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A PROBLEMÁTICA DA EVASÃO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ UTFPR - CÂMPUS FRANCISCO BELTRÃO

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Academic year: 2021

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1 A PROBLEMÁTICA DA EVASÃO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR - CÂMPUS FRANCISCO BELTRÃO

Adriana Regina Ramos Kleber Rodrigo Durat1 Lizandra Felippi Czerniaski Paula Spiazzi Bottega Cichoski RESUMO: O presente trabalho trata da evasão dos estudantes dos cursos de graduação na UTFPR - Câmpus Francisco Beltrão. A pesquisa foi realizada por profissionais que compõem o Núcleo de Acompanhamento Psicopedagógico e Assistência Estudantil, Núcleo de Ensino e Secretaria de Gestão Acadêmica. O objetivo central do trabalho é angariar os índices de evasão e detectar as principais causas das desistências do Câmpus nos anos de 2010 a 2012. A coleta de dados foi efetuada por meio do Sistema Acadêmico institucional e através de questionário semi-estruturado enviado via correio eletrônico aos estudantes evadidos. O levantamento dos dados demonstrou que mesmo com os investimentos realizados pelo Governo Federal, por meio Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, os índices de evasão no Câmpus Francisco Beltrão ainda são altos. Entre as principais causas da evasão apresentadas pelos estudantes destacam-se as dificuldades socioeconômicas, não adaptação ao curso (matriz curricular, incompatibilidades de horários das aulas) e o difícil acesso dos estudantes ao Câmpus. Como proposta para minimizar o problema da evasão no Ensino Superior apresenta-se, as ações desenvolvidas pela Comissão de ingresso, permanência e evasão da UTFPR-FB, juntamente com servidores, estudantes e comunidade externa.

PALAVRAS-CHAVE: Reuni; Evasão, Ensino Superior.

INTRODUÇÃO

Ao traçar uma análise da educação superior no Brasil, observa-se que nos últimos anos houve um crescimento significativo de investimento nesta ceara, seja na esfera pública ou privada. Muitos destes investimentos estão vinculados à políticas públicas, tanto na ênfase para a expansão ou na eminência da consolidação desta esfera de ensino. Uma das tendências centrais do ensino superior contemporâneo, diz respeito à ampliação do seu acesso, fenômeno que se iniciou a partir da segunda metade do século XX

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2 Um conjunto de fatores tem contribuído para a expansão e democratização do ensino superior no país, tais como a valorização do conhecimento técnico e científico como um dos ingredientes centrais das sociedades modernas, pressões por direitos sociais, aspirações de mobilidade social por meio do sistema educacional, por parte dos estudantes e de suas famílias, necessidade da aquisição de competências técnicas para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais instável e seletivo, transformações no conteúdo das profissões, trazendo de volta para os bancos escolares uma população adulta e já integrada em atividades profissionais (Martins, 2006).

No entanto, se por um lado a expansão do Ensino Superior está facilitando o acesso da população aos cursos de graduação, por outro lado, os estudantes estão encontrando dificuldades em concluir estes cursos, aumentando os índices de evasão.

OBJETIVOS, PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Atendendo à política de reestruturação do Ensino Superior do Governo Federal, no ano de 2008, a UTFPR aderiu ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI instituído em Abril de 2007.

O REUNI é tido como programa piloto na democratização do ensino superior no Brasil na última década. A partir dele, várias políticas públicas para esta esfera de ensino foram propostas e implementadas. Seus objetivos centrais são: expandir e democratizar o acesso ao ensino superior; reestruturar fisicamente as Instituições de Ensino Superior – IES já existentes, e, diminuir a evasão para no máximo 10% dos alunos ingressantes (UTFPR, Deliberação COUNI nº 17/2007).

Segundo Pinto (2012), existem dois elementos importantes na compreensão do REUNI: a proposição acadêmica e a proposição gerencial

As alterações de caráter acadêmico correspondem ao tipo de mão de obra necessário a atual divisão social do trabalho, tanto externa quanto internamente no país. [...] O segundo aspecto a ser considerado é a modalidade gerencial do REUNI. [...] Deixam, na prática, seu caráter autárquico para serem regidas pelo contrato de gestão. Isso significa que uma ressignificação da autonomia como critério de caracterização institucional, para transmutá-la, a autonomia, em liberdade de gerenciar o cumprimento de metas (p. 34-38).

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3 O Decreto REUNI conseguiu grande adesão da sociedade. A expansão proposta, porém, está atrelada a uma reestruturação da universidade para os padrões requisitados pelo capitalismo em sua fase atual, materializados nas propostas do banco Mundial (p.250).

Para aderir à política do REUNI a UTFPR propôs ao Ministério de Educação (MEC) um Plano de Reestruturação e expansão da instituição. O Plano da UTFPR foi estruturado com base em seis dimensões2, das quais, direciona-se especial atenção à dimensão “Ampliação da Oferta de Educação Superior Pública”, pois, esta dimensão abrange, sobretudo, a redução das taxas de evasão e repetência nos cursos de graduação. Como proposta para reduzir os índices de evasão e repetência a UTFPR apresentou ao MEC, no referido plano as seguintes metas: a) Criação do Núcleo de Ensino (NUENS); b) Criação do Núcleo de Acompanhamento Psicopedagógico e de Assistência Estudantil (NUAPE), em todos os Câmpus da UTFPR.

O NUENS e o NUAPE são núcleos que compõe o Departamento de Educação – DEPED da UTFPR Câmpus Francisco Beltrão que tem suas equipes multiprofissionais compostas basicamente por pedagogos(as), psicólogos(as), assistente(s) social(is), médicos(as) e técnico(s) em enfermagem, professor(es) e tradutor(es)/interprete(s) de libras, e, em alguns Câmpus, por professores de disciplinas pedagógicas que estão lotados no NUENS.

O trabalho desenvolvido por estes profissionais tem a finalidade de: propor, coordenar, executar e participar de programas, projetos e demais atividades, com docentes e discentes, que visem à qualificação do processo de ensino e aprendizagem na universidade, objetivando diminuir os índices de repetência e evasão nos cursos de graduação da UTFPR e, consequentemente, contribuir para a permanência dos estudantes no ensino superior.

RESULTADOS

Cumprindo com suas atividades de acompanhamento dos índices de repetência e evasão dos cursos de graduação, levantou-se dados sobre a evasão dos cursos no período de 2010 a 2012.

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4 Dados dos alunos dos cursos de graduação da UTFPR-FB nos anos de 2010 a 2012

Curso Percentual de Vagas Ofertadas Percental de Alunos Matriculados Percentual de Alunos Evadidos Outros (trancamentos, mobilidade estudantil, etc.) Engenharia Ambiental 100 59,84 33,84 6,32 Licenciatura em Informática 100 40,91 52,84 6,25 Tecnologia em Alimentos 100 55,83 32,92 11,25

Fonte: Relatório de Pesquisa da Comissão de Ingresso Permanência e Evasão da UTFPR –FB

Com base nos dados apresentados na tabela acima, constatou-se um alto índice de evasão do estudantes do Câmpus no período de 2010 a 2012. Entendeu-se, dessa forma, que havia necessidade de um contato com os próprios alunos evadidos para averiguar junto a eles, os motivos da evasão tão fortemente apresentados.

Assim, foi elaborado um questionário e encaminhado via correio eletrônico a todos os alunos evadidos. Do total de 375 formulário enviados aos estudantes, obtivemos 19,2 % de respostas.

As respostas recebidas pelos estudantes evadidos apontaram os principais motivadores de suas desistências: a) Moradia da família em outra cidade; b) Não adaptação ao curso; c) Trabalho e incompatibilidade com horário de aulas; d) Problemas com Transporte; e) Difícil acesso à Universidade devido a sua localização; f) Dificuldades financeiras da família; e g) Desânimo e cansaço.

CONCLUSÕES

Entendendo a importância e a grande dimensão da problemática da evasão, a Direção Geral do Câmpus FB criou a Comissão de Ingresso, Permanência e Evasão, que é composta por servidores de vários setores, no intuito de superar ações isoladas e individuais, tendo em vista que os problemas relativos a evasão são abrangentes e precisam ser enfrentados coletivamente.

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5 Ações Psicopedagógicas (Internas: ajuste de calendário/horários dos cursos, ajuste da matriz curricular, incentivo à modalidade à distância – EAD e Externas: ampliar a participação da comunidade na universidade, por meio de projetos de extensão); Ações de Divulgação (divulgação do Câmpus FB na cidade e na região, utilizando diversos meios publicitários; na rede de ensino básico de Francisco Beltrão e região; dar maior visibilidade aos projetos de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidos no Câmpus); Ações de Assistência Estudantil (divulgação continuada dos programas disponíveis, como o Auxílio Estudantil e a Bolsa Permanência do MEC; organização de dados para pleitear outras formas de acesso a benefícios) e Ações de Estrutura Interna (criar espaços de socialização para os alunos, na forma de Centro de Convivência).

Entende-se que a parceria entre os vários setores, seja por meio das ações do DEPED, da Comissão e da Direção de forma geral, é estratégica para tentar minimizar e melhorar os índices de retenção e evasão, numa tentativa de otimizar o investimento público e melhorar a qualidade de ensino no Câmpus.

REFERÊNCIAS

CISLAGHI, J. F. A Formação profissional dos assistentes sociais em tempos de contrarreformas do ensino superior: o impacto das mais recentes propostas do governo Lula. In Serviço Social e Sociedade., São Paulo, n. 106, p. 241-266, abr./jun. 2011.

MARTINS, C. B.. Uma reforma necessária. Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p. 1001-1020, out. 2006.

PINTO, M. B. Precarização do trabalho docente: competitividade e fim do trabalho coletivo. In: Serviço Social e Educação. ALMEIDA, N.L.T de; PEREIRA, L.D. (orgs). Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012.

PLANO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Ministério da Educação e Cultura, 2007. Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/index.htm (acesso em 12 de junho de 2014). UTFPR, Deliberação COUNI n.º 10/2009, Regulamento dos Campi da UTFPR, 2009. Disponível em http://www.utfpr.edu.br/estrutura-universitaria/couni/portarias/2009_deliberacoes/deliberacao-10-regimento-dos-campi (acesso em 12 de junho de 2014).

UTFPR, Plano de Reestruturação e Expansão da UTFPR, 2007. Disponível em

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