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o Superior Tribunal de Justiça tem consolidado o entendimento de que

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EMBARGOS INFRINGENTES. FURTO QUALIFICADO PERPETRADO EM VEÍCULO MEDIANTE USO DE CHAVE FALSA.

AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DE EMPREGO DE CHAVE FALSA. Resta consolidado no Superior Tribunal de Justiça o entendimento no sentido de que o conceito de chave falsa abrange todo instrumento, com ou sem forma de chave, utilizado como dispositivo para abrir fechadura, incluindo

“michas”. EMBARGOS INFRINGENTES IMPROVIDOS. POR MAIORIA.

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

TERCEIRO GRUPO CRIMINAL

Nº 70055801229 (N° CNJ: 0304749- 26.2013.8.21.7000)

COMARCA DE CAXIAS DO SUL

DIEVERSON MARCOS DA SILVA EMBARGANTE

MINISTÉRIO PÚBLICO EMBARGADO

A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes do Terceiro Grupo Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, por maioria, em negar provimento aos embargos infringentes, vencidos os Desembargadores Aymoré Roque Pottes de Mello e Francesco Conti.

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes Senhores DES. IVAN LEOMAR BRUXEL (PRESIDENTE), DES. AYMORÉ ROQUE POTTES DE MELLO, DES.ª BERNADETE COUTINHO FRIEDRICH, DES. ÍCARO CARVALHO DE BEM OSÓRIO E DES.

FRANCESCO CONTI.

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Porto Alegre, 23 de janeiro de 2014.

DES.ª GENACÉIA DA SILVA ALBERTON, Relatora.

R E L A T Ó R I O

DES.ª GENACÉIA DA SILVA ALBERTON (RELATORA)

Trata-se de embargos infringentes interpostos por DIEVERSON MARCOS DA SILVA, através da Defensoria Pública, visando tornar prevalente o douto voto vencido da lavra do eminente Desembargador Aymoré Roque Pottes de Mello.

O ora embargante restou condenado em 1ª Instância à pena de 02 (dois) anos de reclusão, em regime aberto, além de 15 dias-multa, à razão de 1/30 do salário mínimo vigente à época do fato, como incurso nas sanções do art. 155, § 4º, inciso III, do Código Penal. A pena privativa de liberdade foi substituída por duas penas restritivas de direitos consistentes em prestação de serviços à comunidade, em instituição a ser definida pelo Juízo da Execução, e limitação de final de semana, pelo mesmo prazo de duração da pena privativa de liberdade (fls. 156-61).

Irresignado, o réu, ora embargante, apelou.

Em sessão realizada no dia 13/06/2013, a 6ª Câmara Criminal

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Mello, que lhe dava parcial provimento, para desclassificar a condenação do para os lindes do art. 155, caput, do C.P.B., reduzindo a sua pena carcerária definitiva para 01 ano de reclusão (regime inicial aberto), substituída por uma pena restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à comunidade, nos termos a serem definidos no Juízo das execuções Criminais, e a pena de multa cumulativa para 10 dias-multa, à razão unitária de 1/30 do valor do salário mínimo vigente à época do fato, mantendo as demais disposições da sentença recorrida.

Aduziu o embargante, em síntese, que em relação ao emprego de chave micha, correto se apresenta o afastamento da qualificadora aludida pelo art. 155, § 4º, inciso III, do Código Penal, como operado no voto minoritário, que destaca haver dúvida “sobre qual seria o objeto utilizado pelo réu na empreitada delituosa, sendo que nenhum deles caracteriza a chave falsa”, citando, ainda, jurisprudência dominante sobre o tema neste 3º Grupo Criminal.

Pugnou pelo provimento dos presentes embargos infringentes, para que prevaleça o douto voto vencido.

Recebidos os embargos (fls. 215), os mesmos foram redistribuídos a esta Relatora.

Dada vista ao Ministério Público, veio aos autos o parecer de fls. 218/223, no sentido do improvimento dos embargos.

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Este 3º Grupo Criminal adotou o procedimento informatizado utilizado pelo TJRGS, tendo sido atendido o disposto no artigo 609 do CPP, bem como o artigo 170, II do RITJERGS.

É o relatório.

V O T O S

DES.ª GENACÉIA DA SILVA ALBERTON (RELATORA)

Trata-se de embargos infringentes interpostos por DIEVERSON MARCOS DA SILVA, através da Defensoria Pública, visando tornar prevalente o douto voto vencido da lavra do eminente Desembargador Aymoré Roque Pottes de Mello.

O ora embargante foi denunciado nos seguintes termos:

No dia 16 de janeiro de 2010, por volta das 03h10min, na Avenida Antônio Andrighetti, bairro Belo Horizonte, em Caxias do Sul/RS, os denunciados DIEVERSON MARCOS DA SILVA e ANA PAULA KLEIN ALVES, em comunhão de esforços e conjugação de vontades, subtraíram, para si o automóvel GM/Chevette, ano 1987, modelo 1988, placas IEP-4552, pertencente à vítima Ivo Rodrigues Eugênio.

Por ocasião dos fatos, os denunciados, mediante emprego de chave falsa, consistente em uma faca, marca Tramontina (apreendida, conforme auto de apreensão fa fl. 30 do IP), adentraram no veículo, acima referido, que estava estacionado, em via pública, introduziram a faca na ignição, logrando subtraí-lo da vítima.

A ação dos denunciados foi flagrada pelos agentes da Brigada Militar que estavam em patrulhamento de rotina quando receberam via CIOSP o alerta do furto de um veículo Chevette placas IEP-4552, ocasião em que passaram pelo referido veículo, fizeram o retorno e abordaram os denunciados, prendendo-os, em flagrante, no interior do veículo.

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A res furtivae foi apreendida, consoante auto de apreensão e avaliada em R$ 5.527,00 (cinco mil quinhentos e vinte e sete reais), conforme auto de avaliação indireta da fl. 46 IP.

Os embargos não merecem provimento.

Reside a controvérsia no referente à qualificadora do emprego de chave falsa, afastada pelo douto voto minoritário, com consequente redução da pena aplicada ao embargante.

Como bem apontado pelo douto voto majoritário,

o Superior Tribunal de Justiça tem consolidado o entendimento de que

"o conceito de chave falsa abrange todo o instrumento, com ou sem forma de chave, utilizado como dispositivo para abrir fechadura, incluindo mixas”

Neste sentido:

“PENAL. RECURSO ESPECIAL. FURTO

QUALIFICADO.EMPREGO DE CHAVE FALSA.

INSTRUMENTO UTILIZADO PARA ABRIR O VEÍCULO E, EM

OUTROS CASOS, PARA LIGAR O MOTOR.

CARACTERIZAÇÃO DA QUALIFICADORA EM AMBOS OS CASOS. CONCURSO DE AGENTES.

ACÓRDÃO COM FUNDAMENTO EMINENTEMENTE

CONSTITUCIONAL. REGIME PRISIONAL. CONCESSÃO DE HABEAS CORPUS DE OFÍCIO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DECLARADA NO TOCANTE À RÉ SÔNIA SCHECATO.

1. Esta Corte tem se manifestado no sentido de que "o conceito de chave falsa abrange todo o instrumento, com ou sem forma de chave, utilizado como dispositivo para abrir

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fechadura, incluindo mixas" (HC nº 101.495/MG, Relator o Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe de 25/8/2008), incidindo a qualificadora, portanto, quando a denominada

"chave mixa" é utilizada tanto para abrir o veículo, como para ligar o motor.

2. Se o acórdão recorrido decide a controvérsia sob enfoque eminentemente constitucional, a matéria não pode ser examinada em recurso especial.

3. Fixado o regime aberto na sentença, sem recurso do Ministério Público quanto a esse ponto, deve ser concedida ordem de habeas corpus, de ofício, para restabelecê-lo.

4. Sendo de um ano e oito meses a pena imposta, verifica-se que decorreram mais de quatro anos desde o julgamento da apelação, operando-se a prescrição da pretensão punitiva, nos termos do artigo 109, inciso V, c/c o artigo 110, § 1º, ambos do Código Penal, uma vez que não ocorreu qualquer causa interruptiva desde então.

5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. Habeas corpus concedido de ofício para restabelecer o regime aberto. Reconhecida, em relação à ré Sônia Schecato, a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva.”

(Resp 658288/RS, STJ, 6ª Turma, Relator Min Celso Limongi, julgado em 07/10/2010).

Assim sendo, voto no sentido de negar provimento aos presentes embargos infringentes, para manter o douto voto majoritário por seus próprios e jurídicos fundamentos.

DES.ª BERNADETE COUTINHO FRIEDRICH (REVISORA) - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. ÍCARO CARVALHO DE BEM OSÓRIO

Estou acompanhando a eminente Relatora, no sentido de manter o voto majoritário proferido no julgamento da Apelação Cível nº

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Entendo que nada há a reparar no resultado que manteve qualificadora do emprego de chave falsa.

Sobre o tema, tenho dito que a „chave micha‟ é chave falsa em sentido estrito e, por tal razão, pode ser utilizada para qualificar o delito.

Assim o é, uma vez que ao se confeccionar uma cópia de uma chave verdadeira (com aspecto visual de chave) esta cópia passa a ser também verdadeira, já que idêntica à original, ao passo que se for utilizado um instrumento qualquer com capacidade de abrir uma fechadura, no caso a tal

“chave micha”, sem aspecto visual de chave tal qual concebemos, esta sim é uma chave falsa no exato sentido que quis dar o legislador penal.

Não se pode conceber que uma chave só será falsa se for uma cópia idêntica confeccionada sem a anuência do dono, uma vez que a importância está sendo dada não ao objeto em si e seu uso ilícito, mas à ciência do detentor do domínio da chave.

DES. AYMORÉ ROQUE POTTES DE MELLO

Com a máxima vênia da eminente Relatora, dou provimento ao presente recurso, mantendo o voto que proferi na 6ª Câmara Criminal quando do julgamento do recurso de apelação nº. 70.054.131.040.

É o voto.

DES. FRANCESCO CONTI

Com a máxima vênia da eminente Relatora, acolho os embargos infringentes, nos temos do voto minoritário proferido pelo Des.

Aymoré Roque Pottes de Mello no julgamento da apelação na Sexta Câmara Criminal.

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DES. IVAN LEOMAR BRUXEL (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. IVAN LEOMAR BRUXEL - Presidente - Embargos Infringentes e de Nulidade nº 70055801229, Comarca de Caxias do Sul: "POR MAIORIA, NEGARAM PROVIMENTO AOS EMBARGOS, VENCIDOS OS DES.

AYMORÉ E CONTI.”

Julgador(a) de 1º Grau: CIDÁLIA DE MENEZES OLIVEIRA

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