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Exmos. Senhores Conselheiros de Estado, Senhor Professor Doutor Adriano Moreira e Senhor Dr. António Lobo Xavier

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Academic year: 2021

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DISCURSO DE JOSÉ AZEVEDO RODRIGUES

Bastonário cessante da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas Em 5 de janeiro de 2018

Na tomada de posse dos novos membros dos órgãos sociais da Ordem

Exmo. Senhor Presidente do Tribunal de Contas, Exmo. Senhor Ministro das Finanças,

Exmos. Senhores Conselheiros de Estado, Senhor Professor Doutor Adriano Moreira e Senhor Dr. António Lobo Xavier

Exmo. Senhor Governador do Banco de Portugal

Exma. Senhora Presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários Exmo. Senhor Presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e de Fundos de Pensões e

Senhores Bastonários

Senhor Presidente da Assembleia Geral Distintos Convidados,

Caros Colegas,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Inicio esta minha breve mensagem agradecendo a Sua Exª, Sr. Ministro das Finanças (e Presidente do Eurogrupo que constitui um motivo de orgulho para todos os portugueses) a honra que nos concede ao ter aceite presidir a esta singela cerimónia de tomada de posse dos Membros dos Órgãos Sociais da Ordem para o triénio 2018-2020.

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2 Num momento em que dou por terminado o 2º mandato como Bastonário e 18 anos de exercício de funções no Conselho Diretivo da Ordem, as minhas palavras são de agradecimento a todos os membros dos Órgãos Sociais, das Comissões Estatutárias e Comissões Técnicas e Secretária Geral da Ordem que me acompanharam nesses mandatos, pelo empenho, profissionalismo e lealdade com que desempenharam os seus cargos e funções. A todos o meu muito obrigado!

Não posso também deixar de agradecer o apoio incondicional, responsável e profissional de todos os colaboradores da Ordem, a quem devo um exemplar contributo para o normal desempenho das nossas funções e funcionamento institucional, estando certo de que, tal como o fizeram até hoje, continuarão a contribuir com o seu melhor para dignificar a atuação da Ordem, quer interna, quer externamente.

O contexto subjacente ao modelo de desenvolvimento em que as economias mais evoluídas apostaram nas últimas décadas, configurou um ambiente de risco profissional irrefutável, não apenas pelos efeitos que as situações de crise induziram no comportamento dos agentes económicos, como ainda pelo emergir de uma cultura sustentada em valores discutíveis e numa ética difusa, ambiente que, felizmente, tem vindo a ser revertido num período mais recente. De facto, algo se aprendeu com a crise!

Tal ambiente esteve na origem de práticas de gestão com graves consequências financeiras em que uma minoria beneficiou em detrimento da maioria, sendo que num elevado número de situações, os auditores não passaram incólumes quanto às responsabilidades publicamente atribuídas por estas práticas verdadeiramente destruidoras da economia, da confiança dos investidores e dos valores numa sociedade moderna que se pretende tendencialmente mais justa.

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3 Não descarto alguma responsabilidade dos revisores neste ambiente mais cinzento da nossa história, mas seguramente que não terão sido os seus principais responsáveis pelos atos cometidos e pelos benefícios que os mesmos terão provocado para essa minoria.

Tal ambiente, desencadeou um movimento de regulação da atividade de auditoria, nunca antes verificado, tendo-se iniciado com propostas iniciais que mais pareciam tratados anti- auditores do que instrumentos sérios de reflexão para que se introduzissem mecanismos de salvaguardar a atuação dos auditores em prol da defesa do interesse publico, através da garantia da sua independência, da sua ética, das suas competências, enfim, da segurança necessária que tem de resultar da qualidade dos serviços por si prestados.

Foi neste ambiente de profundas alterações e forte cultura regulatória que se desenrolaram os dois mandatos a que tive a honra de presidir na Ordem. Pela grande amizade e consideração pelo amigo de sempre e ora eleito bastonário José Rodrigues de Jesus, os votos de que o seu mandato que ora inicia venha a ser exercido num ambiente mais colaborativo e saudável, focado na cooperação que a Ordem pode dar em prol de uma profissão focada na criação de valor para os beneficiários dos serviços prestados pelos revisores oficias de contas.

Sempre procurámos lidar com lealdade com todas as entidades públicas e privadas. Sempre estivemos abertos à cooperação. Em várias ocasiões, talvez pela cultura instalada em muitos agentes ao pensarem que as Ordens Profissionais defendem interesses corporativos dos seus membros, as respostas podiam considerar-se politicamente corretas, mas sem iniciativas ou com ações pouco eficazes.

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4 Em contrapartida, foi com espírito de missão que participámos em iniciativas colaborativas onde a nossa participação foi valorizada, como, por exemplo, no programa recapitalizar, na auditoria do Tribunal de Contas à conta consolidada do Ministério da Saúde, etc. Todos ficámos a ganhar, não porque tais iniciativas tenham gerado quaisquer benefícios financeiros para os revisores, mas sim porque se atingiram resultados, com mais eficácia e maior eficiência (menor consumo de recursos públicos).

Pese embora as nossas críticas (que sempre procuraram ser construtivas) perante o modelo de supervisão aprovado no nosso país, procurámos colaborar ativamente e de forma muito leal com a CMVM para ultrapassar muitas das dificuldades decorrentes de um modelo que, em nossa opinião, pouco incorporou dos princípios que norteiam uma smart regulation. Não podia deixar de manifestar o meu reconhecimento pelo elevado grau de abertura e cooperação da Autoridade de Supervisão, contribuindo muito positivamente para a melhoria da supervisão.

Enquanto responsável da Ordem, sempre manifestámos disponibilidade desta Associação Pública Profissional para colaborar na defesa do interesse público, com profissionalismo e com independência, valorizando a cooperação e o intercâmbio como fatores-chave para o desenvolvimento. No domínio das finanças públicas, sempre apostámos numa cultura junto dos revisores oficiais de contas como “garantes da fiabilidade” da informação por si certificada. No domínio das entidades privadas, enfatizámos os valores da justiça fiscal e social, quer pela defesa da transparência, quer pela aposta na confiança na informação divulgada, elementos determinantes para que o interesse coletivo não seja apropriado em benefício injustificado de poucos.

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5 Como em tudo na vida, durante este longo período de mandato, fez-se muito, mas muito terá ficado por fazer. Muitas decisões terão sido acertadas, outras menos.

Muitas vezes assistiu-nos razão nas nossas “posições”, noutras nem por isso...

Como todos, somos portadores de forças mas também de fraquezas. Somos humanos. O que realmente tenho por certo é que sempre, mas sempre, procurámos contribuir para a defesa e consolidação de uma profissão digna, reconhecida e coesa. Penso que estes objetivos foram realmente atingidos.

Alguns assuntos estruturantes ficaram por concretizar. Estou convicto de que os agora empossados membros dos órgãos sociais e em particular o novo conselho diretivo presidido pelo novo bastonário, meu grande amigo José Rodrigues de Jesus, envidarão todos os esforços para que tais assuntos se venham a concretizar.

Como referi nos encontros com os colegas, fecho o meu período de significativa dedicação à Ordem com algum alívio, mas não sem alguma nostalgia. Foram muitos anos, mas a renovação é útil e seguramente positiva.

Nesta renovação não posso deixar de manifestar o meu profundo desejo e os votos de que o mandato que ora se inicia, sob a liderança do José Rodrigues de Jesus, se venha revelar como um período de grande sucesso. Estou convicto de que vai ser assim! No que eu possa contribuir, podem contar sempre comigo.

Estarei ausente de qualquer estrutura em termos de órgãos sociais da Ordem, mas não ausente na minha disponibilidade para continuar a consolidar a relevância dos serviços de revisor oficial de contas, mesmo que nos confrontemos com uma reduzida atratividade profissional, traduzida na tendência de redução de candidatos a revisor e nas dificuldades em atrair talentos para uma profissão, sujeita a forte escrutínio quanto à sua responsabilidade e ameaçada com a necessidade de contenção de custos e de recursos.

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6 Não queria terminar sem deixar de realçar o que afirmei na minha nota de abertura do último mandato sobre o relevante contributo dos revisores oficiais de contas para o progresso das pequenas e médias empresas, que constitui a grande maioria das entidades do nosso tecido empresarial. Estou certo de que a esmagadora maioria daquelas onde existe a sua intervenção, melhora as competências de gestão, disfruta de práticas mais transparentes, divulga informação mais credível, em suma, é mais geradora de valor económico e é socialmente mais relevante.

Mais uma vez, o meu obrigado a todos os colaboradores da Ordem, de quem senti sempre muito apreço e carinho e que por certo, embora tentasse, nem sempre consegui retribuir. Em particular devo realçar o enorme apoio sempre recebido da nossa Secretária Geral, colega Ana Cristina Doutor, a quem todos, revisores oficiais de contas devemos um apreço especial pois sempre esteve ao lado da Ordem em todos os momentos, fáceis e difíceis.

Ao Conselho Diretivo cessante, o muito obrigado pelas cerca de centena e meia de reuniões em que tiveram de me “suportar”, mas que sempre disfarçaram muito bem pela cordialidade demonstrada e pelo esforço de coesão nas nossas deliberações e decisões.

A todos os presentes o muito obrigado.

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