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Quatro ratos à sombra da Esfinge

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Academic year: 2021

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Q

uatro

ratos

à

sombra

da

E

sfingE

Na cápsula do Ratonautilus, o Professor Volt digitou no painel o destino: Gizé, 16 de julho 1280 a.C. Depois pressionou o botão da partida, anunciando: − Dentro de sessenta segundos, estaremos no Egito! A cápsula começou a vibrar e encheu-se de uma nuvenzinha azul… Meti os tampões nos ouvidos, cerrei os dentes e fechei os olhos. Banggggggg!

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Quatroratos àsombrada EsfingE

Finalmente o Ratonautilus parou.

Apurei o ouvido, mas não ouvi ruído algum. Muito, muuuito lentamente, abrimos a escotilha... À nossa volta, estendia-se o deserto egípcio. O sol que surgia no horizonte tingia as pirâmides e a Esfinge com uma

to

na

li

da

de r

ós

ea

.

Pasmado, o Benjamim exclamou: − Reparem, as pirâmides são brancas e têm a ponta dourada! E a Esfinge? Está toda pintada às

c

o

r

e

s

!

Tomei nota no meu diário: «1280 a.C., às 5 e 47,

estamos em Gizé, no deserto egípcio».

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Assim se compunha a sociedade egípcia.

Mercadores, artesãos, camponeses, pescadores, operários e pastores Escribas

Guerreiros

Sacerdotes e funcionários estatais Faraó O fa raó tinha pod er a bsol uto e er a co nsid erad o fil ho d o de us S ol. Usa va d ua s c oroa s, um a b ra nc a e o utr a v erm elh a, sím bolo s d o A lto e do B aix o E gito.

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O professor remexeu no bolso e tirou de lá umas roupinhas minúsculas: − Aqui têm o que vamos ves-tir no Egito! Submeti este vestuário a um tratamen-to especial de miniaturização. Agora faço-as voltar ao tamanho normal.

Tirou um frasquinho do bolso do colete e, com um conta-gotas deitou uma gota de líquido

... e num instante a roupa aumentou, trans-formando-se num fato de linho plissado e ainda numa cabeleira. O Volt entregou-o à Tea e depois ofereceu-lhe uma caixinha de madeira dourada. A Tea abriu-a, encantada. Continha preciosas essên-cias perfumadas e frasquinhos de alabastro cheios de produtos para a maquilhagem.

Depois de nos termos vestido, a Tea maquilhou-nos os olhos.

Agora parecíamos mesmo ANTIGOS EGÍPCIOS! Reparei que o Esparrela meteu no bornal um mis-terioso saquinho de

seda preta.

O que teria lá dentro?

De repente, o professor bateu com a pata na testa. 13

Quatroratos àsombrada EsfingE

U sa va d ua s c oroa s, um a b ra nc a e o utr a v erm elh a, sím bolo s d o A lto e do B aix o E gito.

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− Estava a esquecer-me de uma coisa importantíssima! Tirou do bolsinho um mi-núsculo auricular.

− Isto é um

um tradutor especial inven-tado por mim. Traduz instan-taneamente tudo o que ouvi-mos e tudo o que dizeouvi-mos! O Esparrela enfiou o Ratolink num ouvido e rabujou logo: − Argr, não funciona! Não oiço nada!

O Volt suspirou: − É que meiro tens de o ligar!

MAQUILHAGEM

Os egípcios maquilhavam os olhos (com uma mistura de chumbo, prata e azeite) por motivos estéticos, mas também para se protegerem do sol e das infeções. Muitas vezes colocavam na cabeça um cone de cera que se derretia lentamente, libertando um intenso perfume.

Davam importância à higiene e lavavam-se com muita frequência.

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O Esparrela ligou o ratolink: − Umdoistrês-experiênciaaaaa! Gerooooonimo! Ouves-me? Hã? Estás a ouviiiiiiiiiiiir?

A Tea murmurou: − Escutem… Ouvi um canto ao longe.

Era um grupo de operários que se dirigiam para o trabalho. Pasmado, murmurei: − Incrível! Consigo perceber o egípcio antigo!

O Benjamim perguntou: − O que é Maat, professor? − Maat é a Ordem Divina. Segundo os antigos egípcios, tudo no mundo segue a lei da ordem

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Quatroratos àsombrada EsfingE

Longo sErá o nosso dia

E fatigantEonossotrabaLho

assim o QuEr Maat.

masimEnsoé o

nossoorguLho,

porQuE construímos um tEmpLoa rá

o SEnhordo soL,

aQuELE QuEaLimEnta

atErra dE Luz…

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Quatroratos àsombrada EsfingE

universal e da harmonia. Por sua vez, Amun é o deus do Sol, que os egípcios adoravam também sob outros nomes: Aton, Atun, Rá.

Escondemos o Ratonautilus numa cova na areia, cobrindo-o com folhas de palmeira, e depois deitá-mo-nos ao trabalho.

A Tea tirou fotografias e eu tomei apontamentos. O professor colheu amostras de areia e meteu-as em envelopes transparentes, ajudado pelo Benjamim. Entretanto o Esparrela, estendidoÀ SOMBRA DA ESFINGE dormia uma soneca.

Uma hora depois tínhamos acabado.

– Onde é que se toma o pequeno-almoço? Eu cá sem uma bica de manhã não consigo funcionar!

De repente ouvimos um ruído. Calados como ratos, corremos a esconder-nos atrás da grande

pirâmide de Quéops. O meu primo e s p r e guiçou-se.

...

a

gr

an

de

p

irâ

m

ide

de

Qué

ops

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Nut, o Céu Rá, deus Sol Hathor Geb, a Terra

Néftis Atun, o Criador Chu Téfnut

Khnum Anúbis,

deus chacal deusa leoa Sekhemet,

Sobek, deus crocodilo Khepri Tot, deus íbis Set Bastet, deusa gato

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VIDA NO ANTIGO EGITO A civilização egípcia surge no IV milénio a.C.

Em 3000 a.C., o lendário rei Menés unificou as tribos e iniciou a primeira das trinta dinastias egípcias. Esta civilização criou uma das primeiras for

-mas de escrita e concebeu um calendário

aperfeiçoado. A escultura, a poesia, a arquitetura, a matemática, a geometria e

a medicina atingiram níveis

excelentes. Mas por que

razão uma civilização tão evoluída teve origem no Egito?

Este território é atravessado

pelo Nilo, um rio com inundações

periódicas que deixam no solo uma camada preciosa de limo, o qual torna os terrenos altamente férteis com colheitas muito ricas. A criação de sistemas de irrigação trouxe aos antigos egípcios prosperidade económica, o que levou ao desenvolvimento das ciên-cias e das artes.

Fio de prumo dos engenheiros egípcios. Após cada inundação traçava-se de novo os limites dos campos.

O shaduf era um sistema

para irrigar os campos.

HINO A OSÍRIS

GLÓRIA A TI, OSÍRIS, SENHOR DA ETERNIDADE. POR TI CORREM AS ÁGUAS,

POR TI SOPRAM OS VENTOS DA NOITE. OS CÉUS E AS ESTRELAS OBEDECEM-TE. POR TI SE ABREM OS ETERNOS PORTÕES… AS SEMPRE JOVENS ESTRELAS

PERANTE TI SE INCLINAM E A TUA MORADA SÃO ASTROS QUE NUNCA REPOUSAM.

EM TODAS AS TERRAS ÉS TEMIDO. OS POVOS EXALTAM

O TEU NOME ACIMA DE TUDO O MAIS!

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O Nilo é o rio mais comprido da Terra (6 671km, incluindo também o seu primeiro troço, o Nilo Kagera). Desagua no Mediterrâneo, em delta de 23 000 km2. As estações do Nilo eram três: Akhet (a inundação);

Peret (a estação da germinação); Shemu (o tempo da colheita). Segundo o historiador Heródoto,

«O Egito é uma dádiva do Nilo».

Gizé Mar Vermelho Sinai Mênfis Sakkara Abidos Carnaque Lúxor Tebas Il Cairo Alexandria Roseta Coptos Hermópolis Tebtunis Alto Egito Baixo Egito Assiut Antinópolis Tell el-Amarna Kau el Kebir Akhmim Dandara Suez Saís Kom Ombo Elefantina Assuão R io N ilo Mar Mediterrâneo Damieta

MAPA

DO EGITO

ANTIGO

Referências

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