Paulo César Hartung Gomes
Governador do Estado do Espírito Santo
César Roberto Colnaghi
Vice-Governador do Estado do Espírito Santo
Haroldo Corrêa Rocha
Secretário de Estado da Educação
Eduardo Malini
Subsecretário de Estado de Administração e Finanças
SUBGERÊNCIA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Fabíola Mota Sodré (Subgerente)
Claudia Lopes de Vargas
Denise Moraes e Silva
Gloriete Carnielli
Kátia Regina Franco
SUBGERÊNCIA DE ESTATÍSTICA EDUCACIONAL
Denise Pereira da Silva (Subgerente)
Andressa Mara Malagutti Assis (Estatística)
Elzimar Sobral Scaramussa
Marcelo Bragatto Dal Piaz (Estatístico)
Regina Helena Schaff eln Ximenes
Tatiana Leão Leite Tostes
Paulo César Hartung Gomes
Governador do Estado do Espírito Santo
César Roberto Colnaghi
Vice-Governador do Estado do Espírito Santo
Haroldo Corrêa Rocha
Secretário de Estado da Educação
Eduardo Malini
Subsecretário de Estado de Administração e Finanças
SUBGERÊNCIA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Fabíola Mota Sodré (Subgerente)
Claudia Lopes de Vargas
Denise Moraes e Silva
Gloriete Carnielli
Kátia Regina Franco
SUBGERÊNCIA DE ESTATÍSTICA EDUCACIONAL
Denise Pereira da Silva (Subgerente)
Andressa Mara Malagutti Assis (Estatística)
Elzimar Sobral Scaramussa
Marcelo Bragatto Dal Piaz (Estatístico)
Regina Helena Schaff eln Ximenes
Tatiana Leão Leite Tostes
Colega
EDUCADOR,
Neste novo início, temos a certeza de que as importantes conquistas que tanto
almejamos, seja da qualidade, seja da equidade, somente serão atingidas a
partir da utilização de ferramentas diagnósticas robustas e consistentes, como é
o PAEBES.
E mais, temos ainda a forte certeza de que, ao instituirmos o PAEBES
ininterruptamente a partir de 2009, demos um importante e irreversível passo
em benefício do ensino.
Apresentamos os resultados do PAEBES Alfa e do PAEBES, cuja aplicação da
avaliação ocorreu em outubro de 2014, com a participação dos alunos do Ensino
Fundamental (1º, 2º, 3º, 5º anos e 8ª série/9º ano) e também do Ensino Médio (3ª
série) de toda a rede estadual, de 76 redes municipais e de 49 escolas particulares
que aderiram ao Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo.
Eles apontam a eficiência e a qualidade do trabalho desenvolvido em cada unidade
escolar e devem ser aproveitados nas diversas instâncias do sistema de ensino. O
objetivo é auxiliar cada profissional que está envolvido na educação, colaborando
com o esforço diário de fazer com que os alunos dominem os conhecimentos
necessários ao seu desenvolvimento como cidadãos plenamente reconhecidos e
conscientes de seu papel em nossa sociedade, ajustando e adequando as práticas
docentes à sua realidade e traçando políticas públicas que promovam a melhoria
da qualidade da Educação Básica do Espírito Santo.
Este material deve funcionar como apoio e suporte pedagógico do planejamento
das aulas, da elaboração de projetos educativos voltados para a realidade escolar
e da reflexão sobre a prática educativa.
Estamos fazendo o nosso melhor em prol da qualidade da educação pública do
Estado do Espírito Santo, cientes do seu papel central na garantia da igualdade de
oportunidades para todos.
Forte abraço.
Haroldo Corrêa Rocha
11
1. AVALIAÇÃO
E METAS
EDUCACIONAIS
18
2. ESTUDO DE
CASO
SUMÁRIO
23
3. SUCESSO
ESCOLAR E
EXPECTATIVAS
26
4. PADRÕES DE
DESEMPENHO
28
5. OS RESULTADOS
DA AVALIAÇÃO
Conheça mais sobre a avaliação em larga escala e sobre
PAEBES ALFA . Na Revista do Sistema de Avaliação da Rede
Estadual, você encontra dados gerais sobre o projeto e os
resultados de desempenho e participação do estado. Boa
leitura!
Os sistemas de avaliação educacional são
responsá-veis pela produção de dados que podem ser utilizados
de maneira singular por gestores e educadores das
re-des de ensino. É possível considerar que as avaliações
características desses sistemas apresentam resultados
que, dentre outros aspectos, servem de orientação
para a política educacional, pois indicam o
desempe-nho alcançado pelos estudantes, permitem definir
es-tratégias de formação continuada, norteiam a alocação
de recursos, podem ser utilizados como componente
da política de avaliação docente e possibilitam a
certificação de estudantes e escolas.
Em meio a tantas possibilidades de
uso dos dados dessas avaliações,
podemos relacionar e,
principal-mente, comparar os resultados
alcançados nos testes com os
resultados desejados pelas
re-des, levando em consideração
o panorama socioeconômico
do grupo de estudantes e a
qua-lidade educacional satisfatória de
formação dos indivíduos em uma
sociedade. Atualmente, temos o
co-nhecimento desses resultados por meio
dos sistemas de avaliação nacional e dos
siste-mas próprios de avaliação, conduzidos pelas redes de
ensino. os quais permitem observar a relação entre o
perfil dos estudantes, por meio dos questionários
con-textuais, e o seu desenvolvimento cognitivo nos testes
de desempenho, bem como o desenvolvimento das
habilidades e das competências dessa população.
Esses resultados, entretanto, ainda não refletem o
ce-nário educacional esperado pelo Estado e, com base
nos dados de cada edição desses sistemas, são
de-senvolvidas e aplicadas políticas públicas em
educa-ção nas diversas instâncias do ensino, representados
pela infraestrutura, formação de professores,
metodo-logias, uso de recursos pedagógicos disponíveis na
escola, entre outros. Recomenda-se que todos esses
elementos tomem como base as diretrizes e as metas
elencadas no Plano Nacional de Educação, aprovado
em junho de 2014.
A busca por uma educação de qualidade é ponto
fundamental nas políticas públicas em
edu-cação, mas sabemos que, no Brasil,
outros aspectos ainda precisam ser
observados. Esses movimentos
consistem no desenvolvimento
de uma sociedade que busca,
dentre suas diretrizes, a
erra-dicação do analfabetismo, a
superação de desigualdades
educacionais, a formação para
o trabalho e para a cidadania,
uma gestão democrática da
edu-cação pública e a valorização dos
profissionais da educação.
Com base nessas e em outras diretrizes, metas
são projetadas, e espera-se que toda a comunidade
escolar esteja ciente da necessidade do seu
cumpri-mento. Em relação às metas nacionais, podemos
men-cionar aquelasreferentes à oportunidade de acesso da
população à escola.
Para o público da Educação Infantil, até 2016, espera-se
a ampliação da oferta de vagas nas creches, de forma
a atender, pelo menos, 50% das crianças de até 3 anos.
A busca por uma educação de qualidade
é um ponto fundamental nas políticas
públicas em educação
No Ensino Fundamental de 9 anos (população de 6 a 14
anos), propõe-se a universalização e a garantia de
con-clusão, até 2024, de pelo menos 95% dos estudantes.
O percentual esperado de matrículas no Ensino Médio,
que abrange a população de 15 a 17 anos, deve ser de,
no mínimo, 85% do total de jovens nessa faixa etária.
Essas vagas também devem ser ofertadas aos
estu-dantes com deficiência, em todas as etapas de
esco-laridade supracitadas. Para eles, devem ser tomadas
medidas de acesso à educação e o atendimento
educacional especializado, garantindo um
sistema educacional inclusivo.
Por fim, para a Educação de
Jo-vens e Adultos (EJA) e Educação
Profissional Técnica de Nível
Médio, também está previsto o
aumento no número de vagas
oferecidas à população. Para
a EJA, busca-se a oferta de,
no mínimo, 25% de matrículas
no Ensino Fundamental e Ensino
Médio Integrado à Educação
Profis-sional e, para a Educação ProfisProfis-sional,
a meta é triplicar o número de matrículas,
assegurando pelo menos 50% da expansão do
segmento público.
Sabemos, entretanto, que o acesso à escola,
embo-ra essencial, não é condição suficiente paembo-ra todos os
propósitos educacionais. Na busca por uma educação
de qualidade e equânime para todos os estudantes, o
trabalho de abertura de vagas e matrículas oferecidas
pelo sistema educacional deve ter um
acompanha-mento em relação ao fluxo escolar, entrada tardia na
escola, evasão e abandono dos estudantes, além do
desempenho alcançado por eles.
Neste aspecto, retomamos a importância dos
siste-mas de avaliação, em relação aos dados extraídos do
Censo Escolar, que permitem observar características
de fluxo, dado por indicadores de frequência às
au-las, abandono da escola, promoção à série seguinte
e conclusão da Educação Básica. Esses documentos
apresentam, hoje, as altas taxas de retenção, de
fal-ta às aulas e de evasão escolar dos educandos e
permitem o estabelecimento de
indicado-res que possibilitam construir um
pano-rama do funcionamento do sistema
educacional, apresentando, por
exemplo, a distorção idade-série.
Esses dados são importantes
para a escola, mas não
repre-sentam os resultados da
qua-lidade de ensino. Para este
propósito, são observados
ou-tros aspectos, como os dados
extraídos da aplicação das
avalia-ções de desempenho, as quais
bus-cam apreender o desenvolvimento de
habilidades e competências adquiridas pelos
estudantes durante seu percurso escolar. Um
resulta-do satisfatório nesses testes, associaresulta-dos ao acesso e
à permanência da população na escola, consiste em
uma formação adequada de todos os membros da
so-ciedade, que adquirem conhecimentos para sua
inser-ção no mercado de trabalho e sua participainser-ção crítica
na comunidade.
Um resultado satisfatório nesses
testes, associados ao acesso e à
permanência da população na escola,
consiste em uma formação adequada de
todos os membros da sociedade
Trajetória
2009
51.059
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF e 2° Ano EF
44.665
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF
43.504
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa e Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
2008
2010
O PAEBES ALFA
Desde o ano de sua criação, em 2000, o Programa de Avaliação da Educação Básica do
Espí-rito Santo – PAEBES Alfa – tem buscado fomentar mudanças na educação oferecida pelo
es-tado, vislumbrando a oferta de um ensino de qualidade. Em 2014, os estudantes das escolas
estaduais, municipais e Escolas Particulares Participantes (EPPs) do estado foram avaliados
nas disciplinas de Língua Portuguesa (Leitura e Escrita) e Matemática. O programa avaliou
estudantes do 1°, 2° e 3° anos do Ensino Fundamental. A seguir, a linha do tempo expõe a
trajetória do PAEBES ALFA, de acordo com os anos, o número de estudantes, as disciplinas e
as etapas de escolaridade avaliadas.
1ª ONDA
2011
2013
38.323
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
36.746
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
34.377
estudantes avaliados: disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
36.328
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
2012
2014
Trajetória
2009
51.059
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF e 2° Ano EF
44.665
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF
43.504
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa e Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
2008
2010
O PAEBES ALFA
Desde o ano de sua criação, em 2000, o Programa de Avaliação da Educação Básica do
Espí-rito Santo – PAEBES Alfa – tem buscado fomentar mudanças na educação oferecida pelo
es-tado, vislumbrando a oferta de um ensino de qualidade. Em 2014, os estudantes das escolas
estaduais, municipais e Escolas Particulares Participantes (EPPs) do estado foram avaliados
nas disciplinas de Língua Portuguesa (Leitura e Escrita) e Matemática. O programa avaliou
estudantes do 1°, 2° e 3° anos do Ensino Fundamental. A seguir, a linha do tempo expõe a
trajetória do PAEBES ALFA, de acordo com os anos, o número de estudantes, as disciplinas e
as etapas de escolaridade avaliadas.
1ª ONDA
2011
2013
38.323
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
36.746
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
34.377
estudantes avaliados: disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
36.328
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF
2012
2014
2009
50.544
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF e 2° Ano EF
2ª ONDA
110.738
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF, 2° Ano EF e
3ª Série/ Ano EF
116.729
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa e Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF, 2°
Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
2008
2010
2011
2013
127.302
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
118.591
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3º Ano EF
113.561
estudantes avaliados: disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
124.868
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
2012
2014
2009
50.544
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF e 2° Ano EF
2ª ONDA
110.738
estudantes avaliados
disciplinas avaliadas: Língua Portuguesa etapas avaliadas: 1° Ano EF, 2° Ano EF e
3ª Série/ Ano EF
116.729
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa e Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF, 2°
Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
2008
2010
2011
2013
127.302
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
118.591
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3º Ano EF
113.561
estudantes avaliados: disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
124.868
estudantes avaliados disciplinas avaliadas: Língua
Portuguesa, Matemática
etapas avaliadas: 1° Ano EF,
2° Ano EF e 3ª Série/ Ano EF
2012
2014
As discussões propiciadas pela avaliação educacional em larga escala, e, mais
especificamente, as relacionadas à apropriação dos resultados dos sistemas
avaliativos, se apresentam, muitas vezes, como desafios para os profissionais
envolvidos com a educação e com a escola. Assim, é necessário, sempre, procurar
mecanismos para facilitar o entendimento dos atores educacionais em relação às
possibilidades de interpretação e uso desses resultados, bem como no que diz
respeito aos obstáculos enfrentados ao longo do processo de apropriação das
informações produzidas no âmbito dos sistemas de avaliação.
Uma maneira de aproximar os resultados das avaliações às atividades cotidianas
dos atores educacionais é apresentar experiências que, na prática, lidaram com
problemas compartilhados por muitos desses atores. Apesar da diversidade
das redes escolares brasileiras, muitos problemas, desafios e sucessos são
experimentados de maneira semelhante por contextos educacionais localizados
em regiões muito distintas. Para compartilhar experiências e conceder densidade
àquilo que se pretende narrar, os estudos de caso têm se apresentado como uma
importante ferramenta na seara educacional.
Por isso, a presente seção é constituída por um estudo de caso destinado à
apresentação de um problema vivido nas redes de ensino do Brasil. Seu objetivo
é dialogar, através de um exemplo, com os atores que lidam com as avaliações
educacionais em larga escala em seu cotidiano. Esse diálogo é estabelecido
através de personagens fictícios, mas que lidaram com problemas reais. Todas as
informações relativas à composição do estudo, como a descrição do contexto, o
diagnóstico do problema e a maneira como ele foi enfrentado, têm como base
pesquisas acadêmicas levadas a cabo por estudantes de pós-graduação.
O fundamento último desse estudo é propiciar ao leitor um mecanismo de
entendimento sobre como lidar com problemas educacionais relacionados à
avaliação, a partir da narrativa de histórias que podem servir como exemplo para
que novos caminhos sejam abertos em sua prática profissional.
ESTUDO DE CASO
Resistência ao novo e mobilização:
a importância da participação
para o planejamento estratégico
de ações para a rede
Ao assumir a rede, Mariano decidiu que não mais
fe-charia os olhos para uma prática que já era realidade
na maior parte do país e acompanhava uma tendência
internacional que visava a garantir a qualidade da
edu-cação pública dos estudantes. As avaliações em larga
escala, realizadas externamente às escolas, seriam
apli-cadas em caráter próprio, quão logo fosse possível.
Em-bora diversos projetos já colocados em prática tivessem
como objetivo alavancar o ensino ofertado, visando, em
especial, a atingir as metas do Índice de
Desenvolvi-mento da Educação Básica (Ideb), o novo gestor
enten-dia que não se tinha, com clareza, um enten-diagnóstico do
quadro educacional local.
Entre os desafios para se chegar a esse diagnóstico,
estavam a ausência de uma comunicação integrada na
rede, de modo que as pessoas de realidades distintas
desconheciam a essência das especificidades alheias,
bem como o fato de que as próprias características
geo-gráficas da região dificultavam essa integração. Em outras
palavras, Mariano precisaria driblar fatores de diversas
ordens para compreender, claramente, as características
dos estudantes e poder, enfim, estabelecer um
planeja-mento mais sólido e consistente, que atuasse sobre os
reais problemas a serem enfrentados prioritariamente.
A reação geral dos professores da rede, ao perceberem
as intenções de Mariano, não foi tão positiva quanto o
gestor gostaria. Houve resistência, por parte da classe
docente, à ideia de uma avaliação que fosse aplicada
por órgão externo à rede, e desconfiança de que um
projeto com esta natureza fosse, de fato, capaz de
esta-belecer um diagnóstico mais adequado sobre o quadro
educacional do que a visão local sobre esta realidade.
O primeiro grande desafio enfrentado por Mariano foi,
então, reunir uma equipe capacitada e alinhada a sua
proposta para a rede, que pudesse disseminar suas
in-tenções por todas as localidades e mobilizar escolas e
professores a se engajarem naquela que, para o gestor,
poderia ser uma estratégia inovadora e eficaz no
comba-te à iniquidade educacional. Uma vez reunida e
formali-zada, aquela que ficaria conhecida como Coordenação
de Integração e Avaliação em Larga Escala (Ciale)
passa-ria a se responsabilizar não só pelo novo sistema
educa-cional próprio da rede, a ser criado, como, também, pela
articulação de ações da rede no que dissesse respeito
à Prova Brasil e a outras avaliações de caráter nacional.
Após discutir, estrategicamente, com diversos setores
da rede, mobilizando seus contatos e se articulando
com profissionais que se mostraram receptivos as suas
propostas e ideias, no sentido de diagnosticar o quadro
educacional local, para, posteriormente, estabelecer
um planejamento focado em melhoria contínua a partir
do que fosse detectado, Mariano finalmente conseguiu
montar sua equipe de trabalho e consolidar a Ciale,
es-truturando seus focos de ação, em curto prazo, com o
intuito de viabilizar os investimentos e apoio necessários
à contratação de uma organização que pudesse tirar o
sistema próprio de avaliação em larga escala do papel.
O período que se seguiu foi de planejamento intenso,
o que incluiu consultas a documentações disponíveis
e contato com outras redes que já possuíam sistemas
próprios de avaliação, bem como com instituições que,
sabidamente, executavam esse tipo de serviço, para
compreender os trâmites e ações necessárias para
co-locar o projeto em prática. Essa fase do processo foi
fundamental para que a equipe pudesse ter uma noção
mais palpável dos desafios, dificuldades e implicações
da ação que estava prestes a implementar. Além disso,
fortaleceu a argumentação que seria essencial para
en-gajar a rede.
Passado o período de estudos para a implementação
do projeto, a Ciale estruturou o documento base para
o processo licitatório que culminaria na consolidação
do sistema próprio de avaliação em larga escala para o
ano seguinte. Agora, era um fato, Mariano teria a
opor-tunidade de obter o diagnóstico da rede de ensino e,
através dele, poderia coordenar um conjunto de ações
estratégicas que tivesse como meta, principal, minorar
as vicissitudes observadas, acompanhando os
resulta-dos de seus atos através resulta-dos daresulta-dos que seriam
recebi-dos, ano após ano.
Era chegada a hora de a Ciale ir a campo, trabalhar na
conscientização e mobilização dos professores da rede
para a avaliação. Mariano selecionou polos
estratégi-cos de apoio e convocou representantes de todas as
regiões a comparecerem às capacitações da
Coorde-nação, garantindo dispensa de suas funções, a todos
os que comparecessem, e a ajuda de custo necessária,
aos que se deslocassem de seus municípios.
A estrutura do encontro era, basicamente, uma palestra
sobre a avaliação em larga escala e uma defesa de seus
benefícios na promoção da equidade e da
possibilida-de possibilida-de ação estratégica a partir da ciência, baseada em
dados concretos, da qualidade do ensino ofertado. Os
integrantes da Ciale reportaram, em seus relatórios, que
os principais questionamentos, dos presentes nas
capa-citações, eram no sentido dos procedimentos adotados
pelas empresas contratadas e de como os resultados
dessas avaliações seriam divulgados e poderiam ser
trabalhados pelas escolas. Havia certo ceticismo latente,
por parte de alguns gestores, de que uma instituição
ex-terna pudesse ser capaz de compreender as
especifici-dades da rede e emitir um diagnóstico isento e coerente.
Os procedimentos foram clarificados pelos
articulado-res, bem como os métodos de divulgação dos
resul-tados. Os presentes puderam perceber que os dados
produzidos forneceriam informações qualitativas muito
importantes para a tomada de decisão, e a explicitação
do processo pareceu ter amenizado a resistência dos
mais céticos. A equipe de Mariano estava confiante de
que a avaliação em larga escala seria um sucesso e um
primeiro passo para a consolidação de uma educação
de qualidade na rede.
Vieram as aplicações dos testes de proficiência, e a
tran-quilidade da Ciale foi abalada. Os índices de
participa-ção, em toda a rede, foram baixíssimos, abaixo de 50%
do previsto em quase todos os municípios, com situação
ainda mais grave verificada nas salas de Ensino Médio.
Mariano se viu diante de sua primeira crise com o
recém--criado sistema próprio de avaliação em larga escala.
As informações oficiais de participação chegaram e
confirmaram o quadro alarmante: nem as previsões mais
pessimistas acreditavam em índices tão baixos. Mariano
e sua equipe se reuniram na tentativa de compreender
o que ocorrera, identificando as possíveis explicações
para um resultado tão ruim. Nenhuma hipótese
levanta-da parecia forte o suficiente para justificar.
O diagnóstico pretendido, em função da baixa
participa-ção dos estudantes, estava comprometido. Ações
es-tratégicas poderiam não surtir o efeito necessário para
a melhoria da qualidade da educação da rede, uma
vez que o universo avaliado era drasticamente menor
do que o quantitativo real de estudantes. Mariano
per-cebeu que, antes de pensar em planejamento, era
ne-cessário descobrir os motivos da falta de engajamento
das escolas. Os eventos de divulgação dos resultados
seriam o momento ideal para procurar as respostas.
Estavam previstos, em contrato, eventos de divulgação
dos resultados nos mesmos polos onde,
anteriormen-te, aconteceram os encontros da Ciale com as
equi-pes setoriais para a apresentação do sistema próprio
de avaliação. Esses eventos tinham como público-alvo
professores e gestores. O objetivo era, essencialmente,
apresentar os objetivos e as vantagens das avaliações
em larga escala, divulgar os resultados obtidos pela
rede, trabalhar formas de utilizar esses resultados para
o estabelecimento de metas com vistas à melhoria da
qualidade da educação e capacitar os presentes para a
análise dos dados. Mariano e sua equipe decidiram, em
contato com a instituição promotora dos eventos,
dedi-car um momento para refletir sobre os baixos índices de
participação da rede.
O que se descobriu, após a realização dos eventos de
divulgação dos resultados, é que a rede estava, de fato,
muito pouco mobilizada. Os professores relatavam
des-conhecer os objetivos e métodos das avaliações e
du-vidar de seu real potencial de diagnóstico, além de se
sentirem julgados por agentes externos à escola. Com
a baixa sensibilização docente, houve reflexo direto na
participação dos estudantes, o que prejudicou, como já
dito, as intenções de Mariano em realizar planejamento
de estratégias a partir dos resultados obtidos.
Em contrapartida, a equipe percebeu que, após
parti-ciparem da formação, os professores, em sua maioria,
começaram a desmitificar as avaliações externas.
Refle-tindo sobre os eventos, os professores disseram que
se sentiram estimulados a participar das avaliações, a
partir do conhecimento da metodologia e objetivos do
sistema próprio de avaliação. Eles alegaram ter
perce-bido transparência na explicitação das possibilidades e
limites do projeto e demonstraram estar mais confiantes
de que não se tratava, como cogitado anteriormente,
de uma avaliação docente disfarçada de avaliação de
desempenho estudantil.
De posse dessa informação, Mariano se reuniu, mais
uma vez, com a equipe da Ciale, a fim de pensar em
es-tratégias não mais para a melhoria dos resultados, mas,
por hora, para sensibilizar os docentes, de forma
ge-neralizada, para a importância e as possibilidades das
avaliações externas. A solução encontrada pela equipe,
diante da impossibilidade de reunir toda a rede
presen-cialmente e dos resultados fracos após as capacitações
setorizadas realizadas no ano anterior, foi a promoção
de um curso a distância que contemplasse, entre outros
assuntos ligados à formação de professores, o novo
sis-tema de avaliação da rede.
A formação dos profissionais da educação era um tema
de interesse de Mariano e da rede, que, em todos os
es-paços em que podia se manifestar, insistia ser um ponto
de interesse e demanda dos professores. Em parceria
com a Coordenação de Representação e Apoio
Docen-te (Crad), foi desenvolvido um curso que conDocen-templasse
os principais tópicos de interesse do público-alvo e,
tam-bém, o sistema próprio de avaliação em larga escala.
Ao elencar, como tema do curso, a avaliação em larga
escala, as equipes acreditavam poder conscientizar os
professores de forma sólida e, aparentemente,
despre-tensiosa, no sentido de que não havia obrigatoriedade
de participação. Alinhando temas de interesse prévio
dos docentes com os tópicos propostos, a capacitação
aconteceria de forma natural. Além disso, seria
ofere-cido, como estímulo, certificado aos participantes que
concluíssem a formação.
O curso foi colocado em prática e, durante o período em
que os participantes estavam desenvolvendo estudos e
atividades sobre as avaliações em larga escala, foi
fei-to um anúncio estratégico, previamente, elaborado por
Mariano, em parceria com a Crad e a Ciale. No ano
se-guinte, todas as escolas da rede que tivessem índices
de participação acima de 70% do número previsto de
estudantes em todas as turmas avaliadas teriam direito
a representação em um evento anual em que seriam
discutidos planejamentos específicos para a rede com
base nos resultados obtidos nos testes de proficiência.
As duas medidas adotadas, o curso e o incentivo para
escolas com bons índices de participação, fizeram
au-mentar, significativamente, o comparecimento dos
estu-dantes da rede às provas de avaliação em larga escala.
Os resultados gerais da rede mostraram que a presença
dos estudantes aumentou de 43%, no ano anterior, para
74% na segunda avaliação.
Com os bons resultados obtidos, Mariano poderia,
final-mente, dedicar-se ao pensamento estratégico de ações
com base no desempenho dos estudantes da rede. O
próximo passo para consolidar esse planejamento já
havia sido dado: alguns meses depois, ocorreu o
pro-metido evento com representantes das escolas que
obtiveram bons índices de participação. A ocasião foi
fundamental para integrar a rede e discutir os principais
pontos a serem trabalhados por cada instância gestora,
desde políticas públicas macroestruturais até projetos a
serem desenvolvidos dentro das escolas.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
» Em nosso caso, vimos que a resistência dos
profes-sores impactou, diretamente, a primeira aplicação
dos testes de proficiência. Como você, enquanto
gestor, pode trabalhar pela mobilização docente
para a avaliação?
» Como você pode trabalhar para reverter possíveis
baixos índices de participação de sua rede nas
ava-liações em larga escala?
» Como você percebe a importância dos resultados de
participação para realizar planejamentos a partir do
desempenho educacional demonstrado pela rede?
Um sistema educacional possui uma grande quantidade
de características e especificidades. Tomar decisões que
impactarão um universo com essa complexidade exige
algum nível de conhecimento sobre esse ambiente. De
posse de informações macroestruturais confiáveis, o gestor
pode realizar análises que lhe permitam agir com mais
tranquilidade.
O texto a seguir pretende justamente apresentar uma relação
entre sucesso escolar e expectativas, que poderá ser útil
tanto ao gestor de todo o sistema educacional, quanto ao
gestor escolar, razão pela qual esta análise se encontra na
Revista do Sistema de Avaliação e também na Revista da
Gestão Escolar.
Por que as expectativas e aspirações são importantes para o
desempenho dos estudantes?
A discussão sobre a avaliação educacional guarda estreita relação com a necessidade de
produ-zir resultados e reflexões sobre a qualidade da educação ofertada pelas escolas de determinado
sistema de ensino. Em uma sociedade democrática como a brasileira, em que o acesso ao ensino
de qualidade é um direito a ser garantido, os resultados das avaliações educacionais permitem
identificar falhas e orientar o estabelecimento de ações com o objetivo de produzir melhores
de-sempenhos escolares.
O percurso de consolidação do sistema nacional de avaliação, dos sistemas estaduais e, mais
re-centemente, dos sistemas municipais de avaliação da Educação Básica tem revelado que muitos
estudantes apresentam deficiências de aprendizagem, principalmente nas etapas mais avançadas
dos sistemas de ensino, em todos os conteúdos avaliados. Em geral, esses resultados estão
as-sociados a características sociais, externas à escola, que afetam negativamente os estudantes em
condições desfavoráveis. O desafio das pesquisas na área de avaliação educacional é identificar
dimensões associadas à vida e ao ambiente escolar que impactam os resultados das escolas, de
forma a colaborar com os diferentes atores na intervenção sobre fatores que são passíveis de
al-teração, o que deve produzir melhores resultados para cada estudante, para as escolas e para o
sistema como um todo. Esse texto tem como objetivo enfatizar uma dimensão contextual relevante
para a avaliação dos resultados. Iremos discutir a importância das expectativas e aspirações dos
estudantes para o seu sucesso e realização escolar.
Qual a relação entre as expectativas dos estudantes e
seus resultados?
Vários estudos já demonstraram a importância das expectativas para o desempenho,
a partir da constatação de que elas podem garantir uma atitude mais positiva
dos atores frente aos diversos desafios impostos pelos contextos em que
os estudantes se encontram. Essas expectativas estão associadas à
ante-cipação que os estudantes fazem dos resultados de determinada
ativi-dade que será (ou não) realizada por eles, podendo essa prospectiva
representar uma previsão positiva (o sujeito antevê sucesso
naqui-lo que se quer realizar) ou pessimista (o fracasso). O que sabemos
é que estudantes com poucas aspirações sobre seu próprio futuro
refletem, mesmo que de forma inconsciente, essa posição em seu
desempenho escolar. Aqueles com mais aspirações acabam por ser
mais ambiciosos e mais cientes da necessidade de superar eventuais
dificuldades nos estudos para atingir seus objetivos. O mesmo vale para
as expectativas - aqueles estudantes que não têm expectativas positivas
sobre o seu futuro tendem a apresentar menor ímpeto para a realização de
suas aspirações.
Vários estudos já
demonstraram a importância
das expectativas para o
desempenho, a partir da constatação
de que elas podem garantir uma atitude
mais positiva dos atores frente aos
diversos desafios impostos pelos
contextos em que os estudantes
se encontram.
Expectativas e aspirações são ideias muito próximas, mas diferenciam-se no seguinte sentido:
aspiração tem relação com a antecipação de resultados em domínios
relativa-mente amplos e objetivos de médio/longo prazo. Como exemplo, podemos
citar o desejo de ingresso em alguma profissão que exija muito estudo
ou em uma universidade. Dessa forma, pressupõe a disponibilidade
para envolver-se em aprendizagens relativamente complexas e
prolongadas. Expectativa, diferentemente, refere-se a previsões
de resultados que se espera obter no curto prazo, em uma
ta-refa ou atividade relativamente restrita, refletindo na confiança
que o estudante tem nas suas possibilidades de sucesso, bem
como na sua tolerância à frustração que o fracasso pode gerar:
o estudante confia que vai conseguir ser aplicado nos estudos e,
portanto, irá passar de ano com facilidade.
O aspecto das expectativas e aspirações dos estudantes que nos
interessa especialmente é que elas apresentam uma característica
re-lacional, ou seja, podem ser reforçadas a partir de estímulos positivos (ou
negativos) de terceiros. No ambiente escolar, professores e diretores podem
- e devem - reforçar as expectativas positivas dos estudantes, ou alertá-los para o
descompasso entre suas aspirações e seu desempenho escolar. Assim, um estudante que
aspi-re a cursar uma faculdade de maior concorrência no futuro deve apaspi-resentar um comportamento
escolar condizente com essa aspiração. Com isso, deve ser alertado sobre a inadequação entre
notas baixas, número excessivo de abstenções em relação aos anseios futuros etc. No sentido
inverso, estudantes que eventualmente apresentem expectativas muito negativas em razão de
sua origem, ou de sua trajetória escolar até o momento, podem ser estimulados positivamente
por professores e diretores que depositam nele algum tipo de confiança. Esses incentivos
po-dem vir, inclusive, a partir de cobranças por menor abstenção, mais participação em sala de aula,
pela melhora nos resultados em avaliações internas, entre outras ações.
Está ao alcance da escola, através de seus professores e da gestão, reforçar as expectativas
e aspirações positivas dos seus estudantes, sugerir adequação entre suas aspirações e seu
desempenho escolar, estimular positivamente o desenvolvimento de aspirações sobre o futuro,
cobrando maior comprometimento, persistência e dedicação.
Sem dúvida que outras características escolares, como o clima escolar, as atitudes frente à
gestão e as práticas pedagógicas desenvolvidas na escola podem influenciar a relação entre
expectativas e resultados. Além disso, as expectativas e as aspirações são projetadas a partir
de diferentes perspectivas, já que o estudante pode ter expectativas em relação ao próprio
comportamento e resultados que ele pode obter. Mas o resultado obtido por ele também pode
ser influenciado pelas expectativas que seus professores, diretores e familiares têm sobre ele.
Assim, há condições da escola intervir sobre uma condição que tem efeito positivo sobre os
resultados escolares, promovendo a melhora dos resultados individuais e, em consequência,
do sistema de ensino de uma maneira geral.
Está ao alcance da escola,
através de seus professores e
da gestão, reforçar as expectativas e
aspirações positivas dos seus estudantes,
sugerir adequação entre suas aspirações
e seu desempenho escolar, estimular
positivamente o desenvolvimento de
aspirações sobre o futuro, cobrando maior
comprometimento, persistência e
dedicação.
Os resultados obtidos nos testes de proficiência das
avaliações educacionais podem ser agrupados em diferentes
situações de desempenho. Para cada disciplina e etapa de
escolaridade avaliadas, esses agrupamentos apresentam
descrições de habilidades e competências diferentes e
são elaborados com base em aspectos cognitivos que
indicam o rendimento dos estudantes. Além de evidenciar
um significado pedagógico, cada um desses grupos,
denominados Padrões de Desempenho, possui elementos
capazes de orientar os projetos de intervenção de gestores
e equipes pedagógicas.
A seguir, são apresentadas as características gerais que
norteiam as descrições dos Padrões de Desempenho, os
quais poderão ser consultados com maior detalhamento, de
acordo com a etapa de escolaridade e disciplina avaliadas,
nas revistas pedagógicas desta coleção. As análises
baseiam-se na Matriz de Referência para a avaliação, que
tem sua origem nas propostas curriculares, mas não esgota
o conteúdo a ser trabalhado em sala de aula. Por este
motivo, as considerações a seguir referem-se às habilidades
avaliadas nos testes de proficiência, cabendo ao professor,
com base em sua análise pedagógica, realizar interpretações
mais aprofundadas sobre os conteúdos disciplinares e o
processo de aprendizagem desenvolvido pelos estudantes.
PADRÕES DE DESEMPENHO
Abaixo do Básico
Os estudantes que se encontram neste Padrão de Desempenho demonstram um desenvolvimento
ainda incipiente das principais habilidades associadas à sua etapa de escolaridade, de acordo
com a Matriz de Referência. Nos testes de proficiência, tendem a acertar apenas aqueles itens que
avaliam as habilidades consideradas basilares, respondidos corretamente pela maior parte dos
estudantes e, portanto, com maior percentual de acertos. A localização neste padrão indica carência
de aprendizagem em relação ao que é previsto pela Matriz de Referência e aponta, à equipe
pedagógica, para a necessidade de planejar um processo de
recuperação com esses estudantes, a
fim de que se desenvolvam em condições de avançar aos padrões seguintes.
Proficiente
As habilidades básicas e essenciais para a etapa de escolaridade avaliada, baseadas na Matriz de
Referência, são demonstradas pelos estudantes que se encontram neste Padrão de Desempenho.
Esses estudantes demonstram atender às condições mínimas para que avancem em seu processo
de escolarização, ao responder aos itens que exigem maior domínio quantitativo e qualitativo de
competências, em consonância com o seu período escolar. É preciso estimular atividades de
aprofundamento com esses estudantes, para que possam avançar ainda mais em seus conhecimentos.
Básico
Neste Padrão de Desempenho, os estudantes ainda não demonstram o desenvolvimento
considerado apropriado das habilidades básicas avaliadas pela Matriz de Referência, para a etapa
de escolaridade em que se encontram. Contudo, respondem itens com menor percentual de acerto
e que avaliam habilidades mais complexas, quando comparados com o verificado no padrão anterior.
A equipe pedagógica deve elaborar um planejamento em caráter de
reforço para os estudantes que
se encontram neste padrão, de modo a consolidar aquilo que eles já aprenderam, sistematizando
esse conhecimento e dando suporte para uma aprendizagem mais ampla e densa.
Avançado
Quando o estudante demonstra, nos testes de proficiência, ir além do que é considerado básico para a
sua etapa escolar, como ocorre com os estudantes que se encontram neste Padrão de Desempenho,
é necessário proporcionar
desafios a esse público, para manter seu interesse pela escola e auxiliá-lo a
aprimorar cada vez mais seus conhecimentos. Esses estudantes costumam responder corretamente,
com base na Matriz de Referência, a um maior quantitativo de itens, englobando aqueles que avaliam
as habilidades consideradas mais complexas e, portanto, com menor percentual de acertos, o que
sugere a sistematização do processo de aprendizagem de forma consolidada para aquela etapa
de escolaridade. Entretanto, há que se considerar que o desenvolvimento cognitivo é contínuo,
permitindo aprendizagens constantes, conforme os estímulos recebidos.
Nesta seção, são apresentados os resultados alcançados pelos
estudantes na avaliação em larga escala do PAEBES ALFA.
OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
Os dados apresentados a seguir se referem à Rede Estadual e fornecem informações para o
PAEBES ALFA, como um todo, e para cada uma das SREs. Dois instrumentos foram utilizados
para a apresentação dos resultados: mapas e tabelas.
Primeiramente, o mapa do estado se encontra dividido por SREs, apresentando, através dos
diferentes tons de verde o Padrão de Desempenho correspondente à média de proficiência
que cada uma delas alcançou em cada etapa de escolaridade e área de conhecimento avaliada.
Além disso, são apresentados os resultados gerais do projeto, informando a média de
proficiên-cia, o percentual de participação e o número efetivo dos estudantes nos testes, e o Padrão de
Desempenho correspondente à média de proficiência geral do projeto.
Em seguida, dispostos em tabelas, estão reunidos dados sobre o desempenho e a participação
dos estudantes na avaliação. Nas tabelas, são apresentados a proficiência média, o
desvio-pa-drão, o Padrão de Desempenho, o número de estudantes previstos para a realização dos testes,
o número efetivo de estudantes participantes, o percentual de participação e a distribuição
per-centual de estudantes para cada Padrão de Desempenho. Todas estas informações são
forne-cidas para cada uma das SREs, para as três últimas edições de realização do PAEBES ALFA. Ao
fim de cada tabela, estas mesmas informações são apresentadas para o estado, facilitando sua
comparação com cada uma das SREs.
Resultados de participação e proficiência média
por Superintendência Regional de Ensino
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
PAEBES ALfA 2014
30
REVISTA DO SISTEMA DE AVALIAÇÃORESULTADO GERAL
Proficiência Média
617,9
Padrão de Desempenho
AVANÇADO
Estudantes avaliados
6.247
% de Participação
88,2
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
REDE ESTADUAL
31
PAEBES ALfA 2014Língua Portuguesa - 2º ano do Ensino fundamental
RESULTADO GERAL
Proficiência Média
674,9
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
7.313
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
PAEBES ALfA 2014
32
REVISTA DO SISTEMA DE AVALIAÇÃORESULTADO GERAL
Proficiência Média
721,4
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
8.811
% de Participação
91,6
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
REDE ESTADUAL
33
PAEBES ALfA 2014Leitura - 1º ano do Ensino fundamental
RESULTADO GERAL
Proficiência Média
633,6
Padrão de Desempenho
AVANÇADO
Estudantes avaliados
6.247
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
PAEBES ALfA 2014
34
REVISTA DO SISTEMA DE AVALIAÇÃORESULTADO GERAL
Proficiência Média
698,8
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
7.313
% de Participação
90,5
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
REDE ESTADUAL
35
PAEBES ALfA 2014Leitura - 3º ano do Ensino fundamental
RESULTADO GERAL
Proficiência Média
743,9
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
8.811
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
PAEBES ALfA 2014
36
REVISTA DO SISTEMA DE AVALIAÇÃORESULTADO GERAL
Proficiência Média
606,1
Padrão de Desempenho
AVANÇADO
Estudantes avaliados
6.214
% de Participação
88,1
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
REDE ESTADUAL
37
PAEBES ALfA 2014Escrita - 2º ano do Ensino fundamental
RESULTADO GERAL
Proficiência Média
659,5
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
7.284
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
PAEBES ALfA 2014
38
REVISTA DO SISTEMA DE AVALIAÇÃORESULTADO GERAL
Proficiência Média
709,8
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
8.762
% de Participação
91,5
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
REDE ESTADUAL
39
PAEBES ALfA 2014Matemática - 1º ano do Ensino fundamental
RESULTADO GERAL
Proficiência Média
532,9
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
6.328
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
PAEBES ALfA 2014
40
REVISTA DO SISTEMA DE AVALIAÇÃORESULTADO GERAL
Proficiência Média
567,0
Padrão de Desempenho
PROfICIENTE
Estudantes avaliados
7.463
% de Participação
92,4
Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM VILA VELHA CARIACICA CARAPINA LINHARES SÃO MATEUS NOVA VENÉCIA BARRA DE SÃO FRANCISCO
COLATINA
AFONSO CLÁUDIO
COMENDADORA JUREMA MORETZ SOHN
REDE ESTADUAL