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Rev. Bras. . vol.73 número6

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REVISTA BRASILEIRADE OTORRINOLARINGOLOGIA 73 (6) NOVEMBRO/DEZEMBRO 2007

http://www.rborl.org.br / e-mail: revista@aborlccf.org.br CASE REPORT

RELATO DE CASO Rev Bras Otorrinolaringol

2007;73(6):851.

Leiomioma da cavidade

nasal: relato de caso

Leiomyoma of the nasal

cavity: case report.

Pedro Paulo Vivacqua da Cunha Cintra 1, Wilma

Terezinha Anselmo Lima 2, Aguilar Rodrigues Junior 3

CASO CLÍNICO

M.AH, sexo feminino, 54 anos natural e procedente de São Paulo com epistaxe de repetição, obstrução nasal e hiposmia há dois anos. À rinoscopia anterior apresentava massa tumoral de aspecto sólido proveniente de meato mé-dio obstruindo parcialmente fossa nasal esquerda.

Foram realizadas uma TC de Seios da Face com contraste e uma nasofibros-copia com biópsia da lesão. O material foi enviado para exame anatomopatológico e estudo imunohistoquímico, os quais con-firmaram se tratar de uma neoplasia me-senquimal de origem em músculo liso.

A cirurgia foi realizada a sob visão endoscópica com óptica de 30o e 4mm com

ressecção da lesão na porção posterior da concha média esquerda. A paciente permaneceu sem tampão nasal no pós-operatório, sem intercorrências.

Achados Anátomo-histopatológicos Constituía-se de um tumor sólido pardacento, medindo 4,0 x 2,0 x 2,0cm de bordos regulares.

Ao exame microscópico notava-se proliferação de células alongadas de baixo grau de agressividade histológica, exteriorizando fenótipo sugestivo de leio-mioma. Cortes histológicos demonstraram proliferação de fibras musculares lisas, sem atipias, que se dispõe em feixes longitudi-nais e transversais, separadas por discreto estroma fibro-conjuntivo, vascularizado, estando recobertas por mucosa respiratória modificada por alterações inflamatórias inespecíficas.

Imuno-histoquímicos

Utilizou-se o método strepto-avidi-na-biotina complex/HRP, pesquisando-se

os antígenos Vimentina, PS100, Actina ML, CD34 e Enolase.

RESULTADOS

Vimentina e Actina ML positivos, PS 100, CD34 negativo e Enolase negativos.

Perfil de padrão histológico corres-pondente ao da neoplasia mesenquimal de origem de músculo liso.

DISCUSSÃO

A raridade do leiomioma na cavi-dade nasal e seios paranasais deve-se ao fato de que existe pouco músculo liso no nariz, somente na túnica média dos vasos e nos músculos eretores dos pelos. A origem é incerta, possivelmente atingem músculo liso da parede de um vaso, dos músculos piloeretores ou de mesênquima indiferenciado aberrante.2

O tumor de músculo liso pode ser considerado maligno até quando a taxa de mitoses é extremamente baixa. 2

A alta diferenciação das células tumorais, o mínimo pleomorfismo e o baixo grau de atividade mitótica indicam um tumor benigno.3

Josephson et al.4 em um estudo de

seis casos de leiomiossarcoma - presença de áreas de tumor benigno. Esta condição indica a possibilidade da transformação de um tumor benigno em leiomiossarcoma.

Nos poucos casos relatados de leiomioma de cavidade nasal e seios para-nasais, segundo uma revisão da literatura feita por Van Ingen5, os pacientes tinham

entre 42 e 76 anos de idade. Há um caso de leiomioma, relatado por Papavasilau6, em uma menina de 5 anos de idade, mas que na realidade se tratava de uma variante de leiomioma, o leiomioblastoma, que é um tumor originário de tecidos embrionários remanescentes.

Existe uma predominância no sexo

feminino, três mulheres acometidas para cada homem, com média de idade ao redor dos 50 anos para as mulheres e 60 anos para os homens.

Menos de 1% dos leiomiomas ocorrem na região da cabeça e pescoço.3

O leiomioma de nariz e seios paranasais leva à obstrução nasal (pela expansão da massa), dor facial e cefaléia (pela obstru-ção do movimento mucociliar e óstios de drenagem dos seios paranasais), sinusite aguda e epistaxe.

Llorente7 classifica os leiomiomas

em 3 tipos: vascular, não-vascular, leio-mioblastoma ou epitelióide. Este caso se tratava do tipo vascular.

COMENTÁRIOS

Apesar de raros, os leiomiomas devem ser lembrados no diagnóstico dife-rencial dos tumores benignos intranasais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Khan MH, Jones AS, Haqqani MT.

Angioleio-myoma of the nasal cavity - report of a case and review of the literature. J Laryngol Otol 1994;244-6.

2. Tang SO, Tse CH. Leiomyoma of the nasal cavity. J Laryngol Otol 1988;831-3.

3. Huang CT, Chien CY, Su CY, Chen WJ. Leio-myoma of the inferior turbinates. J Otolaryn-gol 2000;55-6.

4. Josephson RL, Blair RL, Bedard YC Leiomyo-sarcoma of the nose and paranasal sinuses. Otolaryngol Head Neck Surg 1985;270-4. 5. Van Ingen G, Stel HV, Tiwari RM. Atypical

leiomyoma of the choana. J Laryngol Otol 1991;1065-7.

6. Papavasiliou, A, Michaels, L. Unusual Leiomyo-ma of the Nose. (leiomyoblastoLeiomyo-ma). Report of Case. J Laryngol Otol 1981;95:1281-6. 7. Llorente JL, Suárez C, Seco M, Garcia A.

Leio-myoma of the nasal septum: report of a case and review of the literature. J Laryngol Otol 1996;65-8.

Palavras-chave: leiomioma da cavidade nasal, neoplasmas dos seios paranasais.

Keywords: leiomyoma of the nasal cavity, paranasal sinus neoplasms.

1 Mestre em otorrinolaringologia pela FMUSP - Ribeirão Preto, Médico Assistente do Núcleo de Otorrinolaringologia de São Paulo.

2 Livre-docente, Professora Associada do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HCFMRP-USP.

3 Médico Otorrinolaringologista, Assistente do Núcleo de Otorrinolaringologia de São Paulo. Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HCFMRP-USP,

Endereço para correspondência: Profa. Dra. Wilma T. Anselmo-Lima - Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HCFMRP-USP - Avenida Bandeiran-tes 3900 Ribeirão Preto SP 14049-900.

Tel.: (0xx16) 602-2862 - Fax: (0xx16) 602-2860

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