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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NUMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PENEDO/AL: um olhar para o projeto político pedagógico

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Academic year: 2021

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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NUMA ESCOLA PÚBLICA DO

MUNICÍPIO DE PENEDO/AL: um olhar para o projeto político pedagógico

Janecleia Ribeiro das Neves1; Lyvia Barreto Santos2; Janayna Paula Lima de Souza Santos3

Eixo Temático: Práticas Educativas e Inclusão RESUMO

O presente trabalho trata-se de um recorte do Projeto de Extensão “Cultura, Tradição e Identidade: Interface Universidade e Comunidade Quilombola”, da Universidade Federal de Alagoas/Campus Arapiraca/Unidade Educacional de Penedo. Nele buscou-se analisar a teoria e prática do trabalho dos professores referente à educação inclusiva e a relação da formação do professor e suas práticas pedagógica na promoção deste tipo de educação. O principal objetivo foi analisar e comparar os relatos literários sobre educação inclusiva e a realidade diária do professor em escola pública, além de mostrar a importância de conter o tópico sobre Educação Inclusiva no Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas como forma de práticas realizadas e/ou metas a serem alcançadas. A metodologia utilizada foi de caráter pesquisa bibliográfica, uma vez que foi requerido um alcance de informação sobre Educação Inclusiva, na tentativa de apresentar a teoria e a prática em escola pública. Os resultados obtidos estão relacionados ao fato de a Educação Inclusiva, no Brasil, ainda está longe do ideal previsto pelas leis e documentos a favor de uma E. I. de boa qualidade, no entanto, este trabalho mostra-se de grande relevância, na Escola onde a pesquisa foi realizada, mesmo diante das precariedades, sendo até necessário destacar este trabalho no Projeto Político Pedagógico da escola. Portanto, o estudo serviu para reflexão sobre o real e o ideal da Educação Inclusiva nas Escola Públicas do Brasil. Palavras-chaves: Educação Inclusiva; Realidade; Prática Pedagógica.

1 Graduanda do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus Arapiraca – U. E.

Penedo/Alagoas. Email: jhany-neves@hotmail.com.

2 Graduanda do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus Arapiraca – U. E.

Penedo/Alagoas. Email: lyviabarreto44@gmail.com.

3Pedagoga, mestra em Educação Brasileira e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas.

Professora da Universidade Federal de Alagoas/Campus Arapiraca/UE Penedo/Alagoas. Colaboradora e orientadora do Projeto de Extensão “Cultura, Tradição e Identidade: Interface Universidade e Comunidade Quilombola”. Email: janaynasantos06@gmail.com.

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INTRODUÇÃO

A educação no Brasil, no que diz respeito, especificamente, à Educação Inclusiva, é demarcado por constantes estratégias educativas que até chegar na perspectiva de Educação Inclusiva de hoje, passou/passa por um caráter de segregação, desigualdade e exclusão.

O primeiro Documento a pensar em Educação Especial foi a Constituição de 1988, que, no Artigo 208, parágrafo III, garante “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.

No entanto, durante a história, ainda houve/há um grande processo entre o sistema segregado presente nas escolas públicas, e o sistema inclusivo que é a perspectiva de hoje, tendo como objetivo primordial a unificação de pessoas com todo e qualquer tipo de deficiência em todos os ambientes.

Pensar em Educação Inclusiva, é pensar em tonar o sujeito independente, como parte de um todo, sem sofrer discriminação de qualquer natureza dentro ou fora da escola. No documento do Ministério da Educação e Cultura (MEC), intitulado “Política Nacional para a integração da pessoa portadora de deficiência Física”, a escola inclusiva aponta para uma nova postura da escola regular, que propõe práticas educativas diferenciadas para atender a todos os alunos, adequando seu projeto político pedagógico, currículo, metodologia, avaliação e estratégias de ensino.

Assim, busca-se refletir, cada vez mais, sobre práticas pedagógicas que visem a promoção de um ambiente inclusivo, que leve a criança/jovem para a vida. Estas práticas pedagógicas vão além do ato de ensinar e aprender, mas compreende no afastamento do sistema de exclusão e não aceitação da diversidade.

Segundo Santos (2013), para concretizar uma proposta de ensino que contemple as especificidades de todos os alunos no ato educativo, e ao mesmo tempo, promova o atendimento das demandas da educação dos alunos com deficiência no sistema regular de ensino, se mostra necessária uma formação capaz de redimensionar e remeter os professores a uma reflexão sobre a diversidade, não só para pensar maneiras renovadas de ensinar e aprender, mas, sobretudo, para afastar do conservadorismo da exclusão e da segregação de todos aqueles que não se enquadram ao padrão pré-estabelecido e idealizado de ser humano em nossa sociedade.

Neste contexto surgem inúmeras questões de avaliação do trabalho que o professor desempenha na escola, bem como as condições que são ofertadas a ele para desenvolver práticas educativas inclusivas.

Compreendendo a importância do Projeto Político Pedagógico como uma ferramenta essencial para expor as políticas de inclusão realizadas pela escola, como também realizar um planejamento do que se pretende fazer para se adotar uma política de Educação Inclusiva, este trabalho teve como principal objetivo analisar o real e ideal para educação inclusiva numa determinada escola, comparando com a literatura de autores que elencam a relevância do PPP na abertura de políticas de Inclusão na escola.

METODOLOGIA

O presente trabalho é um recorte do Projeto de Extensão “Cultura, Tradição e Identidade: Interface Universidade e Comunidade Quilombola”, ainda em desenvolvimento, da Universidade Federal de Alagoas/Campus Arapiraca/Unidade Educacional de Penedo.

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Como metodologia, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, que de acordo com Gil (1994), possibilita um amplo alcance de informações, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações, auxiliando também na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A identidade de uma instituição escolar é construída coletivamente pelos agentes educacionais que a compõem. Para Vasconcellos (2013), o Projeto Político Pedagógico (PPP) é um instrumento teórico-metodológico a ser disponibilizado, re/construído e utilizado por aqueles que desejam mudar a prática educativa tornando-a mais próxima da realidade dos estudantes. É um documento que presume consciência política dos cidadãos. Em outras palavras, o PPP de uma instituição de ensino direciona suas ações para contemplar os objetivos coletivamente traçados que definem aonde se quer chegar e como fazer para se chegar lá. Ele descreve fielmente os anseios e necessidades de uma demanda e não poderá ser concebida como um construto teórico preparado por especialistas para atender a fins burocráticos. A este respeito Gadotti (2000), elucida que:

Não se constroem um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é também político. O projeto pedagógico da escola é por isso mesmo, sim um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola (GADOTTI, 2000, p. 113). Seu processo de construção deve considerar a dimensão do cotidiano e, ao mesmo tempo, o contexto mais amplo das políticas educacionais que por sua vez, se farão presente no cotidiano escolar. As decisões tomadas não podem ser soberanas porque a escola possui autonomia, mas deve sempre funcionar obedecendo a legislação vigente.

A equipe gestora de uma instituição de ensino devera sempre respeitar o contexto local, saber ouvir os diversos atores que são partícipes e de forma democrática executar suas ações fundamentadas nas leis que regem o país a Constituição Federal e o ensino que é a Lei de Diretrizes Bases da Educação – LDB 9394/96 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). De acordo com Vasconcellos (2013), o Projeto Político Pedagógico é o plano global da instituição, podendo ser entendido como

a sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se objetiva na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar, a partir de um posicionamento quanto à sua intencionalidade e de uma leitura da realidade. Trata-se de um importante caminho para a construção da identidade da instituição. É um instrumento teórico-metodológico para a transformação da realidade. Enquanto processo, implica a expressão das opções da instituição, do conhecimento e julgamento da realidade, bem como das propostas de ação para concretizar a partir do que vem sendo; e vai além: supõe a colocação em prática daquilo que foi projetado, acompanhado da análise dos resultados (VASCONCELLOS, 2013, p. 17-18).

Assim, a construção da identidade da escola é tecida a partir das ações que ela realiza, tanto no campo teórico quanto na prática pedagógica do dia a dia.

Vasconcellos (2013), destaca quatro pontos relacionados às características do PPP: abrangência, duração, participação, concretização.

Quanto à abrangência, o PPP é o documento que funciona como uma espécie de “guarda-chuva” para outros projetos, acolhendo, dando unidade e organicidade. Além disso, o PPP é considerado como amplo, integral e global.

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Quanto à duração, o PPP é considerado um documento de abrangência longa, tendo em vista que o Diagnóstico e a Programação são revistos ano e ano e o Marco Referencial, costuma permancer o mesmo por dois, três ou mais anos.

Em relação à participação, o PPP precisa ser construído pela coletividade, pela democracia e quanto à concretização é processual, ou seja, não se esgota na elaboração de um texto ou documento, ou na realização de uma atividade. Pauta-se no exercício crítico, na avaliação permanente, na articulação constante entre ação-reflexão-ação. Para Vasconcellos (2013), está, portanto, sempre sendo (re) construído.

Quanto aos princípios que regem o Projeto Político Pedagógico, Vasconcellos (2006) explicita que sua construção deverá partir da expressão individual percebendo alguns aspectos como: psicológico, no que diz respeito ao envolvimento do grupo na tarefa, inclusão, reconhecimento do sujeito no produto coletivo; epistemológico, em que parte-se de onde o grupo está, coloca-se o sujeito na condição de produtor de conhecimento e não de reprodutor ou receptáculo; político, que envolve o resgate da participação, da contribuição de cada um e de todos os exercícios da decisão coletiva; e, o pedagógico, constituindo o aprendizado da metodologia participativa, do diálogo, do respeito pelo outro, da tolerância.

Levando-se em conta estes princípios norteadores, a construção do Projeto Político Pedagógico favorece o envolvimento e a participação de todos os agentes educacionais possibilitando o exercício da democracia direta e não representativa. A escola nesta perspectiva passa a ser um ambiente bem mais amplo. Considerando-se não só o estudante, mas o sujeito de todos os segmentos respeitando a inclusão e aceitando as diferenças de opinião e posicionamentos. No entanto, muitas escolas não compreendem a importância do documento tornando-o obsoleto.

Sobre a formação de professores que atuam na Educação Inclusiva, o Projeto Político Pedagógico possui papel fundamental nesta questão, como elenca Ropoli, et al 2010:

A formação de professores consiste em um dos objetivos do PPP. Um dos seus aspectos fundamentais é a preocupação com a aprendizagem permanente de professores, demais profissionais que atuam na escola e também dos pais e da comunidade onde a escola se insere. Neste documento, apresentam-se as ações de formação, incluindo os aspectos ligados ao estudo das necessidades específicas dos alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação (RAPOLI et al 2010).

Dada a importância da construção desse documento, ressaltamos a necessidade de inserir as questões sobre a educação inclusiva realizada na escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação inclusiva, ainda muito longe do que é ideal nas escolas públicas, vêm chegando ao alcance de alguns dentro de suas limitações. A partir disto, é notório o papel das práticas pedagógicas desempenhadas pelo professor e do PPP como ponto de partida para gerar autonomia na escola, como indica os autores citados acima.

Sendo assim, através deste trabalho foi possível relatar a busca pelos direitos educacionais dos estudantes com deficiência, além da possibilidade de transformar o espaço escolar em um campo que promova valores sociais, não somente as habilidades técnicas de ensino-aprendizagem e a função do profissional docente como sujeito transformador da realidade e que reflita sobre suas práticas pedagógicas na Educação Inclusiva.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 15ª ed. São Paulo: Libertad Editora, 2013. SANTOS, Arlete Rodrigues dos. As significações de uma professora acerca da atividade docente em um contexto de inclusão do aluno com deficiência intelectual. Dissertação de Mestrado. Mestrado em Educação, UFAL. Defendida em 2013. Disponível para download em http://www.ufal.edu.br/unidadeacademica/cedu/pos-graduacao/mestrado-e-doutorado-em-educacao/dissertacoes/2010/arlete-rodrigues-dos-santos/at_download/file. Acesso em 29 de Agosto de 2017.

ROPOLI, E. A.; MANTOAN, M. T. E.; SANTOS, M. T. C. T.; MACHADO, R. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar a Escola Comum Inclusiva. Universidade Federal do Ceará- UFC. Ceará, 2010.

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