Cantinho da Oração em família
4
º ANO
| Catequese 6
A família reúne-se no seu «Cantinho da Oração». Sugere-se a colocação de uma cruz, uma vela acesa e uma imagem de Nossa Senhora. Podem usar-se estatuetas ou estampas. Se a família tiver alguma devoção especial a um santo ou santa em particular, pode também colocar-se a sua imagem. A cruz deve ser sempre central. Convém que haja perto cadeiras para todos se sentarem.
Antes de começar a oração, é preciso combinar tarefas: uma pessoa preside (sugere-se que seja a criança) e são necessários 2 leitores. Caso no momento de oração participem apenas duas pessoas, então uma preside e a outra responde e faz as leituras.
Após alguns momentos de silêncio, todos rezam como se segue (o V. marca as intervenções de quem preside e o R. a resposta de todos):
V. Em nome do Pai, (†) do Filho e do Espírito Santo.
R. Ámen.
A seguinte oração repete-se duas vezes e é rezada por todos, com muita calma:
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Então, a criança que preside explica o sentido da celebração:
Diz-nos São Lucas, no Livro dos Atos dos Apóstolos, que os primeiros cristãos viviam em «comunhão fraterna», nunca faltavam à «fração do Pão» e eram assíduos às «orações». Já sabemos o que é a «comunhão fraterna»: é viver como irmãos, sendo amigos de todos, gentis e simpáticos com todos, prontos a ajudar quem precisa, com a firme convicção de que ajudar os outros é ajudar o próprio Deus. Os primeiros cristãos faziam-no de uma forma que causava espanto a toda a gente. Também já sabemos o que é a «fração do Pão»: é a Eucaristia. Nela, Jesus faz-Se Pão, que é depois partido e repartido por todos – nesse Pão, Ele dá-Se a Si mesmo, dá a Sua vida, vem habitar nos
nossos corações. Hoje, o tema da nossa catequese é precisamente aquele que nos falta abordar: a oração. Nesta catequese familiar, vamos descobrir a importância da oração na vida dos crentes e vamos aperceber-nos do lugar do Espírito Santo na oração. Como nos momentos de oração anteriores, quem nos vai guiar é São Lucas. Preparemo-nos para escutar com atenção o que Deus hoje nos quer dizer.
Todos se sentam. Então, entoa-se o seguinte cântico (repete-se várias vezes):
O auxílio virá do Senhor: do Senhor, o nosso Deus, que fez o céu e a terra.
O leitor 1 proclama a seguinte leitura (Lc 11, 5-13).
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados e não posso levantar-me para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar aquilo de que precisa.
Pedi e dar-se-vos-á, procurai e achareis. Batei á porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede, recebe. Quem procura, encontra. E a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois
maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem!».
Palavra da salvação.
R. Glória a Vós, Senhor.
Segue-se o Salmo Responsorial.
Guardai-me junto de Vós: na Vossa paz, Senhor. 1| Senhor, não se eleva soberbo o meu coração,
nem se levantam altivos os meus olhos. Não ambiciono riquezas,
nem coisas superiores a mim.
2| Antes fico sossegado e tranquilo, como criança ao colo da mãe.
Espera, Israel, no Senhor, agora e para sempre.
O leitor 2 faz a seguinte leitura:
A oração é muito importante na nossa vida: é ela que nos mantém unidos a Jesus e aos irmãos. Quem não reza, rapidamente começa a sentir-se sozinho, entregue à sua sorte. Há muitas pessoas que não rezam: porque se cansam, porque acham que isso é inútil, porque sentem que Deus não as ouve. As pessoas que não rezam não são mais felizes por isso… Mas a experiência do desânimo é real. Então, o que fazer? Na Sua parábola, Jesus responde-nos: não desistir!
Sim, essa é a grande mensagem da parábola de hoje. Vamos meditar nela com calma. A história que Jesus nos conta passa-se de noite; mais precisamente, à meia-noite! Tempo de estar na cama, a dormir e a dormir bem. Mas eis que acontece algo inesperado: alguém vem bater à porta! Se nos batessem à porta de casa à meia-noite, o que faríamos? Vínhamos abrir a porta? Fazíamos de conta? Talvez viéssemos abrir a porta se soubéssemos que era um amigo que estava a bater, alguém que não nos viesse fazer mal. Diz Jesus: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite». Afinal, quem bate à porta é um amigo. Mas o outro, na cama, recusa-se a atendê-lo! Costuma dizer-se que «os amigos são para as ocasiões», que os verdadeiros amigos são os que estão presentes quando mais precisamos… Mas este «amigo» diz: «Não me incomodes». Afinal, não é tão amigo assim…
A parábola prossegue: o amigo que estava a bater à porta continuou a insistir… E o outro, que não era tão amigo assim, acabou por se levantar para lhe dar os pães. Porquê? Por ser amigo? Nem por isso. Ele levantou-se por causa da insistência do outro. E Jesus conclui: se alguém que não é tão amigo quanto isso é capaz de nos ajudar se nós insistirmos, muito mais nos ajudará o nosso Pai do Céu, não só pela nossa insistência, mas porque é verdadeiramente nosso amigo. Significa isto duas coisas: primeiro, que Deus nos ama muito; segundo, que devemos insistir com Ele, na oração.
Porque Deus Pai é nosso amigo, então podemos e devemos falar com Ele, rezar-Lhe: sempre que precisamos d’Ele, nós ou os nossos amigos ou as pessoas que precisam da nossa amizade, Ele está pronto para nos ouvir. E tem algo precioso para nos dar: o Espírito Santo. Sim, o mesmo Espírito que
desceu sobre os apóstolos sob a forma de um vento forte e de línguas de fogo, é esse mesmo Espírito que Deus nos quer dar. É o Espírito Santo que levou os Apóstolos a ensinar-nos; é o Espírito Santo que nos faz viver em comunhão como irmãos; é o Espírito Santo que nos leva a partir e repartir o nosso pão; é o Espírito Santo que nos ensina e ajuda a rezar todos os dias e a pedir a Deus o que realmente é bom para nós e para os outros; é o Espírito Santo que nos leva a ser simpáticos e gentis, a dizer nem que seja um simples «bom dia» a todos. O mesmo Espírito Santo que congregou os primeiros cristãos na comunhão fraterna, na fração do Pão e nas orações é o que agora quer descer sobre nós. O que é necessário? Que nós não desistamos de pedir esse dom a Deus, que sejamos «teimosos» (no bom sentido) a pedir o Espírito Santo. Vamos fazê-lo em silêncio, dizendo: «Espírito Santo, desce sobre mim e ajuda-me a ser irmão de todos».
Todos repetem três vezes, para a criança interiorizar.
Segue-se cerca de 1 minuto de silêncio, durante o qual todos dizem interiormente: «Espírito Santo, desce sobre mim e ajuda-me a ser irmão de todos». Pode ser sentados ou de joelhos. O exemplo das outras pessoas é essencial: a criança faz o que vê fazer!
Observe-se a reacção da criança: quando se perceber que ela já terminou a sua oração, guardem-se mais uns instantes de silêncio e, depois, todos se levantam e cantam:
Tu és fonte de vida, Tu és fogo, Tu és amor: Vem, Espírito Santo.
A criança que preside inicia as preces:
Para que todas as nossas orações e preces sejam escutadas por Deus Pai, invoquemos:
Ouvi-nos, Senhor.
Os leitores 1 e 2, alternadamente, propõem as preces.
1| Por todas as crianças, para que tenham a possibilidade de conhecer e amar a Palavra de Deus, oremos ao Senhor.
2| Por todos os doentes que se encontram em sofrimento, sobretudo por causa da pandemia, para que na oração encontrem a cura ou ao menos o alívio para as suas dores, oremos ao Senhor.
3| Por todas as pessoas do mundo, para que saibam ajudar o seu próximo e ser gentis, oremos ao Senhor.
4| Por todos os jovens, que estudam e rezam, para que encontrem a paz e alcancem os seus objetivos, oremos ao Senhor.
5| Pelos nossos familiares e amigos, para que saibam dar graças a Deus pelos dons que recebem diariamente, oremos ao Senhor.
A criança que preside inicia o Pai-nosso, que todos rezam juntos. No final, a criança conclui com a seguinte oração:
V. Senhor Deus, que nunca abandonais aqueles que crêem em Vós e Vos invocam: ajudai-nos a não desfalecer nas nossas orações e a sermos construtores de um mundo mais justo, mais humano, mais assente na Vossa Palavra. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
O momento de oração conclui-se do seguinte modo:
V. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Ámen.
E, voltados para a imagem de Nossa Senhora, rezam em conjunto:
À Vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.
Então, em silêncio, todos se benzem.
Compromisso de oração
Por cada dia da semana, proponho-te que faças uma oração a Deus por uma
pessoa que te é querida e que a escrevas numa folha. Deve ser uma
oração linda, que mostre toda a tua amizade por essas pessoas. Desta vez,
não quero que a partilhes connosco… Vai ficar em segredo, só entre ti e Deus.