidade na indústria de celulose e papel: o controle interno ou externo da planta. O controle interno geralmente envolve a prevenção de perdas na fonte recuperando e/ou reduzindo os transbordos, drenagens ou fechando o circuito de água. O controle externo como tratamento primário e secundário trata o efluente a partir do momento que ele deixou a planta. Segundo o mesmo autor, controles internos são geralmente preferidos sobre os controles externos, pois o primeiro traz alguns retornos no investimento como a recuperação de fibras, químicos e energia. Além disso, em muitos casos, quando não se tem o controle interno de seus efluentes, como por exemplo, uma drenagem, estes podem chegar até a ETE (Estações de Tratamento de Efluentes) muito tóxicos e causar impactos nos microrganismos responsáveis pelo remoção de matéria orgânica, trazendo como conseqüência a redução da eficiência do tratamento (Furley et al., 2002). No trabalho realizado por Furley et al. (2003), que submeteu os diversos efluentes setoriais da indústria de celulose Aracruz Celulose no Brasil, a testes de toxicidade com MICROTOX, com a alga Skeletonema costatum e com o ouriço Echinometra lucunter, foi possível identificar os efluentes setoriais que contribuíam com maior toxicidade para os microrganismos da ETE da fábrica em questão. Com isso pôde-se tomar medidas mais direcionadas para melhorar a performance dessa ETE.

2.2 TIE (Toxicity Identification Evaluation)

O TIE é um procedimento que foi desenvolvido pelo EPA, em 1980, para caracterizar e identificar toxinas em amostras ambientais (Boucher e Watzin, 1999; Burgess et al., 2000 e 2003). De acordo com Cook et al. (1998), o EPA tem procedimentos para conduzir TIEs crônicos ou agudos em efluentes não tratados que tem sido a base para a maioria das investigações de TIE para dados de efluente não tratado. O guia do EPA descreve três partes do TIE que têm sido utilizadas. Fase I, envolve caracterização de grupo ou grupos de contaminantes que contribuem para a toxicidade. Na

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Fase II toxinas específicas que podem ser as responsáveis pela toxicidade são identificadas. Finalmente na Fase III vários testes são usados para confirmar que a toxicidade observada na Fase II é a causa da toxicidade observada na Fase I. De acordo com King et al. (2000) e Baummer et al. (2000), o TIE tem se provado valioso por caracterizar e identificar toxicidade em efluentes e águas de corpo receptor.

Pedroso e Rachid (2003) mostraram que a identificação das classes de compostos ou dos compostos individuais responsáveis pela toxicidade de uma amostra representa um grande avanço para a área de controle ambiental, pois possibilita que a escolha de uma ou mais tecnologias para o tratamento de efluentes seja baseada em informações sobre os principais compostos responsáveis pela toxicidade, e não somente por aqueles apresentando as maiores concentrações.

Tradicionalmente, a opção por um determinado tipo de tratamento de efluentes é realizada em função das suas características físicas e químicas, visando seu enquadramento na legislação vigente. No entanto, muitos efluentes, após terem sido submetidos a tratamento convencional, ainda exibem toxicidade remanescente. Nesses casos, recomenda-se a realização de um estudo de redução da toxicidade, onde o estudo de identificação é um dos componentes principais, para investigar as causas da toxicidade e possibilitar a adoção de medidas que venham a melhorar a qualidade do efluente final (Pedroso e Rachid, 2003). Essas medidas podem abranger, desde a substituição de produtos utilizados durante o processo de produção, até modificações no sistema de tratamento implantado (Cook et al., 2003).

Segundo Araki et al. (1997) o estudo de TIE também foi desenvolvido em fábricas japonesas de celulose e papel. No Japão, em função do aumento da consciência ecológica da população, acredita-se que no futuro próximo os testes de toxicidade acredita-serão usados como item de restrição pelo governo. Várias fábricas de celulose e papel no mundo já realizaram testes de TIE em função das exigências dos órgãos ambientais ou simplesmente já prevendo futuras tendências. Furley et al. (2004), desenvolveu o TIE nos efluentes setoriais da fábrica de celulose Cenibra S/A no Brasil, identificando o grupo de compostos que mais contribuem com a toxicidade do efluente geral dessa fábrica. Com os resultados encontrados, medidas mais direcionadas para redução da toxicidade na ETE puderam ser tomadas.

2.3 Monitoramento dos microrganismos da ETE

O sistema de tratamento secundário de efluentes é um processo biológico, onde principalmente as bactérias e protozoários oxidam a matéria orgânica, em um tanque de aeração, no qual o efluente é lançado. A eficiência do tratamento é diretamente dependente destes organismos. Mas, a riqueza e a densidade dos mesmos variam em função do ambiente em que se desenvolvem, isto é, dos parâmetros físico-químicos. A natureza da microfauna presente é característica da temperatura, da idade do lodo, da saprobicidade, do nível de qualidade da água, da quantidade de matéria orgânica biodegradável e etc. (CETESB, 1992; Jenkins et al., 1993; Furley et al., 2001). Segundo Schade e Lemmer (1994), a densidade de protozoários e bactérias que pertencem a cada diferente grupo é importante para entender a performance do lodo ativado e sua atividade. Furley et al. (2001) cita que os compostos tóxicos podem resultar em significantes reduções no número de uma particular população de bactérias do tratamento secundário tendo como resultado, a alteração da eficiência de biodegradação de substâncias e da qualidade final do efluente tratado. Outros compostos, como por exemplo, os facilmente biodegradáveis ou os à base de enxofre, podem proporcionar a proliferação de bactérias filamentosas causando o fenômeno do Bulking, acarretando problemas na sedimentação do lodo biológico e gerando um efluente final com alta turbidez e concentração de sólidos (Jenkins et al, 1993). Para assegurar e melhorar a estabilidade e a eficiência dos processos biológicos na ETE, é necessário se ter um melhor conhecimento das condições físico-químicas e biológicas do processo de tratamento secundário, bem como identificar as principais causas do seu desequilíbrio (Furley et al., 2001). No trabalho realizado por Furley et al. (2001) em uma fábrica de celulose no Brasil a análise microbiológica, que normalmente é negligenciada nas ETEs, serviu como importante ferramenta de identificação das fontes de contaminantes que são tóxicos aos organismos, bem como o efeito que estes causam indiretamente na qualidade do efluente, quando a fábrica está em período de parada geral ou quando esta sofre boil-out ou drenagens esporádicas. Através do monitoramento semanal dos microrganismos do efluente da fábrica de celulose Lwarcel S/A no Brasil realizado por Piedade et al. (2004) pôde-se ajudar a aumentar a eficiência e melhorar a performance da ETE dessa fábrica através da identificação da espécie de bactéria filamentosa que estava causando Bulking e provocando perda de lodo no decantador secundário nessa ETE. Piedade e Furley et al. 2003, através do monitoramento microbiológico semanal do efluente da fábrica de celulose Cenibra S/A,

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conseguiram uma economia de R$ 140.000,00 por ano reduzindo o uso de polímeros, uma vez que, através do monitoramento microbiológico foi possível melhorar a qualidade e sedimentabilidade dos flocos biológicos.

Dessa forma, o monitoramento microscópico dos flocos biológicos, dos protozoários e das bactérias filamentosas presentes no efluente vem sendo utilizado como ferramenta de ajuda no controle e operação de Estações de Tratamento de Efluentes em vários países, como Estados Unidos, Itália, Dinamarca, Austrália, Alemanha e Brasil, contribuindo para reduções de custos na operação, como adição de polímero, de nutrientes, aeração, descarte de lodo, entre outros.

2.4 Testes de Toxicidade no Efluente Tratado

Segundo Gallardo et al, (1996), a simples análise da concentração de cada substância presente em um efluente não permite a avaliação de efeitos sinergísticos, aditivos ou antagônicos ocasionados pela combinação das substâncias existentes. De acordo com o mesmo autor, o uso de bioensaios permite a análise de efeitos potenciais de efluentes sobre o ambiente. Estes consistem da exposição direta de organismos aos efluentes e a observação ou não de efeitos crônicos sobre os organismos. Embora não representem uma repetição exata da situação natural, estes testes fornecem informações sobre a toxicidade relativa de um efluente e órgãos atingidos pelos seus efeitos. Testes crônicos ou testes de toxicidade de ciclo de vida completo são projetados para expor todos os estágios de ciclo de vida de um organismo teste (gametas, ovos, estágios embrionários, larvas e adultos) a uma faixa de concentração que inclua a limiar do efeito subletal.

Já se sabe que, na produção de polpa de celulose existe a formação de uma grande variedade de compostos que podem causar efeitos adversos aos organismos. Segundo Ahtiainen et al. (1996) e Brumley et al. (1997) os constituintes naturais da madeira (fenóis, ácidos graxos e resínicos), presentes principalmente no licor, podem ser os responsáveis pela toxicidade. Hewitt et al. (1996) cita que as dioxinas e os furanos (organoclorados), encontrados em efluentes do branqueamento à base de cloro e/ou dióxido de cloro, são indutores potenciais da atividade EROD. Já Kinae et al. (1981) acredita que tanto os extrativos naturais da madeira quanto os organoclorados são os vilões da toxicidade do efluente geral de uma fábrica de celulose.

Sibley et al. (1997), citou que no Canadá, teste de toxicidade no efluente representa um componente integral do programa dirigido para monitorar mudanças nas características do efluente quanto à implementação de novas tecnologias no processo. Além disso, teste de toxicidade no efluente é usado para avaliar a conformidade da fábrica de celulose quanto à legislação existente.

Kovacs et al. (2003), comenta que algumas fábricas no Canadá têm sido reguladas pela toxicidade do efluente desde 1972, mas, desde janeiro de 1996, emendas fizeram o limite regulatório mais estrito e aplicável para todas as fábricas. A toxicidade é determinada usando teste truta (Oncorhynchus mykiss) e Daphnia magna. Os testes são feitos uma vez por mês com truta e uma vez por semana com D. mangna.

De acordo com Furley et al. (2001), os compostos tóxicos podem resultar em significantes reduções no número de uma particular população de bactérias do tratamento secundário tendo como resultado, a alteração da eficiência de biodegradação de substâncias e da qualidade final do efluente tratado. Assim sendo, os testes de toxicidade são ferramentas biológicas úteis para se avaliar a qualidade de efluentes de fábricas de celulose Kraft, bem como mudanças na qualidade deste efluente em função de alterações no processo (Dube & MacLatchy, 2000).

2.5 Estudos de Monitoramento no Corpo Receptor 2.5.1 Biodiversidade bentônica do corpo receptor

Macroinvertebrados bentônicos são os organismos que vivem no fundo e que geralmente habitam substratos por uma parte do seu ciclo de vida. Neste habitat, esses organismos colonizam em diferentes lugares, tais como plantas, pedras, sedimentos arenosos e lamosos. Segundo Landim (2003), a avaliação dos organismos ou da comunidade constitui uma importante ferramenta para caracterização da qualidade da água. Uma vantagem do uso desses organismos é que eles refletem todos os impactos ambientais, os quais podem resultar em uma modificação na estrutura da comunidade. Essa ferramenta tem sido amplamente usada na avaliação de impactos ambientais e avaliação das causas tais como fatores naturais ou aqueles de origem antropogênica.

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Dentre os diversos estudos biológicos, o de bentos funciona como excelente indicador, pois esses organismos encontram-se em contato direto com o sedimento, que em geral é o local de deposição da maioria dos contaminantes (Sundelin e Eriksson, 1996).

Parker e Smit (1997) citaram que o efeito mais comum das fábricas de celulose é uma diminuição no número de espécies e um aumento no número de organismos do corpo receptor de seu efluente e Prilha e Lanti (2000), indicaram que isso se dá primeiramente devido a eutrofização causada pelo excesso de nutrientes no efluente da fábrica de celulose.

No Brasil, desde 1978 a indústria de celulose Aracruz Celulose S/A realiza diversos estudos na área de influência do lançamento de seu efluente, como por exemplo, os estudos de monitoramento biológico no ambiente marinho (tanto no costão quanto na massa de água). O objetivo desse estudo é verificar eventuais modificações ambientais que poderão ser causadas pelo efluente. Esse trabalho faz uma amostragem qualitativa e quantitativa dos bentos, calculando a diversidade, riqueza e abundância relativa desses organismos todos os anos, no inverno e no verão. Como resultado desse trabalho a indústria verificou que no costão rochoso, as comunidades bentônicas da zona entremarés, não mostraram efeitos diretamente atribuíveis aos efluentes lançados no emissário submarino da Aracruz Celulose (Furley et al., 1996). Assim sendo, através do monitoramento dos organismos bênticos a fábrica consegue visualizar os impactos negativos e/ou positivos de possíveis mudanças no processo industrial ou até mesmo de ampliação da produção, sob o meio ambiente.

2.5.2 – Estudos de Bioacumulação em Moluscos

Dentre vários contaminantes que podem ser lançados em um efluente, os POPs (metais pesados, organoclorados, PCBs, etc.) devem ser observados com atenção. Não são biodegradáveis, persistem na natureza por um longo período de tempo, são tóxicos aos organismos vivos em determinadas concentrações (Mhatre, 1991), e podem ser incorporados na cadeia trófica (Baby e Menon, 1987).

Phillips (1980) observou três métodos básicos para se quantificar estes contaminantes: 1) estudos de níveis na água; 2) no sedimento; 3) em membros da biota. A análise de poluentes na água é custosa e trabalhosa, além do que, existe uma extrema variação temporal nos níveis de concentração presentes, devido às correntes, marés e chuvas. Um outro problema envolve a estimativa da parte biodisponível desses contaminantes presente na água (Phillips, 1980). Quanto à análise do sedimento, esta também não permite o conhecimento da fração biodisponível. Devido a essas desvantagens na análise na água e no sedimento, os organismos bioindicadores têm sido bastante estudados e utilizados (Phillips, 1980). A maior vantagem do uso de bioindicadores é poder medir os poluentes biodisponíveis diretamente, sem precisar efetuar estudos sobre todas as espécies químicas presentes no meio. As coletas podem ser feitas em intervalos de tempo convenientes e dão uma indicação da quantidade de poluente de uma maneira integrada, mesmo que os lançamentos sejam intermitentes (Watling e Watling, 1979); e finalmente, alguns organismos têm a capacidade de acumular poluentes a taxas de mil a dez mil vezes a concentração encontrada na água, fornecendo como resultado a média dos últimos dias e não uma resposta pontual (Salazar e Salazar, 1998). Os moluscos bivalves são os organismos bioindicadores mais comumente usados no estudo desses compostos. Através da utilização de moluscos bivalves marinhos e de água doce como ferramenta da qualidade do ambiente, pode-se monitorar a qualidade ambiental de corpos receptores quanto à presença de contaminantes organoclorados, metais pesados, pesticidas, coliformes fecais, dentre outros (Kirnaghan et al., 2003).

Furley et al. (2003), cita que nos anos de 1996 e 1997, um experimento “in situ” de bioacumulação utilizando mexilhões, foi conduzido na região de lançamento do efluente de uma fábrica de celulose no Brasil, o qual demonstrou que havia pequena bioacumulação de organoclorados no local, mas esta contaminação aumentou levemente com a implementação produção STD e significativamente nas paradas gerais para a manutenção, situação em que ocorre a drenagem do residual contido nos tanques e linhas (Furley e Carvalho, 2000). Como resultado desse trabalho, a fábrica implementou um programa de drenagem industrial dos efluentes durante as paradas gerais para manutenção, o que contribuiu em muito para a melhora da qualidade do efluente durante o período de parada para manutenção da fábrica.

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2.5.3 - Testes de toxicidade do sedimento adjacente ao ponto de lançamento do efluente no corpo receptor

É sabido que, uma vez no ambiente, os compostos presentes no efluente podem se complexar ao material em suspensão na água e então se depositarem e acumularem no sedimento. Kukkonen (1992) observou que os poluentes orgânicos lipofílicos de efluentes de fábricas de celulose podem se ligar ao material orgânico dissolvido na água e/ou a moléculas de clorolignina (maior subproduto da polpa branqueada com cloro; peso molecular superior a 1000). Segundo Chapman (1990), Sundelin e Eriksson (1996 e 1998) e Hämäläinen (2000), muitos contaminantes, possuem a característica de se ligar quimicamente ou adsorver fisicamente a sedimentos não-consolidados por até longos períodos de tempo, dessa forma transformando os sedimentos em depósitos bastante enriquecidos quando comparado à água, podendo causar efeitos crônicos tanto aos organismos bentônicos ou epibênticos, como também a organismos que vivem indiretamente destes.

Alves e Oliveira (1994) citaram ainda que, embora levantamentos da concentração de poluentes no ambiente aquático, obtidos através de análises químicas, sejam muito importantes, estes, por si só, não fornecem informações sobre a disponibilidade destas substâncias ou sobre seu efeito potencial para a biota aquática. Hoje, sabe-se que muitos metais se ligam frequentemente ao sedimento ou aos materiais particulares, encontrando-se, assim, numa forma não disponível para exercer efeito tóxico sobre organismos aquáticos. Assim sendo, testes de toxicidade no sedimento do corpo receptor de efluentes é uma importante ferramenta para avaliar o real impacto do efluente na vida aquática.

3 CONCLUSÃO

Pode-se concluir então que, todas as ferramentas de avaliação da qualidade do efluente e do corpo receptor, acima comentadas, mostraram-se muito eficazes, pois se utilizam da avaliação do efluente de entrada, do efluente tratado, do sedimento e dos organismos presentes no corpo receptor, que recebem a influência da descarga do efluente.

Utilizando-se das ferramentas balanço da toxicidade dos efluentes setoriais, TIE e monitoramento microbiológico da ETE, a fábrica consegue avaliar as melhorias e/ou mudanças tecnológicas no processo de produção bem como ampliações. Essas ferramentas permitem também a formulação de prognósticos em estudos de impacto ambiental nas situações de elevação de produção. Além disso, a fábrica pode tomar providências mais direcionadas quanto a problemas na performance da ETE, evitando assim, tentativas de mudança no processo industrial sem sucesso e consequentemente reduzindo custos. Outra vantagem é manter a qualidade do efluente nos padrões internacionalmente aceitos.

Realizando periodicamente teste de toxicidade do efluente tratado e estudos de monitoramento no corpo receptor a fábrica contribui para a manutenção da vida aquática e ainda demonstra ser uma empresa com ecovisão, o que contribui para a certificação de qualidade ambiental e ainda prepara a indústria para futuros questionamentos da comunidade.

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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Referências

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