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Influência do ultra-som terapêutico na epífise de crescimento ósseo de coelhos Influence of therapeutic ultrasound on rabbits bone growth plate

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Academic year: 2021

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Influência do ultra-som terapêutico na epífise de crescimento ósseo de coelhos

Influence of therapeutic ultrasound on rabbits bone growth plate

Carlos Alberto dos Santos

1

, Henrique Sodré de Almeida Fialho

2

, José Antônio Pinto

3

, Maria Teresa de Seixas Alves

4

1 Fisioterapeuta; Mestre

em Ciências da Saúde pela EPM/Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)

2 Médico; Prof. Dr. associado

da disciplina Ortopedia Pediátrica do Depto. de Ortopedia e Traumatologia da EPM/Unifesp

3 Médico; Prof. Dr. adjunto

da disciplina Ortopedia Pediátrica do Depto. de Ortopedia e Traumatologia da EPM/Unifesp

4 Médica; Prof a. D ra.

adjunta do Depto. de Patologia da EPM/Unifesp

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA

Carlos Alberto dos Santos Rua Kaneji Kodama 940 Vila Figueira

08676-010 Suzano SP

e-mail:

profisiocarlos@ig.com.br

DESCRITORES

Terapia por ultra-som. Placa de crescimento. Desenvolvimento ósseo/ efeitos de radiação. Epífises/efeitos de radiação. Coelho. KEYWORDS

Ultrasonic therapy. Growth plate. Bone development/ radiation effects. Rabbits/ growth & development. Epiphyses/radiation effects. Artigo extraído da dissertação de mestrado de C.A.Santos, apresentada ao programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da EPM/Unifesp, área de concentração Reabilitação, sob orientação do Prof. Dr. H. S. A. Fialho e co-orientação dos profs. Drs. J.A. Pinto e M . T. S. Alves.

ACEITO PARA PUBLICAÇÃO

fev. 2005

RESUMO: A a p l i c a ç ã o d e ultra-som terapêutico na área da cartilagem de crescimento epifisário d e c r i a n ç a s ainda gera d ú v i d a s quanto a seus efeitos lesivos, o q u e faz c o m que muitas crianças deixem d e ser tratadas por esse recurso. Este estudo a v a l i o u a influência da a p l i c a ç ã o d e ultra-som, e m suas formas contínua e pulsada, sobre as epífises de tíbias de c o e l h o s e m c r e s c i m e n t o , v i s a n d o identificar doses q u e provocassem alterações m a c r o e/ou microscópicas, prejudicando o crescimento ósseo n o r m a l . F o r a m u t i l i z a d o s 32 c o e l h o s c o m oito s e m a n a s d e i d a d e , d i v i d i d o s e m três grupos, nos q u a i s se a p l i c o u , na f a c e m e d i a i da extremidade superior da tíbia direita, ultra-som pulsado e contínuo e m diferentes áreas e intensidades de r a d i a ç ã o ; as tíbias esquerdas nos três grupos foram utilizadas c o m o controle. Fêmures e tíbias de todos os animais foram radiografados dois dias antes da primeira a p l i c a ç ã o e ao c o m p l e t a r e m 16 semanas, realizando-se análise histomorfométrica da placa de crescimento epifisário para a v a l i a ç ã o dos campos microscópicos consecutivos nas regiões lateral e m e d i a l . N o grupo I, que recebeu ultra-som pulsado, não h o u v e diferenças estatisticamente significantes no lado direito e m relação ao esquerdo, e m todas as análises feitas. O mesmo não o c o r r e u c o m os grupos II e III (tratados c o m ultra-som contínuo), o n d e h o u v e a l t e r a ç õ e s , i n c l u s i v e radiográficas. C o n c l u i - s e q u e , e m

c o e l h o s , o tratamento no m o d o pulsado e m 2 0 % a 2 w / c m2 (ISATP) não

tem efeito lesivo na epífise de crescimento ósseo.

ABSTRACT: Therapeutic use of ultrasound on children's bones growth plates is still little studied as to its harmful effects, h e n c e m a n y children fail to be treated w i t h it. This study e v a l u a t e d t h e i n f l u e n c e of a p p l y i n g ultrasonic energy, in its continuous a n d pulsed forms, onto the growth plate of g r o w i n g rabbits' tibias, to identify doses that might produce macro and/or microscopic changes, thus harming the normal bone growth. Thirty-two 8-week old rabbits w e r e used, divided into three groups, w h i c h received e a c h different radiation areas a n d intensities of continuous and pulsed ultrasound on the medial f a c e of the right tibia upper e n d . The three groups' left tibias w e r e used as control. X-rays of right and left tibias and femurs of all animals w e r e taken t w o days previous to the first u l t r a s o u n d a p p l i c a t i o n a n d at the a g e of 16 w e e k s ; g r o w t h plates histomorphometric analysis w a s made in order to assess lateral and medial areas m i c r o s c o p i c fields. In the first group, w h i c h r e c e i v e d pulsed ultrasound, no statistically significant differences w e r e found b e t w e e n values obtained from the right and left sides, in all analyses m a d e . The s a m e d i d not h a p p e n to the other groups (treated w i t h c o n t i n u o u s ultrasound), in w h i c h changes w e r e found, including X-ray alterations.

In rabbits, thus, treatment w i t h pulsed ultrasound in 2 0 % w i t h 2 w / c m2

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INTRODUÇÃO

Por terapia ultra-sonora enten-de-se o tratamento médico medi-ante v i b r a ç õ e s m e c â n i c a s c o m u m a f r e q ü ê n c i a s u p e r i o r a 20.000Hz. Utiliza-se geralmente na f i s i o t e r a p i a f r e q ü ê n c i a d e 1 M H z para tecidos mais profun-dos e 3 M H z para teciprofun-dos superfi-ciais. Essas ondas sonoras podem ser produzidas como contínuas ou pulsadas. A porcentagem de ener-gia no modo pulsátil pode variar de 5 % a 50%, porém a utilização mais c o m u m é de 2 0 % . U m a de suas vantagens é suprimir os efei-tos térmicos, ou seja, não deixar que ocorra acúmulo de calor.

Embora utilizado na área mé-dica há mais de 70 anos, para muitos dos efeitos, c o m o a redu-ção da dor relatada após tratamen-to com ultra-som, o mecanismo fisiológico ou físico não foi total-mente identificado, sendo apenas especulado até o momento. M u i -tos dos efei-tos biológicos da terapia ultrasonora não foram c o m -provados - nem tampouco suas c o n t r a - i n d i c a ç õ e s . U m a dessas contra-indicações controversa e pouco estudada é sua utilização nas epífises de crescimento ósseo, ou seja, no tratamento de áreas contendo cartilagem de c r e s c i -mento na criança. Muitas crian-ças deixam de ser tratadas por esse recurso pela dúvida do fisiotera-peuta em relação aos efeitos adver-sos nessa região.

Foi pois objetivo deste trabalho avaliar a influência da aplicação de energia ultra-sonora, utilizada em doses terapêuticas nas suas formas contínua e pulsada, sobre as epífises proximais de tíbias de coelhos em crescimento e identi-ficar as doses a partir das quais, eventualmente, poderia haver a l -terações macroscópicas e micros-c ó p i micros-c a s , p r e j u d i micros-c a n d o assim o crescimento ósseo normal.

Certos a u t o r e s1 2 3 descreveram

como contra-indicada a utilização d e u l t r a - s o m n e s s a s á r e a s .

Hoogland4 relatou que a utilização

de ondas ultra-sonoras nas placas

epifisárias ocupava antes um dos primeiros lugares nas listas de con-tra-indicações, mas que c o m a a p l i c a ç ã o d e ultra-som pulsátil ( i n t e n s i d a d e b a i x a ) , tais áreas poderiam ser tratadas mesmo em pacientes menores de 18 anos.

Mcdiarmid eí al.5- relataram que

áreas epifisárias em crianças de-veriam ser exposta a pequena quan-tidade de energia ultra-sonora e in-tensidade segura. Starkeyó reco-menda que ultra-som sobre as pla-cas epifisárias de ossos em cresci-mento deve ser feito com cuidado.

Deforest et al.7 aplicaram

ener-gia u l t r a - s o n o r a p e l o m é t o d o subaquático, c o m freqüência d e 800.000Hz, na superfície mediai da região da epífise tibial superi-or esquerda em nove cachsuperi-orros c o m idade de 4 a 8 meses e 29 coelhos c o m 3 a 8 semanas de idade, divididos em três grupos, submetidos a várias doses (de 5w por 5 min, 10w por 5 min e 10w por 10 min). Alterações radiológi-cas e os comprimentos das tíbias e fêmures direitos e esquerdos foram analisados e comparados e n -tre si. Esses autores encontraram q u e a energia ultra-sonora não causou aceleração no crescimen-to longitudinal do osso, mas ge-rou efeitos destrutivos na região da epífise tibial superior e estru-turas adjacentes da articulação do joelho, concluindo que a energia ultra-sonora não deve ser aplica-da a ossos humanos em cresci-mento enquanto dosagens seguras não forem estabelecidas por meio de experimentos adicionais.

Vaughen e Bender8 estudaram

os efeitos de doses c l í n i c a s de energia ultra-sonora sobre a epífise de crescimento proximal da tíbia esquerda d e 20 coelhos c o m três meses d e i d a d e , tratadas p e l o método subaquático, com freqüên-cia de 1 M H z , intensidade de 1 w /

c m2 (12w totais), por 5 minutos

diariamente, cinco vezes por se-mana, até que os raios X eviden-ciassem fechamento das epífises (6 a 8 meses). O s animais foram sacrificados e o comprimento da tíbia e úmero desarticulados foram medidos, sendo a tíbia

posterior-mente fracionada e analisada no microscópio. O s resultados não evidenciaram efeitos significati-vos sobre o comprimento do osso, a integridade epifisária ou o tem-po de fechamento da cartilagem epifisária.

Elmer e Fleischer9 estudaram a

resposta de crescimento in-vitro de tíbias removidas de ratos recém-nascidos após exposição ao ultra-som, para determinar se essa ener-gia em ondas contínuas teria efei-to bioquímico sobre o tecido em crescimento quando o meio de cultura era mantido dentro de tem-peraturas fisiológicas. O s ossos foram colocados em meio acústi-co uniforme e submetidos a ener-gia ultra-sonora contínua com fre-qüência de 1 M H z e intensidade

de 1 , 8 w / c m2 por 3 a 5 minutos

imediatamente após o isolamen-to. O estudo mostrou que, embo-ra houvesse um pequeno aumen-to no comprimenaumen-to da tíbia trata-da quando comparatrata-da à controle, a diferença entre ambos não foi significante. U m insignificante aumento estatístico foi também encontrado para acumulação de proteína e incorporação de prolina radioativa em proteína nas carti-lagens epifisárias; porém, após três exposições de ultra-som, a incor-poração de timidina radioativa em D N A . foi significativamente esti-mulada. Segundo esses autores, o fato de o tratamento ultra-sonoro

in-vitro não produzir alteração

anatômica grosseira não apoia o conceito que osso em crescimen-to é crescimen-totalmente insensível ao tra-tamento com ultra-som, e que este pode produzir sutis alterações no processo celular, sem causar anor-malidades grosseiras.

W i l t i n k ef a / .1 0 testaram doses

d e u l t r a - s o m in-vitro s o b r e ossificação endocondral no desenvolvimento de metatarsos de e m -briões de ratos de 16 a 17 dias, tratados por 5 minutos ou 1 minu-to c o m u l t r a - s o m d e 1 M H z , pulsátil, c o m freqüência do pulso de 100Hz e comprimento do pul-so d e 2ms e m intensidades d e

0,1 w / c m2, 0 , 3 3 w / c m2, 0 , 4 9 w / c m2

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média espacial e pico temporal). Ultra-som contínuo foi aplicado

em intensidades de 0,1 w / c m2 ou

0 , 5 w / c m2 ( I S A T A , i n t e n s i d a d e

média espacial e média tempo-ral). O método utilizado foi o subaquático c o m uma s o l u ç ã o extracelular sem gás. Em contras-te ao tratamento c o m ultra-som contínuo, o ultra-som pulsátil re-sultou em um acelerado cresci-mento dos metatarsos, que foi sig-nificativo nos grupos tratados c o m

uma dose de 0,77w/cm2. Isso

ocorreu principalmente devido ao a u -mento do cresci-mento da zona de cartilagem proliferativa, pois o comprimento da zona de cartila-gem hipertrófica não se alterou, sugerindo que a proliferação das células de cartilagem foram esti-muladas sem influenciar sua dife-renciação. Segundo esses autores, o tratamento c o m ultra-som pode influenciar a proliferação da car-tilagem durante o desenvolvimen-to normal dos ossos longos; deve-se pois ter cuidado na sua aplica-ção em crianças e adultos jovens, embora esse estudo tenha sido fei-to in-vitro.

P e s s i n a e V o l p o n1 1 investigaram

a ação do ultra-som terapêutico com freqüência de 1 M H z , pulso

de 2:8 e intensidade de 0 , 5 w / c m2,

aplicados em 5 minutos, uma vez ao dia, em dez dias consecutivos na f a c e m e d i a i da r e g i ã o proximal da tíbia direita de coe-lhos da raça N o v a Zelândia, jo-vens (aproximadamente c o m dois meses), fêmeas, distribuídos e m dois grupos. N o grupo 1 (20 c o e -lhas), os animais foram sacrifica-dos três dias após o término do período de apljcação do ultra-som e a cartilagem de crescimento foi avaliada morfometricamente do ponto de vista histológico e c o m microscopia d e luz ultravioleta para o estudo da neoformação ós-sea, m a r c a d a c o m tetraciclina. N o grupo 2 (10 coelhas), os ani-mais foram mantidos vivos até o final do crescimento, o que a c o n

-teceu por volta da 14a à 1 6a

se-mana de vida, e realizada a morfometria macroscópica pelo a l i -nhamento frontal dos joelhos e região proximal da tíbia, pelo uso

de radiografias e medidas diretas nas peças. N ã o foram observadas diferenças entre o lado tratado e o lado controle nem constatado qualquer efeito lesivo do ultra-som, ou seja, não houve indício de que o ultra-som, na dose e téc-nica empregadas, tenha provoca-do alguma alteração transitória ou p e r m a n e n t e , tanto morfológica c o m o funcional, na cartilagem de crescimento.

O s achados controversos dos trabalhos acima expostos inspira-ram o presente estudo, de aplica-ç ã o d e u l t r a - s o m nas epífises proximais de tíbias de coelhos e m crescimento.

METODOLOGIA

Foram utilizados 32 coelhos da raça N o v a Zelândia, c o m idade de 8 semanas no início do experi-mento, portanto animais que ain-da n ã o h a v i a m c o m p l e t a d o a maturidade óssea. O experimen-to foi realizado no Departamenexperimen-to de Cirurgia (Disciplina de T é c n i -ca Operatória e Cirurgia Experi-mental) da E P M / U n i f e s p e a ava-liação histológica foi realizada no D e p a r t a m e n t o d e Patologia da E P M / U n i f e s p .

Equipamentos

Foi utilizado um aparelho ge-rador de energia ultra-sonora (mar-ca K L D B i o s i s t e m a s , Avatar V, m o d . 9705) c o m freqüência de 1 M H z ± 5 % ; um transdutor c o m cristal P Z T (cristal cerâmico sin-t é sin-t i c o d e liga e n sin-t r e c h u m b o , zircônio e titânio), c o m uma área

de r a d i a ç ã o efetiva de 3 c m2 ±

1 0 % e 5 c m2 ± 10%, intensidade

e f e t i v a m á x i m a d e 2 W / c m2 ±

10% no modo contínuo, e 3 W / c m2

± 10% no modo pulsado; seu coe-ficiente de não-uniformidade do raio ( B N R ) é £ 6. A freqüência de modulação no modo pulsado foi de 100Hz ± 10%, c o m compri-mento de onda (Ton) de 2,0ms ± 10%. O aparelho foi c a l i b r a d o p r e v i a m e n t e às a p l i c a ç õ e s e m c a d a g r u p o e a c a l i b r a ç ã o conferida após o término.

Procedimentos

Todos os animais foram radio-grafados nas incidências antero-posterior e perfil (50KV, 100MAS, 032s) em toda a extensão das tí-bias e parte distai dos fêmures di-reito e esquerdo dois dias antes da primeira aplicação de ultra-som. Para eliminar a barreira entre o meio de contato e a pele do animal, o membro a ser tratado foi raspado.

A p ó s a d e l i m i t a ç ã o da área epifisária c o m uma linha parale-la aproximadamente 5mm abai-xo da linha articular do joelho, o ultra-som foi a p l i c a d o na f a c e mediai da extremidade superior da tíbia direita de cada coelho, mo-vimentando-se o transdutor eletroa-cústico (cabeçote) de maneira len-ta e com movimentos circulares.

C o m o meio de contato para a transferência da energia ultra-so-nora entre o transdutor e a pele do animal foi utilizado gel aquo-so. O s animais foram divididos em três grupos. N o primeiro grupo, constituído de 10 coelhos, foi apli-cado ultra-som pulsado (com fre-q ü ê n c i a d e m o d u l a ç ã o d e 100Hz±10% e comprimento do pulso de 2,0ms) com área de

radi-ação efetiva de 3cm2±10% e

in-tensidade de 2 w / c m2 (ISATP), que

eqüivale a 0 , 4 w / c m2 (ISATA). N o

segundo grupo, constituído de 11 coelhos, foi a p l i c a d o ultra-som contínuo c o m área de radiação

efetiva de 3 c m2± 1 0 % e

intensida-de intensida-de 1 w / c m2 (ISATA); e no

ter-ceiro grupo, também constituído de 11 coelhos, foi aplicado ultra-som contínuo c o m área de

radia-ção efetiva de 5cm2±10% e

inten-sidade de 2 w / c m2 (ISATA).

Cada animal foi irradiado, nos grupos I e II por 5 minutos diaria-mente, e 3 minutos no grupo III, no mesmo horário, por um perío-do d e 10 dias c o n s e c u t i v o s , o m e m b r o contralateral servindo c o m o controle. N o grupo III foi utilizado menor tempo, com

trans-dutor de 5 c m2± 1 0 % de área de

radiação efetiva, devido ao calor gerado com uma intensidade mui-to alta. Q u a n d o realizado um

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por 5 minutos, em uma

intensida-de intensida-de 2,0w/cm2, este foi

danifica-do. Além disso, os animais desse grupo foram anestesiados antes da aplicação c o m uma combinação de Cloridrato de Ketamina 50 mg e Xilazina 0,2g, recebendo 0,5ml/ kg intramuscular em razão do ris-co de essa dose levar à dor.

O s animais foram sacrificados ao completarem 16 semanas de vida com dose letal de Tiopental S ó d i c o 0,5g e n d o v e n o s a m e n t e , sendo em seguida realizados os exames radiográficos c o m a mes-ma técnica anterior à aplicação de ultra-som, para se verificar, por um médico ortopedista, se have-ria alterações nessa região.

Posteriormente os joelhos foram desarticulados e, por meio de um paquímetro, foi verificado o c o m -primento tibial entre o ponto mais alto do platô tibial medial e o maléolo mediai, bem c o m o a lar-gura do platô tibial em seu plano frontal. Após serem medidas, as tíbias foram deixadas na solução de formoldeído a 10% e posterior-mente e m á c i d o nítrico a 1 0 % para descalcificação. Foram rea-lizados cortes coronais da epífise p r o x i m a l da tíbia, i n c l u í d o s e blocados em parafina.

D o material b l o c a d o obtive-ram-se cortes c o m espessura má-xima de 4 micrômetros corados pela técnica tradicional de H e m a -toxilina Eosina para mensuração histológica da placa de crescimen-to epifisário. Esta foi feita através do sistema de Análise Digital de I m a g e m , q u e c o n s i s t e d e u m microcomputador 486 ( D X 4 de 100 M H z ) com placa digitalizado-ra de imagem contendo o software KS 300 (de Kontron Elektronik G m b H versão 1.2, 1994), em pla-taforma W i n d o w s , conectado a uma câmara (JVC modelo N O . T K -1180U) acoplada a um microscó-pio ( m a r c a C a r l Z e i s s m o d e l o Axiolab), com objetivas plan-acro-máticas. Foram avaliados campos microscópicos consecutivos c o m a objetiva de 2,5x, nas regiões late-ral e mediai da placa de crescimen-to epifisário, perfazendo um crescimen-total de quatro medidas, duas para cada

região, iniciando-se sempre nos extremos do lado medial e lateral.

A cartilagem de crescimento nesses campos foi delineada c o m auxílio do mouse, sendo mensura-dos os seguintes valores expressos em micrômetro: comprimento má-ximo, mínimo, área e perímetro.

Avaliação estatística

Foi realizadootestedeWilcoxon1 2,

para comparação de duas amostras dependentes, ou seja, duas suba-mostras do mesmo grupo (DxE) ao longo do tempo, visando aferir se as subamostras apresentavam dis-tribuição semelhante, tomando a mediana como referência.

Foram c a l c u l a d o s os valores obtidos das m e n s u r a ç õ e s c o m paquímetro, tanto do comprimen-to da tíbia, quancomprimen-to a largura do platô tibial e histológicas da mé-dia da soma das duas medidas m e d i a i s e laterais e m é d i a da soma das quatro medidas.

Para todos os testes estatísticos o nível de significância adotado foi de alfa<0,05 ou 5 % . Conside-r a Conside-r a m - s e , a i n d a , n í v e i s d e significância limítrofes para v a l o -res compreendidos entre 0,05 (5%) e 0,10 (10%) de probabilidade.

RESULTADOS

Estudos radiográficos

O s estudos radiográficos para o grupo I, onde foi utilizado ultra-som pulsado c o m intensidade de

2 w / c m2 ISATP, q u e e q ü i v a l e a

0 , 4 w / c m2 ISATA), não

demonstra-ram alterações na tíbia irradiada, tampouco no fêmur, em relação ao lado contralateral.

N o grupo II, onde foi utilizado ultra-som contínuo com

intensida-de intensida-de 1 w / c m2 (ISATA), os estudos

radiográficos mostraram altera-ções tanto nas tíbias quanto nos fêmures do lado irradiado. As a l -terações encontradas nas tíbias foram fechamento prematuro da placa epifisária na região anteri-or e irregularidade no contanteri-orno da

epífise. A s encontradas nos fê-mures foram: aumento da esclerose subcondral; áreas de rarefação ós-sea no côndilo femoral medial; irregularidade no contorno da epí-fise; início de fechamento da pla-ca epifisária lateral; fechamento p r e m a t u r o da p l a c a epifisária mediai; traço de fratura no côndilo mediai; traço de fratura com deslo-camento na região supracondiliana medial; e deslocamento epifisário posterior.

N o grupo III, onde foi utiliza-do ultra-som contínuo c o m

inten-sidade de 2 w / c m2 (ISATA), os

es-tudos radiográficos também mos-traram alterações tanto nas tíbias quanto nos fêmures do lado irra-diado. N a s tíbias foram: fecha-m e n t o p r e fecha-m a t u r o d a p l a c a e p i f i s á r i a na r e g i ã o a n t e r i o r ; escorregamento da epífise late-ralmente c o m deformidade angu-lar da fibula; fechamento de toda a placa de crescimento; irregu-laridade no contorno da epífise; á r e a d e r a r e f a ç ã o na r e g i ã o mediai; aumento do crescimen-to na região lateral c o m desvio angular da fibula; a u m e n t o de esclerose subcondral; diminuição da largura da epífise na região medial; e rarefação óssea na re-g i ã o m e t a f i s á r i a m e d i a i . N o s fêmures foram: área de rarefação óssea no côndilo mediai; a u m e n -to de esclerose subcondral; fratu-ra supfratu-racondi liana mediai; ffratu-ratufratu-ra com deslocamento epifisário; de-formidade do côndilo medial com diminuição de sua largura; deslo-c a m e n t o na r e g i ã o da p l a deslo-c a epifisária mediai; abertura na re-gião da placa epifisária mediai; fratura com avulsão de fragmento póstero-inferior; e fragmentação óssea na região do côndilo mediai.

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Medidas histológicas

As m e d i d a s h i s t o l ó g i c a s da média do lado mediai, lateral e da soma das quatro medidas não apresentaram diferenças estatisti-camente significantes no grupo I, porém no grupo II apresentaram significância na média da soma do comprimento máximo lateral (Tabela 2); e, no grupo III, signifi-cância limítrofe na média da soma do comprimento mínimo do lado mediai (Tabela 3), na média da soma da área do lado lateral (Tabela 4) e no c o m p r i m e n t o m í n i m o da média da soma das quatro medi-das (Tabela 5).

A l é m dos resultados radiográfi-cos, histológicos e por paquímetro, foram observadas, em todos os coelhos do grupo III, queimadu-ras na pele no local de aplicação do ultra-som, causadas pelo efei-to térmico do ultra-som contínuo.

DISCUSSÃO

O ultra-som terapêutico foi uti-lizado na face mediai da tíbia de coelhos, por ser esta uma região de melhor acoplamento do trans-dutor eletroacústico do aparelho. Embora o alvo a ser atingido te-nha sido a placa epifisária da tí-bia, devido ao tamanho dos dois transdutores, c o m área de

radia-ção efetiva de 3 e 5 c m2 e

aplica-dos realizando movimentos circu-lares, atingiu-se também a epífise distal do fêmur, o que explica as alterações encontradas também nesse osso.

O s animais foram sacrificados ao completarem 16 semanas de vida pois, segundo os estudos de

M a s o u d et a l .1 3, nessa idade o

crescimento da tíbia já teria a l -cançado 9 4 % do tamanho adul-to. N o presente estudo, c o m o o osso praticamente a l c a n ç a v a a fase de fechamento da placa de c r e s c i m e n t o da e x t r e m i d a d e proximal, seria possível observar se ocorreriam alterações do cres-cimento ósseo a longo prazo.

C o m o medidas quantitativas, foram utilizadas mensurações com paquímetro e histológicas, sendo

as avaliações radiográficas quali-tativas - no caso, realizadas por um médico ortopedista. Foi dada maior ênfase às medidas histoló-gicas, por serem estas mais preci-sas para o tipo de avaliação pre-tendido. Para avaliação estatística foi utilizado o teste de W i l c o x o n por este permitir observar, além do sinal da diferença entre pares, a diferença em ordem de grandeza

absoluta1 2.

Diferentemente dos resultados obtidos em outros trabalhos, como

os de Vaughen e Bender8 e Elmer

e Fleischer9, foi possível

consta-tar que o ultra-som terapêutico, utilizado de maneira contínua em

1 e 2 w / c m2, apresentou alterações

no crescimento ósseo normal da tíbia de coelhos que ainda não haviam completado sua maturida-de óssea; maturida-deve ser ressaltado, po-rém, que aqueles estudos foram realizados de maneiras diferentes (o primeiro situ e o segundo

in-vitro), tendo as ondas

ultra-sono-ras sido p r o p a g a d a s por m e i o liqüido. Isso poderia explicar a diferença entre aqueles e os acha-dos do presente estudo, em que foi utilizado gel aquoso para a transmissão das ondas

ultra-sono-ras. Embora Casarotto1 4 tenha

de-monstrado serem o gel e a água desgaseificada os produtos q u e a p r e s e n t a m as c a r a c t e r í s t i c a s acústicas mais adequadas à trans-missão das ondas ultra-sonoras,

Draper et a l .1 5 compararam o

efei-to da imersão em água de efei- torneira e o gel c o m o meios de c o n d u -ção das ondas ultra-sonoras sobre o aumento de temperatura dos te-cidos de pernas humanas a 3 c m de profundidade, e c o n c l u í r a m que o gel aumentou a temperatu-ra em 4 , 8 ° C , enquanto a água em apenas 2,1 ° C . Segundo esses a u -tores, esse menor efeito da técni-ca subaquátitécni-ca e m aumentar a temperatura poderia dever-se à absorção do som pela água, pois o transdutor foi aplicado a uma distância de 1 c m da área, ou d e -vido à interposição imprevista de bolhas de ar entre a pele e o trans-dutor eletroacústico (cabeçote).

Deforest et a l .7 também

observa-ram alterações radiológicas na

tí-bia e no fêmur de coelhos e ca-chorros c o m aplicação de ondas ultra-sonoras propagadas através de meio líquido, porém em seu experimento a menor intensidade utilizada foi maior que a intensi-dade mais alta utilizada no expe-rimento aqui relatado.

O s resultados aqui obtidos com o ultra-som pulsado a 2 0 % , com

intensidade de 2 w / c m2 (ISATP, ou

seja, 0 , 4 w / c m2 ISATA),

demonstra-ram não haver alterações signifi-cantes na placa de crescimento da tíbia, em sintonia c o m o

traba-lho de Pessina e V o l p o n1 1, que

uti-lizaram uma intensidade pouco

maior ( 0 , 5 w / c m2) . N o trabalho de

W i l t i n k et a l .1 0, a intensidade no

modo pulsado de 0 , 7 7 W / c m2

le-vou a alterações na ossificação endocondral no desenvolvimento de metatarsos de embriões de ra-tos, porém esse experimento foi realizado in-vitro.

CONCLUSÃO

Em vista dos resultados aqui obtidos, parece possível afirmar que o ultra-som pulsado a 2 0 % , utilizado em doses terapêuticas

até 2 w / c m2, poderá ser utilizado

próximo às epífises de crescimen-to ósseo em crianças - não ocor-rendo o mesmo c o m o ultra-som contínuo com intensidade entre 1

e 2 w / c m2. O que confere maior

segurança para a utilização do primeiro é que a região da tíbia dos coelhos tratada com ultra-som apresentava pequena camada de tecido até o osso, sendo esta até m a i o r na m a i o r i a das regiões epifisárias de crianças. E quanto maior a camada de tecidos adja-centes, maior a atenuação do ultra-som até que este atinja o osso.

(7)

densi-dade de tecidos moles até o osso, em um animal anestesiado. Estas dificilmente ocorreriam em huma-nos pois, antes que ocorresse, ha-veria dor intensa captada pelos receptores de dor do periósteo, devido à grande absorção das o n -das ultra-sonoras nessa região.

Por meio de avaliação

radiográ-fica, medidas histológicas e obti-das c o m paquímetro obti-das tíbias tra-tadas c o m ultra-som em doses te-rapêuticas, conclui-se que o ultra-som terapêutico não levou a alte-rações na epífise de crescimento ósseo de coelhos no modo

pulsa-do e m 2 0 % a 2 w / c m2 ( I S A T P ) ,

porém, nas doses de 1 e 2 w / c m2

REFERÊNCIAS

(ISATA) contínuo, tais alterações ocorreram, prejudicando o cresci-mento ósseo normal.

Acreditamos que estudos adici-onais devam ser realizados para observar os efeitos do ultra-som contínuo na epífise de crescimen-to ósseo de c o e l h o s , e m doses

menores que 1 w / c m2.

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electrotherapy. 3rd ed. N e w York: Churchill Livingstone; 1994. Chap.4: Ultrasound, p.53-73. 2 Yong S. Terapia por ultra-som. In: Kitichens S,

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fisioterapia: perdas acústicas e térmicas [tese]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo; 1999. 15 Draper D O , Sunderland M S , Kirkendall DT,

(8)

Aplicação de técnica de energia muscular em coletores de lixo com

lombalgia mecânica aguda

Application of muscle energy technique in garbage collectors with acute

mechanical lumbar pain

Daniel Salvador

1

, Pedro El Daher Neto

1

, Fernando Pierette Ferrari

2

1 Fisioterapeutas pela U C D B (Universidade Católica D o m Bosco, M S ) 2 Fisioterapeuta pela U N E S P (Universidade Estadual Paulista); Mestre em Educação pela U C D B ; Prof, do Estágio Supervisionado em Reabilitação Musculoesquelética da U C D B

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA

Daniel Salvador Rua Antônio Abdo, 519 Bairro Taveirópolis 7909Q€70CampoGrandeMS e-ma/7: danisalv@brturbo.com; fernandoferrari ©terra.com.br DESCRITORES Dor lombar/terapia. Espasmo/prevenção & controle. Trabalhadores. Saúde ocupacional. KEYWORDS Low-back pain/therapy. Spasm/prevention & control. W o r k e r s . Occupational health. Trabalho apresentado à VII Jornada de Produção

Científica das Universidades Católicas do Centro-Oeste, Campo Grande M S , 12-14 nov. 2003

ACEITO PARA PUBLICAÇÃO

nov. 2004

RESUMO: D e v i d o ao esforço excessivo da coluna lombar, é alta a incidência de lombalgia entre lixeiros. Este estudo visou avaliar a eficácia da técnica de energia muscular com relaxamento pós-isométrico (TEM/RPI) para reduzir a dor de lombalgias agudas mecânicas em coletores de lixo e verificar a repercussão da técnica sobre a amplitude de movimento. D o quadro de trabalhadores de uma empresa de coleta de lixo, foram selecionados todos os portadores d e lombalgia aguda. D o s 30 indivíduos localizados e s u b m e t i d o s a testes d e c o m p r i m e n t o m u s c u l a r dos p a r a v e r t e b r a i s , isquiotibiais, piriforme e quadrado lombar, 28 se enquadraram nos critérios de inclusão e foram alocados em dois grupos: o G r u p o I, experimental, foi tratado pela t é c n i c a ; o G r u p o 2 , controle, recebeu eletroestimulação transcutânea. Utilizou-se a escala analógica-visual da dor para mensurar a intensidade dolorosa antes e após a aplicação da técnica, quando também se refizeram os testes de comprimento muscular. O s dados, analisados por estatística descritiva, mostram que houve significativa redução da dor após a aplicação da técnica no Grupo I, que teve ganho significativo de amplitude de movimento nos músculos isquiotibiais direito e esquerdo e quadrado lombar direito; não foi encontrada, porém, correlação entre diminuição da dor e ganho de amplitude. Conclui-se que a T E M / R P I é eficaz na redução da dor de lombalgia aguda mecânica dos coletores de lixo, sobretudo nos casos de dor e espasmo severos.

(9)

estruturais, biomecânicas, vascula-res ou da interação desses fatovascula-res, que atuam alterando a

configu-ração espacial da coluna lombar2.

As demandas laborais contribuem para o desencadeamento das lom-balgias m e c â n i c a s6'1 1 1 2.

A técnica de energia muscular desenvolvida por Fred M i t c h e l l , u t i l i z a d a neste e s t u d o , é u m método de terapia manual que u t i l i z a a c o n t r a ç ã o m u s c u l a r voluntária para restituir a mobili-dade articular, alongando músculos e n c u r t a d o s , c o n t r a t u r a d o s o u hipertônicos e reduzindo quadros álgicos decorrentes de espasmo muscular. Classifica-se entre as técnicas estruturais ativas, em que o indivíduo participa aplicando sua força muscular e dosificando a t é c n i c a1 3.

A técnica de energia muscular c o m relaxamento pós-isométrico ( T E M / R P I ) é um método manipu-lative no qual o indivíduo utiliza ativamente seus músculos a partir de uma posição controlada e m uma d i r e ç ã o e s p e c í f i c a contra uma força contrária. Pode ser aplicada para alongar músculos e n -curtados, fortalecer músculos enfra-quecidos e mobilizar articulações

com mobilidade restrita2. É

indica-da a pacientes com sintomatolo-gia dolorosa do sistema locomotor, que apresentem atividade articular normal, porém musculatura

encur-tada ou com espasmo1 3.

A T E M / R P I baseia-se no fato de que, após uma c o n t r a ç ã o pré-alongamento de um músculo re-traído, esse músculo irá relaxar c o m o resultado da inibição auto-gênica e será alongado mais facil-m e n t e . A c o n t r a ç ã o antes d o alongamento também leva a um relaxamento reflexo, acompanha-do por uma diminuição na ativida-de eletromiográfica no músculo

retraído1 4.

Há poucos estudos publicados verificando a eficácia da T E M / R P I no tratamento da dor lombar.

Autores c o m o B r o d i n1 3, Campos e

L o z a1 4 e C h a i t o w2 preconizam a

utilização da técnica para a re-dução da dor lombar de origem

INTRODUÇÃO

As dores d e c o l u n a são tão antigas quanto a própria humani-dade e confundem-se c o m nossa

c o n d i ç ã o d e seres h u m a n o s1.

Segundo o 1o Consenso Brasileiro sobre lombalgias e lombociatal-gias, cerca de 8 0 % da população mundial, em alguma fase da vida,

será acometida por dor lombar2.

A população economicamente ativa é a faixa de maior incidên-cia da lombalgia, que se tornou a primeira causa de afastamento do trabalho entre os segurados do Instituto Nacional de Seguridade

S o c i a l3 e custa ao mundo bilhões

de dólares anuais em dias perdi-dos de trabalho, seguros e

trata-mentos2'4 5. Essa realidade evidencia

a necessidade de estudos e inves-timento em informação, prevenção e formas de tratamento adequadas

e efetivas6.

A s m a n i f e s t a ç õ e s d e d o r l o m b a r p o d e m d e c o r r e r d e diversos fatores precipitadores. U m deles é o esforço laborai. Para cada categoria profissional existe uma característica particular de exigência motora e a dor está

a s s o c i a d a à f u n ç ã o e x e r c i d a7.

Segundo o Conselho Nacional de Segurança dos E U A , os coletores de lixo constituem um dos grupos de maior incidência de lombalgia, sendo a dor resultante do esforço e x c e s s i v o na m a n i p u l a ç ã o d e volumes de lixo e de movimentos abruptos de flexão, extensão e

rotação da coluna lofhbar8.

Apesar da crescente preocupa-ção com as patologias ocupacio-nais, são numerosos os riscos labo-rais a que os coletores de lixo estão

expostos9. Além de algumas vezes

desvalorizado pela própria po-pulação a quem serve, encontra-se submetido a múltiplos riscos laborais que, somados ao precário acesso à assistência médica, ao lazer e a a l i m e n t a ç ã o , a c a b a m

por torná-lo um doente1 0.

A s l o m b a l g i a s m e c â n i c a s , objeto deste estudo, são as mais incidentes dentre todos os tipos e p o d e m decorrer d e a l t e r a ç õ e s

mecânica, mas novos estudos são necessários para que a eficácia da técnica seja comprovada.

B r o d i n1 3 realizou um estudo em

1987 no Hospital Karolinska (em Estocolmo, Suécia) aplicando a T E M / R P I em 41 pacientes com dor l o m b a r . F o r a m e x c l u í d o s os i n d i v í d u o s c o m l e s ã o d i s c a i , espondilites ou sacroileítes. A a m o s t r a c o m p u n h a - s e d e 2 4 mulheres e 17 homens divididos e m d o i s g r u p o s . U m g r u p o recebeu tratamento com a T E M / RPI três vezes por semana durante três semanas. O segundo grupo não r e c e b e u t r a t a m e n t o . O autor concluiu que o grupo que recebeu a t é c n i c a a p r e s e n t o u m e l h o r a significativa em relação ao grupo controle, sugerindo que a T E M / R P I pode ser usada com eficácia para

o tratamento da dor lombar1 3.

N e s t e e s t u d o p r o p ô s - s e o tratamento da lombalgia aguda mecânica por meio da T E M / R P I , objetivando identificar a preva-lência dessas lombalgias entre coletores de lixo e medir a eficá-cia da T E M / R P I , utilizando como parâmetros de melhora a dimi-nuição da sintomatologia dolorosa e o a u m e n t o da a m p l i t u d e d e movimento sem dor.

METODOLOGIA

O p r o j e t o d e p e s q u i s a foi encaminhado ao Comitê de Ética e P e s q u i s a d a U n i v e r s i d a d e Federal de M a t o Grosso do Sul ( U F M S ) e o b t e v e parecer favo-rável para execução do estudo.

Referências

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