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REDIMENSIONAMENTO DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

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REDIMENSIONAMENTO DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Anízia Maria Costa Nascimento * Etienny Kelen Pinheiro Figueiredo * Georgete Lopes Freitas**

RESUMO

Mercado de trabalho do profissional da informação. Desta-cam-se as mudanças e exigências da sociedade. Identifi-cam-se os cenários de trabalho, visando-se o delineamento do perfil profissional bibliotecário mediante perspectivas educacionais.

PALAVRAS-CHAVE: Mercado de trabalho; Perfil profis-sional; Educação continuada

ABSTRACT

The professional's ofthe information job marketing. Stand out the changes and demands of the society. Identify the work scenaries, being sought the delineate of the profile professional librarian by educational perspectives.

KEYWORDS: Job market; Professional profile; Continuous education

1 INTRODUÇÃO

Uma inquietação quanto ao futuro de cada profissão está se infiltrando no cotidiano dos indivíduos. Essa inquietação decorre, principalmente, por causa das tecnologias de informação e comunicação disponíveisà socieda-de e que forçam um repensar cotidiano socieda-de estratégias, a fim socieda-de socieda-desenvolver o perfil do profissional atuante e do futuro profissional em treinamento nas instituições de ensino superior. A cada dia, surgem inovações que precisam ser entendidas para que possam ser aceitas pelos profissionais, indepen-dentemente de suas áreas de atuação. Agora, mais do que nunca, será ne-cessário recuperar informações, revisar conceitos, adaptar-se e pró-agir no cenário das novas circunstâncias, estando sempre alertas e com os sentidos voltados para a curiosidade e o aperfeiçoamento.

*Graduadas em Biblioteconomia - UFMA

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Percebendo-se a exacerbada preocupação da classe bibliotecária em face da globalização e das inovações tecnológicas e também, com o futuro da profissão, levou-se em consideração, sentimentos e percepções que trans-portam a reflexões acerca de estudos necessários ao conhecimento e ao reconhecimento, dos espaços múltiplos a serem preenchidos por estes pro-fissionais.

Por isso, novos redimensionamentos estão sendo exigidos pela sociedade, para que a Biblioteconomia comece a transformar seus paradigmas (sociais, filosóficos, políticos, econômicos, educacionais e cul-turais), remodelando, consequentemente, a formação acadêmica de seus profissionais e levando-os à conscientização de que fora dos Cursos pa-drões, existe um longo e árduo caminho a percorrer. Só assim, a classe bibliotecária conseguirá ocupar o complexo espaço determinado pela ne-cessidade de que a informação seja recuperada, tratada e disseminada.

2 MERCADO DE TRABALHO BIBLIOTECÁRIO

Em tempos modernos, o mercado de trabalho exige profissionais habilitados, dinâmicos, criativos e competentes, que mostrem produtivida-de nas instituições onprodutivida-de estão lotados e que permaneçam sempre conscien-tes da importância de uma educação continuada para a sua sobrevivência profissional.

A formação acadêmica de um indivíduo, por mais completa que pa-reça, não o prepara integralmente para que este consiga acompanhar as diversas exigências do mercado de trabalho por um longo período de tem-po, visto as rápidas transformações no contexto geral da humanidade. Por-tanto, os conhecimentos adquiridos nas academias de graduação, devem sempre ser atualizados e continuados para que estejam condizentes com as perspectivas da sociedade. Confirmando tais afirmações, Guimarães (1997, p. 4) especifica que:

[...] pensando em um mundo em constante mudança, deve tal espírito estar inserto no próprio profissional, por meio de uma atitude (e, antes de uma postura!) de constante descoberta, com a necessária humildade para reconhecer que as teorias e técnicas se hoje adequadas podem, amanhã, ser objeto de aperfeiçoamento, de evo-lução [...], o que leva à necessidade da perene busca pelo novo [...]. ATUALIZAR deve, pois, ser um verbo flexionado no gerúndio.

Infociência, São Luís, v. 3,p. 31-43,2003

Atualmente, os bibliotecários de vanguarda não consideram os mo-dernos adventos tecnológicos como ameaçadores. Tais pensamentos de pró-agir no ambiente das tecnologias de informação são representados pelo mundo interconectado em redes, onde a Internet, sob o aspecto tecnologia de ruptura (CHRISTENSEN, 2001), representa uma ferramenta de busca e maximização de uso no ambiente extra-muros das organizações bibliote-cas, propiciando múltiplos acessos às informações veiculadas e à diversifi-cação de serviços e produtos oferecidos.

A Biblioteconomia, ao longo dos tempos, vem tentando afirmar que as bibliotecas não se constituem o único ambiente de atuação dos profissi-onais bibliotecários. Estendeu o espaço biblioteconômico enfatizando-o como desenvolvimentista de práxis social, que embora se faça presente de maneira tímida, já se faz eminente devido à necessidade de uma ligação mais comprometida com a sociedade. Portanto, a Biblioteconomia tende a ser redimensionada, através de uma revisão crítica de suas bases, pois o mercado da informação, está a exigir uma formação profissional mais am-pla e contextualizada na modernidade.

O bibliotecário não pode mais se auto-enxergar como guardião de determinado (s) acervo (s) precisa, pois, ver-se como disseminador real das informações inseridas neste (s).Éa informação necessária ao desenvolvi-mento social da humanidade, que deve ser considerada essencial. As pes-soas querem saber, conhecer, entender, e exigem por isso, qualidade nos serviços de informação, fato este que requer aptidões específicas dos bibli-otecários.

A visão de mundo/holística do profissional da informação é exigên-cia do mercado informacional. Acervos fixos, vultuosos, desatualizados, perdem espaço para os acervos (informação) encontrados em diferentes ambientes de outras organizações e disponíveis através do aparato tecnológico hodierno.

Os bibliotecários não podem continuar considerando e organizando apenas documentos de acesso físico. As informações registradas nesses documentos é que merecem ênfase, são elas que devem ser enaltecidas enquanto objetos de estudo e de trabalho desses profissionais. Em vista disso, um profissional, que seja capaz de executar as demandas dos usuári-os, considerando primários os fatores: tempo, custo, rapidez e precisão, delineia-se como um diferencial na grande massa de graduados.

Toma-se necessário considerar que tais mudanças são lentas, porém, constantes. A diversidade de suportes, a multiplicidade de meios de acesso,

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além da qualidade exigida pelos usuários, exigem um renovado estilo de tratamento para a informação.

Os estudos sobre Mercado de Trabalho permitem o conhecimento do perfil de determinada classe profissional, direciona o desempenho e identi-fica as funções e campos de atuação do profissional bibliotecário.

2.1 Ambientes de atuação

Existem os ditos "ambientes tradicionais" de atuação bibliotecária, podendo ser chamados até de inerentes: as bibliotecas. Mas, mediante Bar-ros (1997, p.7) "Existe um rol de locais onde o bibl iotecário pode desenvol-ver sua capacidade de trabalho, observando-se que o profissional bibliote-cário deve atuar como estruturador, planejador ou administrador de infor-mações, e não um mero repassador de informação."

As atividades de planejamento, estruturação e administração, exi-gem conhecimentos diversos e voltados para áreas interdisciplinares à biblioteconomia. Em realidade, o ensino biblioteconômico direcionou-se para o preparo de profissionais que possam se adequar "como uma luva" às inerências das bibliotecas que variam dentre outras acepções: especializadas, escolares, públicas, comunitárias, universitárias e particulares - embora estas últimas nem sejam consideradas formalmente pelos Cursos de Biblioteconomia - deixando em segundo plano, os conhecimentos advindos de áreas afins e que, atualmente, assumem papel de primazia no setor informacional.

Outra ambientação desses profissionais, leva à obrigação de que seja comentado o "acontecimento" da década de 90, a globalização, fazendo-se necessário destacar que este fenômeno vem mudando o curso do acesso à informação nas diferentes áreas do saber. Isso decorre da tecnologia da informação e comunicação, que viabiliza o acesso a conhecimentos em milésimos de segundos.

Tendo em vista a própria globalização, o mercado de trabalho atual exige uma função social mais destacada por parte do bibliotecário. O espa-ço fisico das bibliotecas tende a ser transposto e a disseminação de infor-mações deverá ser efetuada com um maior comprometimento social.

A qualificação do profissional em nível superior é proporcionada pela academia em que este ingressa, mas não é apenas a ela que se deve atribuir total determinação. Redunda-se que o próprio profissional é responsável pelo aprimoramento de suas funções, podendo permanecer como bacharel ou chegar à pós-graduação "lato sensu" ou "stricto sensu". A sua

participa-Infociência, São Luís, v. 3,p.31-43, 2003

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ção em eventos, cursos de extensão, intimidade com a leitura biblioteconômica ou de áreas afins, é que determinam sua atualização pro-fissional, além de poder fazê-lo despontar, preparando-o mais facilmente para situações específicas ou inusitadas que venham a surgir.

O bibliotecário terá que aprender a agir como o intermediário entre os usuários e o provimento informacional suscitado pelas tecnologias; sua postura se transformará no elo entre estas e a clientela. Portanto, o gerenciamento das unidades de informação deverá ser reestruturado, não só na instância dos acervos mas também, os recursos humanos têm que acompanhar este desenvolvimento, visando a otimização dessa nova ambientação biblioteconômica. Conhecer e delinear novos caminhos e pro-cedimentos, somam-se às habilidades para o atendimento da clientela.

2.2 Perfil profissional

A globalização observada como um processo descentralizador da eco-nomia mundial e, por conseguinte, de todos os campos do conhecimento humano, originou as necessidades diferenciadas de demandas, levando à inserção da informação nesse contexto. Profundas e céleres mudanças es-tão modificando os paradigmas nas áreas científica, tecnológica, política e social.

Diante desse novo quadro, o papel do bibliotecário sofreu profundas mudanças de paradigma, que antes era centrado no acervo da biblioteca, agora é a informação, o ponto fundamental na realização dos serviços. A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação ultrapassa as barreiras físicas e institucionais. O grande desafio para o bibliotecário que trabalha com a informação é estar atento às mudança~ impostas pelas inovações tecnológicas advindas do mercado de trabalho, para que não fi-que à margem de uma sociedade na qual a informação é produtora de pro-gresso e riqueza, perdendo seu lugar no mercado informacional que a rigor não é exclusivamente dos bibliotecários.

Segundo Marengo (1996):

Novas ocupações estão sendo criadas, novas oportuni-dades se abrem, novas habilioportuni-dades estão sendo deman-dadas surgindo assim uma diversidade de carreiras re-lacionadas com informação. Todos os profissionais hoje estão sendo entendidos como profissionais de informa-ção, pois necessariamente precisam manipular infor-mação para o desempenho de seus papéis econômicos,

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políticos e sociais como exigência natural da ordem dominante.

As tecnologias de informação e comunicação e a globalização da in-formação e do conhecimento fizeram com que profissionais como, admi-nistradores, analistas de sistemas, químicos, engenheiros, contadores, jor-nalistas despertassem para a importância estratégica de se trabalhar no se-tor informacional.

A sociedade da informação mudou o foco de direção das questões como os níveis de ocupação, qualificação da força de trabalho, conheci-mentos adquiridos, locais e formas de construção das experiências sociais e da identidade das pessoas, grupos e classes. Nesse contexto, sobressaem-se os profissionais mais hábeis e criativos o suficiente para produzirem além daquilo que a escola destaca e formaliza como currículo.

Uma sólida formação acadêmica contribui significativamente para a delimitação do perfil do futuro profissional. O grau acadêmico das univer-sidades não consegue abranger suficientemente a totalidade de conheci-mentos interdisciplinares e o mercado de trabalho exige profissionais com conhecimentos, também, disciplinares.

O currículo deverá preparar o profissional com uma série de habili-dades específicas, consonantes com a atual realidade, tais como: qualificar especialistas em acesso à informação que saibam lidar com os avanços tecnológicos; capacitar profissionais a prestar consultorias e administração em serviços de informação; formar pesquisadores no entendimento das tecnologias da informação, sua implementação e aplicação no campo de trabalho.

Em realidade, devido ao processo de intensa mutação pelo qual pas-sa a sociedade, as profissões estão sofrendo rápidas mudanças e as Escolas não conseguem acompanhar tal acontecimento devido a fatores políticos e econâmicos que forçam para si a dependência da qualidade do ensino.

Porém, analisando-se tal afirmação, eleva-se a consideração temática direcionada às instituições públicas que oferecem o curso de Biblioteconomia em suas estruturas educacionais e faz-se menção à crise econâmica brasi-leira que condiciona tais instituições a acatar, passivamente e quase sem saídas alternativas, as determinações políticas governamentais, como cor-tes de verbas para programas de pesquisa e tolhimento de um desenvolvi-mento tecnológico condizente com a realidade mundial.

O perfil de um especialista, qualquer que seja sua área de atuação, deve se basear em ações comuns, originárias das principais linhas do

traba-Infociência, São Luís, v. 3, p. 31-43, 2003

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lho exercido. Segundo Souza (1991, p.184) "[...] a discussão hoje em todo o mundo não se encerra simplesmente em desenhar um perfil. O que se observa nas últimas décadas é o crescimento ilimitado da informação e das próprias áreas profissionais".

Pode-se antever com isso, que o perfil de um especialista em infor-mação tende a especificidades advindas de cada profissão ou especializa-ção. Contudo, apresentam pontos em comum, pois, há de ser lembrado, todos trabalham com o mesmo objeto, a informação.

O profissional precisa conhecer as suas funções e, quais habilidades poderá desenvolver em prol de atitudes responsáveis. O conhecimento aca-dêmico adquirido deverá ser desenvolvido através de estudos atualizados que o capacitem a executar e empreender tarefas e fazer avaliações mensuráveis. Neste aspecto, o profissional deve voltar-se ao total conheci-mento da organização a qual representa.

Quanto ao fator "formação" Tarapanoff(1997, p.23), alega que: [...] o profissional da informação deve ter desempenho superior e depende de um aprendizado superior. O aprendizado, além de formal (Bacharelado, Mestrado, Doutorado) foge da esfera restrita das escolas para ser desenvolvido e praticado nas organizações sociais em geral. O treinamento em serviço e a educação continu-ada a serem busccontinu-adas pelo próprio indivíduo, devem basear-se na observação e necessidade do dia-a-dia, e estarem norteadas para a qualidade e o conhecimento. Araújo (1986, p.II), há 17 anos, destacou que "Considerando o pro-cesso de modernização dos países em desenvolvimento, cabe ao profissio-nal da informação mudar suas perspectivas diante da sociedade e capaci-tar-se para atender às exigências da demanda de informRção."

O papel do profissional bibliotecário na sociedade da informação -em que o conhecimento se tomou um produto de circulação restrita, com valor econâmico de troca na sociedade - continuará sendo o de provedor, transformador ou gerador secundário de conhecimento.

Considerando o profissional da informação como provedor, transfor-mador ou "gerador secundário de conhecimento", faz-se importante co-mentar, que ele atuará na organização do conhecimento científico e tecnológico, através: da geração de resumos, guias, cadastros, bibliografias e de base de dados; na análise, recuperação e comunicação dessas informa-ções a todos os profissionais condizentes ao processo social de bens e ser-viços. Todavia, essas funções virão a adquirir outra roupagem, se for centrada

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atenção especial nos países em desenvolvimento industrial, ainda pobres em informação, mas que já possuem mentalização de que a informação é essencial a um desenvolvimento científico e tecnológico de qualidade em qualquer nação.

Mediante a concepção de Mueller (1989, p.63), a expressão, perfil profissionalé:

[...] o conjunto de conhecimentos, qualidades e com-petências próprias dos integrantes de uma profissão [...] o perfil é delineado pelas habilidades, competências e atitudes necessárias para o desempenho da função pro-fissional. A discussão dos problemas ligados ao perfil profissional é, na verdade, a discussão da função soci-al da profissão, a qusoci-al, sujeita às influências do con-texto, exige que a prática profissional se modifique, para atender expectativas novas e diversificadas que emergem da sociedade.

Um grande passo para delinear o perfil do profissional da informa-ção no Brasil, é identificar as funções que estes têm assumido. Como pon-tos mais enfáticos, pode-se relacionar as funções de preservador, educador, planejador e administrador de recursos informacionais e pesquisador.

No que concerne à administração de bibliotecas ressalta-se, assim como em outras organizações, a característica do gerente de aglutinar pes-soas, de conseguir utilizar a ferramenta doempowerment(RUTINA;

PE-REIRA, 2000), para então obter resultados favoráveis através de sua equi-pe.

Um enfoque a ser destacado e que ainda não é tratado com precisão pelas escolas de Biblioteconomia é que o bibliotecário tem que ser conside-rado um facilitador da comunicação. Os meios de comunicação redundam em tomo dos computadores, das telecomunicações, da informação e das relações humanas.

Somente através da revisão de conceitos, é que o indivíduo consegue enxergar suas idéias e concebe moldá-la, alterá-la e reconstruí-Ia. Vê-se o propagado "bibliotecário cibernético", como sendo o bibliotecário de refe-rência moldado por um novo perfil, que não irá permanecer administrando serviços de bibliotecas e acervos bibliográficos ou atrelado ao atendimento individual de usuários. E sim, estará voltado para o gerenciamento, não só de informações, mas de sistemas de informações, navegando em meios eletrônicos e em arquivos eletrônicos, motivado pela qualidade e embasado por percepção analítica e crítica dos sistemas tecnológicos em operação,

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para que possa comprovar sua eficiência, necessidade de adequação ou anulação (dos sistemas).

Se a missão das Unidades de Informação - bibliotecas está sendo redefinida, por conseqüência da tecnologia, então seus administradores te-rão que centrar seus sentidos na modernização dos recursos humanos e dos equipamentos, em vias de um melhor desempenho e o perfil exigido. Nesta instância, tende por combinações de características como: conhecimento das áreas da informática, capacidade de amistosidade, capacitação em idi-oma (s) estrangeiro (s), sem se deixar distanciar do poder de percepção sobre novas tendências.

O bibliotecário continuará sob o perfil de organizador em prol do controle, preservação e disseminação de informações. Todavia, também precisa adequar-se à administração de informações eletrônicas, incorpo-rando o papel de provedor ao acesso informacional, não mais de mero guardião.

As tecnologias vêm mudando a maneira de funcionamento das insti-tuições, a forma de pensar dos profissionais e as possibilidades de acesso informacional. Dizer que um novo perfil profissional bibliotecário vem sen-do exigisen-do, não é nada inovasen-dor, entretanto, percebe-se que a distribuição da informação não se dá igualitariamente, mesmo em classes sociais simi-lares. E, por quê? Talvez a resposta seja a espera da classe bibliotecária, por soluções ditadas pelos países prevalecentes financeiramente.

A correta solução será a realização de um profundo estudo sobre a verdade do social brasileiro. Ah! Mas isso é função do governo. Não! Isso é função do profissional comprometido com a realidade e ameaçado por ela. Se a sociedade não reconhece o bibliotecário e sua importância para o mun-do, então, é a essa sociedade que a classe deverá sedireciOl~ar. Éa informa-ção que transforma? Então vamos fazê-Ia chegar a quem precisa.

3 EDUCAÇÃO CONTINUADA

Defende-se que estagnar após a obtenção da graduação, não prepara o profissional para atuar eficazmente no atual mercado de trabalho, pois, por melhor que seja o nível da universidade, esta não tem como preparar integralmente seus discentes devido às múltiplas e inusitadas facetas de uma profissão e à acelerada fragmentação do conhecimento.

O curso de graduação dispõe, aos indivíduos, a base necessária para a sua atuação técnica, mas essa base terá que ser complementada e aprofundada pela conscientização da necessidade de "continuar

estudan-Infociência, São Luís, v. 3, p. 31-43, 2003

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do". A Biblioteconomia é ampla, veja-se sua interdisciplinaridade e seu objeto de estudo: a informação - que é possuidora de uma quantidade incontável de pormenores, pois serve a indivíduos de diferentes classes so-ciais, com peculiaridades diversas.

Um ponto onde as escolas de graduação não funcionam com eficá-cia, é na questão concernente a idiomas estrangeiros. O conhecimento de, pelo menos, uma língua faz-se importantíssimo para uma adequação mais completa do profissional às suas funções. O inglês, por exemplo, é o idio-ma idio-mais falado no mundo, por ser considerado o idioidio-ma da comunicação em qualquer campo de atividade.

No meio bibliotecário o inglês é essencial. Essa importância decorre da vasta literatura na área; necessidade de operar uma simples máquina; acessar e dispor serviços na INTERNET e nas bases de dados. Nesse sen-tido, o aspecto da educação continuada diz respeito ao conhecimento de instrumentos tecnológicos, cursos de computação, conhecimentos sobre acesso, potencialidade e realidade de uso da INTERNET e demais meios de comunicação.

Ampliar (seus) horizontes é a função que parece mais árdua para o profissional bibliotecário, devido a (sua) idéia de ter que estar preparado para enfrentar a catalogação e a classificação - das fichinhas - como tarefas básicas e quase exclusivas. As tecnologias de informação e comunicação vêm ditando as tendências de recuperação informacional e obrigam um re-pensar de atividades e a empreender formas de agilizar a localização da informação.

Atualmente,os profissionais dispõem de meios e maneiras que os levam a se deparar, freqüentemente, com facilidades de aprendizado conti-nuado. Como exemplo, tem-se a educação à distância tutorada, que ao con-trário do que muitos profissionais pensam não traz riscos e, sim, abre pos-sibilidades de ampliação rápida de conhecimentos, sendo hoje uma realida-de e uma das pedras angulares da revolução educacional. Tem como cen-tro, o patrimõnio mais importante da sociedade, que é o profissional quali-ficado; contribuição relevante para a concretização da democracia e da ci-dadania.

Daltro (1997, p. 8), comenta sobre a educação à distância, afirmando que:

[...] há três gerações de metodologias de ensino à dis-tância. A primeira geração seria aquela em que se en-via ao aluno o material escrito e ele devolve os

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cícios resolvidos; só esporadicamente o aluno faz con-tato pessoal com os tutores. A segunda geração seria aquela que inclui a exigência de contato com os tuto-res, seja por meio da intercalação de aulas com a pre-sença de tutores e alunos (encontros, seminários), seja com a utilização de rádio ou da TV, com aulas ao vivo, em datas e horários fixos. A de terceira geração é aquela que, além do material escrito, inclui o uso de vídeo cassetes, comunicação por FAX, computadores e ou-tros meios modernos de tecnologia. Evidentemente que, quando mais sofisticada tecnologia utilizada, mais ca-ros ficam os cursos[...].

Estas metodologias de ensino à distância embasam-se em uma constatação de simples entendimento: a aprendizagem é uma experiência individual; é uma atividade pessoal que nenhum indivíduo pode vivenciar por outro. Crê-se que é um erro acreditar que a presença de um professor seja dispensável no processo de aprendizagem. Veja-se que, no caso parti-cular do ensino à distância, o professor assume a condição de "facilitador" da aprendizagem e deixa que ela ocorra onde, quando e como o "aprendiz" decidir.

Quanto à escolha dos tutores, novamente Daltro (1997, p. 8) diz que "Na escolha do tutor, privilegia-se a titulação acadêmica, a produção cien-tífica, o renome e a disposição pessoal para participar, como professor, da experiência de um curso tutorial a distância."

Outros aspectos que são considerados relevantes para que a tutoria à distância se formalize com sucessos seria a garantia de um alto nível de qualidade ao material distribuído aos alunos, tanto em seu conteúdo quanto em sua forma e a atribuição de rigores e seriedade em reJação ao processo de avaliação.

A sociedade está se transformando a uma velocidade cada vez maior e, nesse contexto, o bibliotecário tem por obrigação - se este objetivar o seu desenvolvimento profissional, é lógico! - manter-se atualizado em face des-sas transformações, buscando incorporar novos conhecimentos.

Mediante a crise global e às rápidas mudanças acontecidas,julga-se que a expressão profissional mais emergente será a busca por uma educa-ção continuada persistente, objetivando fins, que com certeza, serão extre-mamente lucrativos.

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4 CONCLUSÃO

.A diversidade de ambientes de atuação que cabem ao profissional bibliotecário é notória, visto que este já não poderá permanecer apenas nas bibliotecas convencionais. O séculoXXIoferece-lhe como presente, novos espaços e múltiplos meios facilitadores de seus serviços.

Éhora de este profissional confirmar e enaltecer seu objeto de traba-lho - a informação - centrado na classificação desta, como "setor quaternário da economia" mundial. A importância maior, neste contexto, é o desenvol-vimento de estratégias que possam viabilizar com segurança a chegada da informação ao usuário.

As tecnologias de informação fornecem os meios de organização e disseminação do conhecimento,para apoiare propiciar o desenvolvimento cienttfico, tecnológico e culturaL Com elas; a sociedade pode definir adqui-rir conhecimentos diversos, aumentando a sua capacidade de crescimento. 'As bibliotecas tradicionais continuarão a existir, só que deverão in-corporar as novas ofertas do mercado tecnológico e, nesse momento, entra em cena um bibliotecário inovador, gerenciador, perfeccionista e sob a de-.nominação de "bibliotecário cibernético" que vem ser moldado por um

per-fil mais ativo, perceptivo sob visão macro-administrativa.

Sabe-se que essas mudanças no contexto biblioteconômico, não se constituem atribuições exclusivas das escolas. O profissional bibliotecário terá que se desenvolver dentro e fora das salas-de-aula das academias, con-cebendo a educação continuada como fator relevante para a sua permanên-cia no rol das profissões da informação.

REFERÊNCIAS

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Referências

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