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Dinho Valladares Alice

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Academic year: 2022

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Texto

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Alice

Uma adaptação do texto de Lewis Carroll

de

Dinho Valladares

(3)

© Dinho Valladares

Este livro ou qualquer parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.

Registrado na biblioteca nacional sob o n.- 686.007 Livro: 1.323 Folha: 494

Contato para liberação de montagem:

Cia. de Teatro Contemporâneo

Rua Conde de Irajá 253 – Botafogo – Rio de Janeiro/RJ Cep: 22271-020

teatro.secretaria@gmail.com

www.ciadeteatrocontemporaneo.com.br

+55 (21) 984141965

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Histórico:

Repleta de humor, músicas e cenas inusitadas, o espetáculo Alice, com direção de Dinho Valladares que contou com a direção musical de Sergio Roberto e coreografias de Aline Bourseau, foi escolhida para ser a montagem infantil deste segundo semestre de 2010 da Companhia de Teatro Contemporâneo, por se tratar de um clássico mundial. Esta peça também contou com cenários de Sidnei Vargas e figurinos de Fernanda Lima. No elenco:

Roberta Selitti, Carol Zétola, Tay Carrara, Guga Guimarães, Luciano Martins, Rayani Rodrigues, Luiza, João de Carvalho, Will Mancini, Thiago Furquim, Juka Garibaldi, Eliza Oliveira, Tatiane Albernaz, Marina Guedes e Sidnei Vargas.

A peça discute centralmente a transição de amadurecimento e crescimento e como as crianças lidam com isto. Mostrando o passar do tempo e como é importante seguir em frente.

Amor, solidariedade, cooperação, criatividade e responsabilidade são valores rapidamente identificados e abordados no texto da peça e nos diálogos entre os personagens.

Adicionadas a esses valores estão presentes características comportamentais como a persistência, a busca de soluções e relacionamentos interpessoais positivos.

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O autor

Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Ator, autor, diretor e produtor.

Montou a Cia. de Teatro Contemporâneo e tem representado o Brasil em vários encontros internacionais tais como Chicago (Chicago Improv Festival – Maior Festival de Improvisação do Mundo), Buenos Aires/AR, Córdoba/AR, Mendoza/AR, Santiago/CH, Cundinamarca/CO onde ganhou com a Cia. o título de primeiro lugar no festival sul- americano. Como formação fez Pós-Graduação em Teatro Musicado na Uni-Rio Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestrado em Teatro na mesma universidade alcançando conceito em sua tese final de Excelente com indicação para publicação. Como Diretor montou a Cia de Teatro Contemporâneo, que ganhou o título da prefeitura do Rio de Janeiro/BR de “Entidade de Utilidade Pública”, a qual dirige até hoje, uma das mais respeitadas do Rio de Janeiro. Como autor já escreveu 10 (dez) peças sendo que 7(sete) já foram a cena, além de adaptar três textos de Shakespeare. Como ator participou de mais de 30 (trinta) peças entre as quais se destacam “Jango, uma Tragédya”, de Glauber Rocha, com Cláudio Marzo e “Uma Rosa para Hitler” de Roberto Vignati com Francisco Milani, além de Adorável Hamlet e Adoráveis Romeu e Julieta, foi indicado como MELHOR ATOR no prêmio Mambembe em 1993. Como professor de teatro já deu aula na UFF - Universidade Federal Fluminense neste período organizou o Seminário de Produção Cultural no Centro Cultural do Banco do Brasil, e foi um dos fundadores do PURO- Nucleo da UFF em Rio das Ostras, além de lecionar por mais de vinte anos dentro da Cia.

de Teatro Contemporâneo é também o Coordenador do Curso Profissionalizante de Ator da Cia. que é reconhecido pelo Ministério da Educação do Brasil pela sua qualidade de ensino. Curso que conta com convênios de escolas de vários países do mundo.

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Dedicatória:

Essa peça é dedicada a minha filha Rebeca Bourseau Valladares que estava crescendo mais do que eu gostaria!!!

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Sinopse:

“Alice está entediada pois está cansada de velhas brincadeiras que já não a satisfazem mais.

Assim ao ver um coelho correndo resolve ir atrás afim de novas aventuras mais desafiadoras. Decide entrar no buraco onde o coelho se escondeu e lá encontra um mundo totalmente diferente onde maravilhas a esperam.

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Personagens:

Alice Ritinha Coelho Camundongo

Lagarta Chapeleiro maluco

Lebre Três Cinco

Sete Gato

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Alice no País das Maravilhas

(Tédio. A peça começa com uma floresta cheia de relógios que funcionam muito devagar. O tempo se mostra como um hipopótamo que custa a andar. Lentamente os ponteiros andam. Um numero que pode ser musical ou de cena muda com uma musica clássica que tenha haver com este clima. Cansada e entediada Alice conversa consigo mesma sobre a vida.)

Cena 1

A luz fechada mostra um relógio que trabalha bem devagar. Ouve-se vozes Ritinha – Alice!! Alice!!! Vamos brincar!!

Alice – Poxa Ritinha eu estou tão cansada

Ritinha – Ah Alice! Voce sempre gostou de brincar!

Alice – Eu to cansada!!

Ritinha – Já sei Alice vamos brincar de pic-pega! Ou quem sabe de amarelinha???

Alice – To cansada!!

Ritinha – Eu adoro brincar !!! As meninas acham que conseguem me vencer, mas eu sou muito esperta! Ninguém pode comigo! A Joana, por exemplo, é meio lenta! Não consegue nem correr direito, parece até uma lagarta! E o João se acha o menino mais corajoso da rua mas morre de medo da Mariana que se acha a rainha do pedaço. A gente podia chamar o Aurélio aquele menino é muito engraçado com aquele chapéu estranho. Podíamos chamar o Manuelzinho mas ele é todo certinho, para tudo tem hora, sempre fala assim: (copiando o manuelzinho) – “Já passou da hora da brincadeira!” . Ai a gente tem que falar: “ Só mais um pouquinho!”. E ai ele sempre fala: “É tarde, é tarde, é tarde é muito tarde!”. Não tem jeito Alice só temos nós para brincarmos!

Alice – Tô cansada!

Ritinha – Vou chamar então a Aline.

Alice – Vai mesmo! Vai brincar com ela vai! Ela parece até um ratinho!

Ritinha – Alice o que esta acontecendo com você? Voce sempre gostou de brincadeira agora esta toda cheia de cansaço. (copiando ela) to cansada!!!! Não quero!!!!! Que chato!!!

Alice – Não aconteceu nada!

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Ritinha – Você sempre gostou de brincadeiras, poxa Alice você nem parece a mesma de ontem!

Alice – Ritinha para de me chatear! Que chato este nhem! Nhem! Nhem!

Ritinha – Puxa Alice, você não gosta mais de brincar??

Alice – Tô cansada!!

Ritinha – Vamos brincar Alice!!! Pic parede!!! Boneca!! Policia Ladrão!! Pic Pega!! Galinha Choca!! Mamãe já vou!! Pula corda!!

Alice – NÃO!!! NÃO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ritinha – Você esta muito estranha!!! Tá parecendo até aquelas meninas mais velhas!!

Alice – Ritinha não enche!!!

Ritinha – Tá bem vou brincar com a Aline.

Alice – Vai mesmo. Vai brincar de gato e rato!!

Ritinha – Vou mesmo pelo menos ela não fica que nem você. (sai)

Alice – Estou cansada destas brincadeiras! Acho que a Carol muito chata e não agüento a voz da Ritinha! Sempre este mesmo Nhém Nhém Nhém!!! Parece que elas não se cansam!

Que chato!! Não quero mais brincar!! To cansada destas brincadeiras!! Sempre a mesma coisa!! Não quero mais!! (pausa) O que fazer?? Lá eu não vou!! Daqui a pouco esta na hora do almoço! Mamãe vai falar: (remendando ela) “ Alice vem comer!” Todo dia a mesma coisa, será que vai ser sempre assim? Vou ficar aqui paradinha para ver se acontece alguma coisa diferente!! Sei lá!! Quem sabe um coelho saindo da cartola! (fica em silêncio um tempo) que tédio! Que vida chata!

(de repente um barulho)

Alice – O que houve? Parece que esta chegando alguém!

(entra o coelho)

Coelho – É tarde, é tarde, é tarde é muito tarde!! Ai ai meu deus!! Ai ai meu deus!! É tarde é muito tarde!!

(Alice entra na frente dele)

Alice – Ei você é um coelho falante!!

Coelho – Muito esperta menina você adivinhou logo.

Alice – Mas eu nunca vi um coelho falante!

Coelho – Pois bem! Tudo tem sua primeira vez não é? Eis a sua!!

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Alice – Minha mãe é normal (pensativa) de vez em quando ela é um pouco anormal mas tudo dentro da normalidade, entende?

Coelho – (olha estupefato) Acho que você não é normal. Com licença eu prefiro ir, estou muito atrasado.

(Alice rouba o relógio do Coelho) Alice – é cedo

Coelho – é tarde

Alice – (enquanto corre com o Coelho atrás) Ainda é muito cedo!

Coelho – Mocinha o que é cedo para alguns é muito tarde para outros, me dê meu relógio logo, eu preciso ir!

(Alice corre do Coelho) Alice – é cedo Coelho – é tarde (coelho pega o relógio)

Coelho – É muito tarde tenho que ir!

Alice – Para onde?

(Coelho sai correndo e entra no buraco)

Coelho – Para frente!! Sempre para frente!!

(Alice sozinha fica olhando dentro do buraco)

Alice – Seu Coelho! Seu Coelho!! Para onde ele foi? Será que eu vou atrás dele? Mas se eu ficar aqui vou ficar fazendo o que? Brincando com a Carol de Bonecas? Ai como é chato!!

Se eu entrar neste buraco eu não sei o que tem lá dentro. Aqui eu sei, lá eu não sei. Ai Alice decida logo! Senão você nunca vai alcançar o coelho! Espera. Lembra que eu perguntei ao coelho para onde ele ia e ele falou. Em frente, é para onde eu tenho que ir!

Sempre em frente! Eu vou!!

(Alice pula no buraco) (cai)

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(chega em um salão suntuoso com uma mesa de centro, no meio da mesa tem uma geléia de laranja escrito no vidro, COMA-ME. Alice olhou para os lados e gritou)

Alice – Tem alguém aqui? Sr. Coelho, onde esta o Sr.? (nenhuma resposta) (gritou mais uma vez) Sr. Coelho onde esta o senhor? (olhou para a geléia e estava com fome , olhou para os lados e não viu ninguém, resolveu comer.) (BARULHO DE CRESCIMENTO) (De repente, Alice estava muito alta).

Meu deus como eu vou fazer estou enorme de uma hora para outra eu cresci. Só comendo esta geléia de laranja. Seu Coelho!! Por favor, me ajude! Por favor alguém me ajude!! Eu quero voltar para casa!!

(vê outro pote escrito Antídoto)

Alice – Será que se eu tomar este pote eu volto ao normal. (Alice bebe e começa a diminuir – fica pequenininha) (pode-se usar uma boneca para esta cena)

Alice – Meu deus eu fiquei mínima!! Será que eu nunca vou ser o que era? É melhor eu comer um pouco da geléia!! (come) (volta ao tamanho inicial)

Alice – Assim esta melhor!! Voltei ao tamanho normal. Meu deus!! Meu deus!! Como tudo esta esquisito hoje!! E ontem tudo era exatamente como de costume, será que fui eu que mudei a noite? Deixe-me pensar! Eu era a mesma quando me levantei hoje de manhã.

Estou quase achando que posso me lembrar de me sentir um pouco diferente. Mas se eu não sou a mesma, a próxima pergunta é: Quem eu sou? “ Ah, essa é a grande charada!”.

Tenho certeza que não sou a Bia pois os cabelos dela tem longos cachos, e o meu não tem cacho nenhum, também não sou a Ritinha, pois sei muita coisa e ela ... bem! Não sabe muito. Além do mais ela é ela e eu sou eu... Oh! Meu Deus! Como é complicado isto tudo!

Já decidi! Se na sou a Ritinha vou ficar aqui embaixo! Não vai adiantar nada eles enfiarem as cabeças para baixo: “venha para cima, querida!” Vou falar quem sou eu então? E se eu gostar de ser esta pessoa, vu subir. Se eu não gostar vou ficar aqui embaixo até ser outra pessoa.

(vê uma porta e o coelho aparece)

Coelho – É tarde ... é tarde ... é tarde é muito tarde!!

Alice – Coelho espera!!

(Coelho seguido por Alice passam pela porta)

(Luz acende – tudo brilha aparece um País maravilhoso) (Aparece um rato que a interrompe)

Alice – ô camundongo! Ô camundongo! Acho que é um camundongo francês, que veio com William, O Conquistador! Ou est ma chatte?

(O camundongo deu uma salto repentino)

Alice – O desculpe esqueci que você não gosta de gatos.

Camundongo – Não, gosto de gatos! Você gostaria se fosse eu?

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Camundongo – A minha família sempre odiou gatos, são vulgares, baixos e asquerosos!

Não quero ouvir esse nome de novo!

Alice – Não vou mais falar nisso. Você gosta de cachorros? Eles são doces, lindinhos ...(o rato vai se afastando dela e ela vai se aproximando) e adoram comer camundongos!

(o camundongo pula)

Alice – desculpa de novo!!

Camundongo – Silêncio por favor! A William o conquistador cuja causa era apoiada pelo Papa, logo se submeteu aos ingleses que careciam de lideres e estavam ultimamente acostumados a usurpação e a conquista Edwin e Morcar, os condes de Mercia e Northumbria!

(Alice olhou espantada)

Alice – Bom! Eu estava bem embaixo da arvore e de repente eu estou aqui. Gostaria de ir para casa.

Camundongo – Ir para casa é uma coisa muito difícil para qual casa você quer ir?

Alice – Para a casa amarela.

Camundongo – Amarela?

Alice – Bem! Meio esverdeada.

Camundongo – Poderia ser a vermelha?

Alice – Se ela ficar do lado da amarela, sim!

Camundongo – Hum! Temos que conversar com a lagarta. Ela foi amiga de William o conquistador!

Alice – Nossa, ela deve ser bem inteligente!

Camundongo – Sim. Ela é a mais sabia de todo o reino. Esta bem garotinha vou te ajudar a encontrar uma saída, ou uma nova entrada! Vamos!

(Saem andando e aparece o cogumelo e a lagarta) Lagarta – Quem é você?

Alice – Bem.. sou um pouco das pessoas que conheci, dos lugares que passei, das coisas que vivi, muito das que eu gostei..eu... eu... no momento exatamente quem sou eu não sei,

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minha senhora... pelo menos sei quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então!!

Lagarta – O que você quer dizer? Explique-se.

Alice - (um pouco irritada) – Acho que infelizmente não posso me explicar, minha senhora.

Porque já não sou eu entende?

Lagarta – Não entendo.

Alice – Receio não poder me expressar mais claramente.

Lagarta – Não é.

Camundongo – Cara Lagarta! Talvez a Sra. Ainda não se sinta assim mas quando se transformar numa crisálida e depois numa borboleta vai se sentir um pouco esquisita, não acha!

Lagarta – Um pouco!

Camundongo – Bem talvez seus sentimentos sejam diferentes.

Alice – O que sei é que eu iria me sentir esquisita.

Lagarta – Você? Mas quem é você?

Alice – Preciso dizer que, quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então. Você não tem nada a falar?

Lagarta – Não perca as estribeiras queridinha!! Então você acha que mudou não é?

Alice – Receio que sim, senhora!

Lagarta – Porque!

Alice – Porque não consigo me lembrar mais das coisas como antes!

Lagarta – Com qual mudança você quer ficar!

Alice – Não entendi.

Lagarta – Esta satisfeita agora!

Alice – Não sei!

Lagarta – Então siga em frente!!

Alice – Mas eu quero voltar para casa!

Lagarta – Querida! Não se pode voltar ao que se era! Você nunca mais será aquela menina antes de cair no buraco. Não se pode voltar o tempo! Ele vai sempre para frente! Nada acontece duas vezes da mesma maneira.

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Alice – Mas eu quero encontrar minha gata Dinah de novo, minha mãe e meu pai.

Lagarta – Ahhhhhh!!! De novo é possível!!

Alice – Como faço?

Lagarta – Basta seguir em frente!!!

Camundongo – Vamos Alice!! A Lagarta já esta cansada e precisa dormir!!

Alice – Vamos para onde?

Camundongo – Você ouviu a lagarta, vamos em frente!!

(começam a correr)

(de repente aparece um gato, o camundongo se assusta) Gato – Bom dia!!!

Alice – Bom Dia!! Sr. Gato, gostaria que não comesse o meu amigo camundongo.

Gato – Podem ficar tranqüilos pois já fiz a minha alimentação do dia!

Camundongo – A que bom!

Alice – Poderia me dizer por favor , que caminho devo tomar para sair daqui?

Gato – Isso depende bastante de onde você quer chegar!

Alice – Eu quero voltar para casa...quer dizer não sei bem!!

Gato – Se você não sabe aonde quer chegar então não importa que caminho você vai tomar.

Alice – Desde que eu chegue a algum lugar.

Gato – Oh! Você vai certamente chegar a algum lugar se caminhar bastante. A vida é muito longa Alice e você esta apenas no começo, tem tempo para ir na direção que seu coração mandar.

(Alice irritada procura outra forma de obter uma resposta) Alice – Que tipo de pessoas vivem por aqui?

Gato – Nesta direção mora um chapeleiro e nesta outra um coelho. Vá na direção que você quiser, ambos são loucos.

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Alice – Eu não ando com loucos.

Gato – você não tem como evitar somos todos loucos por aqui!

Alice – Eu não sou louca!

Gato – Dê o nome que quiser. Você vai jogar golfe com a Rainha hoje?

Alice – Gostaria muito mas não sei onde é.

Gato – Pois eu encontro você lá! Basta seguir em frente!!

(Alice e o camundongo saem correndo. Correm até encontrar numa mesa sentados o chapeleiro e o coelho.

Alice ao vê-los resolve pedir ajuda.)

Alice – Desculpe interromper o lanche dos Srs. Mas será que poderiam me ajudar?

Chapeleiro – Sr. Coelho, o Sr. poderia me passar o chá?

Coelho – Perfeitamente Sr. Chapeleiro!

Alice – Ai Meu Deus! Ninguém responde!

Chapeleiro – Você falou Deus?

Alice – Sim!

Chapeleiro – Mas se Deus é as flores e as arvores e os montes e o sol e o luar. Então acredito nele. Então acredito nele, então acredito nele a toda hora e minha vida é uma oração e uma missa.

Coelho – Foi você que escreveu isso?

Chapeleiro – Não Fernando Pessoa

Coelho – Ah Bom! Poderia me passar uma torrada!

Alice – Poderia me sentar!

Chapeleiro – Não há lugar!

Coelho – Não há lugar!

Alice – Há muito lugar!

(senta-se)

Coelho – Tome um pouco de vinho.

Alice – Não estou vendo nenhum vinho.

Coelho – Não há!

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Alice – Não sabia que a mesa era sua. Esta posta para mais de três pessoas.

Chapeleiro – Seu cabelo precisa de um corte.

Alice – você devia aprender a não fazer comentários pessoais, é muito feio!

Chapeleiro – Porque um passarinho é parecido com uma cama?

Alice – Estou contente que tenha começado a propor charadas! Acho que posso adivinhar essa.

Coelho – Você quer dizer que acha que pode descobrir a resposta para a charada?

Alice – Exatamente

Lebre – Então deveria dizer o que quer dizer.

Alice – É o que faço, pelo menos ..pelo menos.. eu quero dizer o que..digo...é a mesma coisa!

Chapeleiro - (irritado) – Nem um pouco! Ora! Você poderia dizer que “vejo o que como”

é a mesma coisa que “como o que vejo”

Camundongo – Você poderia dizer que “respiro quando durmo” é a mesma coisa que

“durmo quando respiro”!

Chapeleiro – (irritadíssimo) – É a mesma coisa para você. Está sempre na hora do chá, nem temos tempo de lavar a louça de vez em quando.

Alice – Então vocês ficam mudando de lugar não é?

Chapeleiro – Exatamente. Quando tudo já foi consumido.

Lebre – Tome mais um chá.

Alice – Ainda não tomei nenhuma xícara.

Lebre – Você quer dizer que não pode tomar menos. É mais fácil tomar mais do que nada.

Alice – Ninguém pediu sua opinião.

Chapeleiro – Quem é que está fazendo comentários pessoais agora!!!!!

Lebre – Era uma vez um poço melaço.

Alice – Isto não existe.

Lebre – Se você não sabe se comportar, é melhor terminar a história.

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Alice – Não, por favor continue.

Lebre – E assim essas três Ritinhazinhas estavam aprendendo a desenhar...

Alice – Desenhar o que?

Lebre – Mocinha, sugiro que a senhorita termine a história.

Alice – Pois bem...Vamos lá! As três Ritinhazinhas eram muito felizes , quando uma crescia passava a roupa para a outra!

( Lebre e Chapeleiro pegam no sono e começam a roncar)

Alice – Vamos embora camundongo. Foi o chá mais estúpido que já tomei em toda minha vida.

Camundongo – Para onde vamos Alice?

Alice – Seguir o conselho da Lagarta! Vamos em frente...

(Correm pelo palco)

(Entram 3 cartas e começam a pintar algumas rosas.)

Cinco – Cuidado três! Não deixe cair tinta em cima de mim.

Três – Precisamos pintar logo estas rosas. Desculpe! Não deu para evitar! O sete empurrou meu cotovelo.

Sete – Está certo, Cinco! Sempre pondo a culpa nos outros.

Cinco – É melhor você calar a boca.

Sete – Ainda ontem ouvi a rainha disser merecia ser decapitado.

Três – Porque?

Sete – Não é da sua conta!

Cinco – É sim da conta dele! E vou logo lhe contar. Foi por ter levado raízes de tulipas em vez de cebolas para a cozinheira.

Três – De todas essas injustiças, essa foi a maior de todas.

Cinco – Cala a sua boca.

Sete – Cala você!

Três – Cala você!

( Os três começam a brigar. Quando entra Alice com o Camundongo)

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Sete - O que você quer aqui garotinha?

Alice- Poderiam me dizer por favor, porque estão pintados as rosas?

Três – pintados? Quem?

Cinco – Eu não estou pintando nada.

Sete – Rosas? Que rosas?

Três –Cinco... Você está pintando alguma coisa?

Cinco – Eu? Nunca pintei nada na minha vida. Sete, você está pintando?

Sete- Eu?Nem sei mexer com tintas!

Camundongo – Então o que são estes pinceis e tintas!

Três – Pinceis?

Cinco – Tintas?

Sete – Ora! O caso é o seguinte, senhorita esta roseira deveria ser vermelha mas plantamos uma branca por engano, e se a rainha descobrir vamos perder a cabeça.

Três – Por isto, senhorita estamos fazendo o possível antes dela chegar.

Cinco – A RAINHA! A RAINHA!

(Entra o Coelho)

Coelho – A RAINHA DE COPAS!

(Entra a Rainha)

(Todos se colocam em posição de referencia, menos Alice)

(A Rainha olha o ambiente e joga a cabeça para trás com impaciência) Rainha – Quem é esta?

(O Coelho dá com os ombros)

Rainha – Idiota !!!! (para Alice). Qual o seu nome minha filha?

Alice – Meu nome é Alice, Vossa majestade!

Rainha – O que estes idiotas estavam fazendo?

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(As cartas apressam a esconder os pinceis.)

Alice – Como é que eu vou saber? Não é da minha conta!

Rainha - ( Gritando) Cortem a cabeça dela!

Alice – Bobagem!

Coelho – Pense bem Rainha! Ela é apenas uma criança!

Rainha – (mais calma – para as cartas) – Levantem-se.

(As cartas se levantam e começam a fazer reverencias enlouquecidamente.)

Rainha – Parem com isso! Vocês estão me deixando tonta.O que andaram fazendo aqui?

Cinco – Se me permite...

Rainha – Cortem a cabeça!!!!!!

( Saí com o Coelho) (Rainha volta.)

Rainha - ( para Alice) – Você sabe jogar golfe?

Alice – Sim!

Rainha – Veja então! Está um dia muito bonito...

Alice – Gostam muito de decapitar as pessoas por aqui. Muito me admira que sobre alguém vivo.

( Rainha faz a tacada e grita) (Aparece o gato cheshire)

Gato ( para Alice) – Como é que está se saindo?

Alice – Estou muito bem. Tirando essa Rainha que manda cortar a cabeça de todo mundo.

(Todos inclusive a Rainha olham surpresos com a atitude da Alice) Gato – Está gostando da Rainha?

Alice – Nem um pouco, ela é tão terrivelmente ( Neste momento nota-se que a Rainha está bem atrás dela)... Capaz de ganhar a partida!

Rainha – Com quem você está falando queridinha?

Alice – Este é o meu amigo gato de Che Shire permita-me apresentá-lo?

Rainha – Cortem-lhe a cabeça!!!!!

Três – Rainha, eu sou o carrasco...

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Coelho – Ousa desobedecer as ordens da Rainha?

Três – De maneira alguma. Mas como cortar uma cabeça, se o gato não tem corpo e nem pescoço?

Rainha – Não interessa, cortem a cabeça!

Três – Desculpe, mas se não tem corpo não vou cortar cabeça nenhuma! Ora, onde já se viu uma coisa destas...

Coelho – Pois eu acho que tudo o que tem uma cabeça, pode ser decapitado.

(Começam um bate boca que ninguém entende nada o que falam.)

Rainha – Se não fizerem alguma coisa, vou mandar cortar a cabeça de todos!

(Enquanto discutem.)

Camundongo – Alice, isto tudo o que você está vendo é fantasia. Eles nunca decapitam ninguém.

Alice – Nunca me deram tanta ordem, em toda minha vida!!!!!!

(Neste momento, todos assumem um ar de julgamento: caí um pano do texto).

Rainha – Leia a acusação!

Sete – A rainha preparou um bolo e o cinco comeu todo o bolo!

Rainha – Chamem a primeira testemunha!

(Entra o Chapeleiro!)

Coelho – Quando foi que começou?

Chapeleiro – O que?

Rainha – Tire o chapéu.

Chapeleiro – Não posso!

Coelho – Por que?

Chapeleiro – Não é meu!

Rainha – Roubado!

Chapeleiro – Não, eu os tenho para vender. Nenhum deles é meu.Sou um Chapeleiro!!!!!

Rainha – Comece!

Alice – Acho que estou crescendo de novo!

(22)

Camundongo – Alice é melhor você não crescer aqui!

Coelho – Próxima testemunha! Alice.

Alice – Mas eu não tenho nada a dizer.

Rainha – Não diga tolices!

Alice – Tenho a dizer que estou crescendo.

Coelho – E sobre o caso?

Alice – Nada!

Coelho – Absolutamente nada?

Alice – Abosultamente nada!!!!!!!!

Coelho – Anotem isto que é importante!

Rainha – Regra 42: Todas as pessoas com mais de um quilometro de altura devem deixar a corte!

Alice – Eu não tenho um quilometro de altura.

Rainha – Tem!

Coelho – Quase dois quilômetros de altura.

Alice – Eu não vou seguir esta regra, você acabou de inventar...

Rainha - É a regra mais antiga do livro.

Alice - Então devia ser a número 1.

Rainha – Isto prova a sua culpa, claro!

Coelho – Vou ler as regras. Por onde começo?

Camundongo – Comece pelo começo e continue até chegar ao fim. Depois pare!

Coelho – Vou ler!

Alice – Isto não faz sentido!

Rainha – Ótimo. Isto nos polpa um mundo de trabalho de ter que dar sentido!

Alice – Mas que tolice!

Rainha – Cale-se!

Alice – Não me calo!

Rainha – Cortem a cabeça dela!

Alice – O que me importa com vocês! Vocês não passam de um baralho de cartas!

(23)

Ritinha – Acorde Alice querida! Ora, mas como você dormiu!!!!!!

Alice – Eu tive um sonho muito curioso. O tempo é muito engraçado em sonhos!

Ritinha - Foi certamente um sonho curioso, minha querida, mas agora entre correndo para tomar um chá, está ficando tarde ( Ritinha sai correndo).

Alice – Oh! Eu tive um sonho curioso! Eu sonhei com um coelho, que corria apressadamente, um camundongo, um chapeleiro maluco, uma rainha e um monte de cartas ! ( Fechando os olhos!). Continuo sentada de olhos fechados e meio que acredito estar no pais das maravilhas, embora soubesse que bastava abrir os olhos para que tudo se transformasse na realidade monótona... Mas eu vou seguir o conselho da Lagarta! Vou em frente e que, sabe quando eu for adulta, quero conservar o coração simples e amoroso da infância. E reunir ao meu redor outras crianças, fazendo os olhinhos brilharem desejosos de mais uma história estranha, talvez até, com o sonho do País das Maravilhas! E elas se contadecidiam de suas tristezas simples e encontrariam prazer em todas as alegrias simples.

Lembrando- me da minha própria infância e dos dias felizes de verão.

Cai o pano

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