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POSSIBILIDADES PARA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO

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Conhec. Dest., Serra, ES, v. 01, n. 02, jul./dez. 2012.

33 PEDAGOGIA E PEDAGOGOS: IMPASSES, PERSPECTIVAS E

POSSIBILIDADES PARA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO

Geisa Hupp Fernandes Lacerda

1

Alpha Fausta Nascimento

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Resumo

Busca traçar um paralelo sobre o curso de Pedagogia no Brasil entre 1939 até 2006, buscando refletir sobre a profissionalização do Pedagogo com mesmo pode contribuir na formação de sujeitos, nesta perspectiva busca atual análise sobre o andamento do trabalho pedagógico nos espaços não escolares, trás a narrativa da proposta das Diretrizes Curriculares Nacional do Curso Pedagogia 2006, sobre o papel do Pedagogo nos espaços não escolares, como os Cursos estão preparando estes alunos através de estudos, pesquisas e disciplinas.

Para tal temática se aprofundou nos estudos de Silva (2000), Libâneo (2009), Castro (2003), Souza e Muller (2009) buscando nestes marcos teóricos o sentindo do Curso de Pedagogia e Pedagogos e sua atuação na educação não formal, para aprofundar tal tema buscou na pesquisa de campo, análise dos alunos sobre a profissionalização do Pedagogo.

Palavras Chaves: Pedagogia. Pedagogos. Educação social.

1 INTRODUÇÃO

Para analisar a especificidade do trabalho pedagógico tornou-se necessário refletir sobre os momentos históricos que permearam o curso de

1 Bacharel e Licenciada em Pedagogia pela Favi. Especialista em Gestão Educacional e Séries Iniciais pela Fabra. Mestranda em Ciências Sociais da Educação pela Universidade Lusófona de Humanas e Tecnologia (ULHT). Professora no curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior Fabra. E-mail: geisahupp@soufabra.com.br

2 Licenciada em Pedagogia pela FASE. Especialista em Docência do Ensino Superior e Gestão Educacional pela FABRA. Coordenadora pedagógica do núcleo de Pós-Graduação da FABRA. E-mail: alphanascimento@soufabra.com.br

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34 Pedagogia, nesses mais de sessenta anos de existência curso, nesta perspectiva o objeto do estudo é o profissional Pedagogo e sua formação é notória que a existência deste curso é marcada por impasses, controvérsia nos Pareceres e luta por parte dos profissionais atuantes na área, buscando relevância a ser dada para o curso. Trazendo um paralelo entre Pedagogia e alunos é necessário trazer uma identidade para este profissional, o novo enredo colocado em cena é sobre a atuação do profissional Pedagogo em espaços não escolares.

Diante deste paradigma surge um questionamento sobre o curso. “Em quais setores do campo educativo pode atuar este profissional?” O mesmo tem preparo na graduação para atuar em campo tão diversificado?

Para sustentar essa pesquisa traçamos como marco teórico estudos pautados em Silva (2000), Castro (2003), Libâneo (2009) e Souza e Muller (2009).

Assim posto, esse estudo vem debater o papel e funcionalidade do trabalho pedagógico na atualidade, articulando que com várias funções delegadas como coordenador pedagógico, docente de séries iniciais, de acordo com as demandas das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2006.

Como atuar em espaços não escolares? É a inquietação que norteia este estudo. Será que o curso de Pedagogia prepara estes profissionais para atuação em tal demanda? Fala-se de novos fazeres e saberes ao longo do processo histórico. Que formação o curso tem atribuído aos Pedagogos para atuar no cotidiano?

Diante deste pressuposto, o artigo tem como metas analisar o curso de

Pedagogia no seu processo histórico, descrever sobre a formação do

pedagogo na atualidade para sua atuação, dando ênfase para os espaços não

escolares, para atingir os objetivos pautamos o estudo em pesquisa de campo,

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35 buscando reflexões sobre a temática, procurando articular a importância do referido profissional no espaço educacional.

2 HISTÓRICO DO CURSO DE PEDAGOGIA NO BRASIL

Para refletir sobre a profissionalização do Pedagogo é necessário recorremos a história do referido curso, buscando mediar qual a formação o curso tem delegado a estes profissionais. Diante deste paradigma surge um questionamento sobre o curso. O curso permea formação adequada para a atuação deste profissional em várias áreas do campo educativo?

Como afirma a autora Carmem Silva

A despeito do caráter ideológico que possa permear os conflitos a respeito do encaminhamento a ser dado ao curso de Pedagogia, não há como negar que os mesmos incidem, fundamentalmente, sobre questões referentes às suas funções, ou seja, ao para que ele serve.

Em outras palavras, a interrogação básica pode ser assim enunciada:

caber ao curso de Pedagogia formar profissionais para atuação em quais setores do campo educativo? (SILVA, 2000, p.130).

Partindo desta problemática surgiu a reflexão sobre a formação de profissionais de educação no Brasil, este processo é composto por inúmeros impasses e confrontos ao longo da história, pois quando se chegava à resposta da incógnita que permeava o processo do debate acadêmico sobre a estrutura curricular, o conflito era novamente colocado em questionamento.

De fato este, processo é marcado pelo choque de posições do

movimento coletivo e a política educacional, dificultando atingir o objetivo da

problemática que basea em gerar uma identidade para o profissional. O debate

parte da proposta elaborada pela Comissão Especialista em 06/05/99 onde

obteve apoio da comunidade acadêmica de representantes, sendo

encaminhada para o MEC/CNE, gerando uma negativa por parte dos

Conselheiros. Silva (2000, p.135) retrata a seguinte a questão: “segundo

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36 consta, encontram novamente em fase de nova formulação a respeito do assunto”.

O conflito sobre estrutura curricular é novamente colocado em questão partindo sobre duas nuances, a primeira a visão antagônica do governo FHC sobre a política educacional e a segunda se opondo a idéia do governo o movimento coletivo, gerando uma dialógica conflituosa. O curso no Brasil foi criado em 1939, onde até 2000, sofreu várias reformulações, para tratar sobre a formação do Pedagogo, em 2006 com as Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia apontou novas atribuições para o trabalho do Pedagogo, onde para analisarmos tal processo dividiremos os períodos em quatro etapas de narrativas históricas tendo como marco o estudo de Silva (2000), apontando algumas datas entre estes períodos que marcaram o posicionamento epistemológico do curso, após iremos traçar um breve debate sobre as Diretrizes de Curriculares 2006.

A Pedagogia no Brasil foi criada em 1939 a 1972, sendo este primeiro momento. Neste período houve três regulamentações fundamentais, o decreto Lei nº 1190, de 4 de abril de 1939, o Parecer CFE nº 251/62 e o Parecer nº 252/69 sendo os dois últimos de autoria do Conselheiro Valnir Chagas. No qual o curso respondia pela formação do bacharel em pedagogia (distinto do curso de didática licenciatura oferecida após pedagogia), importante ressaltar que o último parecer norteou o curso de pedagogia por trinta anos. Silva (2000, p.

140) descreve “que não se tem noticias de outro documento que substitua está legislação, tornando este período relevante para a história da Pedagogia.”

A partir de 1962, o curso passa a assumir a formação de educadores e de

técnicos em educação e de educadores para o curso normal, sendo especifico

para as disciplinas pedagógicas. Em 1969, é assegurada a função de professor

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37 para o ensino normal e especialista para as atividades de orientação, coordenação, administração e supervisão no âmbito escolar.

A priori este período destaca-se por oferecer somente um diploma o de licenciatura, opondo-se ao encaminhamento do Conselheiro Valnir Chagas, que em seus ideais o Pedagogo não necessitaria de licença através da formação pedagógica, pois o conteúdo abrangia a própria especificidade pedagógica.

Descartado, então, o encaminhamento do Conselheiro, foi a partir dessa data que as disciplinas fixadas para a formação pedagógica das licenciaturas em geral passaram a integrar o curso de Pedagogia, o qual teve sua categorização alterada --- de curso de bacharelado para o de licenciatura passando a assumir, ao mesmo tempo duas funções: a formação de professores para o ensino normal e a de especialistas para as atividades de orientação, administração... no âmbito de escolas e sistemas escolares (SILVA, 2000, p.140).

Castro (2003, p.132) reforça que o parecer n 252/69 “inspirava na divisão do trabalho capitalista.” O curso passou a fragmentar a formação do profissional, onde o passou a atender a demanda a tecnicista, preocupando-se com a divisão do trabalho nas escolas. De acordo com a referida autora o administrador escolar comanda a escola, o supervisor pedagógico trabalhava especificamente com os docentes e o orientador educacional voltava seu trabalho para os discentes, como os moldes de modelo fabril.

A lei 5692/71 volta-se para atuação deste profissional no ensino de

primeiro e segundo Grau, sendo notório ressaltar que em seu capitulo cinco da

lei, trazia a narrativa de especificamente para a atuação de Professores e

especialista para o ensino. Neste período o curso de Pedagogia foi repensado,

pois eram necessários Pedagogos para a atuação em series iniciais de

primeiro grau, no qual foi motivo de ampliar longos debates na Secretaria de

Ensino Superior. “A possibilidade de formar Pedagogo para a docência em

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38 séries iniciais do ensino básico persistiu e foi amplamente da Secretaria de Ensino Superior do MEC” (CASTRO, 2003, p.133).

O segundo período é de 1973 a 1977, o Conselheiro Valnir Chagas ao denominar o Conselho de Educação, na época propôs uma série de indicações para a reestruturação do curso no Brasil “a pedagogia foi indicada para novas substituições por novos cursos e habilitação” (SILVA, 2000). Nesta perspectiva destaca uma projeção diferenciadas das demais até então descrita na história deste curso: a de estudioso da teoria dos fundamentos e metodologia da educação indicações. As indicações eram aprovadas, homologadas pelo Ministro da Educação e Cultura, onde Forte reação de outros setores envolvidos não era colocada em ação.

Interpretando as entrelinhas neste período o curso de pedagogia teve a sua função projetada como a de docente para a educação especial e a de docente para a educação infantil e séries iniciais de ensino fundamental.

Neste pressuposto Castro (2003) trás a narrativa que a partir do Encontro Nacional realizado em 1983, as Instituições de nível superior trazem novas possibilidades para o curso de Pedagogia contemplar o Pedagogo voltado para o trabalho em séries iniciais, para o ensino normal, atuando como docentes e especialistas em educação.

Em 1986 com Parecer 161/86 trás a cerne que o Pedagogo em sua formação deveria manter a função de especialista na Educação, “mantendo articulação com Sistemas de Ensino de 1° e 2 °graus para ouvir seus anseios e aspirações” (CASTRO, 2003, p.135).

O terceiro período vai de 1978 a 1999, nesta época foi iniciado um ciclo

de revisão na documentação na qual a priori esta formação do educador, com

a acessória dos movimentos universitários, professores e instituições

universitárias.

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39 Silva (2000) afirma que este processo auxiliou para a legislação revisasse a função dos cursos.

Este período contribuiu para que a revisão dos cursos pudesse ser realizada – ainda que nos limites da legislação vigente – a partir de indicações construídas coletivamente no contexto dos debates realizados num longo movimento de caráter educativos próprios educadores. Funcionaram, portanto, como verdadeiros fundamentos paralegais. (SILVA, 2000, p. 133-134).

Diante disto, neste período a Associação Nacional para formação dos profissionais (Anfope) e o MEC, elaboraram sua “proposta de diretrizes curriculares para o curso” onde congregaram as atuais funções dos cursos, abrindo também a possibilidade e atuação do pedagogo em áreas emergentes do campo educacional.

No quarto período que iniciou em 1999, contando com a intervenção do Presidente da República da época (Fernando Henrique Cardoso), e a intervenção do Ministro da Educação, no qual são dois documentos que marcam este período o Decreto Presidencial nº 3.276 de 6 de Dezembro de 1999 e Decreto Presidencial nº 3.554 de 7 de Agosto de 2000. Porém, estes decretos delimitando as funções do pedagogo são vistos como um impasse e surge a resistência da comunidade acadêmica com intuito de recuperação da sua função e licenciatura.

No quarto período, como a exacerbação do impasse referentes às funções do pedagogo e, diante das ações de resistência organizadas e da relutância da comunidade acadêmica quanto ao cumprimento da restrição ao curso de Pedagogia, um outro. Decreto Presidencial, e de nº 3.554, de 7 de agosto, vem relativizá-la, substituindo a exclusividade da situação anterior pela referência daquela formação.

Facultou-se, com isso, o curso de Pedagogia a recuperação de sua

função enquanto licenciatura, porém de uma forma qualitativa (SILVA, 2000, p.136-137).

A Pedagogia em sua base voltou-se a oferecer a formação de

Professores em séries iniciais e Educação Básica. O marco histórico que

configurara uma nova mudança para o curso de Pedagogia e atuação do

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40 Pedagogo, estabelece uma nova roupagem na base legal na LDB 9394/96, especificamente em três artigos os 62, 63 e 64 dizem respeito do profissional Pedagogo. Onde para a atuação na educação Básica tem como ponto preponderante o Magistério em nível superior.

Partindo destas análises pode-se concluir que o curso de Pedagogia no Brasil não tem uma identidade estabelecida, pois a história narrada mostra as várias facetas adotadas pelo curso em questão com mudanças traçados por decretos e pareceres, atualmente com a Resolução CNE/CPN 1º de 15 de Maio de 2006, que compõe as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Pedagogia pressupõe a atuação do profissional Pedagogo em âmbitos escolares e não – escolares de ensino.

As atuais Diretrizes do Curso de Pedagogia (Resolução CNE/CPN 1º de15 de maio de 2006) em seu artigo 4° parágrafo prevê uma nova demanda de atuação do Pedagogo em espaços não formais de ensino promovendo “a aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diferentes níveis e modalidades do ensino (BRASIL, 2006).

Sobre este aspecto da atuação Pedagogo em espaços formais e não formais o documento aponta a política da democratização, além de outras atribuições que demanda a práxis pedagógica do ensino neste espaço, sendo o Pedagogo norteador para o acontecimento, tal fato decorre no artigo 6°

Parágrafo I prosseguindo a temática nas alíneas sendo relevante segue o artigo citado:

a) aplicação de princípios concepções e critérios oriundos em diferentes áreas do conhecimento, com a pertinência ao campo da Pedagogia,que contribuem para o desenvolvimento e organização da sociedade;

b)aplicação de princípios de Gestão democrática em espaços escolares e não –escolares;

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c) observação análise, planejamento, implementação, e avaliação dos processos educativos e de experiências educacionais em ambiente escolares e não-escolares (BRASIL, 2006, grifo nosso).

Porém apesar de estudos aprofundados do montante de lugares e da diversidade de atuação do Pedagogo, o seu marco histórico sempre ofuscou esta diversidade de vários fazeres, atendendo a demandas técnico- educacional, na década de 70-80, os marcos reprodutivistas, contribuindo com este estudo Silva (2000) aponta que em 1995, sob alinhamento das novas ordem Mundial, inicia-se a redução de custo na formação de professores, em séries iniciais, isto também agrega Pedagogia, inicia o ciclo da privatização de faculdades de ensino, onde de acordo com a autora temos o seguinte panorama:

Além, é claro, de produzir profissionais menos críticos e questionadores, alheios a dinâmica da pesquisa e do debate acadêmico, evitando, portanto, a formação daqueles que podem se tornar, utilizando os termos de Perrenoud “contestadores, interlocutores incômodos” (SILVA, 2000, p. 3)

Para chegar a tal dialógica faz-se necessário traçar um enredo sobre como está sendo a formação deste profissional na graduação, para o estudante de Pedagogia qual a atribuição de sua profissão nos espaços não escolares, qual o sentido do ato educativo para estes profissionais.

3 PEDAGOGIA E PEDAGOGOS: DESCREVENDO O COTIDIANO DA FORMAÇÃO

A pesquisa foi direcionada para discentes de Pedagogia, cursando o

quarto, quinto e sexto período de Pedagogia, a maioria dos discentes reside no

município da Serra-ES, cursam faculdade de cunho privado no mesmo

Município, sendo que os mesmos trabalham para custear o seu estudo. No

curso prevalece a presença feminina, sendo apenas dois sujeitos de sexo

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42 masculino, a maioria trabalha com estágio remunerado, os sujeitos de sexo masculino possuem cargos na Polícia Militar, sendo interessante ressaltar que a maioria dos alunos possui a faixa etária entre 30 a 46 anos. No que diz respeito sobre classe econômica estão na classe média baixa, com muito esforço e determinação custeiam seus estudos com intencionalidade de concluir a Graduação.

Foram direcionados cinqüenta questionários aos discentes de Pedagogia, sendo estes de cunho estruturado, trinta retornaram preenchidos, sobre o aporte metodológico pautamos na Pesquisa de Campo.

De modo sintetizado o questionário abrangeu questões referentes ao Curso de Pedagogia e ao profissional Pedagogo. A primeira pergunta direcionada foi sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia, que indagava aos discentes se eles tinham conhecimento sobre esse documento. Onde 10 responderam conhecerem pouco; 11 responderam não conhecer a documentação; 09 responderam ter tido conhecimento em sala de aula, lendo sobre o assunto de forma superficial.

Pelas respostas ficou nítido que os discentes não têm conhecimento aprofundado sobre sua Formação, sua identidade profissional e seu lugar de atuação dentro do âmbito educacional. Libâneo (2005) retrata que “conhecer sobre esta especificidade é primordial, pois o Pedagogo atua em várias instâncias da vida educativa” tendo como estrutura de seu trabalho a formação humana.

Quando questionados sobre a preparação para atuar em projetos sócio- educativos, onde Diretrizes Curriculares Nacionais de Pedagogia tem como meta a inserção do Pedagogo em locais de Educação não formal, a resposta unanime foi “desconhecerem” a atuação do Pedagogo nestes projetos.

Sitentizando a maioria das descrições, trazemos à tona o pensamento de uma

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43 aluna que se aproxima dos demais relatos: “No nosso curso não saímos preparados para este esse fim; precisamos de mais preparo, mais curso, mais conhecimento sobre este tipo de Educação” (aluna do sexto período, 43 anos).

Outros estudiosos que se dedicam ao estudo e pesquisa no espaço não escolar de educação, como Souza e Muller (2009) alertam sobre o despreparo do Pedagogo na maioria dos casos, para atuação de Projetos sócio-educativos o interessante é que gera uma dicotomia entre o que propõe as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de em Pedagogia, pressupõe que o Pedagogo possa promover mecanismos associados ao principio democrático tanto no ambiente escolar como também na Educação não escolar, isto mostra a necessidade que o egresso no contexto de sua formação possa articular durante seu processo de cotidiano acadêmico, através de disciplinas ofertadas, pesquisa entre ouros fatores que possa vivenciar na formação, o preparo para atuar em ambientes não formais de Educação.

Um ponto a destacar foi sobre a quando questionados sobre qual a importância da Pedagogia na sociedade. As respostas trouxeram à tona a seguinte visão: “Forma de transmitir saberes, contribuir para uma boa educação, intercalar a educação com necessidades sociais, atender pais e alunos das comunidades”.

O interessante nestas respostas é que de modo sintetizado todos os discentes explanaram o que a Função do Pedagogo deve articular, princípios que se voltem às facetas de se propiciar o ato educativo, de forma democrática onde todos sejam inclusos. Tratando desta temática Libâneo (2009, p.09) traz a seguinte contribuição:

Pedagogia a par de sua característica de cuidar dos objetivos e formas metodológicas e organizativas de transmissão de saberes e de modo de ação em construção humana, implica, explicitamente, em objetivos éticos e em projetos políticos de gestão social.

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44 Partindo deste contexto a função do Pedagogo deve ultrapassar a docência não minimizando esta função, que tem alto contexto de relevância na sociedade, porém o devido autor trás o paradigma que a Pedagogia abrange aspectos além da docência Libâneo (2009) aponta as seguintes posições diante da profissionalização do Pedagogo, o trabalho Pedagógico que pressupõe uma série de intervenções na prática educativa; nesta nuance o Pedagogo poderá atuar como articulador de princípios coletivos e democráticos, compreendendo e refletindo o movimento sobre a dinâmica pedagógica, tendo como referência à práxis irá apropriar-se de sólidos conhecimentos ampliando a percepção de si, de seus colegas, tornando sujeitos coletivos que constroem e reconstroem conhecimentos; este é o sentido da prática pedagógica como pesquisador compreender a realidade existente, as problemáticas, priorizar o trabalho coletivo, promovendo reflexões do contexto escolar e não escolar contapondo um trabalho individualizado, pois dificulta a crítica, as rupturas, novos projetos, pois a ausência do outro impede o confronto e a recriação de idéias. O Pedagogo deve ser o articulador do ato ato coletivo, pois,coletivamente fica garantida a pluralidade de idéias e caminhos, estimulando um olhar crítico para a realidade.

Um ponto interressante a se destacar e que os atores da pesquisa quando descreveram sobre sua pretensão profissional foi unânime a pretenção de atuar como docente, esquecendo praticamnete que Pedagogo pode ter outras funções tanto no âmbito escolar como não escolar, tratando de educacação não formal descreveram que conhecem como programa sociais: o programa escola aberta, lares, azilos onde seus própositos giram em torno de transmitir conceitos morais, inserção de pessoas na sociedade.

Questionados sobre o ato e a finalidade da Educação perante a

sociedade as respostas direcionadas foi a “Formação de sujeitos criticos,

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45 emancipação do individuo,” o que leva e reflexão de concepção do ato educativo e de comprender a educação como possibilidade de mudança e inclusão social.

Nesta perspectiva vislumbra a importância do Pedagogo como articulador da práxis propiciar um movimento entre prática, teoria, prática, para contrapor a centralidade a neutralidade nos processos pedagógicos , onde vivemos um conhecimento fragmentado ao contrário dos processos emancipatórios, vinculadas ao paradigma cartesiano homogêneo, os âmbitos educativos sejam eles formais ou não formais, deve ser um espaço de construção articulando a sociedade de informação, que se integra com as mudanças históricas,culturais e tecnológicas. Porém estas mudanças acontecem a partir do momento em que se formam profissionais que compreendem as injustiças cometidas sobre as facetas educacionais, claro que o fracasso o processo de exclusão perante o ato educativo não é só culpa do profissional Pedagogo, porém um Pedagogo com viés critico possibilita atuações coletivas acretidanto que o ato educativo num paradigma de inclusão social é direito de todos, movimenta as articulações crendo nos sujeitos, possibilitando que os individuos se apropriam do conhecimento critico, para possibilidade de uma nova narrativa social, seje este acontecimento no âmbito escolar ou projetos sociais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo quis contribuir com o debate sobre a importância do

Pedagogo no ato educativo, seja em espaços escolares e não escolares, para

o referido profissional contribuir com o cotidiano educacional é necessário

articular a prática e teoria no seu processo de formação.

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46 Outro ponto que deve se destacar na tessitura deste trabalho quais os Pedagogos que estamos voltando para sociedade? Sabemos que se em sua formação o futuro Pedagogo deve ser contemplado com bases curriculares, pesquisas e debates que promova uma formação critica, nesta construção vários intelectuais alertam para a formação passiva deste profissional principalmente no enredo histórico LDB 9394/96 que possibilitou a abertura de faculdades em cunho privatistas um ponto a se destacar, que durante a pesquisa de campo tal análise mostrou um descompasso na formação do Pedagogo, pois a Diretrizes Curriculares do curso de Pedagogia propõe sua atuação em âmbitos escolares e não escolares, porém, como o Pedagogo poderá atuar no âmbito não escolar se nunca dentro de sua graduação escutou, leu, debateu ou pesquisou sobre esta temática?

Partindo deste processo é necessário que academia repense a formação

do Pedagogo, pois um profissional sabendo os pressupostos de sua profissão

poderá contribuir que as narrativas Educativas contraponha os descasos de

omissão, ocultação, exclusão, vivemos em uma sociedade perante a nossa

carta magna onde todos tem direito perante a base legal, porém no cotidiano

no miudinho do dia a dia, a realidade nos mostra um enredo diferenciando

onde “ poucos tem muito” e “muitos tem pouco” e a sociedade pós moderna

nós mostra que cada vez o conhecimento é sinônimo de poder, poder este que

encontra-se vinculado e articulado nas mãos de quem controla

,manipula,corrompe. A função do Pedagogo é ser um articulador de uma

gestão que promova princípios de democracia, princípios estes constituídos por

uma comunidade que acredite que a força do ato educativo promova uma

possibilidade de diferença na narrativa social, a priori se destina o Pedagogo

como este articulador, pois a Pedagogia sendo a Ciência do Conhecimento

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47 promove esta dialógica baseada no ato dialógico voltado ao cunho Político, intelectual e filosófico.

Neste ponto cabe uma reflexão: Quais os Pedagogos que os Cursos estão formando?

REFERÊNCIAS

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