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HISTÓRIA, CULTURA E EDUCAÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPU UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA/FACULDADE DE ETNODIVERSIDADE EDUCACAO POR INVERSÃO PEDAGÓGICA:

INCLUSÃO PARA A EMANCIPAÇÃO EM TERRITÓRIOS SOCIOEDUCATIVOS NA TRANSAMAZÔNICA-XINGU

ALCIRENE DAS DORES BARBOSA GIL

HISTÓRIA, CULTURA E EDUCAÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA

Altamira/Pá Abril de 2019

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2 1.UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

A escravidão dos povos africanos no brasil teve início em 1500 até 1888 por mais de três séculos, assim datam os livros de história, trazidos a forca pelos portugueses para trabalho de mão de obra escrava, período este o qual os portugueses assenhoraram-se do brasil, porém neste lugar já existiam milhares de indígenas que habitavam este território chamado brasil.

A escravidão dos povos africanos iniciou-se como forma de comercio e lucro, em que os portugueses a uma viagem à África ali encontraram um mercado extenso de venda de escravo pois seu território possuía poucas pessoas para exercer o trabalho forçado e por conseguinte mão de obra cara, os motivos da venda dos escravos era por muitas das vezes estarem devendo tributos e outras coisas a mais, por estes motivos os escravos eram vendidos por outros africanos que detinham o “poder” econômico. Então alargou-se uma grande venda de seres humanos aprisionados a escravidão sem direito ao domínio a vida.

Nesse período de assenhoramento do brasil, os escravos eram trazidos de várias regiões da África, principalmente da África subsaariana, os escravos eram acorrentados até o litoral em navios chamados de navio negreiro ou navio tumbeiro que em média durava entre 43 dias ou mais, dependo do lugar de onde saía, todos foram trazidos a força separados da sua família, da sua origem, amontoados como “animais” em porões de embarcações, muitos nem chegavam no lugar de destino pois morriam de fome de sede e maus-tratos diariamente, outros cometiam suicídio, pois a travessia do mar atlântico era longo e exaustivo e ocasionava vômitos e acabavam doentes. Nesse espaço muitos morriam como já citado anteriormente, porem lá apodreciam, pois dificilmente (nunca) os comandantes das embarcações vinham averiguar, só no caso, quando ocorria algum imprevisto como por exemplo de a embarcação encalhar, ou seja, quando a embarcação ficava presa em algum lugar sem acesso ao lugar desejado, daí a necessidade de se retirar os escravos dos porões das embarcações para que fizessem o trabalho forçado em todos os sentidos.

No entanto, a mão de obra escrava africana no Brasil foi responsável por grande parte da riqueza que o Brasil produziu em sua história, tanto na produção agrícola de cana-de açúcar e de café, na extração de ouro e diamante, e outra funções domésticas, tudo era realizado pelos escravos, pela sua forca de trabalho braçal.

2.FORMAS DE RESISTÊNCIA E MANIFESTAÇÃO CULTURAL DOS NEGROS A escravidão foi período de muita luta e resistência, principalmente para formação da nossa história da história do Brasil. Muitos temos de sua origem de sua cultura, mesmo sendo submetidos a várias torturas físicas e psicológicas os negros sempre mantiveram seus costume e crenças, organizavam suas festas seus adornos, uma maneira de lembrar de suas origens de expressar sua arte, de cantar, umas das danças bastantes apreciadas pelos negros era o batuque batidas de tambores com tom sofrido e cantado em sua língua de origem. A ascendência do lundu quanto a capoeira fora trazida pelos escravos, o lundu

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3 é bastante apreciado pela sua dança sensual, a capoeira era vista pelos seus senhores como uma dança, pois qualquer tipo de luta era proibido pelos senhores, então os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta.

Então, podemos perceber nesse contexto social que a capoeira foi muito importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

Lembrando que, os escravos eram proibidos de professar sua fé ou de realizar suas festas e rituais, e muitos desses rituais eram sagrados e indicava uma forma de resistência para suportar o sofrimento diário ao qual eram submetidos.

No caso das mulheres negras, eram exploradas sexualmente pelos patrões, os senhores do engenho e pelos jagunços que faziam os trabalhos de açoitar os escravos a função das mulheres negras era servir mão-de-obra para trabalhos domésticos, como cozinheiras, arrumadeiras nas casas dos senhores e ainda serviam de ama de leite para seus filhos. No entanto nesse período da escravidão colonial muitas mães negras eram separadas dos seus filhos e vendidos para outras propriedades.

Outra forma de resistência de suma importância pouco visível nos livros de história se remete as mulheres negras quanto a travessia no mar nos navios tumbeiros as quais com seus filhos pequenos procuravam uma forma de acalenta-los, rasgando seus próprios vestidos ou saias para confeccionar bonecas negras de panos coloridos chamadas de abayomi.

As estratégias de resistências dos escravos não era apenas se esconderem em quilombos ou arquitetar fugas e sabotagem contra os senhores dos engenhos, era também no sentido de ocupar os espaços na sociedade fazendo que o branco dependesse de seus serviços, como por exemplo serviços de serviço de carpinteiro de artesão entre outras.

Nesse período, o estado da Bahia, Rio de Janeiro e Recife por ser na costa litorânea do brasil foram os estados que mais receberam negro fruto da escravidão no período da colonização e, a maior parte destas populações era de origem Bantos, Nagôs e Jejes, Hauçás e Malês.

Segundo Joao José Reis a maior parte destas populações era de origem Bantos, Nagôs e Jejes, Hauçás e Malês, e cada povo africano possuía suas origens mitológicas para explicar suas origens. Estas religiões tradicionais possuem, via de regra, um panteão de conhecimento e estão voltadas ao culto dos antepassados e das divindades da natureza.

A irmandade representa um espaço de relativa autonomia negra, no qual seus membros em torno das festas, assembleias, eleições, funerais, missas e da assembleia mutua construíam identidades sociais significativas, no interior de um mundo ás vezes sufocante e sempre incerto. A irmandade era uma espécie de família ritual, em que africanos desenraizados de suas terras vivam e morriam solidariamente.

Idealizado pelos brancos como mecanismo de domesticação do espírito africano, através da africanização da religião dos senhores eles vieram construíram instrumento de identidade coletiva”. (Reis, pag,4)

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4 A forma mais conhecida destas religiões envolve o culto aos Orixás (divindades de origem Ioruba ou Nagô) e englobam uma ampla variedade de crenças e ritos. No entanto a vida material e espiritual nas religiões africanas, tendem a indistinção entre o sagrado e o profano. Estas dimensões são concebidas como indissociáveis e inseparáveis, como podemos ver nos capítulos anteriores deste texto quando falávamos de resistência culto a dança.

3.ALGUMAS LEIS QUE FORAM NECESSÁRIAS PARA AMENIZAR A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Muitas leis foram criadas ao longo do tempo com intuito de visibilizar a questão da escravidão e o preconceito racial no Brasil, Primero começando pela lei n 581 de 4 de setembro de 1850 de Euzébio de Queiros que em suma proibia o tráfico de escravos para o Brasil porem esta lei não surtiu o efeito desejado pois ocasionou um trafico interno no pais e consequentemente falta de mão de obra. Posteriormente em 1871 Lei do Ventre Livre foi a primeira lei abolicionista da História do Brasil., os filhos de escravas, nascidos após a promulgação da lei, ganhariam a liberdade. Porém, o liberto deveria permanecer trabalhando na propriedade do senhor até 21 anos de idade. No entanto libertos tinham que trabalhar para seus “donos” durante a fase mais produtiva da vida. Logo, os senhores iriam explorar ao máximo esta mão de obra até ela ganhar a liberdade. Quatorze anos após a lei do ventre livre em 1885 foi promulgada a Lei dos Sexagenários, esta lei dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos de idade. Porém, dificilmente um escravo chegava a esta idade com as péssimas condições de trabalho que tinham durante a vida.

Vale lembrar que a expectativa de vida de um escravo neste período era em torno de 40 anos de idade. No entanto esta lei beneficiava mais os proprietário de escravos. Lei Áurea Promulgada em 1888, pela Princesa Isabel. Porém, a liberdade não garantiu aos ex- escravos melhorias significativas em suas vidas. Como o governo não se preocupou em integrá-los à sociedade, muitos enfrentaram diversas dificuldades para conseguir emprego, moradia, educação e outras condições fundamentais de vida.

Atualmente celebramos o dia da Consciência Negra para que possamos refletir sobre a importância dos negros na sociedade e esse dia tornou-se lei federal em 2003, fazendo parte do currículo em todas as escolas do Brasil. No entanto fica muitas questões pertinentes sobre o acesso dos negros nas escolas de educação básica nas esferas federais, como esses sujeitos se veem nesses espaços educacionais colonizador que foram e continuam negados para os negros. Pensando nesse contexto histórico reporto-me a canção interpretada por Sandra que retrata a questão do racismo social que existe no Brasil onde os pobres e negros são visto como ladrões e moraram as margens da sociedade nas favelas.

Esta música retrata muito bem a história de sofrimento dos negros no Brasil, trabalho, luta e morte, como também uma história de muita resistência, cultura, tradição e religiosidade, que somos formados num processo de miscigenação que todos somos iguais independente de raça, cor.

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5 Sandra de Sá

Os meus olhos coloridos Me fazem refletir

Eu estou sempre na minha E não posso mais fugir...

Meu cabelo enrolado Todos querem imitar Eles estão baratinado Também querem enrolar...

Você ri da minha roupa Você ri do meu cabelo Você ri da minha pele Você ri do meu sorriso...

A verdade é que você (Todo brasileiro tem!) Tem sangue crioulo Tem cabelo duro Sarará, sarará Sarará, sarará Sarará crioulo...

Sarará crioulo Sarará crioulo...

Os meus olhos coloridos Me fazem refletir

Que eu tô sempre na minha Não! Não!

Não posso mais fugir Não posso mais!

Não posso mais!

Não posso mais!

Não posso mais!

Meu cabelo enrolado Todos querem imitar Eles estão baratinados Também querem enrolar...

Cê ri! Cê ri! Cê ri!

Cê ri! Cê ri!

Cê ri da minha roupa Cê ri do meu cabelo Cê ri da minha pele Cê ri do meu sorriso...

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6 Mas verdade é que você

(Todo brasileiro tem!) Tem sangue crioulo Tem cabelo duro Sarará, sarará Sarará, sarará Sarará crioulo...

Sarará crioulo Sarará crioulo...

4.CONTEXTUALIZADO O PASSADO COM O PRESENTE

Muitos anos se passaram após escravidão, porem muitas consequências desses segregacionismo ficaram impregnada na sociedade, como racismo a desigualdade racial e social, contudo gerando falta de oportunidade, de acesso em vários setores institucionais, nos seios familiares altamente preconceituosos disfarçado de moralismo.

Muito se falou inicialmente sobre a escravidão, mais será que nos dias atuais mudou?! Podemos dizer que sim! No entanto seus impactos ficaram, como podemos ver na história de vida de Celina mulher negra 66 anos do baixo amazonas, filha de ribeirinho e soldado da borracha no período 1943/1945, sem nenhum grau de estudo basicamente analfabeta, junto com sua família vieram para a região do baixo Xingu, enfrentaram muitas dificuldades até se estabelecer na cidade atual que mora. Logo em pouco tempo Celina casou-se, porem Celina já tinha uma filha e aos olhos da família Celina não era adequada para se casar com rapaz de família, pois este era de família tradicional, mesmo com a não aceitação ficaram juntos. Enfrentaram a rejeição da família, hostilização por ter assumido uma filha que não era consanguineamente dele. Muitos anos se passaram porem o preconceito continuava muitas vezes explicito no convivo familiar.

Nomes pejorativos como sabá-satira era lhe dado cotidianamente, pelo fato de ser negra, e Celine diz que a forma dela mostrar altives perante esses chamemos no meio da família, era sendo trabalhadora, não que ela não fosse, porem demostrando mais ainda, realizando trabalho de homem junto com seu marido, como uma forma de alto-defesa.

Então percebemos aqui o quão foi prejudicial a escravidão para o psicológico das pessoas negras em nosso pais, o que me chama a atenção na frase de Celina “sou só preta e feia, como ser preto fosse sinônimo de ser feio. Pensando sobre esta questão como o racismo esta internalizado dentro do seio familiar. Podemos perceber na história de Celina um racismo disfarçado de moralismo, como se ter filho antes do casamento e ser negro não era digamos “adequada” para a sociedade. Logo mais adiante no decorrer da conversa sobre seu marido contextualizamos que na realidade a família de seu marido não era exatamente branca apenas detinham o poder sobre outras pessoas, valendo-se da festa cultural a qual a família em nome de são benedito promovia todos os anos ou seja a família era a dona da festa e só para constar são benedito e negro .Fazendo uma relação à história de Celina ao texto de Joao Jose Reis percebemos algo em comum em relação hierarquia de poder entre as irmanadas criolas ,que não se viam como criolos.

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7 Contudo, o que eu quero dizer em poucas palavras, é, como que o racismo a desigualdade social o acesso à educação, o desamparo familiar pode afetar não somente uma pessoa, mais várias num alto grau que muitas vezes fica difícil de explicar, o poder destruidor dessas ações que perpassa gerações, muitas vezes afetando o psicológico de quem a vivenciou e vivencia cotidianamente as mazelas deixadas pela escravidão.

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8 Referências Bibliográficas:

BEZERRA, Juliana. CULTARA AFRICANA. Antropologia. Artigo revisado em 16/08/18.disponive>www.toda matéria.com.br/cultura-africana/

REIS, João José Identidade e Diversidade Étnicas nas Irmandades no Tempo da escravidão, ano 1996

www.todamateria.com.br/dia-dia-consciencia-negra/

HINO DA CONSCIÊNCIA NEGRA - MÚSICA: OLHOS COLORIDOS - SANDRA DE SÁ - CONSCIÊNCIA NEGRA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO – Disponível

>https://armazemdetexto.blogspot.com/2017/11/musica-olhos-coloridos-sandra-de-sa.html - 03 de junho de 2019

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