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ESCOVA PROGRESSIVA E OS SEUS PRINCIPIOS ATIVOS

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Academic year: 2022

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ESCOVA PROGRESSIVA E OS SEUS PRINCIPIOS ATIVOS

Jossefem Padilha de Oliveira Sena1 Danielle de Cassia 2

1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

2 Tecnologia em Estética – Professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná.

Endereço para correspondência: Jossefem Padilha de Oliveira Sena, jossefem.padilha@yahoo.com.br

RESUMO: Existem diversos procedimentos de alisamentos químicos, que proporcionam a obtenção de cabelos lisos por um curto intervalo de tempo ou por um período prolongado. A partir de 2003, introduziu-se no Brasil em salões de beleza um novo procedimento de alisamento capilar, conhecido como escova progressiva. Esse procedimento promete um alisamento duradouro, em torno de 1 a 4 meses, e é utilizado, em escala crescente, nos setores de beleza. Existem diversos tipos de escovas progressivas, a maioria delas apresenta formaldeído na composição química. Neste contexto o objetivo deste trabalho foi desenvolver uma pesquisa sobre escova progressiva. A metodologia adotada foi a pesquisa de campo descritiva, feita através de um questionário enviado para dez salões de beleza da região metropolitana de Curitiba, sobre o tema a fim de reunir informações que possam ser relevantes aos profissionais e clientes interessados nesse procedimento.

Palavras-chave: escova progressiva, formol, cabelos.

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ABSTRACT: There are several procedures for chemical hair straightening, which provides straight hair for a short period of time or for a prolonged period. In recent years, it was introduced in salons a new Brazilian hair straightening procedure, known as progressive hair straightening. This smoothing procedure is supposed to last around 1-4 months, and it is used in an increasing scale in many salons. There are several types of progressive hair straightening, and most of them frequently present formaldehyde is in the composition. In this context, the objective of this study was to develop a research concerning chemical hair straightening. A field survey was made through a questionnaire sent to ten salons in order to gather information that may be relevant to professionals and clients interested in these processes.

Keywords: keratin, formaldehyde, hair

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1 INTRODUÇÃO

Os cabelos são considerados de suma importância, pois se trata de um atributo físico que pode ser facilmente mudado, o que por vezes gera uma modificação notável no estilo da pessoa1. Os cabelos influenciam a aparência e o aspecto do rosto. Mas, além dessa função estética, eles também funcionam como um isolante térmico, protegendo a cabeça das radiações solares2. Os cuidados com os cabelos são uma preocupação constante para homens e mulheres modernos3. Desde os tempos mais remotos, a forma e a aparência dos cabelos indicavam se o indivíduo era um guerreiro, um sacerdote, um rei ou um escravo4. Hoje os cabelos podem indicar diversas características da personalidade, de suas condições físicas e/ou do estilo de vida de uma pessoa, tais quais o estado de saúde, o nível de cuidados pessoais, a autoestima, além das aspirações individuais de elegância, liberdade (um estilo clássico ou radical) e outros aspectos importantes1.

O presente trabalho tem como objetivo abordar uma das técnicas mais comuns oferecidas por salões de beleza no país, a Escova Progressiva, técnica essa utilizada para alisar os cabelos. Busca-se investigar se os profissionais que realizam esse procedimento são capacitados e se os produtos são eficazes. Como forma de convalidar os dados e servir de amostra, bem como melhor ilustrar o estudo, foi realizada uma pesquisa de campo em 10 Salões de Beleza na região Metropolitana de Curitiba, com um questionário sobre a utilização da Escova Progressiva.

2 ESTRUTURA DO FIO CABELO

O fio é uma estrutura queratínica, secretada pelo folículo piloso. O folículo piloso, formado pelo bulbo de uma papila dérmica, produz sem cessar células que, empilhadas e queratinizadas, dão origem à haste pilar. As paredes do folículo são constituídas de duas bainhas concêntricas em torno dessa haste, assim formando o folículo piloso, semelhante a uma glândula cujo produto de secreção, sólido, é o pelo5.

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Numa invaginação da epiderme para formar o saco interior, que engloba uma pequena papila dérmica, forma-se o bulbo capilar6. A formação dessas estruturas ocorre por um processo similar ao que ocorre na pele: as células da base do folículo dividem-se e se diferenciam, produzindo a haste capilar, que é dividida em três partes7. A primeira chama-se córtex, a parte central do fio, responsável pelas características de elasticidade, resistência e da cor dos fios. É formado por um conjunto de fibras unidas por uma alta concentração de queratina rica em enxofre e grãos de melanina. As intervenções químicas mais radicais como alisamentos, coloração e permanentes, atuam principalmente nessa região, alterando sua estrutura7. A segunda é a cutícula, a parte externa do fio, de estrutura delicadas, constituídas fundamentalmente pela queratina, uma proteína elástica e flexível, presente nos cabelos em estado normal. Sua função principal é proteger o fio. A cutícula, por ser transparente, permite-nos ver a cor do fio do cabelo7. A terceira parte é a medula. Os fios de cabelo nascem com medula, mas na medida em que crescem, esse canal da medula pode estar vazio ou preenchido com queratina esponjosa7.

2.1 pH – POTENCIAL DE HIDROGÊNIO

O potencial de hidrogênio é usado para determinar o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância. A camada hidrolipídica que protege o cabelo tem um pH levemente ácido, um valor compreendido entre 4 e 6 na escala do pH. Dessa forma, todos os produtos que entram em contato com o corpo humano devem ser neutros ou levemente ácidos. Isso significa que se os cabelos forem lavados com shampoo alcalino, por exemplo, as escamas se abrem, e eles ficam sem brilho, difícil de pentear e embaraçados8.

2.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO CABELO

Os princípios ativos dos produtos para alisamento de cabelos agem diretamente sobre a estrutura química do fio. Por esse motivo, há a necessidade de uma breve descrição de sua estrutura e formação bioquímica9.

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A maior parte do cabelo é constituída pela proteína denominada queratina. A queratina, como outras proteínas, é formada por aminoácidos em forma de íons com cargas positivas e negativas6. Esses aminoácidos podem formar grandes estruturas poliméricas através de ligações amidas entre o grupo ácido de um aminoácido e o amido de outro2. Para a queratina ter uma estrutura organizada, modelada e fixa, formam-se outras ligações químicas adicionais, que se dispõem de três modos: a formação de pontos de hidrogênio entre cadeias polipeptídios paralelas: são consideradas fracas, quebram-se com a simples ação da água, porém são numerosas e significativas para a estabilização da estrutura da proteína10. A formação de ligações salinas entre as ligações paralelas de ácidos e bases: algumas cadeias de polipeptídios possuem grupos ácidos e outros básicos, por isso há a formação de sais (ligações iônicas); essas cadeias são consideradas de força média. A formação de ligações pelos átomos de enxofre ou dissulfeto, essas ligações fortes. A insolubilidade da queratina atribui-se à grande quantidade do aminoácido cistina, este contendo dois grupos amino e dois grupos cabroxilo, por isso, pode ligar-se a cadeias polipeptídicas paralelas através dos átomos de enxofre.

6,2,10.

A estrutura das cadeias polipeptídicas vai se adaptando em uma forma helicoidal com 3,7 aminoácidos em cada volta de hélice. Cada volta da hélice está fixada a outra por ligações de hidrogênio, formando a cerda elementar que, por sua vez, liga-se à outra cerda de uma forma retorcida pelos átomos de enxofre (ligações dissulfeto) e por ligações iônicas (salinas). A influência dessas ligações em relação à estrutura do fio está bem definida, por exemplo: se as ligações dissulfeto se quebram, o cabelo se debilita, mas não partirá se forem mantidas íntegras as ligações salinas (iônicas). Da mesma maneira acontece com as ligações salinas, se forem mantidas as ligações dissulfeto. 6,2.

A forma do cabelo nas diferentes raças não está relacionada a uma estrutura bioquímica diferente: na verdade, ela é determinada pela forma do folículo piloso.

Por exemplo: no cabelo afro, o folículo piloso encontra-se em forma de espiral, explicando a forma crespa do cabelo: o folículo dos orientais é completamente reto, e a haste do cabelo é tesa: já o folículo piloso do caucasiano é intermediário5.

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2.3 ESCOVA PROGRESSIVA

A escova progressiva é uma técnica de alisamento semelhante a uma escova definitiva. É muito importante lembrar que os métodos de alisamento não são registrados pela ANVISA, mas apenas os produtos que são utilizados para tal procedimento11.

O nome “escova progressiva” vem sendo associado a compostos químicos tais como: formaldeído, cabocisteína, tioglicolato de amônia. Normalmente quem busca fazer essa escova submete-se ao procedimento com esses compostos4.

Em geral esses consumidores desconhecem os efeitos do uso inadequado desses compostos no cabelo, porque não têm preocupação ou porque o profissional não tem conhecimento suficiente para explicar sua composição. O uso de formaldeído em concentrações maiores do que o padrão aprovado pela ANVISA é prejudicial à saúde11 e traz graves riscos à saúde, tais como: irritação, dor e queimadura na pele, ferimentos nas vias respiratórias e danos irreversíveis aos olhos e aos cabelos.

As escovas progressivas sem formol estão ganhando espaço nos salões e sendo cada vez mais procuradas por quem procura tratamentos para alisar o cabelo sem danificá-lo tanto. Atualmente já existem diversos tipos de escovas progressivas sem formol que, além de alisar, tratam e deixam os fios saudáveis2. Desde que a ANVISA limitou a utilização de formol a apenas 0,2%, muitos salões substituíram a substância por outros conservantes, com efeito, parecido11.

O mais comum é o óxido acetamine, que permite que você saia do salão com os fios lavados. O princípio ativo é misturado a um creme para agir nos cabelos. É esse creme que define o nome da escova, que elimina o cheiro forte do formol ou do óxido acetamide12. Dentre elas destaca-se: escova inteligente, escova de indiana e escova marroquina. Esses produtos contêm a amônia, substância que, em contato com os fios, consegue amolecê-los, deixando-os prontos para uma nova modelagem14. No caso, do alisamento, o líquido neutralizante, indispensável após qualquer química, possui formulação rica em proteínas, nutrindo o fio e o garantindo que ele fique macio, brilhante e com balanço natural13.

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2.4 ALISANTES CAPILARES

Os alisantes capilares são produtos cosméticos que alisam, relaxam, amaciam ou reduzem o volume dos cabelos, de maneira mais ou menos duradoura, podendo se apresentar com denominações variadas como: amaciantes, relaxantes, defrizantes e escovas definitivas6. Esses produtos possuem substâncias que são irritantes para a pele e, se não utilizados adequadamente, podem causar queimaduras graves na córnea e no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos cabelos14.

Os tipos de alisamentos podem ser classificados de acordo com as suas formulações. As substâncias químicas presentes em alisantes são os hidróxido de sódio, que é o mais eficiente, mas também o mais agressivo aos cabelos, o hidróxido de guanidina, que está numa posição intermediária, tanto em relação à eficiência quanto aos possíveis danos, o tioglicolato de amônio, um sal do ácido tioglicólico e o menos nocivo aos fios, mas também o que menos alisa, e por fim o formaldeído, que não é diretamente responsável pelo alisamento, mas, quando aplicado em presença de calor, promove uma espécie de plastificação nos fios15 .

2.5 PRINCÍPIOS ATIVOS MAIS USADOS NA ESCOVA PROGRESSIVA

Os alisantes à base de hidróxidos metálicos devem conter em sua formulação uma ou mais das seguintes substâncias: hidróxido de sódio; hidróxido de cálcio;

hidróxido de potássio; hidróxido de lítio; hidróxido de magnésio; hidróxido de guanidina; entre outros9.

O modo de ação desses produtos pode ser resumido em duas etapas básicas: A primeira etapa se dá quando se aplica o creme com hidróxidos metálicos sobre os cabelos, o seu pH (pH 12 a 13) faz com que as ligações iônicas (salinas) se quebrem, deixando o cabelo maleável e pronto para ser alisado. No entanto, com o pH tão alto, algumas ligações fortes (dissulfeto) são rompidas, por isso eles se tornam mais agressivos. Na segunda etapa, após a ação do hidróxido, um produto neutralizante ácido é aplicado9. O neutralizante tem a função de restabelecer o pH

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para a faixa ácida natural dos cabelos, refazendo as ligações iônicas (salinas) para que assumam a nova forma (alisado). Como esse tipo de neutralizante só restabelece as ligações iônicas e de uma forma incompleta, os cabelos tornam-se frágeis porque as ligações dissulfeto continuam abertas9. A seguir, aprofundemos um pouco mais a particularidade desses princípios ativos.

Hidróxido de sódio ou, popularmente, soda cáustica, é o composto químico de fórmula química NaOH. É uma base metálica (do metal alcalino sódio) cáustica15. Age no fio do cabelo, transformando as ligações dissulfídicas da cistina em ligações de lantiolina3. Essa classe de produtos, na maioria das vezes, não apresenta odor forte e não requer neutralização. O hidróxido de sódio é compatível com ele mesmo e com outros produtos à base de hidróxido de magnésio e cálcio. Como pertence à mesma família de hidróxidos, sua compatibilidade com outros tipos de hidróxidos deve ser feita mediante avaliação do estado dos fios. São produtos alcalinos, pH 13, e uma lixívia cáustica que pode danificar os cabelos, produzindo queimaduras no couro cabeludo e até mesmo cegueira, caso atinja os olhos. São restritos ao uso por profissionais; produz um alisamento químico permanente e de eficiência máxima9.

O hidróxido de lítio Hidróxido de lítio (LiOH) é um corrosivo hidróxido alcalino.

É um sólido branco cristalino higroscópico7. É solúvel em água e levemente solúvel em etanol7. É encontrado comercialmente na forma anidra, ou como mono hidrato.

Hidróxido de lítio pode ser produzido pela dissolução do lítio ou do óxido de lítio em água. Age de forma semelhante ao sódio, porém, de forma mais lenta e suave.

Infelizmente não apresenta a mesma versatilidade do cálcio, mas, quando usado em concentrações baixas e por um bom profissional, pode-se relaxar um cabelo mechado, ou mesmo descolorido, desde que se tenha um bom conhecimento de diagnóstico do fio, técnica de aplicação e um cabelo bem cuidado6. Neste caso, em especial, a base cremosa, à qual o hidróxido de lítio está incorporado, deve ser bastante emoliente e hidratante para suprir as deficiências do fio e controlar um pouco a ação do lítio sobre o cabelo já enfraquecido. Deve-se levar em conta que, se o fio já está muito poroso, o que poderemos conseguir será apenas alinhá-los um pouco, acalmando as madeixas, e assim proporcionar mais brilho e um aspecto saudável6.

O tioglicolato de amônia é um ativo químico obtido pela reação entre o ácido tioglicólico e a amônia7. Ele age no córtex, quebrando as cadeias de cistina que

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compõem a fibra capilar, deixando o fio maleável, para ser moldado como desejar.

Tem PH alcalino em torno de 9 e necessita neutralização, feita comumente com peróxido de hidrogênio. Seu pH elevado (de 9 a 9,5) é que abre o caminho. A fibra se expande e, com o aumento de volume, as escamas da cutícula são abertas.

Estas se soltam, facilitando a entrada do alisante. Ele quebra as ligações de cistina e a reação só é finalizada com a neutralização. Então as pontes são restabelecidas e a estrutura do fio, alterada definitivamente. Ressalta-se que o tioglicolato apresenta moléculas maiores que os hidróxidos7, por isso, tem menos força para agir na cistina, ou seja, alisa menos. É que o agente oferece menor perda de proteínas e não retira água da fibra, como acontece com os hidróxidos16. A carbocisteína, derivada de um aminoácido (parte da proteína) chamado L-cisteína, confere força e resistência aos fios, reparando as fibras capilares devido a sua alta bioafinidade com os fios. Por apresentar uma estrutura molecular menor, penetra no córtex e forma ligações fundamentais para reforçar sua estrutura. Essas ligações são responsáveis pelas ondas que aparecem nos cabelos e permite ao cabeleireiro moldá-lo. A cabocisteína sozinha não alisa, por isso é necessária sua associação a uma cadeia de aminoácidos, que são moléculas de baixo peso e que atuam agentes de retenção de moléculas de água17.

O ácido glioxílico ou formilfórmico é um ácido orgânico de fórmula OHC- COOH, e é o mais simples dos ácidos-aldeídos. Consiste numa forma modificada do ciclo dos ácidos tri carboxílica que ocorre na maioria das plantas e microorganismos, mas não nos animais superiores. Esse ácido libera substâncias (aldeídos) que promovem a quebra das pontes de cistina. Por ter um pH alto, quando aplicado ao cabelo, dilata as cutículas, permitindo assim a entrado do ativo alisante, para que ele possa agir no interior do fio, ou seja, no córtex. Esse ativo oferece variação no seu poder de alisamento conforme a quantidade utilizada. Pode ser usado em concentração de 1% a 20% e o resultado também depende do cabelo17 .

Gomes ressalta que:

Os alisamentos estão entre os processos químicos mais agressivos ao cabelo, principalmente se forem feitos com produtos a base de hidróxido de sódio. Os cosméticos usados para manutenção de cabelos alisados são shampoo, condicionador e máscara de tratamento intensivo contendo proteínas e aminoácidos. O processo de alisamento diminui a resistência do cabelo, por isso é fundamental usar produtos contendo ceramidas, aminoácidos e poliquatermiuns, que possuem a função de fortalecimento dos fios.

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O mecanismo do processo de alisamento depende dos constituintes químicos do produto utilizado.

2.6 FORMOL

O formol, também conhecido como formaldeído, é um composto orgânico pertencente ao grupo dos aldeídos. Sua fórmula molecular é CH2O e sua nomenclatura oficial é metanol. Sua principal utilização é como conservante de cadáveres e peças de cadáveres, mas também é usado como preservador na borracha, adesivos, gelatinas e sucos, produção de alguns produtos químicos, confecção de seda artificial, vidros, espelhos, corantes e explosivos18.

O formol é uma solução de formaldeído, matéria-prima com uso permitido em cosméticos nas funções de conservantes (limite máximo de uso permitido 0,2%), (RESOLUÇÃO ANVISA, 162/01) e como agente endurecedor de unhas (limite máximo de uso permitido 5%) (RESOLUÇÃO ANVISA RDC n° 21505).

O uso dessa solução em alisantes resulta em graves riscos à saúde, tais como: irritação, dor e queimadura na pele, ferimentos nas vias respiratórias e danos irreversíveis aos olhos e aos cabelos18.

Em 2001, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 162 publicou a lista de substâncias de ação conservante permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes restringindo a porcentagem do formol nas misturas. Em junho de 2009 foi publicada a Resolução RDC n°36, que proíbe a comercialização do formol em estabelecimentos como drogarias, farmácias, supermercados e lojas de conveniências. A finalidade desta Resolução é restringir o acesso da população ao formol, coibindo o desvio de uso do formol como alisante capilar e protegendo a saúde de profissionais cabeleireiros e dos consumidores. Já a RDC n°58, de novembro de 2009, elenca as substâncias de ação conservante permitidas para produtos de limpeza17.

O formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando absorvido pelo organismo por inalação e, principalmente, pela exposição prolongada, apresenta como risco o aparecimento de câncer na boca, nas

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narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça11 . 2.6.1 RISCOS DO FORMOL

As reações tóxicas do uso do formol podem se dar no contato com a pele e olhos, causando irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e visão embaçada. Altas concentrações causam danos irreversíveis; se inalado, por exemplo, pode causar câncer no aparelho respiratório. Outros sintomas são dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda ocasionar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e à pneumonia. Fatal em altas concentrações. No caso de exposição crônica, é possível que o indivíduo desenvolva hipersensibilidade, levando às dermatites. O contato repetido ou prolongado pode causar reação alérgica, debilitação da visão e aumento do fígado. No caso da escova progressiva, dependendo da concentração do formol, pode ainda causar acentuada queda capilar.

3. METODOLOGIA

Essa pesquisa foi realizada através de questionário descritivo e qualitativo com a análise das perguntas abertas sobre a utilização da escova progressiva nos salões de beleza.

Os questionários foram entregues em mãos aos responsáveis técnicos de 10 salões de Beleza da Região Metropolitana de Curitiba. No qual foram feitas 7 perguntas sobre o assunto. Esses salões estão localizados nos bairros do município de Colombo e são frequentados por clientes de classe média baixa. Essa pesquisa foi feita no mês de outubro de 2012.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para coleta de dados foi realizada uma pesquisa de campo com 10 Salões de

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Beleza na região metropolitana de Curitiba, com o objetivo de descobrir quais os produtos mais utilizados na escova progressiva e todos os questionários foram respondidos por esses salões.

Figura 1 – Gráfico da utilização da escova progressiva com formol

Fonte: O Autor

Nas escovas progressivas, 70% informaram que não utilizam a escova com formol, optando por outros princípios ativos para realização da escova progressiva, porém 30% utilizam a escova com formol, alegando que o produto atende aos padrões estabelecidos pela ANVISA.

Figura 2 –Gráfico dos tipos de Escova

Fonte: O Autor

O salões oferecem para os clientes 3 tipos de escovas progressivas, sendo as

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mais utilizadas a escova marroquina, chocolate e inteligentes. Segundo os profissionais, desde que a ANVISA limitou a utilização de formol a apenas 0,2%, os salões foram condicionados a substituir o formol por outros conservantes, com efeito, parecido. Desta forma 50% utilizam a escova inteligente, que é composta de queratina líquida, proteínas, minerais e o formol a 0,2%. 30% utilizam a escova marroquina, que é composta de argila branca, óleo de cacau do Marrocos e formol a 0,2%. Os 20% restantes utilizam a escova de chocolate, que é composta de queratina líquida, proteína da seda, extrato de cacau, cafeína, ácidos graxos e, às vezes, formol a 0,2%. Observa-se que nessas escovas - embora os profissionais e a mídia aleguem que não utilizam o formol em sua composição química - há sim o formol, porém conforme os padrões estabelecidos pela ANVISA, o que evita maiores danos à saúde.

Figura 3 – Gráfico do perfil dos clientes

Fonte: O Autor

O tipo de cabelo dos clientes que fazem a escova progressiva seguem a seguinte proporção: 70% têm cabelos crespos, e 30% cabelos lisos. Segundo os profissionais, os clientes de cabelos crespos ainda são maioria, pois a moda atual é ter cabelos lisos e para se enquadrarem nos padrões de beleza as clientes de cabelos crespos são as maiores adeptas às escovas progressivas. E as clientes de cabelos lisos que fazem a escova progressiva são clientes que querem deixar seus cabelos mais hidratados e com brilho. Observa-se que se as clientes de cabelos lisos fossem mais bem informadas, não submeteriam seus cabelos à escova

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progressiva, e sim a uma hidratação.

Figura 4 – Gráfico da preocupação do cliente

Fonte: O Autor

A preocupação em saber se o produto utilizado tem formol é uma realidade para 70% dos clientes, provavelmente devido a tantas reportagens na mídia sobre o assunto. Por esse motivo já chegam ao salão com o objetivo de fazer a escova progressiva inteligente, chocolate e marroquina. Porém 30% não fazem qualquer pergunta sobre o produto utilizado e se mostram preocupadas apenas com o resultado final.

Figura 5 – Gráfico da satisfação do cliente

Fonte: O Autor

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quando fazem a escova progressiva, saem do salão com os cabelos realmente lisos;

já 20% das que não ficam satisfeitas pertencem ao grupo de clientes que já tem os cabelos lisos e a diferença não fica tão visível.

Figura 6 – Gráfico da duração da Escova Progressiva

Fonte: O Autor

Ressalta-se que 90% dos profissionais informam aos clientes o tempo de duração das escovas e a possibilidade de fazer novamente após o período indicado, porém 10% só informam se a cliente perguntar.

Figura 7 – Gráfico sobre a existência de escova sem formol

Fonte: O Autor

De todos os respondentes, 80% afirmam que não existe escova progressiva

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sem formol, pois somente o creme não alisa o cabelo. Os 20% que afirmaram não existir o formol nas escovas progressivas são profissionais que não conhecem os produtos que estão usando e não estão qualificados para realizar esse procedimento.

Através da pesquisa realizada, constatou-se que tantos os profissionais como os clientes não têm a preocupação e nem o conhecimento necessários no que diz respeito aos princípios ativos utilizados nas escovas progressivas. Os clientes estão preocupados com a estética e os profissionais nos lucros e benefícios pessoais que esse procedimento pode trazer. Os profissionais compram e oferecem os produtos, mas não se preocupam se estão registrados na ANVISA e se são legais. Já os clientes fazem perguntas sobre o produto, porém, não investigam se realmente a resposta dos profissionais é verdadeira.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No mercado há uma grande evolução em relação a produtos estéticos e especificamente aos produtos relacionados à escova progressiva. Graças às tecnologias envolvidas, os resultados dos alisamentos são eficazes e satisfatórios aos clientes, no entanto a presente pesquisa detectou que os profissionais responsáveis por realizar o procedimento não acompanham essa evolução, fazendo seu trabalho apenas com informações trazidas nos rótulos dos produtos ou das explicações dos representantes que vendem os produtos. Já os clientes estão sempre envolvidos e condicionados apenas aos resultados do processo, sem se preocupar com os riscos à saúde.

Portanto, foi percebido, com base na fundamentação teórica e na pesquisa de campo, que há a urgente necessidade de o profissional da área se informar sobre o produto que está sendo utilizado, quais são as vantagens e as desvantagens que podem advir após o procedimento, qual a procedência dos produtos utilizados.

Obviamente, isso deve ser feito sempre antes de se realizar qualquer processo químico no cabelo do (a) cliente.

Cabe a nós, tecnólogas em Estética, supervisionar os salões e centros de beleza, para que os procedimentos sejam devidamente realizados e os

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componentes químicos corretamente aplicados, assim garantimos a procedência do produto e a correta finalização do resultado.

6. AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças para realizar este trabalho, aos meus pais pelo apoio, a todos os professores envolvidos em meu desenvolvimento.

7. ANEXOS

QUESTIONÁRIO – ESCOVA PROGRESSIVA

1. Vocês utilizam o formol para a Escova Progressiva?

( ) sim ( ) não

2. Quais os tipos de Escova Progressiva que o Salão oferece para seus clientes?

( ) inteligente ( ) marroquina ( ) chocolate

3. Qual o perfil dos clientes que fazem a Escova Progressiva?

( ) crespos ( ) lisos

4. Os clientes que vão fazer a Escova Progressiva perguntam se tem formol?

( ) sim ( ) não

5. Ao fazer a Escova Progressiva os clientes ficam satisfeitos?

( ) sim ( ) não

6. Vocês informam aos clientes o tempo de duração da Escova Progressiva?

( ) sim ( ) não

7. Existe Escova Progressiva sem formol:

( ) sim ( ) não

Obrigada pela Colaboração.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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10. PEYREFITTE, G. M. M-Claude; C. M. Estética-Cosmética: cosmetologia, biologia geral, biologia da pele. São Paulo: Andrei 1998

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(18)

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18. RIBEIRO, C. Cosmetologia aplica a dermoestética. São Paulo: Ed.

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Referências

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