• Nenhum resultado encontrado

Relatório RAM em Portugal Continental

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório RAM em Portugal Continental"

Copied!
37
0
0

Texto

(1)

Relatório RAM em Portugal Continental - 2013

(2)

Relatório RAM em Portugal Continental - 2013

Lisboa, outubro, 2014

Observação de aves marinhas em Peniche @Débora Marujo A RAM (Rede de observação de Aves e Mamíferos marinhos) é uma rede de monitorização que se iniciou ao largo das costas Cantábricas e Galegas e atualmente foi alargada a toda a Península Ibérica, incluindo a costa portuguesa e os arquipélagos da Madeira e Açores. Em 2013, a coordenação em Portugal foi garantida pela SPEA no âmbito do projeto LIFE+ MarPro (LIFE09 NAT/PT/000038).

(3)

Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

A SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas ações. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que atua em mais de 100 países e tem como objetivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais.

www.spea.pt

www.facebook.com/spea.Birdlife

https://twitter.com/spea_birdlife

Relatório RAM em Portugal Continental - 2013

Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 2014

Direção Nacional: Maria Clara Ferreira, José Manuel Monteiro, Michael Armelin, Adelino Gouveia, Vanda Santos Coutinho, José Paulo Oliveira Monteiro e Manuel Trindade Direção Executiva: Luís Costa

Coordenação do projeto: Joana Andrade Coordenação técnica: Nuno Oliveira

Agradecimentos: Em primeiro lugar queríamos agradecer aos responsáveis por cada ponto de observação, que garantem voluntariamente as contagens RAM: Pedro Ramalho e Hélder Cardoso no cabo Carvoeiro, Carlos Santos no cabo de Sines e Miguel Mendes em Faro - Ilha do Farol. Este trabalho não teria sido possível sem a dedicação dos observadores que voluntariamente têm realizado as contagens sistemáticas: Alexandre Leitão, Alexandra Fonseca, Ana Alexandre, Ana Almeida, Ana Henriques, António Gonçalves, António José, Asier Aldalur, Carlos Silva, Catarina Santos, Caterina Vornakova, Cristina Maldonado, David Hurst, Dora Querido, Elisabella Marcora, Fábia Azevedo, Fernando Cristóvão Rodrigues, Filipe Canário, Georg Schreier, Guillaume Rethore, Hany Alonso, Hugo Sampaio, Iolanda Guerra, Joana Domingues, Joana Hancock, Joana Pereira, João Bernardo, João Manuel Magro, João Morgado, João Pedro Martins, João Pereira, Jordi Barreira, José Bento, José Carlos Morais, José Castillo, José Luís Monteiro, José Manuel Monteiro, José Paulo Monteiro, José Tiago Tereso, Juan Conde, Julieta Costa, Júlio Reis, Leila Duarte, Luís Falé, Luís Santos, Magnus Robb, Manuela Marcelino, Manuela Nunes, Marta Acácio, Marta Sendra, Marian Cirnat, Martin Poot, Michael Armelin, Nestor Vinals, Noelia Carrillo, Nuno Martins, Paula Lopes, Peter Penning, Raquel Marques, Rene Polak, Ricardo Guerreiro, Ricardo Martins, Rui Caratão, Rui Pedro, Sandro Almeida, Sara Harman, Sílvia Nunes, Sérgio Fernandes, Stuart Mackay, Tânia Čale e Thijs Valkenburg.

Citação: Oliveira N., N. Barros, A. Meirinho, P. Geraldes, I. Ramírez, J. Andrade. 2014.

Relatório RAM em Portugal Continental - 2013. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves,

(4)

ÍNDICE

RESUMO/SUMMARY

05

1. NOTA INTRODUTÓRIA

06

1.1 Enquadramento... 06

1.2 Objetivos ... 07

2. METODOLOGIA

08

2.1 Área de estudo ... 08

2.2 Censos costeiros... 09

2.2 Análise dos dados... 10

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

11

3.1 Riqueza específica dos pontos de observação ... 12

3.2 Taxa de passagem ... 13

3.3 Negrola Melanitta nigra... 14

3.4 Cagarra Calonectris borealis... 16

3.5 Pardela-balear Puffinus mauretanicus ... 18

3.6 Alcatraz Morus bassanus... 20

3.7 Galheta Phalacrocorax aristotelis ... 23

3.8 Gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus... 25

3.9 Garajau-de-bico-preto Thalasseus sandvicensis ... 27

3.10 Alcaide Catharacta skua... 30

3.11 Torda-mergulheira Alca torda... 32

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 35

(5)

RESUMO

A metodologia RAM (Rede de observação de Aves e Mamíferos Marinhos) é uma ferramenta de monitorização utilizada pelos investigadores ibéricos para obter, principalmente, dados relativos a aves marinhas que frequentam as zonas costeiras. Estas aves são bons indicadores ecológicos e, como tal, torna-se necessário perceber o seu estado de conservação. O presente trabalho tem como objetivo reportar os resultados das contagens que decorreram entre janeiro e dezembro de 2013 em Portugal continental, a partir de 6 pontos de observação: Cabo Carvoeiro, Cabo Raso, Cabo Espichel, Cabo de Sines, Cabo de São Vicente e Faro – Ilha do Farol. São ainda reportadas as abundâncias relativas mensais, a comparação com o período 2009-2013 e a análise comportamental de 9 espécies: negrola, cagarra, pardela-balear, alcatraz, galheta, gaivota-de-cabeça-preta, garajau-de-bico-preto, alcaide e torda-mergulheira.

SUMMARY

RAM (Iberian Seawatching Network) is a monitoring scheme used by Iberian researchers, mainly to collect data on seabirds’ occurrence and use of coastal areas. Seabirds are known as good ecological indicators and, as such, it is necessary to understand their conservation status. Here we report the results of RAM counts that took place between January and December 2013, in mainland Portugal, from 6 observation points: cape Carvoeiro, cape Raso, cape Espichel, cape Sines, cape São Vincente and Faro - Farol Island.Monthly relative abundances are also presented, as well as comparison with the period 2009-2013 and behavioral analysis for 9 seabird species: Common coter, Cory's shearwater, Balearic Shearwater, Northern Gannet, European Shag, Mediterranean Gull, Sandwich Tern, Great Skua and Razorbill.

(6)

1. NOTA INTRODUTÓRIA

1.1 Enquadramento

As aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçado a nível mundial. Estudos recentes apontam para uma diminuição acentuada do seu efetivo populacional. As principais ameaças descritas são a perturbação das áreas de nidificação pela atividade humana, introdução de espécies exóticas invasoras (ratos, coelhos, gatos, cabras, etc.), a redução do habitat disponível para nidificação, as capturas acidentais em artes de pesca, o consumo de lixo (principalmente plásticos) e os derrames de hidrocarbonetos (Croxall et al., 2012).

É de extrema importância assegurar a sobrevivência e melhorar o estado de muitas destas espécies que estão ameaçadas globalmente. Apesar do avanço do conhecimento ao longo das últimas décadas, continua a ser necessário colmatar algumas lacunas ainda existentes, tais como estimativas precisas das tendências populacionais, quantificação e qualificação dos impactes das diferentes fontes de pressão, a criação de medidas adequadas para diminuição das principais ameaças e a análise da informação existente de modo a quantificar alterações futuras (Croxall et al., 2012).

Das 334 espécies de aves marinhas existentes no mundo, 20 nidificam em Portugal e muitas outras dependem fortemente daZona Económica Exclusiva Portuguesa. As águas continentais são ainda usadas por diversas espécies, quer durante a migração, como durante a época não reprodutora (Ramírez et al., 2008). No entanto, a fenologia das espécies não nidificantes é pouco conhecida, pelo que deve ser fomentada a sua investigação, permitindo a elaboração de medidas de gestão mais adequadas. Exemplo desta situação é a distribuição da pardela-balear

Puffinus mauretanicus, espécie classificada como Criticamente em Perigo (IUCN). Estudos

recentes indicam que as águas continentais portuguesas são, provavelmente, a principal área de refúgio durante a época não reprodutora desta espécie (Guilford et al., 2012, Louzão et al., 2012).

Em outubro de 2005, durante o VI Congresso Galego de Ornitologia e Jornadas Cantábricas de Ornitologia, teve lugar uma reunião entre um grupo de diversos observadores, particularmente interessados no conhecimento e conservação do meio marinho, que resultou na criação da Rede de Observação de Aves e Mamíferos Marinhos – RAM (Valeiras et al., 2006). Inicialmente circunscrita à costa norte da Península Ibérica, costa do Cantábrico e Galiza, rapidamente foi expandida à restante faixa costeira da península, incluindo Portugal, bem como às ilhas.

(7)

Figura 1_Censos costeiros no cabo Carvoeiro com observadores e voluntários @Pedro Geraldes. A RAM tem como compromisso básico a coordenação dos observadores interessados em aves marinhas, permitindo atingir os seguintes objetivos: (1) obter informação periódica sobre abundância e distribuição de espécies de aves e mamíferos marinhos nas costas atlânticas e mediterrânicas de Portugal e Espanha, (2) manter uma base de dados com informação sobre a fenologia, abundância relativa e comportamento migratório, (3) utilizar uma metodologia padronizada, (4) permitir a cooperação entre ornitólogos e especialistas em mamíferos marinhos e (5) envolver voluntários em ações de estudo e conservação da fauna marinha. A participação é livre, voluntária e altruísta, estando aberta à colaboração de qualquer pessoa interessada em aves e mamíferos marinhos (Valeiras et al., 2006).

Desde Setembro de 2008, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) coordena a extensão da RAM na metade sul de Portugal Continental. Atualmente são efetuadas contagens sistemáticas a partir de 6 pontos costeiros – cabo Carvoeiro, cabo Raso, cabo Espichel, cabo de Sines, cabo de São Vicente e Faro - Ilha do Farol.

1.2 Objetivos

O presente relatório refere-se ao período entre janeiro e dezembro de 2013, tendo como

principais objetivos:

1 – Monitorização das espécies mais comuns em águas continentais, negrola Melanitta nigra, cagarra Calonectris borealis, pardela-balear Puffinus mauretanicus, alcatraz Morus bassanus, galheta Phalacrocorax aristotelis, gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus, garajau-de-bico-preto Thalasseus sandvicensis, alcaide Catharacta skua e torda-mergulheira Alca torda a partir de 6 pontos de observação distribuídos ao longo de Portugal Continental – Cabo

Carvoeiro, Cabo Raso, Cabo Espichel, Cabo de Sines, Cabo de São Vicente e Faro – Ilha do Farol.

2 – Análise da fenologia, abundância relativa e comportamento das espécies indicadas no ponto 1.

(8)

2. METODOLOGIA

2.1 Área de estudo

Os censos costeiros foram realizados entre janeiro e dezembro de 2013 em 6 pontos distribuídos ao longo da costa de Portugal Continental. Os pontos costeiros amostrados foram o cabo Carvoeiro, o cabo Raso, o cabo Espichel, o cabo de Sines, o cabo de São Vicente e Faro - Ilha do Farol (fig. 2). Na tabela 1 encontra-se sumariada a descrição dos pontos de observação.

(9)

Tabela 1_Caracterização dos pontos de observação amostrados entre janeiro e dezembro de 2013.

Ponto de

observação Localização Latitude Longitude Altitude (m a.s.l) Cabo Carvoeiro No terraço do

restaurante “A Nau dos Corvos”,

Peniche.

39,36º N 9,41º O 22

Cabo Raso A 20 m a sul do perímetro do Farol

do Cabo Raso, Cascais.

38,71º N 9,49º O 4

Cabo Espichel No extremo oeste do Cabo Espichel,

Sesimbra.

38,41ºN 9,22º O 20

Cabo de Sines No extremo oeste da cidade de

Sines.

37,96ºN 8,87º O 8

Cabo de São

Vicente perímetro do Farol 20m a norte do do Cabo de São Vicente, Sagres, concelho de Vila do Bispo. 37,02ºN 9,00ºO 30 Faro - Ilha do

Farol sudoeste da ilha No extremo do Farol, Faro

36,96ºN 7,87ºO 4

2.2 Censos costeiros

A metodologia RAM prevê a contagem de aves marinhas a partir de cabos e promontórios costeiros ao longo de 3 horas, logo após o nascer do sol, sem interrupção (7h-10h de maio a setembro; 8h-11h de outubro a abril). As observações são feitas com recurso a um telescópio fixo, normalmente com óptica 20x60, disposto perpendicularmente à linha de costa. A linha do horizonte é mantida no terço superior do campo de visão. Um segundo observador usa um binóculo, com óptica 8x a 10x, para monitorizar a área não abrangida pelo telescópio. Durante o período de contagem são registadas as espécies de aves marinhas observadas, número, comportamento, hora e distância ao ponto de observação. O registo do comportamento inclui as seguintes categorias: voo direcional (norte, sul, este ou oeste), voo de busca, alimentação, pousado na água, associação a cetáceos e associação a barcos de pesca. A distância ao ponto de observação é registada com base numa escala empírica – perto, meia-água e longe – sendo usadas, sempre que possível, bóias de sinalização de artes de pesca como pontos de delimitação das bandas. Preferencialmente deverão existir dois observadores por ponto. Se apenas um observador se encontrar no ponto é sugerido o recurso a um gravador para facilitar o registo das observações. São ainda registadas as condições climatéricas: estado do mar (escala de Douglas) direção do vento (escala N, NE, E, SE, S, SO, O ou NO), força do vento (escala de Beaufort), visibilidade (Muito má, Má, Regular, Boa ou Muito boa) e meteorologia (Sol, Nublado, Nevoeiro ou Chuva). Regista-se ainda o número e tipologia de embarcações (pesca, desportivos e mercadorias) e artes de pesca (contagem de bóias no mar). Para além das espécies de aves marinhas são ainda registadas outras espécies migradoras como limícolas, anatídeos, rapinas, passeriformes, e outros grupos como mamíferos marinhos, peixe-lua, tubarões, atuns, etc.

(10)

Os observadores são aconselhados a inserir os dados através de uma plataforma online, o PortugalAves (http://www.worldbirds.org/v3/portugal.php).

2.2 Análise dos dados

Os dados foram compilados numa base de dados MSAccess. Para cada ponto de observação, foi calculada a riqueza específica, o esforço de observação, a taxa de passagem de aves e a proporção dos diferentes comportamento observados. As análises foram feitas apenas para as seguintes espécies, por serem aquelas mais abundantes ou regulares nas contagens RAM: negrola, cagarra, pardela-balear, alcatraz, galheta, gaivota-de-cabeça-preta, garajau-de-bico-preto, alcaide e torda-mergulheira. A taxa de passagem foi calculada com base no número de indivíduos, de cada espécie, a dividir pelo esforço de observação (em horas):

60

×

=

t

n

α

α

- taxa de passagem

n – número de indivíduos registados t – esforço de observação (horas)

De seguida calculou-se a proporção de aves observadas a voar em direção a norte e em direção a sul, seguindo a fórmula seguinte:

100

total

indivíduos

x

nto

comportame

observados

indivíduos

%

=

×

Para facilitar a visualização dos dados, a proporção de indivíduos a voar para oeste, observados no ponto “Faro”, foi agregada às proporções de indivíduos a voar para norte dos restantes cabos, e a proporção de indivíduos a voar para este, observados no ponto “Faro”, foram agregados à proporção de indivíduos a voar para sul dos restantes cabos.

(11)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Esforço e número de observadores

Em 2013 estiveram envolvidos 32 observadores que de forma voluntária contribuíram para que a RAM atingisse o mesmo sucesso que em anos anteriores (ver Sengo et al. 2012). O esforço de observação total realizado em 2013 foi de 143,5 horas, ligeiramente inferior ao esforço de 2012. O cabo Raso foi o local com maior esforço de observação, com cerca de 42 horas de observação (gráfico 1). Os cabos Raso, Espichel e São Vicente foram os pontos onde o esforço de observação foi mais constante ao longo do ano de 2013, no entanto, apenas no primeiro se realizaram todas as contagens mensais, alguns com esforço extra de observação realizado entre julho e setembro (gráfico 2).

Esforço de observação 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 2009 2010 2011 2012 2013 Ano Esforço (horas) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Esforço total (horas) Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Total

Gráfico 1_As barras correspondem aoesforço de observação, em horas, realizado entre 2009 e 2013, para cada ponto de observação. A linha corresponde ao esforço total de observação realizado nos seis pontos, em horas, para cada ano.

(12)

Esforço de observação em 2013 0 1 2 3 4 5 6 7

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mês Esforço (horas) 0 5 10 15 20 25 Esforço total (horas)

Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro Total

Gráfico 2_As barras correspondem ao esforço de observação, em horas, realizado ao longo de 2013, para cada ponto de observação. A linha corresponde ao esforço total de observação realizado nos seis pontos, em horas, ao longo do ano.

3.1 Riqueza específica dos pontos de observação

Dos 6 pontos amostrados em 2013, o cabo Raso foi aquele onde se encontrou uma riqueza específica mais elevada, com 22 espécies de aves marinhas identificadas, e o cabo Espichel foi o local com a menor riqueza específica, com 10 espécies (tabela 2). Comparando a riqueza específica de 2013 com a média para o período 2009-2013, não existem fortes diferenças, excepto para o cabo Carvoeiro, com uma redução de cerca de 23% num número total de espécies observadas. Este facto deverá estar relacionado com o menor esforço de observação que decorreu em 2013.

Tabela 2_Lista de espécies observadas nos diferentes pontos entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013. “x” corresponde às espécies observadas entre 2009 e 2012 e “+” às espécies observadas em 2013. No fim da tabela está representada a riqueza específica para cada cabo, referente ao ano 2013 e à média entre 2009 e 2013.

Espécie

Nome comum Nome científico

Cabo

Carvoeiro Cabo Raso Espichel Cabo Cabo de Sines

Cabo de São

Vicente Faro

Negrola-d’asa-branca Melanitta fusca x

Negrola Melanitta nigra x+ x+ x+ x+ x+ +

Merganso-de-poupa Mergus serrator x

Mobelha-pequena Gavia stellata x

Mobelha-grande Gavia immer x x+ x

Casquilho Oceanites oceanicus x

Alma-de-mestre Hydrobates pelagicus x x x x

Roque-de-castro Hydrobates castro x+

Pombalete Fulmarus glacialis x x

Pardela-preta Ardenna grisea x x+ x x x+ +

Pardela-de-barrete Ardenna gravis x x x x+

Cagarra Calonectris borealis x+ x+ x+ x+ x+ +

(13)

Espécie

Nome comum Nome científico Carvoeiro Cabo Cabo Raso Espichel Cabo Cabo de Sines

Cabo de São

Vicente Faro

Pardela-de-yelkouan Puffinus yelkouan x x

Pardela-balear Puffinus mauretanicus x+ x+ x+ x+ x+ x+

Pintainho Puffinus ilherminieri x

Alcatraz Morus bassanus x+ x+ x+ x+ x+ x+

Corvo-marinho Phalacrocorax carbo x+ x+ x+ x+ x+ +

Galheta Phalacrocorax aristotelis x+ x+ x+ x x+

Gaivota-pequena Hydrocoleus minutus x x x+

Gaivota-de-sabine Xema sabini x x x

Gaivota-tridáctila Rissa tridactyla x x+ x x

Guincho Larus ridibundus x x+ x x+ x+ +

Gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus x x+ x+ x+ x+ +

Gaivota-de-audouin Larus audouinii x x+ x+ +

Gaivota-de-bico-riscado Larus delawarensis x

Famego Larus canus x x x

Gaivota-d’asa-escura Larus fuscus x x+ x x+

Gaivota-prateada Larus argentatus x

Gaivota-de-patas-amarelas Larus michahellis x x+ x

Gaivota-branca Larus glaucoides x

Gaivotão-real Larus marinus x+ x+ x

Chilreta Sternula albifrons x x+ x+

Tagaz Gelochelidon nilotica x x+

Garajau-grande Hydroprogne caspia +

Gaivina-dos-pauis Chlidonias hybrida x

Gaivina-preta Chlidonias niger x x x

Garajau-comum Sterna hirundo x+ x+ x+ x+

Garajau-do-árctico Sterna paradisaea x+

Garajau-de-bico-preto Thalasseus sandvicensis x+ x+ x+ x+ x+ x+

Moleiro-rabilongo Stercorarius longicaudus x

Moleiro-pequeno Stercorarius parasiticus x+ x+ x x x+ +

Moleiro-do-árctico Stercorarius pomarinus x+ x+ x x+ x +

Alcaide Catharacta skua x+ x+ x+ x+ x+ x+

Papagaio-do-mar Fratercula arctica x+

Torda-mergulheira Alca torda x x+ x+ x+ x+

Torda-miúda Alle alle

Airo Uria aalge x x x+

2013 13 22 10 21 17 15

MÉDIA 2009-2013 17,2 20,4 11,4 22 14,2 10,5

3.2 Taxa de passagem

O mês com maior taxa de passagem de aves em 2013 foi maio, seguido de outubro e novembro. Entre janeiro e abril notou-se uma redução de cerca de mais de 50% (51-72%) na taxa de passagem de aves, comparativamente com a média entre 2009 e 2013. Pelo contrário, no mês de maio houve um aumento de cerca de 90%. Os restantes meses tiveram valores semelhantes à média entre 2009 e 2013 (tabela 3), excepto em setembro, notando-se uma redução de 64% na taxa de passagem.

(14)

Tabela 3_Taxa de passagem média mensal para 2013 e para o período 2009-2013, observada nos 6 pontos de contagem.

Aves/h Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2013 20,48 26,15 13,98 11,61 55,53 24,14 22,32 23,77 16,36 46,35 38,01 20,65 Média

2009-2013 41,92 78,50 50,46 27,01 29,57 22,87 27,06 20,74 45,30 39,57 48,53 23,76

3.3 Negrola Melanitta nigra

A negrola foi observada em todos os pontos de observação (gráfico 3), com os maiores valores de taxa de passagem registados a coincidirem com as migrações pré e pós-nupcial. No cabo Carvoeiro esta ave foi registada nos meses de agosto, outubro e novembro. Outubro foi o mês com maior passagem, com 50 aves/h, valor bastante acima da média 2009-2013. O cabo Raso é o local onde existe um maior e mais frequente registo de passagem desta espécie ao longo dos últimos anos. Em 2013, as maiores taxas de passagem foram registadas em junho e novembro, com 13,7 e 12,6 aves/h, respetivamente. O cabo Espichel foi o ponto onde se registaram menos aves desta espécie. Apenas em setembro foram registadas aves, com cerca de 0,3 aves/h. À semelhança da média para 2009-2013, abril foi o mês com maior taxa de passagem no cabo de Sines. Não se tendo observado aves nos restantes meses do ano, implicando uma redução significativa, principalmente no mês de dezembro. Já no cabo de São Vicente a espécie apenas foi registada para os meses de janeiro e setembro, enquanto em Faro foi registada em junho, outubro e novembro.

Do ponto de vista geral, as taxas de passagem registadas em 2013 não coincidem com os picos médios de passagem para o período 2009-2013, nem com a informação bibliográfica (Catry et al. 2010), onde um primeiro pico é mais notado nos meses de março e abril, coincidindo com a migração pré-nupcial. Após a época de reprodução, que ocorre entre maio e setembro, a espécie volta a ter maior expressão nas nossas águas. No entanto, apesar de, para a média dos valores observados entre 2009-2013, se notar logo um primeiro pico de maior atividade em agosto, este não foi notado para o ano de 2013. Não se tendo igualmente registado um grande número de negrolas no mês de dezembro. Os registos mais elevados, apesar de não ocorrerem em simultâneo para todos os pontos, referem-se ao período entre setembro e novembro.

As nossas águas são uma área de invernada conhecida para esta espécie, principalmente nas águas costeiras entre o cabo Mondego e Aveiro (ver Catry et al. 2010). Apesar de a sul os movimentos de negrola adquirirem menor expressão, o comportamento observado entre agosto e dezembro de 2013 evidencia que pelo menos alguns indivíduos usam a metade sul do país como área de invernada, fazendo pequenos movimentos ao longo da costa (gráfico 4). Tendo em conta principalmente o grande fluxo de aves registado no cabo Carvoeiro a voar para norte, durante o mês de outubro, ou os movimentos alternados, quer em direção a norte quer em direção a sul, notados no cabo Raso entre setembro e dezembro.

Cabo Carvoeiro 0 10 20 30 40 50 60

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(15)

Cabo Raso 0 5 10 15 20 25 30

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Espichel 0 2 4 6 8 10 12 14 16

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo de Sines 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Cabo de São Vicente

0 2 4 6 8 10 12 14

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(16)

Faro - Ilha do Farol 0 1 1 2 2 3 3 4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Gráfico 3_ Média de passagem de negrola. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013. Negrola -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev M ar Abr M ai Ju n Ju l A go Set O ut N ov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 4_ Proporção de negrolas registadas em voo longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

3.4 Cagarra Calonectris borealis

A recente divisão da espécie Calonectris diomedea em Calonectris diomedea e Calonectris

borealis (del Hoyo & Collar 2014), associado ao facto da dificuldade em diferenciar ambas as

espécies em aspetos morfológicos, leva-nos a pressupor que alguns dos indivíduos observados em território nacional, pelo menos durante as épocas de migração (principalmente março-abril e outubro-novembro), possam ser de Calonectris diomedea. As maiores taxas de passagem de cagarra foram observadas em agosto para todos os pontos de contagem, excepto no caso de Faro, onde a maior taxa de passagem foi notada em setembro (gráfico 5). Durante este mês, Faro foi o local onde inclusive se contou o maior número de cagarras, com 184 aves/h. Este período corresponde à fase de crescimento das crias, em plena época de reprodução (Granadeiro 1991). Os dados de comportamento, durante este mesmo período, mostram que as aves não têm um padrão de passagem constante, tendo sido registadas quer em voo para norte como para sul (gráfico 6), o que indica que as nossas águas costeiras são utilizadas como local de alimentação durante, pelo menos, as primeiras horas do dia.

Uma redução significativa na taxa de passagem registada em 2013 quando comparada com a média dos últimos 5 anos é notada principalmente para o mês de setembro nos cabos Raso, Espichel e São Vicente. No entanto não existem registos anteriores comparativos para Faro, e não existiram contagens em 2013 nos restantes pontos. De notar ainda que mais uma vez não terem existido muitos registos de cagarra durante o mês de novembro, indicando que as aves utilizam águas pelágicas na migração pós-reprodutora, não se aproximando da costa portuguesa.

(17)

Cabo Carvoeiro 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Raso 0 50 100 150 200 250 300

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2013 aves/h Cabo Espichel 0 20 40 60 80 100 120 140 160

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo de Sines 0 10 20 30 40 50 60

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(18)

Cabo de São Vicente 0 50 100 150 200 250

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0 40 80 120 160 200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Gráfico 5_ Média de passagem de cagarra. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013. Cagarra -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev Mar Abr M ai Ju n Ju l A go Set Out Nov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 6_ Proporção de cagarras registadas em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

3.5 Pardela-balear Puffinus mauretanicus

A pardela-balear foi observada em todos os pontos de observação (gráfico 7). Nos cabos Carvoeiro e São Vicente as maiores taxas de passagem foram registadas durante o mês de outubro, com cerca de 125 e 28 aves/hora respetivamente, correspondendo à migração pré-reprodutora. À semelhança dos valores registados para setembro no cabo Espichel, com 19 aves/h. No entanto, e ao contrário da média dos anos anteriores, a passagem pré-reprodutora não foi muito notada no cabo Raso, com uma taxa de apenas 44 aves/h a ser registada no mês de setembro. Aliás, tendo em conta o comportamento observado (gráfico 8), as aves não

(19)

estariam em pleno comportamento migratório, tal como se pode observar pelas proporções muito semelhantes de indivíduos a voar para norte e para sul, mas estariam em movimentos locais, provavelmente entre áreas de alimentação e/ou descanso. Ainda neste cabo, a maior taxa de passagem foi mesmo registada em junho, durante a migração pós-reprodutora, com cerca de 66 aves/h, tal como no cabo de Sines, com cerca de 35 aves/h, período em que todas as aves se encontravam em voo para norte. A grande atividade de pardela-balear observada no cabo Raso durante o mês de junho tinha sido anteriormente reportada por Poot (2005), identificando esta área como uma importante área de alimentação para a espécie durante a época pós-reprodutora. O cabo Espichel teve uma reduzida expressão de pardela-balear, contrastando com a média dos últimos 5 anos, onde a taxa de passagem não passou para além das 20 aves/h, registada no mês de setembro. Já em Faro, o mês com maior abundância desta espécie foi em julho, com uma taxa de passagem a rondar as 102 aves/h, tendo sido muito pouco notada a migração pré-reprodutora.

Cabo Raso 0 40 80 120 160 200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Espichel 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo de Sines 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(20)

Cabo de São Vicente 0 5 10 15 20 25 30

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0 20 40 60 80 100 120

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Gráfico 7_ Média de passagem de pardela-balear. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013. Pardela-balear -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev M ar A br M ai Ju n Ju l A go Set O ut N ov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 8_ Proporção de pardela-balear registada em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

3.6 Alcatraz Morus bassanus

O alcatraz é a espécie de aves marinhas mais abundante da nossa costa durante a

generalidade do ano, tendo sido naturalmente observado ao longo de todo o ano nos 6 pontos

de observação (gráfico 9). No entanto existem algumas diferenças nas abundâncias observadas

nos diversos pontos. Do ponto de vista geral foram observadas menos aves que a média dos

últimos 5 anos de observação. Maio foi o mês com maior expressão para os cabos Raso e

(21)

Espichel, com taxas de passagem a rondar as 350 e 184 aves/h, respetivamente. Apesar de,

neste mesmo mês, se observar igualmente um pequeno pico no cabo de São Vicente, com 415

aves/h, aqui é no mês de Novembro, durante a passagem pós-nupcial, que as aves são

avistadas em maior número (622 aves/h), correspondendo esta à maior taxa registada para o

ano de 2013. O comportamento migratório destas aves é ainda confirmado pela direção de

voo extritamente para sul (gráfico 10). Foi também durante esta época, mas um pouco antes,

no mês de outubro, que se registou a maior taxa de passagem no cabo Carvoeiro, cerca de 341

aves/h. Já a intensa migração pré-nupcial, que se fez notar ao longo dos últimos 5 anos

durante os meses de janeiro a março, não foi tão visível em 2013, excepto para o cabo de

Sines, o que contraria os valores reportados noutros trabalhos (Catry et al. 2010). Facto este

que se pode dever principalmente à ausência de esforço de observação para os meses de

feveiro e março nos cabos Espichel e de São Vicente. De notar ainda, o pico anormal registado

em Faro durante o mês de julho, com 220 aves/h.

Cabo Carvoeiro 0 50 100 150 200 250 300 350 400

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Raso 0 50 100 150 200 250 300 350 400

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Espichel 0 200 400 600 800 1000 1200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(22)

Cabo de Sines 0 50 100 150 200 250 300 350

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Cabo de São Vicente

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0 50 100 150 200 250

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Gráfico 9_ Média de passagem de alcatraz. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013.

(23)

Alcatraz -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev M ar A br M ai Ju n Ju l A go Set O ut N ov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 10_ Proporção de alcatraz registados em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

3.7 Galheta Phalacrocorax aristotelis

Em 2013, a galheta foi registada com taxas semelhantes à média do período entre 2009 e 2013, excepto para o cabo Espichel, onde foi registada em valores inferiores (gráfico 11). A espécie não foi observada no cabo de Sines e em Faro. A taxa de passagem mais elevada foi registada em janeiro no cabo Carvoeiro, com 8 aves/h. No cabo Raso o pico de atividade foi registado em janeiro e fevereiro, com 4 e 4,33 aves/h respetivamente. Nos cabos Espichel e de São Vicente esta espécie teve uma taxa de passagem homogénea ao longo do ano, com ligeiras flutuações, que variaram entre as 0,33 e 2,33 aves/h no primeiro, e entre as 0 e 1,67 aves/h no segundo. As flutuações nas proporções de indivíduos a voar para norte e para sul são uma vez mais características de uma espécie residente, ou seja, sem um verdadeiro comportamento migratório (gráfico 12).

Cabo Carvoeiro 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Raso 0 1 2 3 4 5 6 7

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(24)

Cabo Espichel 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo de Sines 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Cabo de São Vicente

0 1 2 3 4 5 6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Gráfico 11_ Média de passagem de galheta. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013.

(25)

Galheta -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev M ar Abr M ai Ju n Ju l A go Set O ut N ov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 12_ Proporção de galhetas registadas em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

3.8 Gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus

A gaivota-de-cabeça-preta foi registada em todos os pontos de observação durante 2013,

excepto no cabo Carvoeiro (gráfico 13). Nos cabos Raso, Espichel e Sines, esta gaivota foi

registada principalmente durante o inverno e início da primavera, de janeiro a maio, e em

dezembro. Já nos pontos mais a sul, no cabo de São Vicente e em Faro, apesar de em números

mais reduzidos, a espécie também foi registada durante o verão e outono. As maiores taxas de

passagem ocorreram no cabo Raso, com um pico no mês de abril, quando foram contadas

cerca de 63 aves/h, correspondendo a valores bem acima da média estimada para o período

2009-2013. De salientar ainda a contagem realizada em dezembro em Faro, com uma média

de cerca de 33 aves/h. Em relação às direções de voo, entre fevereiro e março, a maioria das

aves observadas em voo deslocavam-se para norte, enquanto que entre setembro e dezembro

a maioria foi observada a voar em direção a sul (gáfico 14).

(26)

Cabo Carvoeiro 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Raso 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Espichel 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo de Sines 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(27)

Cabo de São Vicente 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez aves/h

Gráfico 13_Média de passagem de gaivota-de-cabeça-preta. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013.

Gaivota-de-cabeça-preta -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev Mar Abr M ai Ju n Ju l A go Set Out Nov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 14_ Proporção de gaivotas-de-cabeça-preta registadas em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

3.9 Garajau-de-bico-preto Thalasseus sandvicensis

Em 2013, o garajau-de-bico-preto foi registado em todos os pontos de observação,

salientado-se durante 2 períodos distintos, essalientado-sencialmente de maio a junho e de salientado-setembro a outubro

(gráfico 15). Enquanto que durante o primeiro período a maioria das aves foi observada em

voo para norte, durante o segundo foi observada em voo para sul (gráfico 16), coincidindo com

(28)

informação reportada anteriormente e que corresponde às respetivas migrações pré e

pós-nupcial (Catry et al. 2010). A maior taxa de passagem foi registada em outubro no cabo

Carvoeiro, com uma estimativa de 38 aves/h, seguida das cerca de 21 aves/h registadas em

junho no cabo de Sines. Já no cabo Raso, apesar de a espécie estar presente ao longo de todo

o ano, mesmo em valores de abundância reduzida, é nos meses de maio e setembro que

apresenta maior expressão, com valores de abundância relativa a rodar as 19 e 18 aves/h,

respetivamente.

Cabo Carvoeiro 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Raso 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez aves/h Cabo Espichel 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo de Sines 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(29)

Cabo de São Vicente 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez aves/h

Gráfico 15_Média de passagem de garajau-de-bico-preto. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013. Garajau-de-bico-preto -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev M ar A br M ai Ju n Ju l A go Set Out Nov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 16_ Proporção de garajau-de-bico-preto registado em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

(30)

3.10 Alcaide Catharacta skua

O alcaide foi registado nos 6 pontos de observação ao longo de todo o ano de 2013, com os

maiores registos a ocorrerem entre setembro e dezembro (gráfico 17). O cabo Raso foi o único

local a partir do qual foram observadas aves ao longo de praticamente todo o ano, com

excepção dos meses de fevereiro e junho. Mas foi no cabo Carvoeiro que se registaram as

maiores taxas de passagem, nomeadamente em outubro e novembro, com cerca de 8 e 11

aves/h, respetivamente. Aliás, é normalmente durante os últimos meses do ano,

principalmente após grandes tempestades, que têm sido observadas as maiores taxas de

passagem desta espécie, a partir de costa (Catry et al. 2010). Em relação ao comportamento

de voo observado, a grande maioria dos indivíduos foi observada a voar para sul na costa

ocidental, enquanto que em Faro foram observados regularmente em voo para oeste (gráfico

18).

Cabo Carvoeiro 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Raso 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Espichel 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(31)

Cabo de Sines 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Cabo de São Vicente

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Gráfico 17_Média de passagem de alcaide. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013. Alcaide -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev M ar A br M ai Ju n Ju l A go Set O ut N ov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

(32)

Gráfico 18_ Proporção de alcaides registados em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

3.11 Torda-mergulheira Alca torda

Durante o ano de 2013, a torda-mergulheira foi registada apenas nos cabos Raso, Espichel,

Sines e São Vicente (gráfico 19). O cabo Raso foi o ponto onde a espécie foi registada ao longo

de um maior número de meses e com taxas de passagem mais elevadas, ocorrendo um pico

em março, data em que foram registadas cerca de 29 aves/h. Ao contrário da média entre

2009-2013, que aponta um pico de passagem para o mês de fevereiro, prolongando-se até

abril, durante 2013 este pico ocorreu principalmente em março, com algumas aves a serem

registadas ainda em abril. De salientar também que nos cabos Carvoeiro, Sines e Espichel a

espécie foi registada em valores muito reduzidos ou esteve mesmo ausente durante os meses

de novembro e dezembro, apesar de, segundo os valores médios registados para 2009-2013,

este corresponder ao principal período de ocorrência da espécie. Entre fevereiro e maio

praticamente todos os indivíduos observados nos diversos pontos se encontravam em voo

para norte, ao passo que nos meses de janeiro e dezembro as aves voavam para sul (gráfico

20), correspondendo estes períodos às respetivas migrações pré e pós-reprodutoras que têm

vindo a ser descritas para as nossas águas (Catry et al. 2010).

Cabo Carvoeiro 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h Cabo Raso 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez aves/h

(33)

Cabo Espichel 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez aves/h Cabo de Sines 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Cabo de São Vicente

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

aves/h

Faro - Ilha do Farol

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez aves/h

Gráfico 19_Média de passagem de torda-mergulheira. Os pontos a azul correspondem ao número de aves/hora calculado mensalmente para cada ponto de observação entre janeiro e dezembro de 2013. A ausência de pontos indica os meses onde não houve esforço de observação. As barras correspondem à média entre 2009 e 2013.

(34)

Torda-mergulheira -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Ja n F ev M ar A br M ai Ju n Ju l A go Set Out Nov D ez α Cabo Carvoeiro Cabo Raso Cabo Espichel Cabo de Sines Cabo de São Vicente Faro

Norte

Sul

Gráfico 20_ Proporção de tordas-mergulheira registadas em voo ao longo de 2013, para os 6 pontos de observação. Os valores positivos indicam aves em voo para norte e os negativos em voo para sul, à exceção de Faro, onde os valores positivos indicam aves a voar para oeste e os negativos aves a voar para este.

(35)

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A monitorização da costa sul de Portugal continental, com a recente inclusão de

amostragem no ponto de Faro, trouxe nova informação que, a médio prazo, irá

contribuir para um melhor conhecimento acerca dos movimentos e abundâncias das

aves marinhas nesta área do país, principalmente daquelas que se deslocam de/para o

Mar Mediterrâneo. Uma das maiores lacunas da rede RAM continua a ser a ausência

de pontos entre Peniche e a Galiza. Tendo em conta a importância da metade norte do

nosso país para pelo menos algumas espécies de aves marinhas, como por exemplo, a

criticamente ameaçada pardela-balear e a negrola, seria muito importante

implementar no mínimo 2-3 pontos nesta área. O cabo Mondego e a zona a norte de

Aveiro seriam fortes candidatos, tendo em conta algumas prospeções que têm sido

efetuadas quer pela SPEA quer por outras entidades ou observadores independentes.

É no entanto imperativo manter um esforço de observação constante nos cabos já

amostrados para manter a série temporal contínua, que neste momento já conta com

5 anos de monitorização.

Ao longo de todo o ano, o cabo Raso foi aquele onde se notou uma riqueza específica

maior, ao passo que o cabo Espichel foi aquele com menor diversidade de aves

marinhas.

Maio e outubro foram os meses com as maiores taxas de passagem de aves marinhas,

contando principalmente para este facto a grande abundância de alcatraz.

Outubro foi o mês com maior passagem de negrola, nomeadamente no cabo

Carvoeiro, com uma taxa de passagem de 50 aves/h. Mas foi no cabo Raso que a

espécie ocorreu com maior frequência.

A maior contagem de cagarra ocorreu em setembro, no ponto de Faro, com uma taxa

de passagem de cerca de 184 aves/h, com todas as aves em voo para oeste. Nos

restantes cabos, as maiores abundâncias foram registadas para o mês anterior, agosto.

A pardela-balear foi registada em todos os pontos de observação, tendo sido registada

a maior taxa de passagem em outubro, no cabo Carvoeiro, com 125 aves/h. Valor este

seguido pela contagem realizada em Faro no mês de junho, onde foram registadas 102

aves/h.

Das espécies analisadas, o alcatraz é o mais abundante nas nossas águas,

particularmente na zona do cabo de São Vicente, onde o maior registo foi de cerca de

622 aves/h, maioritariamente em voo para sul, no mês de novembro.

As taxas de passagem de galheta observadas nas nossas águas são sempre muito mais

modestas, com o registo mais elevado a ocorrer em janeiro no cabo Carvoeiro, com 8

aves/h. No entanto há que ter em conta o carácter não migratório desta espécie, bem

como o reduzido efetivo reprodutor que ocorre em território nacional.

A gaivota-de-cabeça-preta é notada principalmente na zona do cabo Raso, onde a

maior taxa de passagem foi registada em abril, com cerca de 63 aves/h. Sendo ainda

de salientar a contagem de 33 aves/h realizada em Faro no mês de dezembro.

O garajau-de-bico-preto foi observado nas nossas águas ao longo de todo o ano, pelo

(36)

No cabo Carvoeiro registaram-se as maiores taxas de passagem de alcaide em

novembro, com cerca de 11 aves/h. Apesar de sempre em número reduzidos, esta

espécie pode ser observada nas nossas águas ao longo de todo o ano.

A maior taxa de passagem de torda-mergulheira foi registada no cabo Raso durante o

mês de março, com cerca de 29 aves/h.

(37)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Catry P, Costa H, Elias G & Matias R. 2010. Aves de Portugal. Ornitologia do território

continental. Assírio & Alvim. Lisboa.

Croxall J. P., S. H. M. Butchart, B. Lascelles, A. J. Stattrsfield, B. Sullivan, A. Symes & P. Taylor. 2012. Seabird conservation status, threats and priority actions: a global assessment. Bird Conservation International. 22:1–34. BirdLife International.

Del Hoyo J & Collar N. 2014. HWB and BirdLife International lustrated Checklist of the Birds of

the World: Volume 1: Non-passerines. Lynx Editions and BirdLife International

Delany, S., & D. Scott (2006) Waterbird Population Estimates. Fourth Edition. Wageningen: Wetlands International.

Granadeiro JP (1991). The breeding biology of Cory’s shearwater Calonectris diomedea

borealis on Berlenga Island, Portugal. Seabird 13: 30-39.

Guilford T., R. Wynn, M. McMinn, A. Rodríguez & A. Fayet, et al. 2012. Geolocators Reveal Migration and Pre-Breeding Behaviour of the Critically Endangered Balearic Shearwater

Puffinus mauretanicus. PLoS ONE 7(3): e33753. doi:10.1371/journal.pone.0033753.

Louzao, M., K. Delord, D. García, A. Boué & H. Weimerskirch & H. 2012. Protecting Persistent Dynamic Oceanographic Features: Transboundary Conservation Efforts Are Needed for the Critically Endangered Balearic Shearwater. PLoS ONE 7(5): e35728. doi:10.1371/journal.pone.0035728.

Madge, S., & H. Burn. 1988. Wildfowl. Christopher Helm, London.

Poot, M. 2005. Large numbers of staging Balearic shearwaters Puffinus mauretanicus along the Lisbon coast, Portugal, during the post-breeding period, June 2004. Airo 15: 43-50.

Ramírez I., P. Geraldes, A. Meirinho, P. Amorim & V. Paiva 2008. Áreas marinhas importantes

para as Aves em Portugal. Projecto LIFE04NAT/PT/000213 – Sociedade Portuguesa Para o

Estudo das Aves. Lisboa.

Sengo, R., N. Oliveira, J. Andrade, N. Barros, I. Ramírez. 2012. Três anos de RAM em Portugal

Continental (2009 - 2011). Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa (relatório

não publicado).

Valeiras X., E. Abad, L. Menéndez, G. Ócio, M. A. Fernández Pajuelo & A. Sandoval 2006. Boletín Digital de la Red de Observación de Aves Marinas del Cantábrico y Galicia (R.A.M.). Acedido a 18.10.2012:

Referências

Documentos relacionados

Quando você perceber que está tagarelando, tente ter uma introspecção, respire fundo e lembre-se que você pode "redefinir" seus hábitos de fala, se

fonoaudiológica, foram identificadas as seguintes alterações ortográficas: queixo > quexo; limparam > limparo e churrasco > xuraco; serviço > cevico. Paula tem 12

31/56, a Unimed sustentou que o prazo de carência para cobertura do procedimento estava em curso, portanto, o tratamento médico não tinha respaldo no contrato, pois a Promovente

Parágrafo Primeiro: Em caso de mora salarial, incidirá multa moratória diária de 5% (cinco por cento) do valor do salário inadimplido em favor do empregado prejudicado;..

Os dados de efeito tóxico referem-se à concentração analiticamente determinada. Foi testada uma eluição. Não ocorrem efeitos tóxicos dentro da faixa de solubilidade. O produto

Pretende-se pois, analisar e descrever os níveis de atividade física da nossa amostra (alunos universitários de licenciatura e de mestrado) e proceder à

Das ponderaçôes anteriores, e levando em conta que no presente experimento, realizado com machos inteiros, as características de carcaça apre- sentaram melhores resultados a

A análise dos materiais coletados foi realizada considerando-se os processos de Memória Organizacional, que são: Coleta – Obtenção de informações