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DECISÃO EM RECURSO RECURSO : RAZÕES DO RECURSO: ILUSTRÍSSIMO PREGOEIRO. Ref.: Pregão Eletrônico nº

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DECISÃO EM RECURSO

PROCESSO: 2465/2019

PREGÃO ELETRÔNICO Nº 29/2020

RECORRIDA: ENERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA

RECORRENTE: NORTE PROTEÇÃO LTDA - ME

O Pregoeiro infra-assinado designado pela Resolução CDP nº 411/2019, de

20/11/2019, responsável pelo Pregão Eletrônico nº 29/2020 que tem como objeto a

CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA DO SISTEMA DE COMBATE A

INCÊNDIO DAS UNIDADES PORTUÁRIAS DA COMPANHIA DOCAS DO PARÁ, DE

ACORDO COM O EDITAL E SEU TERMO DE REFERÊNCIA.

Trata-se de RECURSO ADMINISTRATIVO recebido tempestivamente, interposto pela

empresa

NORTE PROTEÇÃO LTDA - ME, contra a aceitação da proposta e habilitação da

empresa ENERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA, com fundamento no Art. 5º,

XXXIV, “a” e LV da CRFB/88 c/c Art. 4, XVIII da Lei nº. 10.520/02 sob os fundamentos

adiante relatados:

RECURSO :

RAZÕES DO RECURSO: ILUSTRÍSSIMO PREGOEIRO Ref.: Pregão Eletrônico nº 292020

NORTE PROTEÇÃO LTDA - ME, inscrita no CNPJ/MF sob o nº17.946.404/0001-75, com sede a Rodovia Augusto Montenegro, Conj. Orlando Lobato, Rua Netuno nº.113, Quadra A, bairro Parque Verde, CEP: 66.635-460, por meio do seu representante legal SÉRGIO RONALDO DA SILVA COSTA, portador do RG nº 2074-770-CBM/PA e do CPF/MF nº 367.772.932-72, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, interpor o presente RECURSO ADMINISTRATIVO contra a decisão que habilitou e aceitou a proposta apresentada pela licitante ENERFIX MANUTENCAO E INSTALACAO LTDA, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I. CONTEXTUALIZAÇÃO

No edital 292020, lançou licitação pública, na modalidade PREGÃO ELETRÔNICO, tipo MENOR PREÇO, no regime de execução indireta EMPREITADA POR PREÇO GLOBAL, para a “Contratação de empresa especializada para prestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva do sistema de combate a incêndio das unidades portuárias da Companhia Docas do Pará, de acordo com o edital e seu termo de referência”.

A licitante é optante do regime tributário Simples Nacional desde o dia 01/01/2020, informação disponível no site da Receita Federal.

(2)

o faturamento da empresa, conforme Anexo IV da Lei complementar 123/2006.

E outro erro identificado é quanto aos encargos sociais, as empresas optantes pelo Simples Nacional não poderão incluir os gastos relativos às contribuições que estão dispensadas de recolhimento, conforme dispõe o art.13§3º da Lei completar 123/2006.

“Item 9.3.2.5 - prever, nos editais de licitação, a exigência para que as empresas licitantes optantes pelo Simples Nacional apresentem os percentuais de ISS, PIS e COFINS discriminados na composição do BDI que sejam compatíveis com as alíquotas a que a empresa está obrigada a recolher, previstas no Anexo IV da Lei Complementar n. 123/2006, bem como que a composição de encargos sociais não inclua os gastos relativos às contribuições que essas empresas estão dispensadas de recolhimento (Sesi, Senai, Sebrae etc.), conforme dispões o art. 13, § 3º, da referida Lei Complementar;”

Para completar, a licitante não utilizou a alíquota de ISS, uma vez que a Lei 7.056/1977, Lei 8.293/2003, Lei 8.604/2007 e Lei 8717/20199 discorre a cerca da base de cálculo do imposto: “ART 33 - A base de calculo do imposto é o preço do serviço (Redação dada pela Lei 8.293 de 30 de dezembro de 2003). (Vide artigos 3º e 7º da Lei 8.604 de 01 de outubro de 2007, e o art 1º da Lei 8.717 de 12 de outubro de 2009)

§1º - O Valor do serviço para efeito de apuração da base de cálculo será obtido:

I – Pela receita bruta mensal do contribuinte quando se tratar de prestação de serviço em caráter permanente;

II – Pelo cobrado quando se tratar de prestação de serviço de caráter eventual, seja descontinua ou isolada

II. DO DIREITO

A licitante ENERFIX MANUTENCAO E INSTALACAO LTDA, descumpriu as leis infraconstitucionais, Lei 8666/93, LC 123/2006, portanto, devem ser desclassificadas. A Lei nº 8.666/93, em seu art. 3°, também preconiza a observância do princípio da vinculação aos termos do edital:

"Art. 3º - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade,

da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos." III. REQUERIMENTO

Ante o exposto, requer o acolhimento do presente recurso, reconhecendo-se que a ENERFIX MANUTENCAO E INSTALACAO LTDA descumpriu os requisitos estabelecidos na legislação pertinente do Pregão Eletrônico nº 29/2020, tornando-se imperiosa a sua exclusão do certame. Pede deferimento.

Belém (Pa), 29 de Julho de 2020. NORTE PROTEÇÃO LTDA-ME

CONTRA-RAZÕES

SENHOR ILUSTRISSIMO PREGOEIRO DA COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DO PARÁ – CDP Ref.: Pregão Eletrônico n° 29/2020

(3)

A ENERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA, cadastrada sob o CNPJ n° 28.319.607/0001-58, neste ato representada por seu sócio Administrador, vem apresentar, como de fato apresenta, as

CONTRA-RAZÕES

em face dos recursos interpostos pelas empresas POLO ENGENHARIA.COM LTDA, inscrita no CNPJ nº 03.202.674/0001-67 e NORTE PROTEÇÃO LTDA , inscrita no CNPJ nº 17.946.404/0001-75, na tentativa de impugnar a decisão que classificou, habilitou e declarou a empresa ENERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA como vencedora deste certame, seguindo, para tanto, os argumentos infra lançados.

Preliminarmente

Necessário consignar que o recurso apresentado pela recorrente POLO ENGENHARIA.COM LTDA sequer deveria ser recebido, no sentido do que consolidou o Acórdão 339/2010 – Plenário, de conhecimento deste Pregoeiro e da equipe de Apoio.

Isto porque, ausente pelo menos um dos PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL, quais sejam, sucumbência, tempestividade, legitimidade, interesse e motivação, prejudicado é o Recurso. Seu prosseguimento deverá ser obstaculizado pelo julgador.

O Motivo da intenção, conforme ata do Pregão, ao apresentar as intenções recursais, foi:

“Motivo Intenção: MANIFESTAMOS INTENÇÃO DE RECURSO, A EMPRESA ARREMATANTE DESCUMPRIU O EDITAL COMO SERÁ DEMONSTRADO NA PEÇA RECURSAL”

Ausente, como se nota, por completo, o requisito da motivação. Neste sentido são os ensinamentos de Marçal Justen Filho:

“Lembre-se que A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO TEM DE SER MOTIVADA, O QUE EXCLUI IMPUGNAÇÕES GENÉRICAS. Ressalva-se, quanto a isso, o problema da nulidade absoluta, o que se voltará adiante. O recorrente disporá de três dias para formalizar a complementação das razões recursais. NESSE SENTIDO DE COMPLEMENTARIEDADE, ADUZ VERA MONTEIRO QUE “DEVE HAVER UMA VINCULAÇÃO ENTRE AQUILO QUE O LICITANTE INDICOU COMO SENDO SEU DESCONTENTAMENTO COM O PREGÃO AO FINAL DA SESSÃO E SUAS RAZÕES RECURSAIS. SOMENTE OS RECURSOS QUE OBSERVAREM ESTA REGRA É QUE PODEM SER CONHECIDOS PELA ADMINISTRAÇÃO.” (grifei)

De maneira que, na intenção recursal devem ser considerados todos os pressupostos de admissibilidade. Nesta intenção, como se sabe, não se exige uma análise exauriente do ponto atacado, que deverá ser feita ao tempo das razões. Mas, todavia, conforme assentado na doutrina e no TCU, espera-se uma manifestação que atenda às exigências mínimas de prosseguimento.

Assim, o TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, no Acórdão 214/2017 – Plenário, trouxe o seguinte enunciado: “Para que o recurso seja conhecido, todos os requisitos de admissibilidade devem estar preenchidos cumulativamente. A ausência de qualquer um deles obsta o processamento do recurso.”.

Veja, que a motivação ali colocada poderia ter sido verificada pelo Pregoeiro em simples diligência. Motivação requer mais do que ilação. Há de se apurar, inclusive, se a empresa não quis tumultuar ou procrastinar o feito tão relevante para a Administração Pública.

Não há, portanto, que se conhecer do recurso interposto pela empresa POLO ENGENHARIA.COM LTDA, uma vez que ausente a motivação da intenção recursal, conforme determina o art. 4º da Lei 10520/2002, deverá ser observado por este Pregoeiro.

Diferente da motivação da segunda recorrente.

Assim, fica desde já pugnado o indeferimento do recurso apresentado pela recorrente POLO ENGENHARIA.COM LTDA.

(4)

No entanto, apenas por amor ao debate e para conferir segurança ao Certame e a este douto Pregoeiro, apresentamos nossas contrarrazões.

DO MÉRITO

A empresa recorrente, POLO ENGENHARIA.COM LTDA, traz suas razões recursais, requerendo ao fim: “Ante o ora exposto, requer:

1) O julgamento totalmente procedente de todos os argumentos aqui elencados como forma de justiça e respeito aos princípios de direito material aplicava à matéria;

2) Declaração de ELIMINAÇÃO SUMÁRIA e consequente INABILITAÇÃO da empresa RECORRIDA, em face da violação à Lei Federal e as disposições editalícias, gerando latente violação ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, visto que não comprova documentos solicitados pelo edital, afim de dispor de sua habilitação auferindo latente descumprimento ao edital;

3) Por fim, que a ilustre comissão de licitação reforme sua decisão de habilitar a empresa RECORRIDA declarando-a inabilitada, dando, na oportunidade, prosseguimento a convocação das empresas subsequentes que foram habilitadas;”

E, a empresa NORTE PROTEÇÃO LTDA,traz:

“Ante o exposto, requer o acolhimento do presente recurso, reconhecendo-se que a ENERFIX MANUTENCAO E INSTALACAO LTDA descumpriu os requisitos estabelecidos na legislação pertinente do Pregão Eletrônico nº 29/2020, tornando-se imperiosa a sua exclusão do certame.

Pede deferimento.”

Inconformadas com a classificação e habilitação desta recorrida, se socorrem de manejarem recursos manifestamente protelatórios a fim de tentar terem oportunizadas suas possíveis habilitações.

Há de se ressaltar que tal manejo poderia atrair responsabilidade ao Pregoeiro ou Autoridade deste órgão, por clara ausência de motivos para recusar a proposta ou inabilitar a recorrida.

Deixam, as recorrentes, de considerarem o custo de um procedimento licitatório e as horas depreendidas pelos servidores públicos na condução do processo. Apegadas a um formalismo exacerbado, induzem a uma possível inabilitação. O que não deve ocorrer.

Alegam, de maneira superficial uma possível alteração de planilha que poderia impactar a prestação dos serviços.

Ora, há muito o Tribunal de Contas da União já asseverou que o pregão busca a melhor proposta, a mais vantajosa para a Administração.

De maneira que, quaisquer ajustes de planilha podem ser requisitados a qualquer momento pela Administração, assegurados os limites de preço ali propostos em seu lance.

Desconsideram, as recorrentes, por conseguinte, as fundamentações e o conhecimento técnico deste pregoeiro e da equipe de apoio nas sucessivas etapas deste procedimento.

Assim, a análise do recurso e do processo deve considerar que é inviável se utilizar dos recursos para fins meramente procrastinatórios, e, tal conduta deverá ser tratada considerando o art. 7º da Lei nº 10.520/02 . Oras, douto pregoeiro, a recorrida munida de todas as cautelas, experiente em licitações anteriores, jamais incorreria em erros tão primários e se coloca a disposição deste pregoeiro para elucidação de quaisquer dúvidas e/ou realização de ajustes.

Por tal razão a recorrida teve sua proposta aceita. DAS CONTESTAÇÕES

(5)

Impende destacar que todos os atos praticados no Pregão estão dentro da legalidade e que os ajustes à planilha necessários podem e devem, quando visualizada a necessidade, ser requeridos pela Administração a qualquer tempo.

Assim, o pregoeiro, cônscio de sua atuação, lançou mão do contido na Instrução Normativa n 5/2017, item 7.9:

7.9. Erros no preenchimento da planilha não são motivos suficientes para a desclassificação da proposta, quando a planilha puder ser ajustada sem a necessidade de majoração do preço ofertado, e desde que se comprove que este é o bastante para arcar com todos os custos da contratação;

Neste mesmo sentido, o item 13.1 do Edital:

13.1 No julgamento das propostas e da habilitação, o Pregoeiro poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado, registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia para fins de habilitação e classificação.

E, a recorrida tem pleno conhecimento do item 5.15:

5.15 - Não serão admitidas posteriormente, alegações de enganos, erros ou distrações na elaboração das propostas de preços como justificativas de solicitação de quaisquer acréscimos, de reequilíbrio econômico - financeiro do contrato, de indenizações ou ressarcimentos de qualquer natureza.

Sobre o assunto, seguem algumas referências que podem ser úteis do TCU, por exemplo: Acórdão nº 4.621/2009 – Segunda Câmara; Acórdão nº 2.836/2008 – Plenário; Decisão nº 577/2001 – Plenário.

Do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

AMS nº 2007.83.00.012783-3 – Terceira Turma ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. MODALIDADE PREGÃO. SICAF. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA. INEXIGÊNCIA EM FASE HABILITATÓRIA PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 13, DO DECRETO Nº 3.555/2000. PLANILHA MERAMENTE INFORMATIVA. INEXEQUIBILIDADE DA PROPOSTA VENCEDORA. AUSÊNCIA DE PROVA.

1 – Nos termos do edital, a habilitação jurídica, a regularidade fiscal e a qualificação econômico-financeira, seriam comprovadas mediante consulta on line no SICAF, não se exigindo, nessa fase, qualificação técnica. 2 – Eventuais discrepâncias na Planilha de Preços não são suficientes para desclassificar a empresa, pois se trata de peça meramente informativa, já que eventuais diferenças podem ser absorvidas na composição final da proposta de preços global.

3 – Não trouxe a parte impetrante provas quanto a inexequibilidade da proposta vencedora. 4 – Apelação improvida.

Assim, as alegações das recorrentes visando desconstituir eventuais erros de planilha, não comportam a desclassificação da recorrida, como acertadamente se deu no Pregão em comento.

Ademais, vale salientar, que a análise exauriente deste pregoeiro, percebeu que as tributações ali acostadas replicam a planilha que acompanhava o instrumento convocatório, não havendo que se falar em má fé ou ardil que desaguem na desclassificação, uma vez que, vale salientar, a proposta mais vantajosa foi conseguida pela Administração.

Não seria plausível abrir mão da proposta economicamente mais vantajosa a fim de comportar ilações de alegação com cunho meramente formalista não respaldadas pelo TCU ou pelo Poder Judiciário;

Ainda, os equívocos citados não são substanciais, não alterariam o teor da proposta, nem tampouco o seu valor global, motivo pelo qual, sem razão afirmar-se que sua correção não é possível.

No mesmo sentido, colhem-se decisões do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e Tribunal de Justiça de Santa Catarina:

(6)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PLANILHA DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇO. CORREÇÃO DE IRREGULARIDADE. VALOR DA PROPOSTA NÃO ATINGIDO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PRINCÍPIO DO FORMALISMO MODERADO. - O deferimento de medida liminar em mandado de segurança exige a presença dos requisitos do inciso III do art. 7º da Lei nº 12.016 /2009, com as ressalvas do § 2º. - O equívoco constante da planilha de custos e formação de preço não interferiu na proposta, nem causou prejuízo à administração ou aos demais licitantes. - Observância do princípio do formalismo moderado, considerando a inexistência de irregularidade que macule as condições de habilitação da impetrante. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO, DE PLANO.” TJRS. Agravo de Instrumento Nº 70062996012, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini, Julgado em 12/12/2014. Data de publicação: 17/12/2014.

E, ainda:

“Agravo de Instrumento. Mandado de Segurança. Licitação. Pregão Presencial. Fornecimento de mão de obra capacitada para prestação de serviços de jardinagem. Empresa inicialmente desclassificada do certame, mas que comprovou por intermédio de recurso administrativo o cumprimento das disposições editalícias. Apresentação de planilha de custos de despesas médico-hospitalares em local diverso do estabelecido. Reavaliação da proposta apresentada. Possibilidade. Ausência de majoração do preço global apresentado. Manutenção da decisão interlocutória proferida no primeiro grau.

“Não é cabível excluir propostas vantajosas ou potencialmente satisfatórias apenas por apresentarem defeitos irrelevantes ou porque o 'princípio da isonomia' imporia tratamento de extremo rigor. A isonomia não obriga adoção de formalismo irracional (Marçal Justen Filho). “Não se pode perder de vista que a finalidade precípua da licitação é a escolha da contratação mais vantajosa para a Administração Pública e, para atingi-la, não pode o administrador ater-se à rigorismos formais exacerbados, a ponto de afastar possíveis interessados do certame, o que limitaria a competição e, por conseguinte, reduziria as oportunidades de escolha para a contratação”. TJSC. Processo nº 0018382-42.2016.8.24.0000 (Acórdão) Des. Sérgio Roberto Baasch Luz. Julgado em 22/11/2016.

Importa mencionar, ainda, que o Tribunal de Contas da União entende que a planilha de preços é necessária para análise, pelo Administrador Público, da exequibilidade dos valores cotados nas propostas apresentadas em um certame licitatório, de forma a avaliar se o valor global ofertado será suficiente para a cobertura de todos os custos da execução contratual, senão vejamos:

“[...] 52. Inicialmente, cabe esclarecer que alguns dos elementos integrantes da planilha de custos são variáveis, e dependem da característica e estrutura de custos de cada organização. Outros são decorrentes de lei ou acordos coletivos, sendo responsabilidade da licitante informá-los corretamente. Caso a planilha apresentada pelo licitante esteja dissonante do previsto em lei, e ainda assim, for considerada exeqüível e aceita pela Administração, caberá ao licitante suportar o ônus do seu erro.” Acórdão TCU nº 963/2004 – Plenário.

"[...] O TCU, concordando com o entendimento do órgão, destacou que eventual erro na planilha teria de ser assumido pelo licitante. Segue o trecho do relatório da Decisão 577/2001 - Plenário, integralmente acatado no voto, que a representante expôs em suas alegações (fls. 11/13): [...] „b) o mecanismo de convalidação previsto no edital é, a nosso ver, admissível. “Não há modificação dos valores globais da proposta, sempre respeitados, em qualquer hipótese. Ocorre que esse valor vem acompanhado de sua memória de cálculo, ou seja, da planilha demonstrativa dos componentes do custo, entre os quais alguns que decorrem de lei e de acordos coletivos. “Evidentemente espera-se não haver diferenças entre a informação posta na planilha e aquela exigida pela lei ou pelo acordo. Mas, e se houver? Só há duas alternativas, cuja validade cabe discutir: “1ª) acata-se a proposta, mas o proponente tem que suportar o ônus do seu erro (que resulta em uma oferta menos competitiva, se o valor informado for maior que o exigido, ou em uma redução da margem de lucro inicialmente esperada, na situação inversa); ou

”2ª) desclassifica-se a proposta sumariamente, o que não deixa de ser uma medida drástica, se considerarmos que a licitação não é um fim em si mesma, mas meio para a Administração selecionar a oferta que lhe for mais vantajosa, dentro dos limites de atuação estabelecidos pelo legislador. Dentre essas alternativas, a [...] optou pela primeira: mantém a proposta, se verificar que, mesmo com a diminuição do lucro, a oferta ainda é exeqüível.

(7)

“1º) o proponente continuará sujeito a cumprir a lei e os acordos firmados; sua declaração contida na planilha não tem a faculdade de afastar a incidência dessas obrigações; 2º) os valores globais propostos não poderão ser modificados; a proposta obriga o proponente, a quem cabe assumir as consequências de seus atos; e 3º) o procedimento previsto não fere a isonomia entre os licitantes [...]”Acórdão TCU nº 1.791/2006 – Plenário. Assim, tendo em vista o caráter acessório das planilhas orçamentárias, harmonizando-se os princípios do julgamento objetivo e do princípio da vinculação ao instrumento convocatório com a busca pela proposta mais vantajosa e a necessidade de utilização do formalismo moderado, entende-se possível a correção de eventuais erros formais e materiais de fácil constatação nas planilhas de custos, em todas as modalidades de licitação, desde que não haja alteração do valor global da proposta e essa se mantenha exequível.

Ademais, corroborando o entendimento acima exposto, tem-se que as normas que regem o processo licitatório devem(rão) sempre interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os participantes, desde que não comprometam o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da contratação.

Quanto à alegação de ausência de experiência, ou mesmo de incompatibilidade do CNAE, tais alegações, sem demonstração probatória, merecem ser rechaçadas de pronto, bastando uma busca no sítio eletrônico google para se verificar a expertise da recorrida não somente em certames de serviços, mas em certames muito mais complexos que o certame em tela.

Não há razão jurídica ou administrativa para conferir-se arbitrariamente tamanha proeminência à formalidade da anotação cadastral do CNAE, mais até que ao conjunto de fatores que indicam a aptidão da recorrida a participar da competição e a oferecer propostas que aumentariam a sua competitividade.

Assim, tal alegação serve meramente como uma insatisfação recalcitrante da recorrente. Sobre estes outros pontos o Professor Jacoby encerra o assunto alinhando-se ao entendimento deste nobre pregoeiro em https://jacobyfernandesreolon.adv.br/noticias/cnae-como-hipotese-de-restricao-em-licitacoes-publicas/. DOS PEDIDOS

A ENERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA, ora recorrida, apresentou a melhor proposta e, portanto deve ser mantida a decisão do pregoeiro de sagrá-la vencedora.

Diante de todo o exposto, requer seja acolhida a preliminar arguida para não conhecer do recurso, tendo em vista que os motivos não podem ser confundidos com caprichos e minúcias não relevantes, ofendendo a presença necessária dos pressupostos recursais.

E, na eventualidade de ultrapassada a preliminar, o que não se espera que aconteça, quanto ao mérito, melhor sorte não assiste às recorrentes, pugnando assim, pela improcedência dos recursos, tendo em vista os fundamentos de fato e direito acima expostos, e, principalmente a economicidade e a vantajosidade da proposta ofertada, podendo a planilha ser ajustada se essa administração identificar tal necessidade.

Por fim, em caso de dúvida jurídica relevante, pugna seja elaborado Parecer Jurídico por este órgão. Nestes termos, Pede Deferimento.

Em, 03/08/2020

ENERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA CNPJ nº 28.319.607/0001-58

Rep. Legal – Thiago Rossi A. do E. Santo CPF 968.959.261-00 - CREA 1003289681-D GO

(8)

I. DA SESSÃO PÚBLICA

Ficou evidenciada que a ampliação à disputa foi garantida com a participação de

10 (dez) empresas no pregão em comento conforme consignado na ata do referido

pregão as fls. 676/684 dos autos, obedecendo todo rito procedimental que cabe ao

certame, com a convocação de anexos (proposta e documentos de habilitação) via

sistema Comprasnet, garantindo-se a publicidade e a transparência devida, cuja

documentação da vencedora foi analisada e encontra-se a disposição dos interessados

no sitio do comprasnet.

II. ANÁLISE DA ÁREA TÉCNICA DA CDP REFERENTE AO RECURSO INTERPOSTO

PELA NORTE PROTEÇÃO CONTRA A HABILITAÇÃO E A ACEITAÇÃO DA PROPOSTA

DA EMPRESA ENERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA

1. Os recursos apresentados pelas empresas licitantes NORTE PROTEÇÃO LTDA-ME

e POLO COMÉRCIO REFRIGERAÇÃO E REPRESENTAÇÃO LTDA-ME contra a

empresa ENGERFIX MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA-ME (habilitada no

certame), foram devidamente analisados em relação aos questionamentos

apontados;

2. Sobre os itens mencionados no recurso da empresa NORTE PROTEÇÃO,

entende-se que, em teentende-se, é possível sim que uma empresa optante do Simples Nacional possa

recolher o ISS com alíquotas variáveis entre 2 a 5%. O que vai definir essa variação

será o tipo de atividade e o faturamento da empresa, conforme determina o art. 18 da

Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Portanto, uma empresa

inserida na FAIXA II ou na FAIXA III, vai recolher de 3,58% a 4,38% de ISS e a

empresa ENERFIX simplesmente apresentou alíquota idêntica àquela utilizada

pela CDP, ou seja, a empresa ENERFIX deveria ter observado a legislação no

enquadramento do ISS para microempresa;

II. DA DECISÃO

Levando-se em consideração que independentemente de qualquer alteração posterior,

durante a sessão do certame a empresa inicialmente classificada, na forma estabelecida na

Lei Complementar nº 123/06 descumpriu o edital, não cabendo à juntada de documentos

posteriores a sessão do encerramento do pregão, o que configuraria agressão ao Principio

Constitucional da Isonomia, visto que o critério de habilitação técnica estava previamente

determinado no edital.

(9)

Presentes os pressupostos de admissibilidade e tempestividade previstos no art. 4º, XVIII,

da Lei 10.520/2002, decido acolher o recurso sob exame, julgando-o totalmente

PROCEDENTE, pelas suas próprias razões, por conseguinte, revendo seus atos Súmula

473 do STF, pelo que será efetuada a reabertura do certame com retorno à fase de

JULGAMENTO das propostas para INABILITAÇÃO da empresa ENERFIX MANUTENÇÃO

E INSTALAÇÃO LTDA e convocação dos anexos da próxima licitante classificada no

certame, ratificando que os autos do processo será enviado a autoridade competente para

ratificação da decisão do pregoeiro.

Para conhecimento de todos os interessados, homenageando, destarte, o princípio

constitucional da publicidade (CF, art. 37, caput), esta decisão será publicada no sitio da

CDP.

Em respeito ao comando contido no art.17, VII, do Decreto nº 10.024/2019, mantida minha

decisão, encaminho à autoridade superior para deliberação.

Belém 05 de agosto de 2020

Cláudio Ribeiro do Nascimento

Pregoeiro

CLAUDIO RIBEIRO DO NASCIMENTO:51120330700

Assinado de forma digital por CLAUDIO RIBEIRO DO NASCIMENTO:51120330700 Dados: 2020.08.05 14:05:57 -03'00'

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