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SILVIA BEATRIZ FONSECA DE MELO

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SILVIA BEATRIZ FONSECA DE MELO

O GATO DOMÉSTICO (Felis catus) RESPONDE Á SINAIS GESTUAIS? POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES DO CONVÍVIO SOCIAL.

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

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SILVIA BEATRIZ FONSECA DE MELO

O GATO DOMÉSTICO (Felis catus) RESPONDE Á SINAIS GESTUAIS? POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES DO CONVÍVIO SOCIAL.

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

Orientação: Daniel Marques de Almeida Pessoa

(4)

Título: O GATO DOMÉSTICO (Felis catus) RESPONDE Á SINAIS GESTUAIS? POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES DO CONVÍVIO SOCIAL.

Autor: SILVIA BEATRIZ FONSECA DE MELO

silviabeatriz28@gmail.com

Data da defesa: 24 DE NOVEMBRO DE 2008

Banca examinadora:

_____________________________________________________

PROFESSORA.MARIA CLOTILDE HENRIQUES TAVARES

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

mchtavares@unb.br

_____________________________________________________

PROFESSORA.FÍVIA DE ARAÚJO LOPES CAVALCANTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

fivialopes@yahoo.com.br

_____________________________________________________

PROFESSOR.DANIEL MARQUES DE ALMEIDA PESSOA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador, o querido “Chefinho”, Professor Dr. Daniel Pessoa, pela coragem de pegar o barco andando, no meu momento de angústia e incertezas, tendo me aceitado como mestranda. Pelo incentivo para continuar sempre e palavras amigas nos momentos certos.

Obrigada querido chefinho!

Á professora Dra. Fívia Lopes, que me deu GRANDE ajuda, de longa data, sempre que precisei e mesmo até quando não podia.

Obrigada Filó, você é demais!

Agradeço ao meu companheiro de todas as horas, Carlos Meton, pelo incentivo de prosseguir em busca do que eu realmente queria e gostava.

Obrigada Benhê!

Aos familiares e amigos, que contribuíram de alguma forma nessa longa jornada. Meu muito obrigada!

Agradeço a todos os donos dos gatinhos que me foram cedidos para realização desse estudo, pela paciência e colaboração para com uma estranha em suas casas.

Obrigada, vocês foram muito gentis!

Tenho que agradecer também a todos os gatinhos que participaram dos testes, sem eles esse trabalho não seria possível e a todos os gatos que fizeram parte da minha vida, fonte inspiradora desse trabalho.

Vocês são lindos!

E por fim, agradecer ao maior e mais lindo de todos os gatos: Tchuthcuco. Pelas horas de análise de seu comportamento e por fazer dos meus dias os mais felizes, em sua companhia.

(6)

RESUMO

Os gatos (Felis catus) foram domesticados há cerca de 9.500 anos devido à agricultura, onde

eram utilizados no combate às pragas que assolavam os alimentos colhidos. Esses animais

passaram por uma seleção artificial e ao longo das gerações e milênios tiveram seus

comportamentos e morfologia modificadas pelos humanos. O processo de domesticação pelo

homem fez surgir uma habilidade em especial, a compreensão de sinais gestuais humanos, que é

bem observada nos momentos em que alimentamos nossos animais. Nosso objetivo neste estudo

foi testar a resposta à sinalização gestual (comportamento de apontar) em gatos, emitida por

humanos e também verificar a influência do convívio social sobre o desenvolvimento desta

habilidade. Observamos que os sujeitos experimentais de ambos os grupos, animais solitários e

de convívio em grupo, foram capazes de seguir os sinais de indicação humana para localizar o

alimento escondido. Porém, a forma de convívio social não influenciou no desempenho dos

gatos. A habilidade aqui testada, possivelmente evoluiu durante o processo de domesticação

dessa espécie, e a interação social parece exercer pouca ou nenhuma influência sobre a sua

expressão.

Palavras–chave: Cognição animal, sinalização gestual humana, gatos, domesticação, convívio

(7)

ABSTRACT

The cats (Felis catus) were domesticated about 9,500 years ago due to the advent of agriculture,

being used to control the pests that devastated the food harvested. These animals went through an

artificial selection and over generations and millennia had their behavior and morphology

changed by humans. This process of domestication by man gave rise to a special ability, the

understanding of human pointing gestures, clearly noticed while we feed our pets. Our goal in

this study was to assess the comprehension of pointing gestures by cats and also verify the

influence that social interactions exerts on the development of this ability. We found that

experimental subjects from both groups, solitary animals and social animals, were able to follow

human indication in order to find hidden food. However, social interaction had no effect on cats’

performances. The ability tested here probably evolved during the process of domestication of

this species, and social interaction seems to exert little or no influence upon its expression.

(8)

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ... iv

RESUMO... v

ABSTRACT ... vi

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...viii

1. INTRODUÇÃO ... 1 2. OBJETIVOS ... 9 3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES ... 10 4. MATERIAIS E MÉTODOS ... 11 5. RESULTADOS ... 19 6. DISCUSSÃO ... 27 7. CONCLUSÕES... 34 REFERÊNCIAS ... 35 ANEXOS ... 41

(9)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1a. Aparato experimental ...13

Figura 1b: Disposição do aparato e posicionamento do animal, dono e

experimentador ...14

Figura 2: Resposta dos animais solitários (Felis catus) em relação à sinalização

humana. ...19

Figura 3: Resposta dos animais de convívio em grupo (Felis catus) em relação à sinalização

humana ...20

Figura 4: Influência do convívio social sobre a resposta dos animais em tarefas

sinalizadas...21

Figura 5: Influência do convívio social sobre a resposta dos animais em tarefas não

sinalizadas...22

Figura 6: Latência média de acertos de animais solitários (Felis catus) em resposta a sinalização

humana ...23

Figura 7: Latência média de acertos de animais de convívio em grupo (Felis catus) em resposta a

sinalização humana...24

Figura 8: Influência do convívio social sobre a latência média de acertos em tarefas

sinalizadas...25

Figura 9: Influência do convívio social sobre a latência média de acertos em tarefas não

(10)

INTRODUÇÃO

A origem do gato doméstico e sua relação com o homem

Os gatos (Felis catus, Linnaeus, 1758) são animais dotados de uma notória capacidade

cognitiva para realização de tarefas que vêm sendo analisadas e testadas em laboratórios há

algum tempo (Miklósi & Soproni, 2006). Mostrando o desenvolvimento de certas habilidades

cognitivas, eles passaram a chamar a atenção de pesquisadores de todo o mundo, pois desde a

antiguidade esses animais vêm sendo utilizados como modelos animais para pesquisas

neurológicas, permitindo assim o melhor entendimento de nossa fisiologia (Beaver, 2005).

Existem relatos de que os gatos já conviviam com os seres-humanos há pelo menos 4 mil

anos, no Egito antigo (Clutton-Brock, 1993; Yamaguchi et al., 2004). Entretanto, a afirmação de

que esses animais já estavam presentes na região do Crescente Fértil (Nordeste da África) e na

ilha mediterrânea do Chipre sugere uma coabitação mais antiga entre gatos e seres-humanos,

entre 8 e 10 mil anos atrás (O`Brien & Johnson, 2007). É possível que o início da domesticação

de felinos tenha ocorrido através da agricultura uma vez que o armazenamento de grãos facilitava

o aparecimento de roedores (Driscoll et al., 2007). Visando a diminuição dos estragos produzidos

a sua colheita, os agricultores lançavam mão do controle populacional dos roedores por meio da

utilização de gatos. Estes, ainda selvagens, aproximavam-se cada vez mais dos templos, vilas e

residências humanas, onde eram apenas tolerados nas regiões próximas aos depósitos e casas e

(11)

Após a constatação de que esses animais tinham muito a contribuir para o extermínio de

pragas, passaram a ter a liberdade de transitar dentro das casas e assim, possivelmente, começou

a sua proximidade e interação com o homem. Desde então, esses felinos vêm evoluindo

juntamente com a nossa espécie, sendo selecionados, domesticados e moldados para o convívio

social com seres-humanos. Ainda assim, com todas as evidências sobre seus antepassados e

interações com os humanos, a sua origem e seu processo de domesticação continuam incertos

(Clutton-Brock, 1999).

Domesticação e seleção artificial

Alguns estudos sugerem que os canídeos foram selecionados pelo homem ao longo de sua

evolução para que se tornassem animais mais dóceis e companheiros. Um deles, descreve as

mudanças físicas e comportamentais ocorridas com gerações de raposas criadas e domesticadas

por humanos (Trut, 1999). No caso dos cães, esse processo de criação e convívio com os homens

possivelmente acabou conferindo-lhes uma alta inteligência social (Hare et al., 2002; Hare &

Tomasello, 2005; Miklósi et al., 2004).

Para tentar entender o início das modificações cognitivas dos cães, podemos rever o

passado onde os animais que deram origem aos cães domésticos de hoje, os lobos, passaram a

interagir com a nossa espécie. Os homens começaram a se aproximar dos lobos com outros

interesses que não apenas a criação. Atacavam esses animais para a obtenção de alimento como a

sua carne e também de vestimenta, como sua pele (Serpell, 1995). Daí em diante alguns desses

animais, provavelmente os menos agressivos, passaram a ser criados pelos humanos e foram aos

(12)

foram se diferenciando e sofrendo modificações genéticas além de adaptações comportamentais

ao novo estilo de vida em meio a nossa espécie (Bradshaw & Brown,1990; Morris, 1986; Serpell,

1995).

Da mesma forma que os cães, os gatos também sofreram um processo de seleção artificial

com base em características morfológicas e comportamentais com possíveis implicações em suas

habilidades cognitivas. Essas habilidades possivelmente emergiram a partir da convivência e

observação dos atos de nossa espécie e é possível dizer que o processo de domesticação tornou

tais animais aptos ao convívio humano (Miklósi et al., 2005). Baseando-se nisso, é possível que

ao serem inseridos na sociedade humana, os gatos tenham precisado se adaptar a uma nova forma

de sobrevivência pois, embora tenham conservado a maior parte dos seus instintos, precisaram

aprender novas habilidades para a interação com nossa espécie. É possível que esses animais

tenham apresentado dificuldades para manipulação de objetos, que não eram comuns ao seu meio

ou até mesmo o aprendizado para a vivência dentro das habitações humanas pode ter contribuído

para modificar certas habilidades cognitivas, como a capacidade de reagir de maneira adequada a

novas situações impostas pelo convívio com os humanos. De fato, existem indícios de que a

seleção desses animais com base na compreensão dos sinais comunicativos humanos, incluindo o

gesto de apontar, parece ter modificado sua inteligência social (Miklósi & Soproni, 2006).

Baseados em sua organização social, os gatos são considerados por alguns pesquisadores

como uma espécie predominantemente solitária (Jones & Coman, 1982; Parcker 1986; Sandell

1989). Mas, segundo Izawa e colaboradores (1982), esses felinos também podem ser

considerados animais sociais, formando colônias e alianças de acordo com a disponibilidade de

alimentos (Crowell-Davis et al., 2004). Dentro ou fora dessas alianças, esses animais apresentam

variadas formas de comunicação entre os indivíduos da mesma espécie. Utilizam-se da

(13)

diferentes tipos de vocalizações, e apresentam também diversas maneiras de comunicação

intra-especifica de contato, como: to nose touch (toque de nariz), o allogroming (comportamento de

lamber outro gato), o allorub (comportamento de se esfregar em outro animal, pessoas ou

objetos), além de movimentos do rabo e das orelhas (Crowell-Davis et al., 2004).

Em relação à organização social dos cães, estes apresentam diferenças e também

semelhanças com os gatos. Exemplo disto é que, como precisavam viver em grupos,

desenvolveram uma hierarquia social bem definida. Na matilha, há sempre um líder que conduz,

impondo regras ao grupo por meio de sinais e atitudes, como por exemplo, a marcação do

território com urina (Beaver, 2001).

Comunicação e sinalizações gestuais

Estudos realizados com espécies domésticas (e.g. cães e gatos) sobre a habilidade de

entendimento e comunicação através de gestos humanos demonstram que esses animais são

capazes de entender e desempenhar com sucesso tarefas relacionadas à procura por alimento

guiada por informações gestuais (Miklósi et al., 1998; Miklósi et al., 2005). Como já amplamente

demonstrado para cães, essa habilidade social parece ter evoluído durante o processo de

domesticação (Hare & Tomasello, 2005; Price, 1984), o que nos faz pensar que o

desenvolvimento de habilidades cognitivas semelhantes poderia ter ocorrido em gatos, uma vez

que estes também foram domesticados pelo homem. De fato, os trabalhos de Turner e

colaboradores (1986), além de Miklósi e colaboradores (2005), sugerem que os gatos, assim

como cães, utilizariam sinalizações gestuais dos humanos de forma flexível para desempenhar

(14)

humanos, muito úteis na aquisição de comida. Ainda assim, quando comparado aos estudos com

chimpanzés (Call et al., 1998), cães (Hare et al., 1998; Kubinyi et al., 2003; Miklosi et al., 1998;

Morey, 1994; Virányi et al., 2004,), golfinhos (Herman et al., 1999) e pássaros sociais (Emery &

Clayton, 2001; Pepperberg, 1991), o estudo da cognição social em gatos ainda é muito recente

(Miklósi et al., 2005), restando muitas questões em aberto.

Parece haver uma relação forte entre a compreensão de sinais gestuais humanos e o

processo de domesticação (Miklósi & Soproni, 2006). De fato, essas habilidades cognitivas não

costumam ser observadas em espécies não domesticadas, mesmo que estas apresentem elevados

graus de cognição. Trabalhos que compararam o desempenho de chimpanzés ao de cães (Hare et

al., 2005; Tomasello et al., 1998) mostraram diferenças quanto à detecção de pistas oferecidas

por humanos, como indicações manuais ou direção do olhar, em tarefas que requeriam a

identificação do local onde o alimento estava oculto. Nesse experimento, diferentemente dos

chimpanzés, os cães usaram as várias pistas gestuais fornecidas, mostrando que eles são mais

habilidosos que os primatas na compreensão desse tipo de sinal. Em um estudo realizado com

lobos, Hare & colaboradores (2002) avaliaram que estes não demonstram as mesmas habilidades

apresentadas por filhotes de cães domésticos, no que diz respeito à leitura de sinais humanos para

a localização de comida escondida. Isso seria um forte indício de que as habilidades sociais de

cães seriam fruto de um longo e gradual processo de domesticação, e não de uma herança

evolutiva mais antiga, compartilhada por canídeos sociais. Mais indícios referentes à ação da

domesticação sobre o desenvolvimento de habilidades cognitivas podem ser encontrados no

estudo de Plyusnina & colaboradores (1991), realizado com raposas. Um grupo de filhotes de

raposa, de uma população selecionada para a domesticação com base em docilidade, mostrou a

mesma habilidade que filhotes de cães de mesma idade no uso de pistas sociais humanas em

(15)

realizados testes com um grupo controle de raposas e observou-se que essas foram menos

habilidosas do que as raposas domesticadas. Em conjunto, todos esses achados fortalecem a idéia

de que a compreensão do comportamento social comunicativo dos humanos evoluiu durante o

processo de domesticação dessas espécies (Hare et al., 2005).

A transmissão social de informação geralmente, ocorre entre indivíduos da mesma

espécie. Entretanto, existem casos especiais em que essa transferência pode ser do tipo

hetero-especifica, como mostrado para cães (Kubinyi et al., 2003). No caso dos felinos, parece existir

uma necessidade de comunicação inter-específica com seus donos, pois esse processo de

comunicação os torna cada vez mais adaptados à vida doméstica. Em um estudo enfocando a

interação entre os gatos e seus donos, Mertens (1991) fornece algumas evidências dessas

necessidades. Segundo o autor, os gatos que eram os únicos da casa, passavam a maior parte do

tempo brincando e interagindo socialmente com seus donos, diferentemente dos animais que

viviam em domicílios com mais de um gato.

Os gatos passaram por um longo processo de domesticação e de socialização junto a

nossa espécie no decorrer de milênios, o que parece ter resultado no desenvolvimento de certas

habilidades de comunicação inter-especifica formadas a partir do convívio com humanos. No

entanto, questões importantes, ainda não abordadas, relacionadas à influência de variáveis sociais

(16)

JUSTIFICATIVA

No trabalho realizado por McCune (1995), foi observado que gatos com um ano de idade,

previamente socializados quando filhotes, ou seja, que foram manuseados por pessoas durante

algumas horas por dia num período de semanas, aproximaram-se, tocaram ou se esfregaram em

pessoas desconhecidas ou objetos, sendo mais exploratórios do que os animais que não foram

previamente socializados. As evidências de que os gatos são animais que também apresentam

uma organização social (Crowell-Davis et al., 2004) e passaram por um processo de

domesticação, modificações e seleção pelo convívio com a espécie humana (Driscoll et al.,

2007), nos levam a querer compreender um pouco mais sobre as habilidades de cognição social

dos gatos. O estudo das variáveis evolutivas relacionadas ao processo de responder aos gestos

humanos, a avaliação da interação e comunicação entre esses felinos e o homem, e a investigação

de variáveis ontogenéticas são pontos que ainda permanecem pouco estudados.

Alguns estudos como o de Hare & Tomasello (2005), mostram que animais domesticados,

ou seja, aqueles que apresentam uma relação muito próxima de associação com os humanos,

mostram um nível cognitivo diferenciado para a resolução de problemas ou mesmo para a

convivência com o homem. Sabe-se que os gatos domesticados criados em casa dependem quase

que totalmente de seu proprietário (Miller, 1996). Diante disso, a investigação das habilidades

cognitivas de felinos, como por exemplo, a habilidade de resposta aos sinais gestuais emitidos

por humanos, pode nos esclarecer um pouco mais acerca das diferenças entre as espécies

domesticadas e outras não-domesticadas. Perguntamos-nos se a seleção artificial pode ter guiado

as modificações comportamentais de certas espécies, e também se existe influência da história de

(17)

No estudo de Miklósi & colaboradores 2003, foi investigada a diferença quanto ao

desenvolvimento de respostas comunicativas entre cães e lobos quando estes se baseavam no

comportamento de olhar as expressões faciais de humanos. Os autores sugerem que existe uma

base filogenética e ontogenética que levou os cães a uma incontestável utilização dessa forma de

comunicação com a nossa espécie. Contudo, essa mesma forma comunicativa, que é utilizada

rotineiramente por nós em nossas casas, também parece exercer algum papel de comunicação

com os gatos domesticados (Miklósi et al., 2005). Uma vez que cães e gatos estão

filogeneticamente distantes, a domesticação parece ser o único fator capaz de explicar o

surgimento dessas habilidades em ambos os grupos. Ademais, isto sugere que o surgimento de

habilidades sociais relacionadas à resposta a gestos humanos não careceu da existência de

pré-adaptações relacionadas à vida em grupo, uma vez que cães e gatos diferem significativamente

quanto a este parâmetro. Alguns estudos mostram que cães e gatos são espécies altamente

diferentes quanto ao seu comportamento social, pois enquanto os cães, assim como seus

ancestrais, são animais que vivem e caçam em bandos, os gatos em sua grande maioria são

caçadores solitários por isso sendo considerados como animais de vida solitária (Bradshaw &

Brown, 2006; Fox, 1971), embora outros autores sugiram que os gatos são animais com fortes

padrões de sociabilidade (Crowell-Davis et al., 2004). Assim, surge a seguinte pergunta: será que

as habilidades cognitivas de gatos que criamos em grupos e aqueles que vivem solitariamente em

nossas residências apresentam diferenças? Em outras palavras, até que ponto a compreensão de

sinais gestuais humanos é uma habilidade influenciada pela história de vida do animal? Além de

diferenças relacionadas ao tratamento recebido ao longo da vida, é possível que os gatos que

convivem apenas com seres humanos e os que vivem com outros co-específicos, além dos

(18)

OBJETIVO GERAL:

Testar a habilidade cognitiva apresentadas por gatos domésticos com relação à resposta aos sinais

gestuais emitidos por seres-humanos;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1. Testar a resposta comportamental apresentada por gatos domésticos em relação aos gestos de

apontar emitidos por seres-humanos;

2. Verificar a influência do convívio social sobre a resposta do animal ao gesto de apontar de um

(19)

HIPÓTESES E PREDIÇÕES:

1. Hipótese: Os gatos são capazes de desempenhar tarefas respondendo a sinais gestuais

emitidos por seres-humanos;

Predição: O animal responderá ao gesto emitido por um humano, identificando a

localização da recompensa alimentar numa freqüência acima da esperada para uma

situação não sinalizada.

2. Hipótese: Existe diferença de resposta à localização do alimento pelos animais que convivem

apenas com humanos se comparada à resposta de animais que vivem com co-específicos e

humanos.

Predição: Quando comparados a gatos que convivem com co-específicos e seres

humanos, gatos que interagem apenas com humanos localizarão a recompensa alimentar

(20)

MATERIAIS E MÉTODOS:

Sujeitos

Para o recrutamento dos animais foi utilizada uma rede de contatos próximos do

experimentador. Aos donos dos animais foi pedida permissão verbal para utilização destes. A

partir desses, outros donos de gatos foram indicados para recrutamento dos seus animais, a fim de

que viessem fazer parte do experimento. Em seguida concordância das pessoas, o experimentador

compareceu no mínimo duas vezes à casa onde habitavam os animais para que estes se

habituassem com o experimentador antes do início do experimento. Ao todo foram recrutados 60

animais, entretanto a maioria destes não se interessou ou não colaborou com os testes, sendo

então descartados do experimento.

Para o estudo utilizamos 20 gatos (Felis catus) adultos, sendo 10 machos e 10 fêmeas, que

foram classificados e analisados de acordo com o convívio social em que se encontravam:

A) 10 Gatos de vida solitária, que convivem exclusivamente com seres humanos, sendo cinco

machos e cinco fêmeas;

B) 10 Gatos de vida em grupo, que convivem com outros gatos e com seres humanos, sendo

cinco machos e cinco fêmeas.

Foram selecionados para integrarem o grupo A aqueles sujeitos que viviam restritos às suas

moradias, não convivendo com outros animais. Em contrapartida, sujeitos criados em ambientes

que continham de três a doze gatos, apresentando livre contato com animais das imediações de

(21)

Um questionário (Anexo 1) foi aplicado aos donos dos animais antes do início das coletas.

Nesse questionário foram solicitadas informações necessárias para a triagem dos animais, a fim

de que fosse possível separá-los nos dois grupos e classificá-los de acordo com a exigência do

experimento. Além disso, com o questionário procuramos adquirir informações sobre as

condições físicas, motoras e sensoriais dos animais, sendo dessa forma selecionados os que não

apresentavam problemas de visão ou deficiência nas patas, por exemplo, que pudessem ser

detectados visualmente. Nesse estudo não foram utilizadas fêmeas grávidas, fêmeas com filhotes,

fêmeas que faziam uso de anticoncepcional, ou animais que fizessem uso de qualquer outro tipo

de medicamento.

Piloto:

Foi realizado um experimento piloto a fim de adequar o alimento que seria utilizado pelos

animais durante o teste. Inicialmente foi utilizado pedaços de fígado cru, de tamanho aproximado

de 1 cm. Entretanto alguns animais rejeitaram o alimento por não serem habituados a comer

carne, apenas ração industrializada. Em seguida, a carne foi substituída por ração seca, ainda sim,

alguns animais não aceitaram recusando-se a participar do teste. Finalmente foi oferecida,

porções de aproximadamente 1,5 cm ração molhada, Whiskas (Fabricante Waltham), a qual teve

(22)

Aparato experimental

O aparato consistiu em dois pratos quadrados (17cm x 17cm) e dois copos de plástico

opaco branco (8cm de diâmetro e 10,5cm de altura), conforme pode ser observado na Figura 1a.

Os copos foram emborcados e posicionados acima dos pratos, de forma a esconder as

recompensas alimentares, pequenos pedaços de ração para gatos, Whiskas (Fabricante Waltham)

sabor atum, oferecidas aos animais durante o experimento.

Ao final de cada sessão experimental, todo o aparato foi higienizado com detergente

neutro.

Figura 1a. Aparato experimental. A) No início do experimento os copos estão virados para baixo e um deles esconde a recompensa alimentar. B) Na sequência o animal deverá ser capaz de virar o copo correto.

(23)

Os pratos foram posicionados no chão, de forma a ficarem a um metro de distância entre

si, a 50 centímetros de distância do experimentador e a dois metros do animal (Figura 1b).

Figura 1b. Disposição do aparato e posicionamento do animal, dono e experimentador.

Procedimento experimental

O período de coleta de dados teve duração de 6 meses. Durante o procedimento

experimental, os sujeitos foram testados individualmente, em seus próprios domicílios, como

forma de se evitar possíveis interferências no comportamento habitual do animal provocadas por

um ambiente novo e estranho, bem como interferências advindas de outros animais no caso

daqueles que vivem em casa com vários gatos. O horário do experimento foi estabelecido de

acordo com a disponibilidade dos donos dos animais, sendo realizado durante os três turnos do

(24)

Para a escolha do local de realização do experimento foram selecionados aqueles

cômodos que apresentaram menor quantidade de estímulos visuais, como uma sala ou um quarto

com poucos móveis.

Cada sessão experimental foi subdividida em duas fases, uma fase de treino e uma fase de

testes. A primeira tentativa da fase de treino consistiu na colocação de uma porção da

recompensa alimentar sobre um dos pratos. Neste caso, o animal pôde comer a isca durante 30

segundos. A seguir, nas cinco tentativas seguintes, a recompensa foi depositada em um dos pratos

que teve os copos posicionados sobre eles, de forma que o sujeito pudesse visualizar onde a

recompensa havia sido escondida. O animal deveria ser capaz de, em cinco tentativas

consecutivas, indicar corretamente qual dos dois pratos continha o alimento. A fase de treino não

só teve a função de assegurar ao experimentador que o sujeito estava motivado a participar do

experimento, como também permitia que o animal aprendesse quais eram as regras do mesmo e

qual o padrão motor necessário para a aquisição da recompensa. O animal deveria ser capaz de

derrubar o copo, com a pata ou com o focinho, para adquirir o alimento escondido. O

experimentador sempre ficou posicionado exatamente entre os dois pratos, evitando qualquer

influência sobre a escolha do animal.

Na fase de testes, a disposição do aparato foi similar à utilizada na fase de treino, com a

diferença de que o animal era impedido de visualizar em qual copo a recompensa havia sido

depositada, em função de uma barreira, não padronizada, posicionada para esse propósito.

Enquanto o animal era restrito pelo dono, o experimentador chamava a sua atenção e apontava

com o seu dedo indicador qual copo continha o alimento. A partir deste momento, o sujeito era

liberado pelo dono para que fizesse sua escolha. O movimento de sinalização foi realizado pelo

experimentador via utilização da mão mais próxima ao aparato. A latência de resposta do animal,

(25)

mensurada com auxílio de um cronômetro e teve o tempo máximo de 1 minuto. Caso a resposta

do animal ultrapassasse o tempo de 1 minuto, a tentativa era dada como encerrada, não sendo

válida, e em seguida o animal tinha a chance de responder a uma nova tentativa.

No que se refere à distância entre o dedo indicador do experimentador e o objeto

apontado, o tipo de indicação utilizada foi o proximal pointing, onde uma distância de dez a vinte

centímetros separou o dedo e o aparato (Miklósi et al., 2005). Quanto à duração do gesto de

indicação, os movimentos realizados com o braço foram do tipo dynamic pointing, onde o braço

do experimentador permaneceu indicando o objeto até que o animal fosse solto e fizesse sua

escolha (Miklósi et al., 2005). O animal pôde ver toda a movimentação do braço. O movimento

de indicação seria repetido caso o animal não deixasse o colo do dono quando isso fosse

permitido.

Na fase de testes, a indicação de apontar descrita foi repetida quatorze vezes, pois

segundo a tabela de aleatoriedade de Gellerman, a quantidade máxima de erro por tentativas em

que não deixaria o teste aleatório seria de 3 erros para um total de quatorze tentativas. Em adição,

quatorze tentativas controles também foram realizadas, durante as quais o experimentador

permaneceu com os braços imóveis rentes ao corpo, não havendo indicação da posição da

recompensa. O controle foi realizado como um fator inédito para esse tipo de experimento, pois

os testes já realizados e descritos na literatura apresentam apenas as tentativas indicadas, como o

trabalho de Miklósi et al., 2005. As tentativas com indicação e sem indicação (controle) foram

apresentadas em uma seqüência aleatória, totalizando 28 tentativas de teste por sessão

experimental. Para a maioria dos animais, cada sessão experimental foi realizada em um só dia,

entretanto 4 dos 20 animais, realizaram a sessão em dois dias, pois estes animais rapidamente

(26)

Durante as tentativas, o experimentador olhou diretamente para o animal, de forma a

evitar que a posição correta do alimento fosse indicada por seu olhar.

O animal teve a chance de escolher apenas um copo. Caso escolhesse o copo errado no

momento de indicação, não era permitido que ele comesse a comida escondida no outro copo.

Caso ele escolhesse o correto, ele poderia consumir o alimento livremente até acabar. A ordem de

colocação da comida sob o copo direito ou esquerdo foi realizada aleatoriamente para que não

houvesse fixação de posição pelo animal.

Para evitar que os animais utilizassem pistas olfativas na procura pelo alimento, em todos

os pratos e copos foi esfregado um pouco da recompensa alimentar, de forma que apresentassem

o mesmo odor.

Com relação ao nível de saciedade dos animais, foi solicitado previamente aos donos, que

os privassem da alimentação por um período não inferior a 4 horas, o que provavelmente

(27)

Análise de dados

Utilizamos estatística não paramétrica para a análise dos dados obtidos, comparando:

tentativas sinalizadas vs não sinalizadas, animais solitários vs animais de convívio em grupo;

tanto quanto ao desempenho medido em acertos, como quanto à latência média de acertos. A

análise foi realizada através dos testes Wilcoxon Signed Ranks Test, para os diferentes tipos de

tentativas dentro de um mesmo grupo (sinalizadas vs não sinalizadas para solitários e também

para animais de convívio em grupo), e Mann Whitney, para as análises entre os diferentes grupos

(solitários vs animais em grupo para cada tipo de tentativas) em uma mesma situação de

sinalização. Os testes foram interpretados com base em um nível de significância de 5%

(α=0,05).

Todos os dados apresentaram distribuição não normal, com exceção de duas situações: a

análise entre grupos na condição de tentativas não sinalizadas (Figura 5) e na análise da latência

para ambos os tipos de tentativas no grupo dos animais solitários (Figura 6). Nesses dois casos, a

utilização do teste paramétrico análogo não mostrou um resultado diferente do já encontrado com

o teste não paramétrico, e por isso optamos por padronizar a análise e os resultados,

(28)

RESULTADOS:

Os dados representados na Figura 2 mostram a comparação entre as tentativas sinalizadas

e não sinalizadas apenas para o grupo dos animais que viviam solitariamente, isto é, sem a

presença ou contato com nenhum outro gato. Observamos que os animais tiveram uma diferença

de desempenho, sendo este significativamente superior na situação de tentativas sinalizadas

quando comparadas às não sinalizadas (Z=2,80 e p=0,005), indicando que os animais

conseguiram responder seguindo os sinais gestuais demonstrados por um humano.

Sinalizadas Não sinalizadas T ipos de tentativas 0 2 4 6 8 10 12 14 16 N ú m e ro d e a c e rt o s ______________________*

Figura 2: Resposta dos animais solitários (Felis catus) em relação à sinalização humana. Os símbolos representam: □ Mediana;  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados (desconsiderando outliers), ○ Outliers, * Diferença significativa para um α = 0,05.

(29)

Na Figura 3, observamos o desempenho dos animais de convívio em grupo em relação ao

número de acertos de ambos os tipos de tentativas. Vemos que os animais apresentaram

desempenho significativamente superior nas tentativas sinalizadas em relação às não sinalizadas

(Z=2,70 e p=0,0069). Da mesma forma que no resultado anterior, percebemos que os animais

realmente conseguiram responder a sinalização produzida indicando a localização do alimento.

Sinalizadas Não sinalizadas Tipos de tentativas 2 4 6 8 10 12 14 16 N ú m e ro d e a c e rt o s _______________________*

Figura 3: Resposta dos animais de convívio em grupo (Felis catus) em relação à sinalização humana. Os símbolos representam: □ Mediana,  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados (desconsiderando outliers), * Diferença significativa para um α = 0,05.

(30)

Na Figura 4, analisamos a influência do convívio social dos animais sobre o desempenho

nas tentativas sinalizadas. Observamos que não existiu diferença significativa entre o

desempenho dos grupos em relação ao tipo de tentativa em questão (U=36,50 e p=0,3075).

Da mesma forma para a Figura 5, a influência do convívio social relacionada ao desempenho dos

animais para as tarefas não sinalizadas também não mostrou diferença significativa (U=25,50 e

p=0,0640). Solitário Grupo Tipo de convívio 8 9 10 11 12 13 14 15 N ú m e ro d e a c e rt o s

Figura 4: Influência do convívio social sobre a resposta dos animais em tarefas sinalizadas. Os símbolos representam: □ Mediana,  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados (desconsiderando outliers), ○ Outlier.

(31)

Solitários Grupo Tipo de convívio 1 3 5 7 9 11 N ú m e ro d e a c e rt o s

Figura 5: Influência do convívio social sobre a resposta dos animais em tarefas não sinalizadas. Os símbolos representam: □ Mediana,  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados (desconsiderando outliers).

(32)

Analisamos a influência da sinalização humana sobre a latência média de acertos, medida

em segundos. Não foi observada diferença significativa para as formas de indicação, tentativas

sinalizadas e não sinalizadas (Figuras 6 e 7), para os animais solitários (Z=1,68 e p=0,0926), e

animais de convívio em grupo (Z=1,95 e p=0,0506), o que sugere que os animais dos diferentes

grupos não foram favorecidos pela presença dos sinais gestuais. As Figuras 8 e 9, não mostraram

diferença nas respostas dos animais quanto a sinalização de indicação em relação ao tipo de

convívio dos mesmos (U=42,00 e p=0,5454) e (U=34,00 e p=0,2265) respectivamente. O fato

dos animais serem mantidos em grupo ou isoladamente não influenciou no tempo gasto para a

execução das diferentes tentativas do teste.

Sinalizadas Não sinalizadas Tipos de tentativas 2 4 6 8 10 12 14 L a tê n c ia m é d ia d e a c e rt o s

Figura 6: Latência média de acertos de animais solitários (Felis catus) em resposta a sinalização humana. Os símbolos representam: □ Mediana,  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados (desconsiderando outliers). (s e g u n d o s )

(33)

Sinalizadas Não sinalizadas Tipos de tentativas 0 5 10 15 20 25 30 35 L a tê n c ia m é d ia d e a c e rt o s

Figura 7: Latência média de acertos de animais de convívio em grupo (Felis catus) em resposta a sinalização humana. Os símbolos representam: □ Mediana,  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados (desconsiderando outliers), ○ Outlier.

(s e g u n d o s )

(34)

Solitários Grupo Tipos de convívio 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 L a tê n c ia m é d ia d e a c e rt o s

Figura 8: Influência do convívio social sobre a latência média de acertos em tarefas sinalizadas. Os símbolos representam: □ Mediana,  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados

(desconsiderando outliers). (s e g u n d o s )

(35)

Solitários Grupo Tipos de convívio 0 5 10 15 20 25 30 35 L a tê n c ia m é d ia d e a c e rt o s

Figura 9: Influência do convívio social sobre a latência média de acertos em tarefas não sinalizadas. Os símbolos representam: □ Mediana,  Quartis 25%-75%, ┬ Intervalo de resultados (desconsiderando outliers), ○ Outlier.

(s e g u n d o s )

(36)

DISCUSSÃO

Neste estudo, nossa proposta foi testar as respostas apresentadas por gatos domésticos

quanto à obtenção de uma recompensa alimentar, relacionadas à compreensão da sinalização

gestual emitida pelos humanos, e verificar se existe diferenças relacionadas à influência do

convívio social dos animais. De acordo com os resultados, vimos que os sujeitos de ambos os

tipos de convívio social realmente são capazes de seguir as informações gestuais, como a

sinalização de indicação para localizar alimento escondido. Essa habilidade se torna mais clara

quando comparamos esses resultados aos obtidos na situação em que não mostramos

gestualmente aos animais onde está o alimento. De forma geral, em todos os resultados referentes

à condição “não-sinalizada”, constatamos que a falta dos sinais indicativos humanos provocou

um baixo desempenho na quantidade de acertos de todos os animais. De tal forma, que podemos

possivelmente afirmar que esses animais realmente seguem a sinalização gestual de indicação

humana para localizar alimentos. A sinalização gestual que praticamos no teste corresponde aos

sinais que desempenhamos corriqueiramente na presença desses animais. Isso sugere que essa

espécie doméstica utiliza sinalização gestual de indicação corroborando a nossa primeira

hipótese. Esse fato foi previamente demonstrado em trabalho semelhante de Miklósi &

colaboradores (2005), no qual foi analisada a relação de comunicação inter-específica entre gatos

e humanos, e entre cães e humanos através da utilização de sinais gestuais. No trabalho de

Miklósi foi observado que os animais realizaram satisfatoriamente testes de obtenção de alimento

baseado apenas em pistas de sinalização fornecidas por humanos. O estudo de Miklósi não

mostrou diferença significativa quando comparou o desempenho de cães e gatos, embora ambos

(37)

também um grupo controle de tentativas não-sinalizadas, o que não foi realizado pelo estudo de

Miklósi.

Ademais, esse fato também foi verificado no trabalho de Soproni & colaboradores (2002),

no qual eles sugerem que cães apresentam responsividade a novos gestos comunicativos de

humanos, quando verificaram que estes foram capazes de seguir formas gestuais de indicação e

de certa forma capazes de compreender a natureza indicativa do gesto. Em 2001, Soproni &

colaboradores, também compararam as habilidades de cães para o uso de pistas sociais para

localizar alimentos com um outro estudo publicado feito com chimpanzés e crianças (Povinelli, et

al., 1999), no qual observaram que os cães tiveram um desempenho mais próximo ao das

crianças do que os chimpanzés o fizeram. Essa semelhança pode ser atribuída ao fato de que os

cães gastam mais tempo em interação com os seres humanos do que os macacos, o que de certa

forma, também corrobora a nossa idéia de que os gatos de nosso estudo desempenharam

satisfatoriamente bem as tarefas a eles impostas, pois são animais de estreito contato com

humanos e que gastam boa parte do seu tempo interagindo e observando os comportamentos

sociais e gestuais de nossa espécie (Beaver, 2005). A experiência social é uma condição

importante no reconhecimento dos gestos humanos, no caso dos cães. Podemos pensar que é

possível que os gatos que foram selecionados para o convívio com a espécie humana tenham

usado essa habilidade como uma vantagem seletiva, utilizando as pistas fornecidas pelos

humanos tornando mais fácil a obtenção de comida.

Durante as sessões experimentais não foi fornecida qualquer tipo de pista além da

sinalização gestual de indicação aos animais, pois alguns estudos indicam que alguns animais são

capazes de se orientar através de pistas faciais, movimento de cabeça, ou olhar indicativo (Call et

(38)

traria um resultado falso devido a outras indicações que não as propostas para este estudo. Pelo

fato de termos sido criteriosos quanto às pistas fornecidas, podemos afirmar que nossos animais

realmente seguiram a sinalização gestual de indicação.

Nossa segunda hipótese dizia que possivelmente existiria uma resposta comportamental

diferenciada para os dois grupos, ou seja, que os animais solitários teriam um desempenho acima

do esperando se comparado aos animais de convívio em grupo em uma mesma residência. Essa

nossa hipótese foi baseada na idéia de que as espécies domesticadas apresentam um extenso

contato com os humanos, a qual é quase exclusivamente a única fonte provedora de alimentação

e que por serem animais de estimação raramente apresentam contato com outros membros da sua

própria espécie e, sendo assim, seriam mais expostos a uma maior quantidade apenas de

comportamentos humanos (como brincadeiras e manipulação da alimentação) bem como a

duração destes comportamentos desde quando são filhotes. Portanto, verificamos se poderia

existir diferença quanto ao desempenho das respostas em relação à sinalização de acordo com o

convívio social. Vimos que os resultados são claros quando mostram a ausência de diferença

entre os grupos, onde as formas de convívio dos animais não provocaram influência sobre os

resultados, pois ambos os grupos mostraram desempenho semelhante. Isto pode ser explicado

pelo fato de que ambos os grupos de animais sempre foram diretamente tratados e alimentados

por seres humanos, seus respectivos donos. Talvez ao avaliar um grupo de gatos que não tivesse

criação definida como, por exemplo, os gatos de rua (que não têm manipulação, alimentação,

interação direta e que normalmente não observam as situações de manipulação de objetos do

cotidiano pelos humanos), viéssemos a encontrar resultados diferentes. Pode ser que ao analisar

os animais de rua, estes venham a mostrar alterações de seus comportamentos no que se refere à

(39)

Um exemplo de resultado dessa interação é o trabalho de Pongrácz et al., (2001), no qual

é mostrado que cães melhoraram seu desempenho em um teste de recuperar um objeto ou

alimento após terem observado uma demonstração humana. Além disso, um estudo realizado por

Topál et al., (2006), mostra que cães apresentam uma nítida capacidade de imitação baseada em

observação a partir de ações humanas. Esse trabalho sugere que os cães devem adquirir

habilidades através da observação, o que aumenta o seu sucesso em situações complexas de

comportamento social. É possível que aqueles animais que são submetidos a um maior tempo de

contato apenas com os humanos, como geralmente é o caso dos animais que vivem solitariamente

com seus donos, muitas vezes habitando em apartamentos, poderiam chegar a responder

positivamente as sinalizações gestuais de nossa espécie por esse contato mais estrito.

Sabe-se que uma das formas mais comuns de sinalização gestual, ou gestos referenciais, é

a sinalização de apontar, que no estudo de Xitco & colaboradores (2001) é mostrado através de

testes com golfinhos que foram capazes de reproduzir gestos referenciais ou de indicação em

relação a um objeto ou alimento. Nesse caso, entretanto, deixou-se claro que esses animais

tiveram uma prévia interação com seres humanos por muitos anos, corroborando com a idéia de

que o contato permanente com humanos diferencia esses animais no sentido de uma melhor

desenvoltura para realização de tarefas complexas baseado apenas em sinalizações gestuais.

Ao analisar nossos resultados referentes à latência média em que os animais realizaram a

tarefa, não encontramos diferença significativa em relação as tentativas sinalizadas e não

sinalizadas, tanto para os animais solitários como os de convívio em grupo, da mesma forma que

também não encontramos diferenças para a latência média de acertos entre os grupos . É possível

que a nossa segunda hipótese tenha sida refutada pelo fato dos gatos já nascerem com uma

(40)

comportamento. De toda forma, nossos dados estão de acordo com os resultados mostrados em

alguns trabalhos que têm sido realizados com animais apenas socializados com a espécie humana.

Por exemplo, focas, que apresentaram tempo de contato reduzido com humanos diariamente

foram capazes de desempenhar teste de escolha entre objetos baseados apenas em pistas de

indicação (Scheumann & Call, 2004). Além disso, no estudo realizado por Hare & colaboradores

(2002), é mostrado que cães são analisados em relação à realização de tarefas envolvendo a

sinalização de comida escondida e seu desempenho é comparado ao de chimpanzés, e ao de

lobos, ancestrais dos cães. Nesse estudo, observa-se que os cães apresentam o melhor

desempenho das três espécies. Os lobos do estudo foram criados por humanos acreditando-se que

esse fato contribuiria para um desempenho favorável nessa questão. Entretanto o que foi visto é

que os filhotes dos cães apresentaram desempenho superior aos dos filhotes de lobos e que essa

experiência com humanos continuou sendo satisfatoriamente demonstrada da mesma forma

quando se tornaram cães adultos. Os autores chegaram à conclusão de que apenas a simples

exposição humana a curto prazo não seria suficiente para um bom desempenho dos animais,

como no caso dos lobos. Os cães mostraram que foi necessário um fator a mais do que apenas

exposição imediata à nossa espécie, ou seja, foi necessário um processo que durou milênios,

chamado de domesticação. Podemos extrapolar esse fato para os nossos animais experimentais,

pois estes, de longa data, também passaram por processo semelhante de domesticação pelo

homem, portanto mostrando também evolução das habilidades sócio-cognitivas aqui testadas

(Hare et al., 2002).

É possível que o contato direto com humanos provoque realmente mudanças

comportamentais em certos animais, como mostrado no caso dos animais não domesticados,

(41)

si só com a espécie humana não foi suficiente para mostrar diferença no comportamento dos

nossos sujeitos experimentais quando relacionamos a forma de convívio social. Baseados nessas

evidências, é possível pensar que os nossos animais já nasçam portando toda a maquinaria neural

necessária para a expressão da habilidade estudada, mesmo sem a influência do ambiente. Além

disso, não podemos descartar a possibilidade de que com uma maior amostra de sujeitos

pudéssemos ter encontrado uma diferença significativa nos resultados referentes à comparação

entre os dois grupos.

Alguns animais experimentais que conviviam em grupo, podiam estar sob influência da

hierarquia, o que poderia interferir no seu desempenho durante o teste, entretanto este fator

possivelmente não teve consequências sobre o resultado do experimento pelo fato de que os

nossos animais foram testados separadamente dos outros membros do grupo no momento do

experimento e mesmo antes das sessões quanto separados para a ambientação. Cada animal foi

ambientado no recinto escolhido para os testes e com a segurança de ser um local neutro de

dominância de qualquer um dos membros, a fim de evitar qualquer tipo de influência que a

hierarquia pudesse exercer sobre o desempenho de cada um dos animais.

Em nosso estudo procuramos uniformizar a amostra de sujeitos experimentais com

relação à raça, baseado no conhecimento dos donos dos animais a respeito da paternidade de seus

gatos e também baseados na enciclopédia Larousse dos gatos (Blanc, 2005) onde encontramos a

definição para todas as raças de gatos. De acordo com a definição Larousse, gato “sem raça

definida” é aquele o qual nenhum dos pais é de raça. Quando nos faltava informação necessária

sobre a descendência de algum animal, tomamos como parâmetro características morfológicas

(42)

desarmonia entre cor dos olhos e pelagem etc. Houve exceção de apenas um animal, de raça

siamesa (Blanc, 2005), todos os outros apresentavam raça indefinida. No trabalho de Miklósi &

colaboradores (2005), onde eles compararam a resposta a sinais comunicativos entre cães e gatos,

não houve menção quanto às raças dos animais. Em nosso trabalho, testamos animais que são

considerados sem raça definida, que possivelmente apresentam um “pool” gênico bastante

variado. Dessa forma, é interessante analisar essa variável de forma mais completa em trabalhos

futuros, avaliando o desempenho de gatos de várias raças, pois possivelmente as diferentes raças

passaram por diferentes processos de seleção artificial pelo homem durante o período de

domesticação. Assim, poderemos afirmar que a característica de responder a sinalização gestual

(43)

CONCLUSÕES

Podemos ressaltar que esse estudo sugere que os gatos utilizam a sinalização gestual de

indicação emitidos por um humano para a localização de alimento. Esse fato observado nos

resultados indica a existência de uma habilidade cognitiva que é observada em poucas espécies

de animais. Em contrapartida, percebemos que a utilização dessa sinalização gestual não

influenciou o desempenho dos animais bem como não apresentou diferenças relevantes quando

analisamos se eles viviam em grupo ou solitariamente.

A evidência apresentada neste trabalho sugere que a habilidade apresentada pelos gatos

nas condições testadas pode ter evoluído durante o processo de domesticação que durou milênios,

apresentando-se de forma instintiva aos animais com os quais convivemos nos dias de hoje

independendo do meio em que viviam nossos sujeitos. Diante disso, o convívio social testado

pouco influenciou para a expressão de habilidades além das constatadas, sendo assim, a

influência do convívio apenas com seres humanos ou com outros gatos juntamente com humanos,

não foi capaz de modificar, nessas condições, a forma com que os gatos analisados responderam

(44)

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Xitco M. J., Gory, J. D., & Kuczaj, S. A. (2001). Spontaneous pointing by bottlenose dolphins

(50)

ANEXO 1

Questionário:

1) Quantos animais há em casa e de que espécie?

2) Qual a idade do gato, raça, sexo e nome?

3) Desde que idade o animal foi adquirido?

4) Ele tem todas as patas sem nenhuma deficiência?

5) Apresenta visão perfeita?

6) O animal sai de casa por algum motivo?

7) O animal interage com algum outro?

8) Quantas refeições ele faz por dia, que tipo de alimento costuma comer e qual o alimento

preferido?

9) Ele aceita com facilidade estranhos em casa?

10) Seu animal é castrado? Se sim, com que idade foi feita a castração?

11) Caso seu animal seja uma fêmea ela já teve filhotes? Quantas vezes já esteve grávida?

(51)

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