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METODOLOGIA DE PROJETO. Antonio Castelnou

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METODOLOGIA DE PROJETO

(2)

Introdução

◼ Considera-se como MÉTODO

(do grego

methodos

= modo de agir) o procedimento ou

caminho racional para se atingir

determinado objetivo que, no caso da arquitetura e

urbanismo, depende do enfoque que se quer dar ao problema de

criação do espaço

arquitetônico e urbano, ou

seja, da metodologia projetual.

Falk House |House II

(3)

Segundo Edson Mahfuz (1984), a atividade

criativa exercida pelos arquitetos baseia-se em

grande parte na interpretação e adaptação de

precedentes, através do uso de

ANALOGIAS

,

ou seja, comparando-se com o que já foi feito.

Assim, as formas arquitetônicas seriam geradas

basicamente por 04 (quatro) métodos, sendo

que em todos ocorreriam comparações

(positivas ou negativas) com algo preexistente,

a saber:

MIMÉTICO

,

TIPOLÓGICO

,

(4)

Esses métodos de

geração formal aparecem

em combinações durante o processo de composição em arquitetura, sendo que,

pelo menos, dois ou três estariam presentes, em

geral sendo usados hierarquicamente, como, por exemplo, um para as partes principais do projeto

e outros para as demais.

Vitruvian House

(1990, South Bend IN - EUA)

Thomas Gordon Smith

Fernando Bopp & Valeria Bechara

(1995/96, Curitiba PR)

(5)

◼ Na verdade, os quatro métodos devem ser vistos como

complementares e não como sistemas independentes ou mutuamente exclusivos, pois é possível identificar todos

sendo aplicados ao mesmo tempo, como foi o caso da VILLA STEIN, projetada por Le Corbusier (1886-1965).

(6)

1º Pavimento 2º Pavimento Terraço Térreo 1 Hall Social 2 Garagem 3 Serviços 4 Cozinha 5 Sala de Jantar 6 Sala de Estar 7 Terraço 8 Dormitório 9 Banheiro 10 Vazio 1 2 3 4 5 6 7 7 7 7 8 8 8 8 10 8 8 8 8 8 7 9 9 9 9 Villa Stein (1927/29, Garches França)

(7)

◼ É aquele pelo qual novos

objetos e edificações são gerados com base na

imitação

de modelos anteriores, em que predomina a tradição em

detrimento da invenção. ◼ Inicia-se com a escolha de um

MODELO preexistente, o qual tem forma familiar, a qual foi testada exaustivamente e tem

uma longa aceitação.

Método Mimético

(c. 82 d.C., Roma - Itália)

Arco de Tito - h=15m

Arco do Triunfo - h=50 m

(8)

◼ A escolha desse modelo

implica em um juízo de

valor: o reconhecimento

de que certa obra seria a melhor solução para

determinado problema.

◼ Outra característica desse

método de projeto é que há um razoável grau de

invenção, cuja finalidade é

sempre ADAPTAR o modelo às novas circunstâncias.

Piazza d’Italia

(1974/78, N. Orleans LO - EUA)

(9)

◼ Com base no conceito de MIMESIS provindo de

Aristóteles (384-322 a.C.), em que há um sentido de interpretação e adaptação, o fato de que modelos são transpostos no tempo e no espaço significa que existem

sempre diferenças entre os contextos envolvidos, o que invalida a cópia perfeita, mas possibilita a ADEQUAÇÃO.

Jay Sarno

(1962/66, Las Vegas NV - EUA)

(10)

Nesse método, a obra é gerada por analogias visuais

com o preexistente, o que é feito de 03 (três) modos:

• Por REVIVALISMO ou revificação estilística, em que se faz a imitação de edifícios de outro tempo e lugar, em sua aparência geral ou nas partes principais, como ocorre nos estilos neo (neoclássico, neogótico, neobarroco, etc.); • Por ECLETISMO, em que se imita não edifícios inteiros,

mas fragmentos deles, fazendo a justaposição de partes, a permutação compositiva ou a miscelânea estilística, o que foi frequente na segunda metade do século XIX; e

• Por ESTILISMO, em que se escolhe um número reduzido de partes, tomadas cuidadosamente de modelos visando conferir significados precisos a novas obras e sem

transposição literal de elementos, preferindo-se a sua “reinvenção”, como alegado por alguns pós-modernistas.

(11)

Templo da Maison Carrée

(Séc.II d.C., Nîmes França)

Catedral de Buenos Aires

(1752/1852, Argentina)

Próspero Catelin & Pedro Benoit

Pierre Vignon

(1764/1828, Paris França)

Igreja de La Madeleine

(12)

Galeria Vittorio Emanuele II

(1877, Milão - Itália) - Giuseppe Mengoni

ECLETISMO

Cândido de Abreu (1913/16, Curitiba PR) Paço da Liberdade Basílica de Santo Estevão (1851/1905, Budapeste Hungria)

(13)

AT&T [Sony] Building (1978/82, N. York - EUA) Philip Johnson

ESTILISMO

Museu Infantil (1980, Houston TX EUA) Robert Venturi

Thomas G. Smith

(1980/81, Cathedral City CA - EUA)

(14)

Método Tipológico

◼ É aquele que se baseia no

conceito de TIPO, ou seja, uma

estrutura interior ou subjacente a uma forma arquitetônica que

pode sofrer qualquer variação, inclusive sua própria modificação.

O tipo trata-se de um princípio

estrutural ou organizacional

da arquitetura que não pode ser confundido com uma forma passível de descrição detalhada. 15 tipos recorrentes na

(15)

Segundo Quatremère de

Quincy (1755-1849), TIPO é

um princípio que pode reger a criação de vários objetos

totalmente diferentes,

distinguindo-se portanto de MODELO, o qual deve

ser repetido como ele é.

Trata-se de um tema ou

estrutura arquitetônica

atemporal

que pode se transformar ao longo de

(16)

◼ Todo edifício pode ser reduzido conceitualmente a um

TIPO, ou seja, é possível se abstrair a composição de uma edificação até o ponto em que se veem apenas as

relações existentes entre as partes, deixando de lado

as partes propriamente ditas.

Stahl House – CSH #22 (1959/60, West Hollywood CA EUA) Pierre Koening

(17)

◼ Projetar com esse método –

que também se apoia mais na

tradição

que a

invenção

,

embora menos que o anterior – é usar tipos como parte do processo de criação de novos

artefatos arquitetônicos.

◼ Aqui, o emprego de

determinado tipo é justificado pela existência de alguma afinidade estrutural – ou uma

analogia entre um precedente

e o problema atual.

Casa-Pátio Grega

Antiga

1 Entrada (Prothiron) 5 Cômodos dos Homens (Andron)

2 Pátio (Aulas) 6 Latrina 7 Cozinha e Serviços

3 Sala/Copa (Oescus)

4 Cômodos das Mulheres (Gineceu)

1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 2

(18)

CASA-PÁTIO MODERNA

(19)

◼ No método tipológico, um TIPO qualquer oriundo do

passado pode ser usado de 02 (dois) modos distintos:

DE MANEIRA HISTÓRICA: Quando se confere um

significado a uma forma por meio de associação mental

com um objeto-edifício já existente e conhecido. Aqui, o tipo é tanto um ponto de partida para o projeto como um instrumento de significação.

DE MANEIRA A-HISTÓRICA: Quando o tipo é

absorvido no processo de composição e o significado do objeto resultante não é aquele do tipo utilizado,

mas resulta da própria operação de composição e do novo uso a que o tipo está sujeito

(20)

Biblioteca da Academia Phillips-Exeter

(1967/72, Exeter NH – EUA) Louis Kahn Térreo Pavimento Superior Corte PLANTA EM “O”

(21)

Método Normativo

◼ É aquele onde as formas

arquitetônicas são criadas com o auxílio de normas estéticas

ou princípios reguladores.

◼ Tais regras são usadas para se

criar um SENSO DE ORDEM

entre as partes de uma obra, o que pode ser obtido a partir de

relações de analogia entre elas ou subordinação a algum

(22)

◼ O uso de NORMAS ou regras

estéticas confere ao arquiteto maior

autoridade

e

segurança

para a tomada de decisões formais e bidimensionais.

◼ Além disto, pode atribuir um

significado específico a uma

edificação por associá-la à

HISTÓRIA inerente ao sistema empregado ou através das

relações entre ele e sua violação dentro do próprio objeto.

Habitat’67 (1967, Montreal Canadá) Moshe Safdie

(23)

◼ Embora ainda presente

no método normativo, a tradição aqui se limita

ao sistema escolhido – geralmente de uso

consagrado no passado ou a ele referenciado –

para auxílio à projetação, havendo portando uma dose maior de invenção, caso for comparado às duas

metodologias anteriores.

Amsterdam Orphanage

(1955/60, Holanda)

(24)

◼ Embora existam muitas normas estéticas na arquitetura,

há 03 (três) tipos que se destacam pelo uso na história:

SISTEMAS DE COORDENADAS: Consistem em linhas que se cruzam, com direções e dimensões constantes, em uma malha bidimensional (aplicada à planta para auxiliar na hierarquia entre espaços) e tridimensional (aplicada ao esqueleto estrutural para ajudar a justaposição ou tensão); • SISTEMAS DE PROPORÇÃO: Usados para se criar um

senso de ordem entre os elementos de uma composição, havendo também razões filosóficas ou metafísicas para seu emprego, como: a seção áurea, o Ken ou o Modulor; e

SISTEMAS DE GEOMETRIA: Fazem uso de formas

geométricas elementares como instrumentos de definição e controle das partes principais de uma edificação, aplicando esferas, cubos e prismas, além de figuras planas primárias.

(25)

SISTEMA DE COORDENADAS

Lloyd's Bank Corporation Building

(1978/86, Londres - Inglaterra)

(26)

SISTEMA DE PROPORÇÃO

Casa Japonesa

1 Sala 1 Tatame = 3 x 6 shaku

2 Copa/Cozinha (1 x ½ ken) 3 Banheiro 4 Pátio 1 3 2 4

(27)

Georges Candilis, Aléxis Josic & Shadrach Woods (1961/71, Toulouse França) Complexo Habitacional Le Mirail Plantas da Unidade (Módulo)

SISTEMA DE GEOMETRIA

Pav. Superior Pav. Térreo Planta das Módulos Combinados

(28)

Método Inovativo

◼ É aquele pelo qual se tenta

resolver um problema sem precedentes ou um problema comum de maneira diferente.

◼ Sua origem remonta ao

passado, quando os primeiros

construtores, por

tentativa-e-erro, testaram os materiais disponíveis até garantirem

proteção e dar forma espacial a determinada cultura.

Herb Greene

(1961/62, Oklahoma – EUA

(29)

◼ Sua característica básica é

que por ele cria-se algo que não existia anteriormente,

pelo menos no campo da arquitetura e urbanismo.

◼ Daí ser o método com maior

grau de

invenção

que os demais anteriores, já que se

baseia mais na inovação e criatividade que na

tradição

.

Larkin Building

(1904, Buffalo NY - EUA)

(30)

◼ Como, no mundo, grande número de artefatos já foram

criados, tal método está ligado principalmente à

PROPOSIÇÃO DE DETALHES, ou seja, de elementos que conferem um caráter específico a uma edificação ou espaço urbano, como pórticos, transições, aberturas, colunas, etc.

Catedral Metropolitana (1957/60, Brasília DF - Brasil) Oscar Niemeyer Santiago Calatrava (2010/16, N. York - EUA) WTC’s Oculus

(31)

L’Oceanogràfic

(1997/2005, València - Espanha)

(32)

◼ Nesse método, para se criar algo novo e diferente do

preexistente, se faz uso de

analogias

como, por exemplo:

ANALOGIAS VISUAIS: Comparação da arquitetura com a aparência de formas humanas e naturais e/ou de

artefatos não-arquitetônicos, como: frutas, animais, veículos de locomoção e objetos do cotidiano, etc.;

ANALOGIAS ESTRUTURAIS: Comparação do espaço arquitetônico com a organização de um programa ou

sistema (Funcionalismo) ou ainda com o funcionamento de elementos do mundo natural (colmeia, teia, etc.); e

ANALOGIAS FILOSÓFICAS: Comparação do fazer

arquitetônico com os princípios de outras disciplinas, tais como correntes filosóficas (Humanismo, Iluminismo,

Desconstrutivismo, etc,), religiosas (Xintoísmo, Islamismo, Cristianismo, etc.) ou mesmo crenças esotéricas.

(33)

ANALOGIA VISUAL

Sydney Opera House (1956/73, Austrália) JØrn Ützon

(34)

ANALOGIA ESTRUTURAL

Villa Savoye

(1929, Poissy França)

(35)

ANALOGIA FILOSÓFICA

Judisches Museum

(1998/99, Berlim - Alemanha)

(36)

Conclusão

◼ Na atividade projetual, o

arquiteto e urbanista deve encontrar o método que mais lhe convém, de acordo

com a NATUREZA de cada problema, pois ele varia também com a escala do projeto, com o seu público-alvo e com os seus prazos e recursos, além das intenções

plásticas do profissional.

Walter Gropius

(1923/25, Dessau - Alemanha)

(37)

◼ Além dessa categorização feita

por Mahfuz (1987;1995), há outras metodologias discutidas

por outros pesquisadores, que também incluem outros

determinantes na arte de criar em arquitetura, porém quase

sempre se estabelece uma relação íntima entre esta

atividade e o REPERTÓRIO de cada profissional, além da sua aptidão e experiência projetual.

Disney Concert Hall

(1999/02, Los Angeles CA - EUA)

(38)

BIBLIOGRAFIA

MAHFUZ, E. Ensaio sobre a razão compositiva. Belo

Horizonte: AP Cultural / Imprensa Universitária, 1995.

❑ _____. Nada provém do nada: a produção da arquitetura

vista como transformação de conhecimento. In: REVISTA

PROJETO. São Paulo: n. 69, nov. 1984. p.89-95.

❑ _____. Tradição & invenção: uma dialética fundamental.

In: REVISTA AU – ARQUITETURA E URBANISMO. São Paulo: n. 12, ano 3, jun./jul. 1987. p.70-4.

SNYDER, J.; CATANESE, A. Introdução à arquitetura.

Referências

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