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Determinantes da aglomeração espacial da atividade industrial no Estado de São Paulo MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DA MUNDIALIZAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO

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André Leme da Silva Fleury Bonini

Determinantes da aglomeração espacial da atividade

industrial no Estado de São Paulo

MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DA

MUNDIALIZAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO

São Paulo – SP

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Determinantes da aglomeração espacial da atividade

industrial no Estado de São Paulo

MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DA

MUNDIALIZAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO

Trabalho Final apresentado à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE PROFISSIONAL em Economia da Mundialização e do Desenvolvimento, sob a orientação do Prof. Dr. José Nicolau Pompeo.

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Bonini, André Leme da Silva Fleury

Determinantes da aglomeração espacial da atividade industrial no Estado de São Paulo/André Leme da Silva Fleury Bonini. São Paulo: Dezembro 2014.

73f.: Il.

Orientador: Prof. Dr. José Nicolau Pompeo.

Trabalho de Conclusão Final de Curso, apresentado ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia da Mundialização e do Desenvolvimento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2014.

1. Desenvolvimento Econômico 2. Aglomeração Espacial 3. Competitividade Industrial e entre governos

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Paulo”, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Mestre Profissional em Economia da Mundialização e do Desenvolvimento, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia da Mundialização e do Desenvolvimento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada, em _______ de ____________________ de 2015.

__________________________________________________________ Prof. Dr. José Nicolau Pompeo

Orientador PUC-SP

__________________________________________________________ Prof. Dr. Celso Ribeiro Campos

PUC-SP

__________________________________________________________ Prof. Dr. Renato Garcia

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Aos meus pais, José Valentim Bonini e Ana Bonini, pelo estímulo e conselhos tanto no campo profissional, quanto no âmbito de pesquisa acadêmica e docência;

Ao Prof. Dr. José Nicolau Pompeo, da PUC/SP, estimado orientador, que rigorosamente norteou os pontos primordiais desta pesquisa acadêmica;

Ao Prof. Dr. Celso Ribeiro Campos, pelas precisas correções e ponderações dos testes estatísticos, que possibilitaram maior consistência e robustez aos procedimentos metodológicos.

Ao Professor Dr. Renato Garcia, do núcleo de economia industrial do Instituto de Economia da UNICAMP, que além de um tutor, foi um grande amigo que com muita sabedoria e serenidade dosou críticas e comentários para a consolidação das informações que serão aqui apresentadas.

Ao Professor Dr. Áquilas Mendes, que sempre me estimulou a buscar o crescimento pessoal por intermédio do conhecimento.

A todos os profissionais do Programa, em especial a eficiente assistente da coordenação, Srta. Bruna Said, sempre a postos para resolver as demandas dos alunos. Aos Professores do Programa, Dr. Rubens Sawaya e Dr. Fernando Ribeiro, que inspiraram e ajudaram na escolha do tema, indicando os principais referenciais que deveriam fazer parte deste trabalho, e; não menos importante, que teve fundamental presença na formatação das ideias, ao Prof. Dr. Marcelo Ranieri, pela sábia condução das informações que foram estruturantes na construção do modelo econométrico;

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“O objetivo do governo deve ser criar um ambiente no qual as empresas possam melhorar as vantagens competitivas nas indústrias”.

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pelo o aumento da competitividade. Se por um lado, as empresas buscam estrategicamente a melhor localização para otimizar os custos de produção e de distribuição, por outro, os governos locais competem entre si para criar a cesta de oportunidade mais adequada para postular a atração de novos negócios privados. Sob a visão da Nova Geografia Econômica (NGE), pesquisamos quais são as externalidades positivas, ou forças centrípetas, que levam à aglomeração das atividades, e as externalidades negativas, ou forças centrífugas, que levam a dispersão dos investimentos. Para este fim, apresentamos estimativas cross section avaliadas empiricamente através de diversas variáveis por meio de uma aplicação para as cidades e microrregiões paulistas no ano de 2010. Os principais resultados mostram que o número de indústrias do setor de transformação e a população com pelo menos o nível superior de graduação concluído, influenciam positivamente a aglomeração. Já quanto maior a distância da localidade até a capital, menores são as chances da ocorrência da aglomeração. A conclusão que chegamos é que ao nível municipal, a simples aglomeração de indústrias é condição suficiente para a atração de novas empresas e condiz com a teoria dos benefícios dos

clusters proposta por Krugman (1997), ao passo que no nível micorregional demonstramos a relevância do capital humano qualificado como fator de determinante na localização de indústrias, corroborando as ideias de Porter (1989). Sugerimos que os municípios agindo cooperativamente em suas microrregiões, podem apresentar melhor desempenho dos indicadores que determinam a formação do PIB industrial e desta forma se tornam mais atrativos ao investimento privado, contribuindo com um ambiente onde as empresas criam suas vantagens competitivas. Evidenciamos a necessidade de esforços para que municípios pensem em políticas públicas em conjunto com os governos da microrregião; e, com a ajuda estatal, consigam melhorar os indicadores apresentados, criando polos de desenvolvimento que ressoe em melhorias na qualidade de vida para a sociedade.

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increasing competitiveness. On one hand, firms strategically seeking the best location to optimize the costs of production and distribution, on the other, local governments compete to create the most appropriate basket of opportunity to postulate the attraction of new private businesses. Under the vision of the New Economic Geography (NEG), this paper measures the indicators of geographical concentration maps and the spatial location of where they are established major industrial clusters of the State of São Paulo. Also investigates what are the positive externalities, or centripetal forces that lead to agglomeration of activities, and the negative externalities, or centrifugal forces, which lead to spreading of investments. To this end, this research presents estimates cross section, which incorporates the contributions of theories of endogenous growth. The model is evaluated empirically through several variables by means of an application to the cities of São Paulo in 2010.

The main results show that the number of industries and the population with at least upper level of completed graduation, positively influence the agglomeration. Have the greater the distance of the town to the capital, the less likely the occurrence of agglomeration. The conclusion we reached is that the municipal level, the agglomeration of industries is a sufficient condition for attracting new businesses and is consistent with the clusters theory proposed by Krugman (1997), while in micorregion level demonstrate the relevance of skilled human capital as a determining factor in the location of industries, supporting ideas by Porter (1989). We recommend that municipalities acting cooperatively, can outperform the indicators that determine the formation of the industrial GDP and thus become more attractive for private investment, contributing to an environment where companies create competitive advantages. Evident the need for efforts to ensure that municipalities think of public policies together with the governments of region; and, with State aid, can improve the indicators presented, creating development poles that resonates in improvements in quality of life for society.

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Tabela 2. Parques Tecnológicos reconhecidos pelo do Estado de São Paulo ... 22

Lista de quadros

Quadro 1. Modelo (11) – Municípios Paulistas: Determinantes da aglomeração espacial da atividade industrial ... 46

Quadro 2. Modelo (10) – Microrregiões Paulistas: Determinantes da aglomeração espacial da atividade industrial ... 49

Lista de Abreviações

CAGED Cadastro Geral de Empregos e Desempregos DLE Desenvolvimento Local Endógeno

DLS Desenvolvimento Local Sustentável ETEC Escolas Técnicas

FATEC Faculdades de Tecnologia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IED Investimento Estrangeiro Direto

INVESTSP Agência Investe São Paulo MDCI Ministério do Desenvolvimento MTE Ministério do Trabalho e Emprego NGE Nova Geografia Econômica PIB Produto Interno Bruto QL Quociente Locacional

RAIS Declaração anual de informações sociais RMSP Região Metropolitana de São Paulo

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Introdução ... 09

1 Competitividade entre governos locais ... 12

1.1 Do espaço global para o espaço local... 12

1.2 Arenas para atração de investimentos... 14

1.3 Processo de formação histórica e econômica do Estado de São Paulo... 18

2 Referencial teórico e revisão da literatura... 24

3 Localização espacial da atividade industrial paulista ... 33

3.1 Vantagens competitivas das aglomerações ... 33

3.2 Mensuração da Concentração Industrial ... 35

4 Procedimentos Metodológicos ... 37

4.1 Hipóteses ... 37

4.2 Base de Dados ... 38

4.3 Modelo Empírico ... 38

5 Resultados Econométricos ... 43

5.1 Análise das regressões para os municípios 44 5.2 Análise das regressões para as microrregiões 47 Conclusão ... 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 52

APÊNDICE 1 – Variáveis da pesquisa econométrica ... 58

APÊNDICE 2 – Classificação CNAE 2.0, Seção “C” Indústria de Transformação ... 59

APÊNDICE 3 – Municípios paulistas: Estatística Básica... 60

APÊNDICE 4 – Municípios paulistas: Testes aplicados ao Modelo... 61

APÊNDICE 5 – Municípios paulistas: Modelos propostos ... 62

ANEXO 1 – Estado de São Paulo e microrregiões ... 66

ANEXO 2 – Estado de São Paulo: PIB per capita a preços correntes (2011) ... 67

ANEXO 3 – Estado de São Paulo: população residente em pessoas (2010) ... 68

ANEXO 4 – Estado de São Paulo: área da unidade territorial (em km²) ... 69

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Introdução

Governos de países, estados e municípios estão em constante luta para atrair investimentos em seus territórios, em busca da geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico e social. A finalidade do presente trabalho é buscar mecanismos que melhorem as condições para um município competir com outros municípios e que esta competição converta em melhorias para sociedade. Para tanto, realizaremos uma pesquisa sobre as determinantes da aglomeração das atividades industriais nas cidades paulistas, como fator de irradiação da abertura de novos postos de trabalho. Abordaremos as formas pelas quais empreendedores escolhem determinado local para realizar investimentos produtivos e, também, sobre como deve se comportar o governo local, inserido na competitividade global. Diagnosticaremos as principais variáveis chaves que podem impulsionar progressos neste campo estratégico, demonstrando as interconexões dos indicadores selecionados com a dinâmica econômica regional. Por fim, apresentaremos propostas aos planejadores de políticas públicas, com sugestões de diretrizes ao futuro de longo prazo.

Governos locais contribuem com a implementação de políticas públicas que promovem o desenvolvimento econômico e social, dentre elas, muitos são os projetos que visam atrair empresas para instalar plantas produtivas na cidade. No entanto, há uma necessidade de comprovações empíricas sobre quais são os fatores que conduzem estas empresas à decisão sobre a localização em dado território específico. É claro que cada governo tenta de todas as formas ser considerado a localidade ideal para receber investimentos privados. Cada governo admite que possui a melhor cesta de benefícios para o empreendedor e procura corrigir as externalidades negativas e prover forças de atração que darão o rumo ao crescimento da atividade econômica, em particular ao setor industrial.

Por sua vez, a maioria dos empreendedores quando procuram uma localização para uma nova planta, iniciam uma investigação cautelosa que responda a critérios econômicos aplicados a perspectiva logística que maximize a eficiência da produtividade com o menor custo possível. Usualmente, as escolhas são realizadas onde consigam o melhor balanço entre os custos da matéria prima, de produção e de distribuição no mercado e onde há grande diversidade de vantagens oferecidas, como é o caso da posição geográfica, do mercado consumidor, da qualificação da mão de obra, de incentivos fiscais e de tantos outros indicadores que representam um diagnóstico real das possibilidades de ganhos no futuro.

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encontrar a posição geográfica privilegiada não provém apenas do baixo custo total de abatimentos de tributos, mas acreditamos que o empreendedor busca outras variáveis. Algumas opções consideradas são de influências externas, específicas da contribuição da sociedade, que participam diretamente dos resultados de indicadores como qualificação profissional, inovação e melhorias no Índice de Desenvolvimento Humano etc.

O objetivo principal desta pesquisa é estabelecer um modelo que pode apresentar quais são as determinantes da aglomeração espacial da atividade industrial no Estado de São Paulo e como cada uma dessas variáveis afeta a aglomeração, isto é, um modelo que seja capaz de explicar como as forças de atração e de repulsão agem como determinantes da localização da indústria. Com isto, será possível entender as condições ideais para ampliar a concentração da atividade industrial, cuja consequência é o fomento do fluxo circular da renda, aquecendo a economia de toda cidade e propondo transformações estruturais na sociedade.

Para atingir a finalidade pretendida, com base no trabalho desenvolvido por Wen (2004), que realizou um estudo sobre o caso das determinantes da aglomeração das empresas na China, primeiramente realizaremos o cálculo do quociente locacional (QL), que mensura o nível de concentração de empregos em dada localidade, comparado com o Estado de São Paulo.

O segundo passo é a construção do modelo econométrico. Sugerimos diversas variáveis que eventualmente podem determinar o nível da aglomeração. A variável explicada do modelo será o Produto Interno Bruto Industrial que na presente pesquisa será uma proxy da aglomeração industrial, tendo em vista que reflete o desempenho de dada localidade neste setor de atividade econômica.

Serão examinadas as combinações de fatores que influenciam a localização das indústrias, desde a dimensão territorial e demográfica, distância do principal mercado consumidor (capital do Estado), número de pessoas com nível superior de educação, entre outros.

Desta maneira, regressões cross section serão realizada no software Stata™, para o ano de 2010, com o banco de dados secundário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) entre outros.

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Entendemos que encontrar as determinantes da aglomeração é prestar um trabalho de relevância pública, tanto pelo viés de propor aperfeiçoamentos a gestão pública quanto pela possibilidade de criar diretrizes ao desenvolvimento econômico e social.

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1 Competitividade entre governos locais

1.1 Do espaço global para o espaço local

A integração das economias locais à economia internacional depende da criação de sinergias econômicas e ambiente empresarial favorável aos negócios. Assim, governo e sociedade possuem um papel estratégico na formulação de políticas públicas de atração e manutenção de empresas, tendo em vista que essas estruturas são importantes ferramentas para atingir os objetivos de crescimento econômico em uma economia globalizada.

A movimentação geopolítica da sociedade econômica e da hegemonia do capital está relacionada à globalização e aos fatos político-econômicos que alteraram o eixo da acumulação, da organização e da direção da governança global. Neste contexto, a mundialização do capital e o processo da globalização ajudam a reduzir importantes custos de produção. Com isto, empresas avaliam novos territórios em buscam de estabelecer filiais para início de novos negócios, elevando a competitividade de governos locais para capturar estes investimentos produtivos privados. Por sua vez, países, estados e cidades, se preparam adequadamente com a infraestrutura e incentivos para atrair este capital, com o objetivo de aumentar o nível de emprego, renda e consequentemente elevar o seu Produto Interno Bruto (PIB).

Para Stiglitz (2007), a globalização econômica abrange muitas coisas, como o fluxo internacional de ideias e conhecimento, o compartilhamento de culturas, a sociedade civil global e o movimento ambiental mundial. O autor lembra que com o advento da globalização, somos todos moradores locais, mas que ao mesmo tempo, fazemos parte de uma comunidade mundial. Segundo ele, para grande parte do mundo, a globalização tal como foi gerida parece mais uma imposição do que uma opção, pois a integração da economia global causou maior volatilidade, insegurança e mais desigualdade, no qual os meios de vida e os valores básicos estão ameaçados. Para tanto, o autor propõe uma governança ativa que possibilite alterar tal percepção do fenômeno.

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Segundo o autor, essa crise, somada a abertura da economia, registraram a marca da entrada do mundo em uma nova fase da mundialização de capital, ao passo que o capital passou a solicitar a liberdade de movimento que se materializava na lógica liberalizante. Esta facilidade de acesso aos mercados globais aumentou as disparidades de riqueza e qualidade de vida entre países.

Amsden (2009) aprofundou estudos sobre a forma que se deu o crescimento dos países não pertencentes ao Atlântico Norte, o que ela chamou de “o resto”, referendando que um dos motivos patentes da grande distorção dos indicadores, foi justamente a forma de concorrência entre as indústrias dos países desenvolvidos com as dos países em desenvolvimento. Colaborando com o discurso sobre os efeitos da globalização, Chang (2004) criticou veementemente a estratégia das nações sobre a política de abertura comercial estabelecida no Consenso de Washington, resumindo seu trabalho na célebre passagem em que explica que é um expediente comum e inteligente de quem chegou ao topo da magnitude, “chutar a escada pela qual subiu”, a fim de impedir os outros de fazerem o mesmo. Andreff (2000) constatou que as estratégias globais desenvolvidas pelas empresas multinacionais estão voltadas a se apropriar, a todo custo, dos benefícios da globalização. Em sua obra o autor evidencia a dimensão espacial dos investimentos com integração mundial dos mercados no que se refere ao Investimento Estrangeiro Direto (IED).

De acordo com a abordagem da teoria da internacionalização do capital, o processo de acumulação em escala global constituiu o elemento-chave para compreender o desenvolvimento desigual do capitalismo, tanto entre países como dentro de um mesmo país. Bastos e Silva (1995) enfocam que as transformações nos países menos desenvolvidos são analisadas como o resultado da internacionalização do capital produtivo e da globalização da produção.

Em que pese o capitalismo globalizado e a subordinação consentida no processo de acumulação dos países em desenvolvimento, os governos nacionais, regionais e locais buscam diagnosticar as necessidades e propor novos modelos de desenvolvimento econômico. Del Valle e Barroso (1999) lecionam que é necessária a busca de vantagens que permitam a cada âmbito subnacional competir na economia globalizada, pois todo processo de desenvolvimento deve se basear na utilização racional, equilibrada e dinâmica de todos os bens de capitais, monetários, humanos, físico-naturais e culturais.

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segurança pública e saúde pública, deslocando a gestão e parte dos financiamentos aos estados e municípios.

Recentemente, é possível verificar o acirramento na competitividade entre os governos locais, os quais, baseados apenas na esperança, comprometem a receita municipal com descontos em impostos e outros incentivos.

Acreditamos que o Poder Público Local é um espaço permanente de aprendizado coletivo, além de um importante ator social de apoio ao crescimento do país. É por intermédio das cidades que tudo acontece e por isso há necessidade de pesquisas que busquem apresentar soluções empíricas aplicadas à realidade, com o levantamento das variáveis que apresentam externalidades positivas e negativas e mais do que isto, é necessário entender como as empresas decidem sobre a localização de seus novos negócios e relacionar quais são as diferenças regionais que impactam na decisão de investimentos privados.

1.2 Arenas para atração de investimentos

A ausência da atividade industrial e a grande desigualdade de oportunidades ao desenvolvimento nas cidades ao redor do Brasil são obstáculos que cada governo local deve superar. O início dessa superação está em encontrar qual a vocação municipal para apostar suas fichas no desenvolvimento desse setor.

Para melhor entender o atual estágio de competitividade entre os governos locais é necessário ter em mente a premissa de que os governos defendem a bandeira do desenvolvimentismo e lutam pela atração de investimentos privados pelo simples fato de que isto é positivo para sua imagem. A implementação de novas empresas pode alterar o rumo político e significar vitórias nas urnas, pois é explícita a simpatia da sociedade para ações que criem novos postos de trabalhos e possivelmente atraiam novos players, como fornecedores e prestadores de serviços para a região. Na visão de Tatsch (2013), os governos possuem o entendimento de que as empresas ganham relevância, em função do dinamismo em termos de geração de emprego, de renda e de produtividade que tais configurações asseguram a determinadas regiões.

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opções são estudadas racionalmente por intermédio de um verdadeiro processo seletivo, uma pesquisa minuciosa sobre os atributos e atrativos que cada cidade e região oferecem.

Mayer e Mucchielli (1999) defendem a hipótese de que o processo de escolha da localização de uma empresa transnacional pode ser descrito por uma sequência de decisões iniciadas pelo leque de opções geográficas, escolhendo-se primeiro no qual país investir, logo em seguida uma região dentro deste país. Spers et al. (2008) retratam os principais motivos que levam as empresas a se internacionalizar e a forma de entrada destas empresas, ao passo que relatam os grandes desafios da estratégia de internacionalização e as etapas que as empresas necessariamente têm que passar para obter êxito na empreitada.

Esta escolha da decisão geográfica de onde a empresa irá se instalar se dá por intermédio da análise de determinantes e indicadores, como por exemplo, a verificação da consistência do sistema político e a estabilização macroeconômica, que são pré-condições para o crescimento. Variáveis como tamanho do mercado consumidor, tributação, taxa de juros, de desemprego, de câmbio, a inflação, a balança comercial também influenciam o rumo de um país e dos negócios ali inseridos. Estas também são as primeiras variáveis de qualquer estudo de viabilidade para orientar a tomada de decisão do ente privado, por optar ou não na instalação de capital produtivo em determinado território.

Uma vez mapeadas as barreiras de entrada e oportunidades do âmbito federal, o funil se estreita para a pesquisa setorial. A empresa que possui a estratégia de expandir filiais no país, busca aprofundar a análise do setor em que atua, descobrindo como funcionam as relações sindicais, o aparato de fornecedores, o mercado consumidor, a mão de obra qualificada e operacionalidade de possíveis financiamentos.

A próxima etapa para a escolha da localização da firma, é o estabelecimento da relação com a porta de entrada do empreendedor junto ao governo estadual, oportunidade na qual os gestores empresariais realizam um raio-x de todos os incentivos, subsídios, facilidades logística e a verificação das principais características demográficas, energéticas, hídricas, econômicas, sociais e ambientais das regiões industriais.

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que poderá acirrar a concorrência com empresas já instaladas na região e a possível mobilidade de mão de obra e de capital.

Ao invés de simplesmente jogar dardos em um mapa na parede para indicar a localização de sua nova subsidiária, em curtas palavras, os passos descritos anteriormente são, costumeiramente, os quais as empresas buscam planificar sua pesquisa para encontrar o ambiente adequado que se alinha a estratégia empresarial para maximizar seus lucros.

Mas a frenética concorrência, estabelecida pela lógica de mercado transbordou os meios empresariais e adentrou a fundo na competição entre as cidades. Da mesma forma que o empreendedor possui profissionais capacitados para efetuar a busca pelo local ideal para iniciar a produção e gerar seu lucro, governos locais cada vez mais deixam seu papel passivo e traçam estratégias ativas, para se tornarem mais competitivos e atrair empresas para alcançar o crescimento econômico e social sustentável. Ampliar as chances de atrair investimentos produtivos, ainda que por meio de IED se tornou bandeira de diversas municipalidades, que inseridos na voraz disputa, criam diferenciais competitivos que as tornam promotoras de incentivos extras, capazes de ser o fator decisivo para a concretização atividade industrial. Cabe salientar que de nada vale tamanho esforço para atração de novos investimentos, se não houver a integração de políticas públicas voltadas ao que Buarque (2004) chamou de construção do Desenvolvimento Local Sustentável (DLS), ou seja, potencializar a estrutura municipal a transformar conhecimento em resultados e resultados em diferenciais competitivos.

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Esta competitividade entre governos locais, ao mesmo passo que força os governos a uma gestão mais eficiente, também cria favorecimentos injustos ao capital, que muitas vezes leva o município a investir seus escassos recursos do orçamento local em benefício de interesse privados, sem obter nenhum retorno para a coletividade, como ocorre nos casos em que há doação de terras, infraestrutura e isenções tributárias.

Conforme muito bem colocado por Domingos e Ruiz (2006), a “Guerra Fiscal” entre os entes federativos não é um marca positiva, e sim ações fadadas ao fracasso e dispendiosas experiências de atração de investimentos descentralizados. Aliás, as empresas nos dias atuais estão dispostas a participar de ações de responsabilidade social inclusivas e solidárias; e, por vezes, buscam diferenciais de atratividade que exteriorizam a adaptação local às exigências da economia mundial, como por exemplo, o nível de capacitação doméstica em conhecimento e inovação tecnológica.

Ressaltamos que, independente da fraca autonomia para lidar com a questão do desenvolvimento, a limitada capacidade de geração de receitas e a impossibilidade de atuar sobre o câmbio, juros e outros assuntos macroeconômicos, o município, em sua pequena margem de manobra para iniciativas de promoção do desenvolvimento, deve preocupar-se em promover estratégias determinadas por suas próprias forças, que tenha no Desenvolvimento Local Endógeno sua principal sustentação

Braga (2002), explica que o Desenvolvimento Local Endógeno tem a ver com as questões do desenvolvimento nos níveis subnacionais de governo, onde é possível pensar em políticas de desenvolvimento integrada a três principais eixos: o econômico, o político e o cultural. Segundo o autor, trata-se das possibilidades de desenvolvimento a partir da utilização dos potenciais econômicos, humanos, naturais e culturais, internos a uma localidade, criando espaço para gerar um crescimento estrutural econômico baseado na utilização das características existentes em um dado território, com a mobilização de recursos locais para contribuir com os rendimentos crescentes e a criação de externalidades positivas, fatores estes de interesse dos empreendedores.

Dessa forma, ainda que a competitividade entre cidades seja entendida como ferramenta para atingir os objetivos de crescimento econômico, são os municípios as verdadeiras arenas de legitimação dos interesses do contribuinte.

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1.3 Processo de formação histórica e econômica do Estado de São Paulo

Detalhadamente, a gênese da formação econômica do Brasil e do Estado de São Paulo foi expressa por Furtado (2003). O autor remontou o século XVI, e explicou sobre o início da atividade açucareira no povoado onde hoje se encontra a cidade de São Vicente, fundada no ano de 1532. Para Cano (1981), pouco se podia dizer das tentativas de implantação industrial em São Paulo até 1880, sendo que o café, tido como atividade nuclear do complexo econômico paulista, possibilitou efetivamente o processo de acumulação de capital durante o período anterior a crise de 1930. Naquela época, os próprios fazendeiros investiam em indústrias, bem como em ferrovias, que em 1897 contava com mais de 1.600 quilômetros de penetração ao interior do Estado. Em sua opinião, o início do capital industrial em São Paulo deu-se no período entre 1881 a 1894, com destaque para uma usina de açúcar, uma fábrica têxtil e a Cia. Melhoramentos de São Paulo, produtora de papel, cal e cerâmica. O autor examinou o processo histórico da formação econômica paulista e concluiu que os fatores que determinaram e possibilitaram a dinâmica específica de concentração industrial foram: (i) inexistência de um mercado nacional integrado; (ii) a dinâmica de cada uma das economias regionais e a sua estrutura de concentração da propriedade e da renda; (iii) problemas decorrentes da relativa rigidez tecnológica.

Cano (1981) apontou que um momento importante da evolução industrial foi o final da década de 1920, quando os altos níveis de concentração da indústria paulista passaram a expressar maior efetividade, de forma que neste período, a concentração já deixava de ser aparente para rapidamente se transformar em efetiva. Apenas para se ter uma noção inicial dos primórdios industriais, o autor relembrou que o setor químico totalizava 8% da produção paulista e o de produtos metálicos alcançavam a expressiva cifra de 16,8%, ambos os cálculos para o ano de 1939.

Para Diniz (1993), a partir do final da Década dos 60, pela primeira vez o Estado de São Paulo começou a perder posição relativa na produção industrial brasileira, em função do menor crescimento de sua área metropolitana. O autor reiterou que as deseconomias de urbanização surgiram em decorrência do aumento do preço da terra e dos aluguéis, dos salários relativos, dos custos de congestão e de infraestrutura, além da crescente pressão sindical, acompanhada de greves, e das novas normas de controle de poluição pelos órgãos estatais.

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quando comparado com o interior do Estado, que mostrou expressivo crescimento passando de 6% em 1959, para 43,4% em 1985. Segundo esse autor, os principais itens de deseconomias de aglomeração foram: sistema de carga e passageiro, infraestrutura viária, sistema de abastecimento de água e coleta de esgoto, sistema de coleta de lixo, custo social da poluição, deterioração dos principais indicadores de qualidade de vida, elevada rotatividade da força de trabalho, especulação imobiliária e tempo despedido com transportes.

Pacheco (1996) evidenciou que os anos 80 e o início da década de 90, ao contrário do período anterior, marcaram a mais longa e grave crise da história do Brasil contemporâneo. Período este marcado pela recessão e desemprego, onde os índices da produção física indicavam um movimento de queda da produção na Grande São Paulo. Ele também ressaltou que após 1980, o aumento das exportações foi um fenômeno generalizado para as distintas atividades econômicas, inclusive com a ampliação do peso dos manufaturados, que passaram a representar mais da metade da pauta de comércio exterior. Segundo o autor, no caso da indústria de transformação, a desconcentração continuou tendo, até 1990, dois sentidos: de um lado as regiões Norte, Centro-Oeste, os estados da Bahia, Paraná e Minas Gerais; de outro o interior de São Paulo. Tais fenômenos deram origem ao que o autor chamou de "pequenas ilhas de prosperidade", dentro de um contexto de estagnação, ou seja, a crescente especialização foi à contrapartida do processo de integração comandado a partir de São Paulo, uma vez que estavam bloqueadas as possibilidades de industrializações autônomas, capazes de resultar estruturas produtivas à imagem e semelhança da indústria paulista. Por fim, o autor conclui que a integração reforçava a complementaridade interregional.

Diniz (1993) revelou que à medida que a Área Metropolitana começou a apresentar saturação, o Governo do Estado orientou seus investimentos para o interior, especialmente com a construção de uma rede de transportes ligando o litoral e a Área Metropolitana com o Interior. Isto facilitou a reorientação geográfica do crescimento industrial dentro do próprio Estado, reduzindo o seu transbordamento para outros estados ou regiões do pais. Em função dessas variáveis, observamos um processo de instalação de plantas industriais em diversos municípios no interior paulista, principalmente filiais de empresas de capital nacional e estrangeira que optaram por instalar plantas em locais próximos a importantes rodovias que conectam o estado e a nação.

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torná-los receptores de investimentos industriais privados. O Estado contribuiu com melhorias no sistema de transportes, com contínuos investimentos em infraestrutura.

A tese do “Desenvolvimento Poligonal", defendida por Diniz (1993) dá conta que o processo de reversão da polarização se fez com um relativo espraiamento industrial para o próprio Interior do Estado de São Paulo e para quase todos os demais estados brasileiros. O autor indica que a relativa reconcentração no polígono definido por Belo Horizonte – Uberlândia – Londrina – Maringá – Porto Alegre – Florianópolis – São José dos Campos – Belo Horizonte, é definido pelos principais polos de alta tecnologia.

Independente da teoria poligonal de Diniz (1993), que engloba distintos territórios no Brasil, o Estado de São Paulo é a locomotiva do país. Para comprovar tal afirmação a tabela 1 traz informações do Portal Investe São Paulo (InvesteSP), para os dados de 2012, onde aponta o Estado como o maior polo econômico e industrial do Hemisfério Sul, respondendo por mais de 36% do valor adicionado nacional da indústria e 43% do total de prestação de serviços. Ainda é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) com R$ 1,2 trilhão. Seu PIB per

capita registrou a cifra de R$ 30,8 mil.

Geograficamente o Estado está localizado na Região Sudeste do país e constituiu uma rede de cidades interligadas com as mais modernas rodovias brasileiras e os principais aeroportos, além da proximidade do Porto de Santos, maior terminal de contêineres da América Latina, responsável por 25% da corrente de comércio brasileira. Com 42 milhões de habitantes, São Paulo é o Estado mais populoso e rico do Brasil. A maior força do mercado consumidor brasileiro está no interior de São Paulo.

Segundo dados do Word Bank1 e da SEADE2, o Brasil sem o Estado de São Paulo na

sua composição do PIB, deixaria a sétima posição do ranking dos países com maior PIB e baixaria para o 11º lugar, atrás de Itália, Rússia, Índia e Canadá. Ficando acima de Espanha, México e Korea. Ainda comparando com outros países, o PIB Estado de São Paulo é o 18º, ficando atrás, mas muito próximo, da Holanda e à frente de países como Turquia, Suécia, Suíça e Polônia. Excetuando o Brasil, o PIB do Estado de São Paulo é o maior dentre os países da América Latina, aproximadamente o dobro do PIB da Argentina. Possui duas vezes mais o PIB da África do Sul e registra um patamar superior aos PIBs de Áustria e Dinamarca juntas. Possui um PIB três vezes ao PIB de países como Grécia, Finlândia, Israel e Chile. São

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Disponível em: < www.worldbank.org>. Acesso em 15 jun 2014 2

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Paulo possui cinco vezes PIB maior que o Kuwait e Nova Zelândia. Possui 10 vezes o PIB de Equador e Cuba.

O Investe São Paulo afirma que o Estado concentra 24% do total de instituições de educação superior do Brasil, onde as três universidades públicas paulistas figuram entre as melhores do País, com reconhecimento internacional. São Paulo abriga ainda a maior rede gratuita de ensino técnico e profissionalizante do Brasil, com destaque para o Centro Paula Souza, responsável pelas Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs). O Estado é responsável por 86% do total investido em Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil.

Tabela 1. Estado de São Paulo, participação no valor adicionado e no PIB nacional

Setor São Paulo / Brasil (%)

Valor Adicionado Bruto Total 33,11

Agropecuária 12,17

Indústria 36,12

Extrativa Mineral 00,89

Transformação 51,87

Construção Civil 28,39

Produção e Distribuição de Eletricidade e Gás, Água,

Esgoto e Limpeza Urbana 31,29

Serviços 33,57

Comércio e Serviços de Manutenção e Reparação 35,30

Transportes, Armazenagem e Correio 30,11

Demais Serviços 33,50

Produto Interno Bruto (a preços de mercado) 33,75

Nota: Dados a preços de mercados, por setores da economia em 2012.

Fonte: Elaboração do próprio autor, com dados da Investe São Paulo - Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade. Disponível em: <www.investe.sp.gov.br>. Acesso em 15 jun. 2014.

A convenção de que a inovação constitui um recurso estratégico para a competitividade é um fator essencial ao desenvolvimento. Del Valle e Barroso (1999) registram que o contexto teórico, associado à ideias sobre o desenvolvimento endógeno, potencial de inovação e entorno inovador, constitui a base das novas políticas regionais e locais.

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tecnológica. Explicou que o desenvolvimento tecnológico de um país espelha a sua realidade e por este motivo, encontra nos Polos Tecnológicos a estrutura que une Governo, Empresa e Universidade, com o objetivo de convergir forças suficientes para tornar tanto as empresas, quanto às cidades mais competitivas. No entanto, deixa claro seu ponto de vista da necessidade do Polo não ficar “ilhado” no urbano, mas sim em uma sadia aglomeração.

Conforme dados da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo) 3, no Estado de São Paulo, existem 28 iniciativas para implantação de parques tecnológicos. No total, sete estão em atividade e maiores detalhes podem ser observados na tabela 2, que revela as principais características e destaques dos parques tecnológicos reconhecidos no Estado de São Paulo.

Tabela 2. Parques Tecnológicos reconhecidos pelo Estado de São Paulo Localização/

Ano de fundação Denominação/ Site Área (m²) Infraestrutura disponível Instituições de ensino Destaques

São José dos Campos

2006

Parque Tecnológico

pqtec.org.br

800mil 04 auditórios; 05 Centros de Desenv.; 25 empresas

ITA; FATEC, UNIFESP e UNESP

Centro Empresarial e Centro de Convenções

Piracicaba

2008

Parque Tecnológico

parquetecnologico.pi racicaba.sp.gov.br

668.276 Incubadora com 24 box

FATEC; Inst. Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Pesquisa em energias e combustíveis renováveis

São Carlos

1984

ParqTec/Science Park

parqtec.com.br

164mil Laboratórios; Manufatura Leve; Hall de exposição Incubadora

USP; UFSCar e UNICEP

Incubadoras para empresas de outras cidades. Ex.: Leme, Botucatu e Rio Claro

Campinas

1991

Polo de Alta Tecnologia: Parque I; Parque II

ciatec.org.br

800.000; 8 milhões

49 lotes, dos quais 15 já comercializados 28 empresas instaladas UNICAMP e PUCCAMP; UNICAMP e PUCCAMP

Incubação virtual; Núcleo de Apoio ao Desenv. de Empresas; Polos de Alta Tecnologia

Sorocaba

2012

Parque Tecnológico

empts.com.br

1.817.048 Incubadora com 11 módulos. Centro de Pesquisa. Laboratório P,D&I

USP, Unesp, Unicamp, Fatec, PUC-SP, Mauá, UNISO, Facens

Bolsões para negociação e negociações

internacionais

Fonte: Elaboração do próprio autor, com dados da internet e pesquisa de campo.

Por meio dos dados da tabela 2, é possível ter noção da dimensão territorial e estrutura disponível em cada Parque Tecnológico. Também observamos a relevante parceria com instituições de ensino, principalmente na área de Engenharia, Saúde e Tecnologia, trazendo a tona o tripé essencial para o desenvolvimento deste estratégico campo. Além dos já instalados, hoje são 14 iniciativas com credenciamento provisório, nas cidades: Araçatuba,

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Barretos, Botucatu, Campinas (cinco iniciativas: Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp, CPqD e CTI-TEC, CIETEC II e Techno Parque), Parque Universidade Vale do Paraíba (Univap), Santo André, São Carlos - EcoTecnológico (Damha), São José do Rio Preto e São Paulo (duas iniciativas: Jaguaré e Zona Leste).

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2 Referencial teórico e revisão da literatura

Costa (2007) traçou um panorama evolutivo sobre a relação entre o desenvolvimento econômico endógeno e o espaço. Ele ressaltou que é um engano pensar que as atividades produtivas aglomeradas de pequenas e médias empresas é apenas um acontecimento recente. Para ele, tal fenômeno apareceu na última década do Século XIX em capítulos destinados ao estudo da organização industrial na obra Princípios de Economia de Alfred Marshall. Ainda apresentou resumidamente os quatro principais paradigmas analíticos das aglomerações produtivas: a teoria dos neoshcumpeterianos, a dos estudiosos dos Distritos Industriais Italianos, a da Nova Geografia Econômica de Paul Krugman e a da Escola de Harvard de Michael Porter.

A Nova Geografia Econômica (NGE) pode ser considerada um modelo de escolha racional aplicado ao espaço, cujas implicações possuem forte elo com as políticas públicas de desenvolvimento regional e de integração de regiões com o perfil de atividades econômicas complementares. A teoria interliga estratégias de transportes, inovação, emprego, educação, infraestrutura e tecnologia, com os custos de produção e distribuição no mercado consumidor.

Com advento da NGE, que dentre outro autores, teve como principal destaque Paul Krugman, um novo conceito foi inserido na Ciência Econômica, cujo principal mister visava explicar a localização da produção no espaço, ou seja, onde as coisas acontecem em relação a outro local. Krugman (1997) registrou que, apesar da concorrência, as forças da manufatura preferem permanecer juntas em clusters. Em sua teoria, o autor elencou como fatores alusivos à concentração geográfica, a questão das externalidades e sua interação com os principais fatores que contribuem na localização de empresas, quer sejam, retornos crescentes de escala, baixo custo de transportes e proximidade da demanda. Para exemplificar tais conceitos, citou sobre os benefícios dos spillovers4 tecnológicos e de conhecimentos entre firmas vizinhas, evidenciando que as estruturas apresentadas no Silicon Valley e Route 128 são dois cases de sucesso.

Krugman (2000) aprofunda a questão Centro-Periferia e a divisão dos meios de produção em cada uma destas regiões. Aborda sobre a mobilidade da força de trabalho e a força da manufatura na formação da aglomeração. Envolve o Sistema Espacial para responder a sua hipótese de ampliação do mercado potencial e de concorrência. Fujita, Krugman e

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Spillover pode ser considerado como transbordamento de conhecimento em determinada área, como é o caso

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Venables (2002) reforçaram os fenômenos de aglomeração, explicando como são criadas as formas de sustentação. Historicamente retrataram os estudos sobre a Economia Regional e sua derivação para a Nova Geografia Econômica. Testaram diversos modelos já criados até então e compararam os altos custos de uma metrópole congestionada com os custos de linkages5. Com este estudo, determinaram que há ocorrência de uma parábola invertida, quando se trata dos pontos positivos da aglomeração, ao passo que existem benefícios até a certo limite que maximiza a manutenção da estrutura e que após esse pico, iniciam-se as externalidades negativas como criminalidade, racionamento de água e congestionamentos, fatores que repelem qualquer iniciativa de novos negócios.

Head, Ries e Swenson (1994) pesquisaram os benefícios da aglomeração e os fatores de escolha da localização das empresas manufatureiras japonesas que empreenderam investimentos nos Estados Unidos e concluíram que há competição entre os governos locais para atrair investimentos, já que as forças do governo influenciam a posição geográfica das indústrias. Também demonstram que os investimentos japoneses são significadamente influenciados por investimentos japoneses que já se encontram implementados no mesmo setor. Argumentam que a combinação de economia de escala e custo moderado de transporte encoraja fornecedores a aglomerarem-se pertos uns dos outros, ou seja, o fator de atratividade da cidade é justamente a aglomeração, de modo que a atratividade do local depende, em alguns casos, apenas dos clusters ali instalados para ter sucesso no desenvolvimento. Ainda lembraram que desde a década de 1920, Marshall levantou três razões para a concentração espacial da indústria e que as mesmas são relevantes até os dias atuais, quer sejam: (i) pool de trabalhadores com habilidades especializadas; (ii) inputs e serviços especializados sendo desenvolvidos; (iii) Spillovers tecnológicos. Os autores explicaram sobre a forma de produção e o spillover tecnológico do cluster de alta tecnologia do Vale do Silício e do cluster

high-fashion em Milão, na Itália. Por fim, admitiram que o grau da aglomeração industrial é um importante fator para decisão da localização de um novo investimento; e, que, por este motivo, empresas do mesmo setor podem e devem estar situadas na mesma localidade, pois este tipo de proximidade entre empresas geram externalidades positivas pelos efeitos de aglomeração.

Para Amiti (1998), a NGE é a teoria que seleciona predicados sobre as características das indústrias e combina custos de transação com economia de escala para explicar a aglomeração de empresas em uma localidade. Segundo ela, a presença da economia de escala

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e o equilíbrio na combinação de custos dos backward6 e de forward linkages7 encorajam empresa para se mudar para a localidade e cria-se possibilidade da formação de clusters. Amiti e Cameron (2004) explicaram que a teoria da NGE postula que as empresas se beneficiam quando estão perto de uma grande oferta de produtores intermediário de insumos, devido à redução dos custos de transporte e de acesso a uma grande variedade de produtos diferenciados, reduzindo os custos totais, aumentando os lucros, e, assim, atraindo mais firmas.

Amiti (2005) analisou os efeitos da liberalização das transações sobre a localização das manufaturas que são ligadas verticalmente e que diferem em intensidades de fatores. Utilizando a teoria da NGE, incorporou um modelo com ligações verticais que demonstrou que a redução dos custos comerciais pode levar a criação de forças que promovem a aglomeração. Os resultados encontrados têm implicações importantes, pois liberalização do comércio nem sempre precisa levar a um padrão de localização com indústria baseada unicamente na vantagem comparativa. A liberalização do comércio pode levar à convergência dos preços dos fatores ou à divergência, dependendo do local onde a aglomeração localiza. Uma vez que os custos do comércio caem para níveis muito baixos, a localização é baseada na vantagem comparativa. Amiti e Pissarides (2004) mostraram um modelo no contexto da NGE, que comprova que quando o trabalho é heterogêneo, a liberalização do comércio pode levar à aglomeração industrial, ou seja, a heterogeneidade de competências pode ser uma força para a atração da atividade econômica concentrada. Segundo os autores, a principal contribuição da pesquisa é que o modelo reflete que as empresas preferem entrar em um mercado que já tem um grande conjunto de trabalhadores e empresas, sendo certo que no mercado maior, eles podem escolher os colaboradores mais adequados, enquanto que no mercado menor eles podem ter que treinar seus próprios trabalhadores e confiar na sorte de encontrar um bom funcionário.

Os ingredientes essenciais da NGE, que a distingue dos demais modelos que tentam explicar a geografia econômica são trazidos por Head e Mayer (2004b). Os autores elencaram cinco indicadores para esta categorização. Entre eles: (i) aumento de retorno de escala; (ii) competição imperfeita; (iii) custos de transação; (iv) localização endógena da empresa; e, (v) localização endógena da demanda.

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backwardlinkags, pode ser traduzido com “etapas para trás”. É interpretado como as etapas do processo de

produção, desde a aquisição de matéria prima até a produção do bem propriamente dita.

7forward linkag, pode ser traduzido como “etapas para frente”. É interpretado como as etapas do processo de

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Na visão de Oliveira et al. (2009), a NGE tenta explicar as diferenças de crescimento econômico de cidades através de decisões racionais de localização das atividades econômicas e das pessoas. Para estes autores, uma das principais contribuições da teoria é a de propor uma explicação para a existência de aglomerações e para a dificuldade de se atrair investimentos em termos de capital físico para locais mais remotos.

A mobilidade do capital e do trabalho, que mudam de uma localidade para outra a procura de maximização de suas preferências, foi o foco da pesquisa de Klink (2013), que ressaltou que tal fato amplia a competitividade entre as cidades e que por isso, todos necessitam entender que para a região crescer, os municípios precisam escolher concessões para que a competitividade gere desenvolvimento.

Head e Mayer (2011) forneceram evidências de que o acesso aos mercados, mensurada por meio de um Índice de Potencial de Mercado, é um fator importante no desenvolvimento e encontraram fortes evidências de que a geografia econômica dos países importa muito em suas trajetórias de renda per capita. Head e Mayer (2004) desenvolveram um modelo teórico de escolha da localização em concorrência imperfeita para formalizar a noção de que as empresas preferem se localizar onde os mercados já estão implementados. Usando uma amostra de empresas japonesas localizadas nos países europeus, eles demonstraram o potencial de mercado e as questões para escolha do local, mas não puderam explicar totalmente a tendência de empresas do mesmo setor a se aglomerar. Logo na introdução do trabalho, os autores apontaram um caso inusitado sobre o presidente da empresa automobilística Toyota, quando em dezembro de 1997 decidiu construir uma fábrica no norte da França, simplesmente pelo fato de querer construir uma planta onde já há existência de um mercado consumidor. Os resultados apontaram que a demanda é um ponto crucial na escolha do local. No caso daquele estudo, o aumento de 10% no mercado potencial, aumenta a chance de uma região ser escolhida por 3% a 11%, dependendo da especificação.

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concretos de indústrias francesas de 1996 a 2004. Os resultados mostram que as plantas francesas se beneficiam das economias de aglomeração.

Mayer, Mayneris e Py (2012), estudaram o impacto de um programa de zonas empresariais na França, as chamadas "Zonas Francas Urbaines" (ZFUs) que impactou positivamente na escolha de localização geográfica de empresas. Os resultados demonstraram que a política estabelecida foi bem qualificada e que o incentivo de taxas pode ser eficiente. Também foi possível encontrar que as áreas-alvos da política de atratividade estruturaram firmas pequenas. Isto significou que os benefícios potenciais do programa criaram empregos e que os novos estabelecimentos podem ser limitados, por fim, revelaram que a política não cria atividades econômicas por si só ao nível de município, pois, gera efeitos de deslocamento, nomeadamente através de deslocalização de empresas dentro dos municípios, ou seja, há uma mudança intramunicipal da atividade econômica.

Mayer, Mejean e Nefussi (2010) combinaram duas tradições na análise dos padrões de localização das empresas. Uma liderada por economistas comerciais que tentam entender por que as empresas investem no exterior, e outra liderada por economistas urbanos, que frequentemente usam padrões de opções interregionais ou intercidades para estimar economias de aglomeração. A pesquisa avaliou se as determinantes do investimento doméstico são as mesmas que para o investimento estrangeiro e chegou-se a conclusão de que as decisões de localização são positivamente influenciadas por mercado e fornecimento com acesso ao país. Outro fato relevante constatado pelos autores foi a existência de economias de aglomeração em Investimento Estrangeiro Direto, segundo o qual as empresas são mais propensas a investir em um país em que já houve a ocorrência de investimentos de empresas do mesmo setor. Além disso, demonstraram que a escolha de localização é também sensível a economias de aglomeração dentro de firmas, pois a probabilidade de investir em um determinado país aumenta com o desenvolvimento da rede da empresa no país.

Crozet, Mayer e Mucchielli (2004) estudaram os determinantes da escolha da localização dos investidores estrangeiros na França usando uma amostra de quase 4000 investimentos estrangeiros com mais de 10 anos e 92 localidades. No que diz respeito aos efeitos de aglomeração, encontraram uma evidência muito forte de repercussões positivas entre as empresas, e identificaram padrões de clustering, cuja existência e magnitude de aglomeração sugere que um aumento de 10% no número de concorrentes em um local pode aumentar em até 40% a probabilidade média de investir nesse local.

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em conversa entre técnicos em bares e que este tipo de transmissão de conhecimento entre firmas agiliza o acesso às informações das últimas tecnologias, ou seja, proximidade espacial entre trabalhadores locais gera crescimento e a competitividade cria cadeia de conexões e promove incentivo a inovação. O autor enalteceu que escolas e indústrias são responsáveis por transformar as pessoas, pois criam habilidades específicas. Destacou que a conexão entre espaço e crescimento existe e que a alta urbanização gera maior mercado consumidor e menor custo de transportes intermediários. Ainda ressaltou que o progresso caminha junto com a tecnologia e a inovação, sem se esquecer do capital humano e da estabilidade do governo na elaboração de leis que garantam segurança jurídica das patentes. Elucida também que os governos precisam se firmar como verdadeiros empreendedores locais e que congestionamento e poluição são externalidades negativas.

Glaeser, Scheinkman e Shleifer (1995) tentaram explicar o crescimento econômico ao examinar relações entre características urbanas e crescimento das 203 maiores cidades americanas. Apresentaram uma rica abordagem histórica remontando as diversas obras que sustentam comprovações empíricas sobre o tema. Por fim, encontraram que o aumento da população e renda andam juntas e que algumas experiências de crescimento são explicadas por fatores geográficos, havendo forte evidência de que educação, investimentos físicos, estabilidade política e abertura comercial contribui com o crescimento. A conclusão a que chegam é que a variável chave para cidade se desenvolver é o nível de educação da população, pois o capital humano qualificado produz externalidades positivas e podem estar conectadas no crescimento, gerando spillovers de conhecimento. Desta forma, sugerem atenção ao elo entre escolaridade, emprego e renda nas cidades.

Ainda sobre os dados americanos, visando mensurar as causas da aglomeração das empresas de manufaturas dos Estados Unidos, Ellison, Glaeser e Kerr (2007) avaliaram 7.381 pares de indústrias e testaram para cada um deles as três teorias da aglomeração industrial proposta por Marshall na década de 1920. Após os testes, os autores concluíram que todas variáveis têm efeitos significativos tanto estatística quanto economicamente e que os custos de transporte para bens, pessoas e ideias parecem ser relevantes para a concentração espacial, o que de fato contribui com a teoria Marshalliana.

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empresa estrangeira dependem da demanda do mercado de bens; dos custos dos fatores de produção; do número de empresas locais e estrangeiras instaladas e, das políticas de atratividades locais. Concluíram sua pesquisa apontando que as diferenças salariais entre as 49 regiões européias e a diversidade setorial de empresas impactam fortemente a decisão de localização.

Marques (2001) realizou um estudo sobre a Nova Geografia Econômica na perspectiva de Krugman e aplicou uma pesquisa sobre as regiões européias. Logo no início de seu trabalho, faz uma importante distinção da NGE na visão de economistas e de geógrafos. Manteve ênfase à mobilidade dos fatores de produção e evidenciou que sempre que uma região acumular maior força de trabalho há migrações com destino à outra, originando convergência. Para este fim, utilizou uma metodologia em painel e não cross-section, pois possibilita maior número de observações. Dentre outras variáveis aplicadas ao modelo, utilizou dummy para Ciclos Econômicos e com isso foi possível relacionar que estes estão ligados a convergência e divergência. A conclusão a que chegou foi a de que forças de aglomeração se relacionam com as condições da demanda e que o processo de integração atua sobre a convergência regional essencialmente através da variação dos custos de transporte. Apontou relação negativa entre percentagem de mão de obra industrial e rácio salarial relativamente à região líder.

Por sua vez, Amiti (1998) mapeou a concentração geográfica à luz da experiência européia. Ela informou que a integração européia alterou o padrão de produção dos países e alguns deles se tornaram mais especializados em indústrias de manufatura e uma grande proporção dessas indústrias se concentraram geograficamente. Em sua pesquisa, confirmou que o padrão de especialização e concentração geográfica nos países da União Europeia (EU) parece ser consistente com o que é previsto pelas novas teorias do comércio.

Baseada na análise do comércio internacional e na teoria da geografia econômica desenvolvida por Krugman e Venables (1995), Amiti e Cameron (2004) estimaram os benefícios de aglomeração que surgem a partir de ligações verticais entre empresas da Indonésia e identificaram que as localizações de fornecedores e da demanda dos consumidores finais são quantitativamente importante e altamente localizadas. As autoras concluíram sobre a necessidade da compreensão da extensão e da força das ligações espaciais na definição das políticas que procuram influenciar o desenvolvimento regional.

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entre as duas regiões da Europa em relação a estes determinantes. Os efeitos de aglomeração constatados são menos fortes nos países da Europa Central e Oriental do que nos países da União Europeia. Os resultados apresentados confirmaram que as variáveis tradicionalmente incluídas nos trabalhos empíricos sobre escolha do local são relevantes para investidores franceses. Já os efeitos de tamanho de mercado e de aglomeração são fatores determinantes para um país atrair investimentos.

A localização do Investimento Estrangeiro Direto em Portugal foi o tema da pesquisa de Guimarães, Figueiredo e Woodward (2000). Eles apresentaram um estudou entre os 758 estabelecimentos que receberam capital estrangeiro. Também mapearam a distribuição espacial das plantas industriais produtivas. O resultado corroborou com as suposições que levantaram inicialmente de que os investidores estrangeiros podem ser atraídos para área onde já existem concentrações de empresas com capital externo. No país sob análise, a aglomeração foi uma das principais determinantes de novos investimentos estrangeiros, pois a presença de atividades de manufaturas atraiu empresas que possuem menos demandas para especialização de mão de obra especializada. Outro ponto destacado é que salário da manufatura e qualidade da força de trabalho são duas variáveis relevantes no modelo. Os autores encontraram evidencias dos fatores que influenciaram a direção de investimento estrangeiro, sendo certo que, além do fator da aglomeração, as distâncias maiores entre cidades importantes implicam externalidades negativas e como sugestão é apontado o investimentos em infraestrutura, para reduzir o tempo de viagem entre cidades e atrair investimento privado a novas localidades.

A aplicação empírica da NGE para a África do Sul foi o tema de Petersson (2002). Segundo ele, esta teoria foi altamente relevante para explicar o padrão de localização e concentração no país. Os indicadores como densidade populacional, grau de urbanização, renda per capita e desempenho do Índice de Desenvolvimento Humano, apresentaram forte significância. Por outro lado, mesmo sendo a manufatura a principal atividade no país, o seu valor agregado no PIB possui fraca evidencia em relação ao perfil geográfico e ao nível de desenvolvimento. Sua conclusão foi a de que empresas se beneficiam pela proximidade de outras empresas que possam fornecer insumos e as quais possam ser seu próprio mercado consumidor.

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para atrair investimento estrangeiro, bem como a promoção das exportações, pelo cômodo acesso ao litoral e aos principais portos com ligação direta a diversas partes do mundo.

Forlin e Rodrigues (2012) estudaram as finanças públicas e o crescimento econômico nos municípios paulistas, para este fim, testaram os municípios do Estado de São Paulo para o ano de 2000. Mostraram que a Nova Geografia Econômica é uma teoria que considera tanto o espaço, que influencia na localização das atividades, quanto às distâncias, que trazem efeitos nos custos de transportes de bens e serviços, tornando, assim, uma região mais atrativa. Os autores concluem que as ações do governo apresentam forte impacto sobre o crescimento econômico e por este motivo afirmam que possuem indiscutível papel no planejamento dos gastos públicos. Evidenciaram que a política fiscal adequada pode atrair investimentos para locais mais remotos, superando as forças de aglomeração, explicada pela NGE. Por fim, encontraram fortes evidencias de que a infraestrutura local é um forte determinante ao crescimento econômico.

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3 Localização espacial da atividade industrial paulista

Após a breve noção sobre a Nova Geografia Econômica e a contribuição dos principais autores ao redor do mundo, este capítulo dedica-se à mensuração da concentração industrial no Estado de São Paulo. Nesta etapa, o nosso objetivo é verificar o nível de especialização municipal, por intermédio do cálculo do Quociente Locacional (QL). Com isto, será possível ter um diagnóstico real no Estado e, assim, ir adiante à pesquisa para encontrar as determinantes da aglomeração.

3.1 Vantagens competitivas das aglomerações

Afirma Lencioni (2008) que independente da configuração municipal, seja uma localidade mais densa ou mais dispersa, esse espaço é condição, processo e produto associado à urbanização, que tem na ideia de aglomeração um dos elementos centrais de sua definição. A concentração é entendida pelo autor como o processo que faz expandir os meios de produção e de trabalhadores, ampliando, assim, a base da acumulação e confundindo-se com ela.

Del Valle e Barroso (1999) afirmaram que o requisito básico para reforçar a competitividade e facilitar a integração em mercados mundiais é o estabelecimento de Políticas de Promoção Industrial (PPI), que devem centrar-se fundamentalmente em fomentar um entorno favorável às indústrias e em impulsionar as relações interempresariais. Assim, a grande atração do município varia amplamente de acordo com os indicadores que os empreendedores procuram quando avaliam as opções por um determinado local. Por esse motivo, a aglomeração industrial é um atrativo que pode ser levado em consideração como diferencial competitivo de determinada região. A especialização, representada no grupo de indústrias que atuam no mesmo setor, cria condições de atratividade. Em que pese as comprovações empíricas seculares sobre os benefícios da aglomeração industrial que norteiam a escolha de uma localidade para os investimentos, rotineiramente deparamos com o empreendedor envolvido em uma única grande dúvida: Em qual local investir?

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Tabela 1. Estado de São Paulo, participação no valor adicionado e no PIB nacional
Tabela 2. Parques Tecnológicos reconhecidos pelo Estado de São Paulo

Referências

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