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SISTEMA DE GERENCIAMENTO AUTOMÁTICO DE REATORES ELETRÔNICOS MICROCONTROLADOS PARA SISTEMA MULTI-LÂMPADAS FLUORESCENTES

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SISTEMA DE GERENCIAMENTO AUTOMÁTICO DE REATORES

ELETRÔNICOS MICROCONTROLADOS PARA SISTEMA MULTI-LÂMPADAS

FLUORESCENTES

Castellane S. Ferreira, Moacyr A. G. de Brito, Carlos A. Canesin

Laboratório de Eletrônica de Potência, Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP

15385-000 – Ilha Solteira-SP – Brasil

E-mails: casteferreira@gmail.com, moa.brito@gmail.com, canesin@dee.feis.unesp.br

Resumo –Este artigo apresenta o desenvolvimento e a implementação de um sistema de iluminação utilizando reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes com capacidade de pré-aquecimento e controle de luminosidade aplicado para sistemas multi-lâmpadas. Além disso, o sistema proposto permite gerenciamento e supervisão automaticamente, executando o controle de luminosidade, a intervenção remota e programada de acordo com as condições do ambiente e de um conjunto de parâmetros pré-determinados.

Palavras-chave - Reatores Eletrônicos para Lâmpadas Fluorescentes, Controle de Luminosidade, Racionalização de Energia, Técnicas de Correção do Fator de Potência e Controle Digital.

Abstract - This paper presents the development and implementation of an illumination fluorescent system based on electronic ballast with of capacity ideal preheating and dimming control applied to multiple fluorescent lamps. Furthermore, the proposed system allows the management and supervision of the fluorescent lamps through an automatic platform, performing the dimming control, the remote actuation and also a programmable actuation according with the ambient conditions and a set of parameters.

Keywords - Ballasts for Fluorescent Lamps, Dimming Control, Energy Saving, Power-Factor-Correction Techniques and Digital Control.

I. INTRODUÇÃO

A iluminação artificial é responsável por aproximadamente 20% de toda energia elétrica consumida no país, por 25% do consumo no setor residencial e por mais de 40% do consumo no setor de comércio e serviços [1]. Assim, é essencial e viável projetar sistemas de iluminação extremamente eficientes e adequados a cada ambiente.

Estes sistemas são de altos custos de implementação nos dias atuais (junho, 2008). Entretanto, os custos com a

melhoria no sistema de iluminação podem ser amortizados com o aumento da produtividade, como já comprovado em estudos realizados no edifício comercial Lockheed-Martin’s Building 157 in Sunnyvale, Califórnia. No caso em questão, os custos a instalação deste sistema de iluminação foram completamente amortizados pelo aumento da produtividade dos funcionários em um único ano, após a implantação do sistema [2].

Algumas estratégias tecnológicas aplicadas a estes sistemas podem torná-los ainda mais viáveis, empregando dispositivos que podem controlá-los. Algumas destas estratégias são enumeradas a seguir:

• Utilização de lâmpadas com alta eficiência luminosa;

• Uso de sensor de movimento;

• Utilização de sensores de luminosidade, de maneira que possa haver um controle de luminosidade das lâmpadas, proporcionando um consumo de energia elétrica menor durante os períodos da manhã e da tarde, quando é possível realizar o aproveitamento da luz natural;

• Implementação de sistema de gerenciamento remoto de acionamentos de acordo com a grade horária do expediente de trabalho do ambiente e ajustes da luminosidade, atuando de forma automática ou de acordo com preferências ou necessidades dos ocupantes do ambiente.

Tais fatores incentivaram o desenvolvimento deste trabalho, envolvendo o uso de lâmpadas fluorescentes em sistema de iluminação com gerenciamento automático.

Foi implementado um software em Visual Basic 6.0 para realização de interface gráfica e remota, criando assim uma plataforma automática de gerenciamento e supervisão da operação de cada reator eletrônico do sistema de iluminação, propiciando o controle de luminosidade e o acionamento/desligamento dos reatores de forma automática ou de acordo com intervenção dos usuários. Sensores de

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luminosidade foram acoplados ao sistema, permitindo a obtenção dos dados necessários para que um microcontrolador Atmega8 da ATMEL atue em cada reator eletrônico.

Foi implementado um protocolo de comunicação adequado entre o microcomputador e microcontroladores, permitindo que o ponto de operação determinado pelo microcontrolador e/ou microcomputador e/ou usuário possa ser estabelecido no sistema de iluminação. Este protocolo utilizado opera com dados seriais, os quais serão interpretados pelo microcontrolador ou pelo microcomputador, utilizando uma interface para adequar os níveis de tensão de transmissão de dados TTL, RS232 e RS485, de acordo com a necessidade de cada dispositivo [3].

Devido à presença de um estágio de entrada retificador nos reatores eletrônicos e por se tratar de uma carga com presença considerável nos sistemas de distribuição, diversas técnicas são propostas na literatura para reduzir as distorções harmônicas das correntes drenadas do sistema de suprimento em corrente alternada.

Desta forma, estas técnicas resultam em elevados índices de fator de potência e reduzidas distorções harmônicas, as quais são denominadas de técnicas de correção ativa do fator de potência. Estas técnicas normalmente utilizam conversores estáticos que impõe o formato da forma de onda da corrente de entrada, bem semelhante ao da tensão de entrada.

Por outro lado, como estas estruturas apresentam custos elevados, diversas pesquisas propõem técnicas de integração dos estágios retificador e inversor [4-7]. Outra maneira de se diminuir os custos é a adoção da configuração para múltiplas lâmpadas fluorescentes [8-9]. Assim, um único estágio retificador com correção ativa do fator de potência e um único inversor são utilizados, sendo conectados a vários filtros ressonantes. No entanto, considerando-se uma área extensa a ser iluminada deve-se atentar aos prováveis problemas de interferências eletromagnéticas, uma vez que correntes de elevadas freqüências fluirão entre a saída do inversor e a entrada de cada filtro ressonante [8-10], conforme ilustrado na figura 1. A fim de evitar tais problemas de interferências eletromagnéticas, utilizam-se projetos especiais de cabeamento estruturado, o que encarece sobremaneira a estrutura do sistema de iluminação.

Retificador com Correção Ativa do Fator de Potência Inversor Half-Bridge (meia-ponte) Iin Filtro Ressonante + Lâmpada Fluorescente Filtro Ressonante + Lâmpada Fluorescente Filtro Ressonante + Lâmpada Fluorescente . . . Iinv Iin t t Iinv

Fig. 1. Configuração de reator eletrônico para múltiplas lâmpadas fluorescentes.

II. SISTEMA MULTI-LÂMPADAS COM RETIFICADOR DE ENTRADA COM ALTO FATOR DE POTÊNCIA O sistema proposto neste trabalho com o intuito de reduzir os problemas com interferências eletromagnéticas e custos associados com blindagem de cabos, será composto por um único retificador controlado e vários estágios inversores, sendo estes alimentados em corrente contínua. O retificador controlado utiliza técnica de correção ativa do fator de potência e é responsável pela entrega de energia a todos os estágios inversores, sendo que cada estágio inversor corresponde a um reator eletrônico para duas lâmpadas.

Os estágios inversores devem ser posicionados o mais próximo das lâmpadas, conforme figura 2. Deste modo, é possível operar cada estágio inversor em freqüências distintas, caso necessário, o que permite operar cada reator em um nível diferente de luminosidade. Tal sistema é recomendado para grandes ambientes ou ambientes setorizados, já que cada local pode possuir uma incidência diferente de luz natural, característica de cada ambiente.

Filtro Retificador com Correção Ativa do Fator de Potência Iin . . . Iret Iin t t Iret Inversor Half-Bridge (meia ponte) Lâmpadas Fluorescentes Filtro Inversor Half-Bridge (meia ponte) Lâmpadas Fluorescentes Filtro Inversor Half-Bridge (meia ponte) Lâmpadas Fluorescentes

Figura 2: Concepção do sistema de iluminação multi-lâmpadas proposto neste trabalho.

O filtro de entrada do estágio inversor é uma inovação do projeto, eliminando-se problemas relacionados a ressonâncias e circulação de correntes em elevadas freqüências pelo barramento de corrente contínua, os quais surgem devido à característica ZVS de funcionamento do estágio inversor. A estrutura deste filtro é apresentada na figura 3.

1 Inversor Half-Bridge (meia ponte) Linv1 Cinv1 Linv2 Cinv2

Rlim

Clim

Rdesc2

Rdesc1 D1 D2

D3

Fig. 3. Circuito esquemático do filtro proposto.

III. ESTÁGIO INVERSOR

Os estágios inversores serão os clássicos meia ponte (Half

Bridge) com filtro série-ressonante com carga em paralelo

(SPRL), os quais são amplamente utilizados em reatores eletrônicos convencionais [11]. A figura 4 representa o circuito esquemático do estágio inversor utilizado.

(3)

Filtro SH SL LS CS CP iLs(t) iCp(t) iarc(t) LS CS CP iLs(t) iCp(t) iarc(t) VDC

Fig. 4. Circuito esquemático do estágio inversor Half Bridge com filtro SPRL.

O projeto do filtro série-ressonante foi baseado na metodologia apresentada em [12], utilizando-se o modelo da coluna de gás da lâmpada fluorescente utilizado em [13].

Os dados básicos de projeto para o estágio inversor são apresentados a seguir:

1) Potência Nominal da Coluna de Gás: 32 W

2) Potência Mínima Processada na Coluna de Gás: 5 W 3) Tensão de Alimentação: 400 V

4) Freqüência de Comutação do Estágio Inversor em Regime Permanente na Potência Nominal: 50 kHz

Foram obtidos os seguintes parâmetros: Ls = 2,1 mH, Cs = 180 nF e Cp = 8,2 nF.

Por se tratar de um estágio inversor Half Bridge com filtro SPRL, é possível impor o valor de corrente pela freqüência de comutação dos interruptores controlados. Sendo assim, será utilizado o protocolo de partida com uma etapa de pré-aquecimento adequado dos filamentos dos eletrodos por imposição de valor eficaz constante de corrente, adequando a freqüência de comutação e o tempo de pré-aquecimento de acordo com a metodologia de projeto proposto em [13]. Isto reduzirá os desgastes dos filamentos dos eletrodos, provocados durante a ignição das lâmpadas [13]. A faixa de valores eficazes de tensão nos filamentos dos eletrodos na potência nominal da lâmpada são impostos de acordo com as normas ANSI [14].

Para a variação da potência processada na coluna de gás da lâmpada fluorescente, adota-se a técnica de variação da freqüência de comutação do estágio inversor, o que provoca alteração da característica da impedância do circuito, promovendo uma reconfiguração dos níveis de energia ativa e reativa processados [12].

IV. CONTROLE DO REATOR ELETRÔNICO UTILIZANDO O MICROCONTROLADOR ATMEGA8

Foi utilizado o microcontrolador Atmega8 operando com um clock interno de 8MHz. Este microcontrolador possui características de I/O TTL, canais de saída PWM e AD’s. Este dispositivo permite que, após configurada uma das saídas PWM para a liberação dos pulsos, na freqüência desejada para os interruptores controlados do estágio inversor, o microcontrolador prossiga executando outras rotinas, operando como eventos concorrentes. Por possuir canais de saída com conversores AD internos, há a possibilidade da utilização de sensores de luminosidade,

tornando possível adquirir a luminosidade do ambiente e adequar a potência processada pela lâmpada fluorescente. Outra ferramenta também muito importante presente neste dispositivo é o USART (Universal Synchronous /

Asynchronous Receiver/Transmitter). Este componente

interno permite converter um dado serial para paralelo ou vice-versa, o que torna possível a interpretação e o processamento do dado serial enviado pelo microcomputador.

O processo de controle opera no modo mestre-escravo, sendo o microcomputador responsável por envio de ordens ao microcontrolador, o qual executará as devidas ações a ele desempenhadas, como por exemplo, acionamentos, desligamentos, controle de luminosidade e leitura do sensor de luminosidade. Foi programado um protocolo de partida com pré-aquecimento adequado dos filamentos dos eletrodos das lâmpadas fluorescentes, para reduzir os desgastes provocados durante a ignição destas.

A figura 5 ilustra a interação existente entre sistema de gerenciamento e o microcontrolador. Luminosidade Estado de Espera Intervenção do usuário requerida Ordem de leitura dos AD's

Agendamento Agendamento Protocolo Protocolo de partida Sensor de presença

Fig. 5. Diagrama de blocos representativo da atuação do sistema de gerenciamento.

V. PROTOCOLO DE COMUNICAÇÃO E

INTERFACEAMENTO ENTRE MICROCOMPUTADOR E MICROCONTROLADOR

Foi desenvolvido um protocolo de comunicação que utiliza o canal full-duplex, transmissão de dados serial no modo assíncrono de 8 bits, 2400 bits por segundo, com 1 bit

Stop Bit e sem paridade.

Um canal full-duplex permite que mensagens sejam trocadas simultaneamente em ambas as direções. Desta maneira, o sistema pode estar recebendo um dado de um determinado reator e enviando outro dado para outro reator eletrônico, simultaneamente [3].

Na transmissão assíncrona, o barramento de dados não é acompanhado pelo barramento de clock, que tem a função de sincronizar a recepção de um bit para outro. Assim, cada byte transmitido é acompanhado de um Start Bit, que sinaliza o início da transmissão de dados, e um ou mais Stop Bit, que sinaliza o fim da palavra transmitida. Operando em transmissão assíncrona, a velocidade de transmissão de dados deve ser configurada por igual em todos os dispositivos ali conectados, podendo existir uma variação muito pequena. Diferentemente da transmissão síncrona, o primeiro bit enviado é o LSB (Less Significative Bit), o bit menos significativo. A figura 6 demonstra como é feita a detecção de byte de dados [3].

(4)

Bit 1 Bit 2 Bit 3 Bit 4 Bit 5 Bit 6 Bit 7 Stop Bit

0 1 1 0 0 0 1

Start Bit Bit 0 1

Fig. 6. Transmissão assíncrona

A RS232 e as outras interfaces tipo COM continuarão sendo mais populares para uso em aplicativos com a finalidade de monitorar e controlar sistemas, por possibilitar a condução de sinais a longas distâncias, de até 50 metros, sem utilizar repetidores de sinais, não necessitando de cabos blindados e utilizando-se de somente três fios de comunicação. Estas interfaces apresentam custos reduzidos de implementação, facilidade para se programar, conveniência para utilização em barramento de dados que possuem cabos longos e facilidade para se comunicar com microcontroladores [3]. O padrão RS232 opera com níveis lógicos positivos e negativos, diferentemente dos sinais de comunicação TTL, já que o nível lógico 0 é definido para uma faixa de tensão entre 5 V e 18 V positivo, e o nível lógico 1 é definido no intervalo de –5 V a –18 V. Assim, há a necessidade de um dispositivo que faça o interfaceamento entre o microcomputador e o microcontrolador [3]. Entretanto, devido a desvantagem da transmissão de dados utilizando o padrão RS232 limitar a comunicação “point to

point”, o que possibilita a comunicação de somente dois

dispositivos no sistema, foi utilizado o padrão RS485. O padrão RS485 foi criado para a utilização de uma comunicação robusta para situações onde existem vários pontos de comunicação e está sendo muito utilizado pelas indústrias que executam controle de sistemas e transferência de dados de até 10 Mbps. Este padrão apresenta uma possibilidade de interferência eletromagnética em seu sinal bem menor do que utilizando o padrão RS232, devido a sua transmissão de dados diferenciada que utiliza dois cabos, no modo operação diferencial. Nomeando um cabo de A e outro de B, o nível lógico 1 é identificado quando a tensão no cabo A é próxima de 5 V e no cabo B é em torno de 1,5 V, e o nível lógico 0 quando a tensão em B é próxima de 5 V e em A é em torno de 1,5 V.

O MAX232 inclui um circuito de charge pump capaz de gerar tensões de +10 V e –10 V a partir de uma fonte de alimentação simples de +5 V, o que possibilita a transformação de TTL/RS232 ou vice-versa. Para a conversão de TTL para RS485, será utilizado o circuito integrado SN75179 [3]. Na figura 7, são mostrados os padrões elétricos dos sinais TTL, RS232 e RS485.

5V TTL 18V RS232 -18V 1 0 1 1 0 0 1 0 5V RS485 A B

Fig. 7. Características elétricas dos sinais TTL, RS232 e RS485.

Este padrão de comunicação possibilita a comunicação de 32 dispositivos por cadeia, sendo expansível a um número ilimitado de dispositivos, sendo o limitante deste padrão a distância de 1200 metros de cabeamento [3]. A figura 8 ilustra como o sistema pode ser expandível utilizando o padrão RS485. SN75179 Interfaceamento TTL/RS485 31 dispositivos + SN75179 Interfaceamento TTL/RS485 TTL TTL SN75179 Interfaceamento TTL/RS485 31 dispositivos + SN75179 Interfaceamento TTL/RS485

...

Fig. 8. Característica de expansão de dispositivos do padrão RS485. O interfaceamento do sistema completo pode ser visualizado na figura 9 e 10. microcomputador PC MAX232 -Interfaceamento RS-232/TTL RS232 TTL TTL RS232 SN75179 Interfaceamento TTL/RS485 RS485 RS485 Cabeamentos

Fig. 9. Interfaceamento do sistema até o cabeamento.

SN75179 Interfaceamento TTL/RS485 RS485 RS485 TTL

TTL microcontrolador IR2104 - Driverde ataque Half Bridge SH SL B A ... ... ... ... Cabeamentos

Fig. 10. Interfaceamento do cabeamento até cada estágio inversor. O protocolo de comunicação utilizado foi criado para fazer o endereçamento e o controle dos acionamentos realizados pelo aplicativo. Existem outros protocolos de comunicação vigentes e alguns até normatizados. Um protocolo exclusivo para o controle de sistema de iluminação artificial normatizado é denominado DALI (Digital

Addressable Lighting Interface), regido pela norma IEC

60929, o qual já está sendo adotado como padrão por grandes fabricantes de reatores eletrônicos, como a OSRAM, a Philips

Lighting e a International Rectifier, por exemplo. No

entanto, este protocolo permite acoplar ao sistema somente 64 dispositivos, com limite de velocidade de transferência de dados de 1200 bits por segundo, além de utilizar cinco condutores para se comunicar [15]. Em contrapartida, o protocolo desenvolvido neste trabalho possui vantagens de não possuir um número limite de dispositivos acoplados ao sistema, além de prover a comunicação utilizando somente três condutores, minimizando custos e problemas com interferências eletromagnéticas, e ainda se adapta a qualquer taxa de transferência, possibilitando a expansão do protocolo para a utilização da porta USB, a qual opera com taxas de transferências altíssimas.

Os dados de comunicação trafegados pelo canal de comunicação estão codificados em ASCII (American

Standard Code for Information Interchange) e interpretado

pelo microcomputador e pelo microcontrolador. Cada ordem enviada pelo microcomputador ao microcontrolador possui 2

bytes: o primeiro é o endereçamento do reator eletrônico e o

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microcontrolador não possua o endereçamento correspondente ao dado, ele permanece no estado anterior à recepção do dado. Para a leitura do sensor de luminosidade, o microcomputador envia somente um byte designado pelo protocolo a cada intervalo de tempo definido e os microcontroladores executam a leitura dos conversores AD’s para que seja readequado o nível de luminosidade, caso necessário, desde que o reator eletrônico não esteja sofrendo alguma intervenção do sistema de gerenciamento.

A interface gráfica e remota desenvolvida em Visual Basic 6.0 tem o intuito de promover uma interface homem-máquina amigável ao usuário, permitindo que qualquer usuário leigo possa operar o sistema. O software permite a intervenção ou monitoramento de cada reator, executar os acionamentos e/ou variar as luminosidades. A partir dele, pode-se ter acesso ao agendamento de acionamentos em função do dia da semana e do expediente de trabalho do ambiente, programando acionamentos e desligamentos de acordo com o horário.

A construção desta interface/aplicativo foi dimensionada para 14 reatores eletrônicos, havendo possibilidade de expansão do número de dispositivos acoplados. Apesar de se ter vários dispositivos e muitas variáveis de controle (por exemplo, agendamentos para reator 1, luminosidade do reator 4, controle de luminosidade do reator 10), o software utiliza somente quatro formulários-mestres, sendo as variáveis de controle dependentes da variável Calha e/ou da variável Dia, utilizando acumulação de dados no formato de matrizes.

VI. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Os resultados experimentais aqui expostos são preliminares e correspondem ao funcionamento de um reator eletrônico com duas lâmpadas de 32W, embora o sistema de gerenciamento completo seja composto de 14 reatores eletrônicos.

A figura 11 apresenta o resultado obtido com o acionamento do reator eletrônico com endereçamento “a”, com o comando “l”. Então, o microcomputador envia o dado “a” “l”em ASCII.

Fig. 11. Dado transmitido pelo microcomputador em RS-232(em azul) e convertido pra TTL (em vermelho) e enviado ao

microcontrolador.

Assim, pode-se visualizar na forma de onda a seguinte seqüência de dados: Start Bit +“10000110”+Stop Bit+ Start

Bit +“00110110”+Stop Bit. Pelo fato da transmissão

assíncrona transmitir o LSB, o dado “a” corresponde ao número binário “01100001” e o dado “l” corresponde a “01101100”, que acionará o reator eletrônico de endereçamento “a”. O reator “a” desencadeia o protocolo de partida programado no microcontrolador de acordo com a metodologia de projeto de pré-aquecimento proposto em [14]. Para o pré-aquecimento, foi injetado um valor eficaz constante de corrente de 441 mA nos filamentos dos eletrodos durante 2,67 segundos, como pode ser visto na figura 12.

2,67s

Corrente de Glow

Fig. 12. Tensão nos filamentos dos eletrodos (em preto) e corrente na coluna de gás da lâmpada (em vermelho).

As lâmpadas fluorescentes são acionadas para operarem em regime permanente, com potência nominal, até que o microcomputador ordene que o microcontrolador faça a leitura do conversor AD, onde está acoplado o sensor de luminosidade, habilitando a necessária alteração do nível de luminosidade, ou que ocorra alguma intervenção pelo sistema de gerenciamento.

Observa-se que todas as lâmpadas são sempre acionadas para a condição nominal, permitindo-se o controle de luminosidade somente após a execução do protocolo completo de ignição.

A figura 13 mostra as formas de onda da tensão dos filamentos dos eletrodos, cujo valor eficaz está de acordo com as normas ANSI (4,29 V) [14], corrente de entrada do estágio inversor e a corrente de entrada do filtro do estágio inversor, quando o reator eletrônico “a” opera na potência nominal e freqüência de comutação dos interruptores em 50kHz.

Fig. 13. Tensão nos filamentos do eletrodo (em preto); Corrente drenada pelo filtro de entrada do reator eletrônico (em verde); Corrente drenada pelo estágio inversor (em vermelho); Pulso de

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A partir da atuação do usuário pelo sistema de gerenciamento ou pela alteração da luminosidade, o reator passará a operar em outro ponto de operação, como por exemplo, a 50% da potência nominal. Assim, a figura 14 mostra as formas de onda do reator eletrônico para tal potência e freqüência de comutação dos interruptores em 53,20kHz.

Fig. 14. Corrente drenada pelo filtro de entrada do reator eletrônico (em verde); Corrente drenada pelo estágio inversor (em vermelho); Pulso de acionamento do interruptor controlado superior (em azul). Observa-se, nas figuras 13 e 14, nas formas de onda 2 e 1, respectivamente, que a corrente da entrada do reator permanece contínua, demonstrando a eficácia do filtro de entrada do reator. Deste modo, é possível reduzir drasticamente os níveis de interferência eletromagnética se comparado com as outras topologias discutidas para sistema multi-lâmpadas, considerando-se que o barramento de distribuição contenha sinais apenas em corrente/tensão contínuas.

VII. CONCLUSÃO

Este trabalho apresenta um sistema de iluminação multi-lâmpadas possibilitando a redução das distorções harmônicas da corrente drenada do sistema em corrente alternada, controle do pré-aquecimento, controle de luminosidade individual das lâmpadas fluorescentes, gerenciamento e monitoramento remoto, permitindo grande redução de custos para o sistema.

O sistema utiliza um microcontrolador e um aplicativo em plataforma amigável ao usuário, onde é possível gerenciar e supervisionar o sistema de iluminação multi-lâmpadas fluorescentes, executar acionamentos remotos e agendamentos em função do expediente de trabalho do ambiente. Com o auxílio de sensores de luminosidade, é possível adaptar a luminosidade à necessidade do ambiente, podendo haver pleno aproveitamento da luz natural, o que torna em algumas ocasiões a iluminação artificial complementar à natural, reduzindo o consumo de energia elétrica destinado à iluminação.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à FAPESP e CNPQ pelo suporte dado para o desenvolvimento deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DADOS BIOGRÁFICOS

Castellane Silva Ferreira, nascido em Conceição das Alagoas (MG), em

1983. É engenheiro eletricista (2005) pela Universidade Estadual Paulista – UNESP-FEIS, em Ilha Solteira (SP). Atualmente, está concluindo o curso de mestrado em Engenharia Elétrica pela UNESP-FEIS, desenvolvendo seu trabalho de pesquisa dentro das dependências do Laboratório de Eletrônica de Potência (LEP), desta instituição. Suas áreas de interesse são: reatores para lâmpadas fluorescentes, controle de luminosidade, controle digital, conversores CC-CC, fontes de alimentação chaveadas e técnicas de correção do fator de potência, uso de microcontroladores e protocolos de comunicação.

Moacyr Aureliano Gomes de Brito, nascido em Andradina (SP), em 1982.

É engenheiro eletricista (2005) pela Universidade Estadual Paulista – UNESP-FEIS, em Ilha Solteira (SP). Atualmente, está concluindo o curso de mestrado em Engenharia Elétrica pela UNESP-FEIS, desenvolvendo seu trabalho de pesquisa dentro das dependências do Laboratório de Eletrônica de Potência (LEP), desta instituição. Suas áreas de interesse são: reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes, controle de luminosidade, técnicas de correção ativa do fator de potência, controle digital e conversores CC-CC, uso de FPGAs e linguagem VHDL.

Carlos Alberto Canesin, nascido em Lavínia (SP), em 1961, é engenheiro

eletricista (1984) pela Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (UNESP-FEIS, Ilha Solteira (SP)), mestre (1990) e doutor (1996) em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina – Instituto de Eletrônica de Potência (UFSC INEP, Florianópolis (SC)). Atualmente é professor titular do Departamento de Engenharia Elétrica (DEE) da UNESP-FEIS. Foi editor geral da Revista Eletrônica de Potência (gestão 2003-2004), é editor associado da IEEE Transactions on Power Electronics e ex-presidente da SOBRAEP – Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência (gestão 11/2004 – 10/2006). Suas áreas de interesse incluem técnicas de comutação não-dissipativa, conversores CC-CC, retificadores e inversores, fontes de alimentação chaveadas, reatores para iluminação e técnicas de correção ativa do fator de potência.

Referências

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