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É o boto, sinhá

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Academic year: 2022

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Texto

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É o boto, sinhá

ROLAGEM AUTOMÁTICA

FAIXA 8 DO CD

RECANTOS BRASILEIROS 1

(2)

É o boto sinhá

Emerge das águas,

em branco e elegante trajar,

olhos: feitiço em chamas, negros como noite sem luar.

Se vês homem, te enganas,

é o Boto Sinhá!

é o Boto Sinhá!

(3)

Nas festas, muita atenção,

com quem fores dançar,

se um simples toque de mão,

fizer teu corpo queimar.

Se vês homem, pura ilusão,

é o Boto Sinhá!

é o Boto Sinhá!

(4)

Se desse fogo dançarino,

dessa sedução do doce mar,

nascer um lindo menino,

nada carece explicar, pois é aceito o proibido, quando for o Boto Sinhá!

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Arranjo e Voz: Dudu Fagundes – maestro das ruas

A seguir o texto “Álter do Chão IV – Festa do Sairé” amplia o tema da canção.

Caso interesse, é só utilizar o “ratinho”

Composição: J. Coelho

IMAGENS

cidadeecultura.com;

d24am.com;

noticiasdesantarem.blogsp ot;

oestadonet.com.br;

redepara.com.br; e youtube.com.

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Álter do chão v – Festa do sairé

INTRODUÇÃO

Encerra-se com esta terceira apresentação, que tem como objeto a Festa do Sairé, o conteúdo considerado como desejado pelos interessados em visitar Álter do Chão.

As duas anteriores versaram sobre os passeios: a

primeira aos passeios mais realizados pelos visitantes;

e a segunda ao passeio á FLONA Jamaraquá, uma das sete comunidades da Floresta nacional do Tapajós – FLONA Tapajós.

Faz parte ainda desse conjunto de informações aos turistas de Álter do Chão – Santarém – Pará, norte Brasil, dois artigos: o primeiro apresentou Álter do Chão e a identificou tanto geograficamente, como na estrutura político-administrativa do estado do Pará; e o segundo narrou sobre: localização; acesso; um pouco de história; melhor época para turismo; e serviços

básicos oferecidos.

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ORIGEM DO SAIRÉ

As raízes do Sairé encontram-se na tradição indígena.

O evento era realizado pelos índios em vários lugares da Amazônia, para homenagear os colonizadores

portugueses.

O processo de modificação do ritual de origem tem como causa a catequese dos jesuítas na região

O nome Sairé refere-se ao instrumento criado pelos catequistas, para perpetuar e firmar mais as religiões entre os índios e tem significação bíblica: santíssima trindade reunida num só Deus.

O símbolo do Sairé é um semicírculo, ou arco de cipó torcido, envolvido por algodão, significando a Arca de Noé, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo estão três cruzes, que representam o mistério da

Santíssima Trindade, reunidas num só um Deus,

representado por outra cruz, no topo do semicírculo.

A imagem da pomba, que representa o Espírito Santo, também faz parte do adorno.

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A partir da

criação do Sairé pelos

catequistas, em meados do

século XVIII, o ritual de origem indígena passou a ter significado puramente

cristão e

católico. Passou a ser expresso no formato de procissão.

PROCISSÃO DO SAIRÉ

A procissão do Sairé tinha como centro os personagens que a constituem e o percurso por algumas ruas, até chegar à praça, à beira da praia de rio. Ali depositavam o arco e a imagem de São Tomé, pintada nas bandeiras tremulantes.

SÍMBOLO DO SAIRÉ

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Na frente, jovem

portando e agitando bandeira branca

grande cruz

vermelha ao centro, onde a imagem de São Tomé se

sobrepunha em

pintura, ou bordado.

Em seguida vinham os músicos

basicamente

percussão e sopro.

Depois, vinha carregado sobre

ombros masculinos o mastro do Sairé,

vendo-se na parte de cima a Imagem de São Tomé. Ao lado do grupo que carrega o mastro, caminham o Juiz e a Juíza da festa.

Outros participantes e enfim, encerrando com destaque, vêm três mulheres

trazendo o Arco do Sairé.

PROCISSÃO DO SAIRÉ - ATUALIDADE

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As três mulheres cantavam espécie de ladainha. Os acompanhantes respondiam o recitativo feito pelas três mulheres.

Cantavam as mulheres: Bonita mulher é Santa Maria/ e Jesus Menino é lindo como ela!

Respondiam os acompanhantes: “Oh! Santa Maria, Santa Maria/ nos céus e na terra, bendita seja”!

A procissão entra na praça onde será colocado o mastro.

A celebração se encerrava praticamente 10 dias após o início com a derrubada do mastro e com a cecuiara - lauto almoço com comidas típicas. Nesses tempos, a procissão do Sairé era ligada à celebração de N S. da Saúde, iniciada em 28 de dezembro e encerrada dia 6 de janeiro. O Sairé era encerrado no dia seguinte.

 

Por volta de 1943, os padres norte-americanos que atuavam na região, por considerarem o Sairé como espécie de idolatria, agiram e terminaram com a festividade, que somente voltou trinta anos depois.

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DE PROCISSÃO À FESTA DO SAIRÉ

Até meados do século passado, o Sairé tinha significado puramente religioso. Hoje, a

comemoração reúne sagrado e profano.

O folclore de caráter religioso sofreu

alterações com o tempo, com a finalidade de

transformá-lo num gigantesco evento.

As gestões do município entenderam que o

turismo seria excelente alternativa de receita.

Além disso, parte do que era considerado profano na procissão, antes do meado do século

passado, hoje é

considerado religioso.

SAIRÓDROMO DE ÁLTER DO CHÃO

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O ano que marca o ápice

dessa transformação é 1997, quando foi introduzido o

Festival dos Botos, disputa entre as associações

folclóricas Tucuxi e Cor de Rosa, na qual encenam a lenda do golfinho de água doce que se transforma num homem bonito, seduz e

engravida as mulheres. 

A FESTA DO SAIRÉ – SÉCULO XXI

Além da seca já ser mais acentuada e para quem gosta de mais agito, no mês de setembro, ocorre

uma das mais antigas manifestações cultural popular da Amazônia, a festa do Sairé.

 

Festeja-se o Sairé no mês de setembro com ritual

religioso, durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, quando são feitas ladainhas e rezas.

Depois, vem a parte profana da festa, com shows artísticos e apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, ponto alto da comemoração.

APRESENTAÇÃODO BOTO TUCUXI

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Ao longo dos anos, o Sairé foi ganhando novos contornos, com outros valores folclóricos sendo acrescentados pelos moradores de Álter do Chão, descendentes dos índios Borari: carimbó, puxirum, lundu, desfeiteira, camelu, valsa da ponta do lenço, marambiré, quadrilha, cruzador tupi, macucauá,

cecuiara e outros que marcaram a riqueza de ritmos e a cultura da festa.

Depois, o folclore foi perdendo espaço para shows com artista midiáticos.

Para a historiadora Terezinha Amorim, a introdução do Festival dos Botos foi a maior de

todas as inovações ocorridas ao longo de mais de 300

anos de existência do Sairé, sendo a encenação de

“uma das mais belas e mais

tradicionais lendas da Amazônia”.

ENCENAÇÃO LENDA DO BOTO PELA

ASSOCIAÇÃO FOLCLÓRICA BOTO COR SE ROSA

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São personagens a Cunhantã-

iborari, a

Principaleza do Lago Verde, a Rainha do Sairé, o Tuxaua, o Pajé e os pescadores.

O boto é morto por ordem do pai (tuxaua) da

moça (Cunhã-

borari) seduzida e engravidada pelo boto.

A fúria dos maus espíritos da

região recai sobre Tuxaua

que pede ao Pajé que ressuscite o boto. Momento apoteótico da encenação.

RAINHA DO SAIRÉ CUNHANTÃ BORARI

PRIJNCIPALEZA OU RAINHA DO LAGO VERDE

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O evento passou a realizar-se no Sairódromo, entre a segunda e a terceira semana de setembro.

A programação da festa, que tem duração, quase sempre de quatro dias, de quinta a domingo, tem basicamente a seguinte disposição: tem a parte religiosa de dia, ou nos finais de tarde e início de

noite; depois vem a parte profana com apresentações musicais; e, na noite de sábado, a apresentação das duas agremiações Tucuxi e Cor de Rosa.

FESTIVAL DOS BOTOS

Essa inovação introduzida no final do século XX

consiste na encenação de lenda amazônica, lenda do Boto, realizada por duas agremiações, Tucuxi e Cor de Rosa, que disputam o troféu de melhor encenação.

 

O enredo tem ideologia ecológica, pois ressalta a

natureza, em especial o Lago Verde, palco da trama.

A encenação gira em torno da sedução, morte e ressurreição do boto.

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ILUSTRAÇÃO DE PROGRAMAÇÃO DA FESTA DO SAIRÉ Na festa do Sairé os elementos religiosos e profanos caminham lado a lado.

Ela começa no hasteamento de dois mastros

enfeitados, seguido de ritual religioso e danças

folclóricas desempenhadas pelos moradores da vila.

No último dia, sempre uma segunda-feira, ocorrem a

“varrição da festa”, a derrubada dos mastros, o marabaixo, a quebra-macaxeira e a “cecuiara”, espécie de almoço de confraternização. A

programação termina à noite, com a festa dos barraqueiros.

No sábado anterior:

Abertura da

Festa do Saíré:

Alvorada;

Procissão

Fluvial - Busca dos Mastros;

Festa dos

Mastros (inclui atração

musical);

PROCISSÃO FLUVIAL PARA BUSCA DOS MASTROS

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Quinta-feira –

Manhã: Alvorada com fogos; Benção do símbolo do Sairé; Abertura Oficial; Hasteamento bandeira do

Brasil; Levantamento dos Mastros; evento artístico;

Noite: 18 horas rito religioso; evento artístico

normalmente apresentação de danças tradicionais;

Sexta-feira – Como as atividades se estendem até o meio da madrugada de quinta, não existe

programação pra as manhãs;

Noite: 18 horas – ritual religioso; em torno de 23 horas, show musical;

Sábado – Manhã sem programação

Noite- 18 horas – ritual religioso; apresentação das duas agremiações, Tucuxi e Cor de Rosa;

Domingo - Manhã sem programação

Tarde- 18 horas – ritual religioso; show musical Segunda-feira –

Tarde – Apuração e divulgação do vencedor;

Noite - encerramento com a festa dos Barraqueiros.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Festa do Sairé realimenta a autoestima dos

membros da comunidade e mobiliza sua união em torno de expressão de crença e beleza.

A Festa do Sairé reúne em torno de si a série de outras manifestações artísticas que participam da festividade.

Todos da comunidade, ou turista que participam da Festa do Sairé sempre mencionará o Sairé ao se

referir à Álter do Chão.

FONTES:

Livro -“Cultura Amazônica. Uma Poética do Imaginário” –

João de Jesus Paes Loureiro Sites:

g1.globo.com;

pt.wikipedia.org;

santaremtur.com.br; e viagem.uol.com.br.

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IMAGENS

g1.globo.com;

impacto.com.br;

olhartes.com; e

vemparaalter.com.br.

MÚSICA

Iara (Lenda Amazônica)

Arranjo e Interpretação: Dudu Fagundes - Maestro das Ruas

Composição: J. Coelho

Formatação e

Organização do Texto: J. Coelho

Referências

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