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40A República Das Espadas

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Academic year: 2021

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PRÉ-VESTIBULAR PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR LIVRO DO PROFESSOR

HISTÓRIA

HISTÓRIA

(2)

© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Produção Projeto e

Desenvolvimento Pedagógico

Disciplinas Autores

Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima Bezerra

Literatura Fábio D’Ávila

Danton Pedro dos Santos

Matemática Feres Fares

Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa

Física Cleber Ribeiro

Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette

Química Edson Costa P. da Cruz

Fernanda Barbosa

Biologia Fernando Pimentel

Hélio Apostolo Rogério Fernandes

História Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini

Rafael F. de Menezes

Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa Silva

Geografa Duarte A. R. Vieira

Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer 

I229

IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —

Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

696

 p.

ISBN: 978-85-387-0574-1

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

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A República

Velha

(1889-1930)

A expressão República Velha é utilizada para denominar a primeira etapa da vida republicana do Brasil. Para melhor compreensão do tema, a Repúbli-ca Velha foi dividida em duas partes: a RepúbliRepúbli-ca das Espadas (1889-1894), em que os militares exerceram o comando direto do Executivo Federal e a República Oligárquica (1894-1930), fase em que os cafeicultores estavam diretamente ligados à política do Estado, de acordo com seus interesses particulares.

Vimos no módulo anterior que o Exército acre-ditava que a república brasileira deveria ser coman-dada por seus membros de maneira autoritária e centralizadora, capaz de estabelecer a ordem e zelar pelo progresso no Brasil. Esta perspectiva, denomi-nada de República Positivista, vigorou na primeira

fase da República Velha.

Porém, existiam outras perspectivas condizentes com os interesses de grupos variados. ARepública Li-beralera o projeto da aristocracia rural que articulou

a proclamação da república. Defendia a construção de um Estado republicano federalista, que garantisse a autonomia das então províncias (posteriormente serão transformadas em Estados). A base social desta corrente era composta pelos cafeicultores paulistas que defendiam a criação de três poderes autônomos e independentes, a defesa de garantias, a separação entre Igreja e Estado, a instauração de eleições e a adoção de um Legislativo bicameral, composto por uma Câmara dos Deputados e por um Senado, ambos eleitos. A descentralização das decisões era defendi-da pelos cafeicultores, pois estes pretendiam gozar de sua supremacia administrativa e econômica local, sem a intervenção do governo federal.

O projeto de República Jacobina  era

defen-dido por setores da população urbana, entre eles membros da classe média, comerciantes, funcioná-rios públicos e intelectuais. Defendiam uma maior participação popular nas decisões do Estado, além da realização de reformas sociais. Veremos como estas propostas conviveram nestes primeiros anos da República brasileira.

O governo provisório

de Deodoro da Fonseca

(1889-1891)

Após a proclamação da República, em 1891, formou-se um governo provisório sob o comando de Deodoro, para resolver os problemas mais urgentes do Brasil. Ao assumir o Governo, Deodoro se cercou de oficiais positivistas como o então Ministro da Guerra Rui Barbosa, dando mostras de sua política centralizadora.

Uma das primeiras medidas do governo provi-sório foi odecreto de banimento da Família Real, no

dia 16 de novembro de 1889. Este ato foi revogado no ano de 1921, quando os restos mortais de Dom Pedro II e de sua esposa voltaram à cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro, onde estão sepultados.

As primeiras medidas de Deodoro da Fonseca foram a dissolução das Assembleias Provinciais, das Câmaras Municipais e da Câmara dos Deputados, a extinção da vitaliciedade do Senado, a transformação das províncias em Estados, a extinção do Conselho de Estado, a criação da bandeira republicana nacio-nal contendo o lema positivista “Ordem e Progresso”, a separação entre o Estado e a Igreja, a liberdade de culto e a implantação do casamento e do registro de nascimento civil. Outra importante medida foi o

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projeto de naturalização para estrangeiros residentes no Brasil, que passariam a ser cidadãos brasileiros, caso manifestassem tal desejo.

   D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  .

Primeira bandeira republicana.

Na área econômica, surgiu o Encilhamento,

elaborado em 1890 pelo então Ministro da Fazenda Rui Barbosa. O nome tem origem no ato de encilhar o cavalo em corridas, momento onde as apostas atingiam o auge. A intensa especulação financeira nas bolsas de valores lembrava a agitação das cor-ridas de cavalo.

Essa política econômica pretendia realizar uma reforma financeira por meio do aumento das tarifas alfandegárias, estímulos à importação de matérias--primas, além de grandes emissões de moeda para ampliar a oferta de crédito. O objetivo da política, enquadrada na lógica positivista de progresso, era promover a industrialização e a independência eco-nômica do Brasil, através do crédito livre aos inves- timentos industriais.

Entretanto, o Encilhamento acabou provocando uma intensa inflação, devido à desvalorização da mo-eda motivada pelas grandes emissões que muitas ve-zes não possuíam lastro-ouro correspondente. Além disso, surgiu uma grande onda de especulações, em que empresários abriam “empresas fantasmas” para obtenção de crédito junto ao governo. Conse-quentemente, o Encilhamento acabou gerando uma grande oposição ao governo militar, concentrada nas oligarquias rurais.

Em novembro de 1890, instalou-se a primeira Assembleia Constituinte do Brasil-República, no Rio de Janeiro. A assembleia era composta por uma maioria de deputados contrários a Deodoro, tal era a sua impopularidade diante da crise econômica e do centralismo. A Constituição elaborada pela assembleia foi promulgada em 1891, baseando-se na constituição dos Estados Unidos de 1787, e tinha como princípios:

a adoção do nome Estados Unidos do Brasil

como denominação oficial;

a instituição de um regime republicano

pre-•

sidencialista (o presidente, eleito pelo voto direto era o chefe de Estado e de governo); autonomia estadual para elaborar sua

pró-•

pria constituição, organizar forças policiais e militares, eleger seus governadores (chama-dos de presidentes), formar sua Assembleia Legislativa, contrair empréstimos externos e criar impostos;

sufrágio universal direto e descoberto para

 todo cidadão maior de 21 anos, exceto anal-fabetos, mulheres, mendigos, militares sem patente e religiosos de ordem monástica; instituição de três poderes de Estado:

Exe-•

cutivo, Legislativo e Judiciário;

mandato de quatro anos para presidente e

vice, sem direito a reeleição;

mandato de nove anos para senadores e de

 três anos para deputados;

igualdade perante a lei e liberdade religiosa.

Podemos perceber a continuidade no cenário político brasileiro, dividido em propostas federalistas e centralistas.

O governo constitucional de

Deodoro da Fonseca (1891)

Seguindo determinação constitucional, a eleição do primeiro presidente seria feita por via indireta, por meio do voto da Câmara. Na época, os candi-datos montavam chapas que continham presidente e vice-presidente, sendo que ambos deveriam ser escolhidos, de maneira que poderiam ser de chapas diferentes. O vice-presidente da chapa de Deodoro era o almirante Wandenkolk, enquanto a chapa oposi- tora era formada pelo cafeicultor Prudente de Morais e pelo marechal Floriano Peixoto, respectivamente candidatos a presidente e vice.

Apesar da impopularidade de Deodoro, este acabou sendo eleito, diante de suas pressões so-bre o Congresso, enquanto a vice-presidência foi ocupada por Floriano Peixoto, com o apoio da aris- tocracia cafeeira. Em meio a grave crise econômica, Deodoro envolveu-se ainda numa crise ministerial,

após indicar o Barão de Lucena, histórico defensor da monarquia e seu amigo, como chefe do gabinete ministerial, elevando ainda mais os protestos da aristocracia cafeeira.

Esses problemas geraram uma grande instabi-lidade e desgaste governamental, a partir do anta-gonismo entre o governo e o Congresso, dominado

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pelas oligarquias estaduais opositoras do governo. O Congresso passou a atacar o Ministério do Barão de Lucena, motivado por alguns negócios considerados obscuros como a construção do porto de Torres no Rio Grande do Sul e a concessão da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Em represália, o Congresso aprovou a Lei das Responsabilidades do Presidente, com o objetivo de decretar o impeachment de Deodoro da Fonseca.

Deodoro vetou a lei e dissolveu o Congresso no dia 3 de novembro de 1891, decretando o estado de sítio e censura à imprensa. Contra a tentativa de golpe de estado, se levantaram vários setores, a exemplo da greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. Com o apoio dos cafeicultores, Floriano Pei-xoto pensava em um plano para derrubar Deodoro da Fonseca. A resposta ao centralismo de Deodoro não  tardou: o almirante Custódio de Melo, ameaçado de prisão pelo presidente, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro com navios ancorados na Baía da Guana-bara, caso Deodoro não renunciasse imediatamente. No dia 23 de novembro de 1891, Deodoro renunciou, entregando a presidência a Floriano Peixoto.

O governo de

Floriano Peixoto (1891)

A base de sustentação política de Floriano era as oligarquias cafeeiras, que viam no centralismo mo-derado de Deodoro a força necessária para consolidar a república, diante da presença de monarquistas na política brasileira. Outros setores que apoiaram seu governo foram as camadas médias urbanas e a ala militar florianista.    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Floriano Peixoto.

As primeiras medidas da administração de Flo-riano foram a reintegração do Congresso que havia sido dissolvido por Deodoro, a suspensão do estado de sítio e a substituição dos governadores que ha-viam apoiado o golpe de Deodoro.

Porém, logo se colocou uma questão no governo de Floriano: a legitimidade de seu governo. De acor-do com o artigo 42 da Constituição Republicana de 1891, se o presidente da República se afastasse ou

fosse afastado do cargo antes de ter completado pelo menos dois anos de seu mandato, o vice-presidente deveria convocar novas eleições. Como Deodoro go-vernou como presidente eleito apenas nove meses, Floriano era obrigado, por lei, a convocar novas elei-ções presidenciais. Floriano não convocou eleielei-ções, alegando que não estava contrariando a Constitui-ção, pois fora eleito vice-presidente indiretamente.

Contra a possível “ilegalidade” do governo de Floriano, ocorreram revoltas nos fortes de Santa Cruz e de Lajes no Rio de Janeiro, sufocadas com rigor por meio do fuzilamento dos envolvidos. O Manifesto dos Treze Generais exigia a convocação imediata de no -vas eleições e a resposta de Floriano era clara – a exo-neração dos envolvidos. Contra Floriano ocorreram duas importantes revoltas: aRevolução Federalista

no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada no Rio

de Janeiro, ambas no ano de 1893.

Revolta da Armada (RJ-1893)

A Revolta da Armada foi um movimento da Ma-rinha, cuja oficialidade era constituída por elementos da elite aristocrática, que não admitia que o governo republicano fosse chefiado por um militar do Exército, originário das classes médias. Além disso, o almiran- te Custódio de Melo, líder da revolta, não só se sentia preterido por Floriano em sua pretensão de sucedê-lo na Presidência da República, como temia que o pre-sidente cancelasse as eleições presidenciais.

   A  c   e   r   v   o    f  o    t  o  g   r    á    f    i  c  o    d  a    M   a   r    i  n    h  a    d  o    B  r   a   s    i    l . Revolta da Armada.

Custódio de Melo sublevou a Marinha contra o presidente, fazendo com que o governo reagisse ao bombardeio, utilizando-se do Exército e de for- talezas em terra que responderam prontamente. Ao mesmo tempo, Floriano contou com o apoio de populares e de navios encomendados às pressas dos Estados Unidos.

Custódio de Melo e seus liderados fugiram para o Sul e se aliaram aos federalistas, ampliando o movimento e conquistando a cidade de Desterro (Florianópolis). Na Baía da Guanabara, o almirante

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Saldanha da Gama assumiu a liderança da Armada e o movimento se propagou com a invasão do Paraná e o ataque a São Paulo. A repressão de Floriano não  tardou com a deposição dos governos implantados pelos rebeldes no Paraná e Santa Catarina, e fuzila-mentos maciços.

Revolução Federalista

(RS-1893)

Entre os motivos desta revolta podemos des- tacar as tensões políticas devido à legalidade do governo de Floriano e o seu autoritarismo, além das lutas partidárias no Rio Grande do Sul entre facções políticas que disputavam o poder (federalistas e cas- tilhistas). Os federalistas eram liderados por Silveira Martins sendo conhecidos como “maragatos”. Defen-diam a instalação de um poder central forte — sem Floriano — e a adoção do Parlamentarismo, além da predominância do poder federal sobre o estadual e a reforma da Constituição Gaúcha (de caráter posi- tivista e que possibilitava a instituição da ditadura

do Poder Executivo no Rio Grande do Sul).

Já os Castilhistas eram adeptos do presidente do Estado Júlio de Castilhos, aliado político de Flo-riano Peixoto.    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  .

Em fevereiro de 1893, os maragatos que se encontravam exilados no Uruguai e na Argentina retornaram ao Rio Grande do Sul para derrubar Júlio de Castilhos da presidência do Estado, tomando as cidades de Alegrete e Dom Pedrito. Porém, os cas- tilhistas, contando com forças do Exército, bateram

os rebeldes em Inhanduí e os obrigam a se refugiar no Uruguai. A revolução federalista foi derrotada em junho de 1895 após ter expandido para Santa Catarina e Paraná. O saldo foi de aproximadamente dez mil mortos.

Política econômica

e social de Floriano

Floriano adotou várias medidas que favorece-ram principalmente a nascente burguesia brasileira e as camadas médias e populares urbanas. O obje- tivo das medidas incluia a busca de apoio político, diante dos questionamentos feitos a legalidade de seu mandato.

O presidente adotou uma nova política prote-cionista alfandegária, isentando de pagamento de  taxas as importações de máquinas, equipamentos e matérias-primas com o objetivo de estimular a indus- trialização do Brasil. Concedeu ainda empréstimos aos industriais e realizou uma reforma bancária que proibia a emissão de dinheiro por bancos particula-res, fazendo com que a partir de então as emissões se tornassem responsabilidade do governo central.

Para obter o apoio popular, Floriano reduziu os preços do aluguel das casas operárias, da carne e do pescado, além de aprovar a lei de construção de casas populares e o congelamento dos aluguéis e dos gêneros alimentícios.

Para se manter no poder, Floriano selou um pacto com a aristocracia cafeeira – apoio a Floriano em troca de realização de eleições no fim de seu mandato, que acabaram fazendo com que o cafei-cultor Prudente de Morais fosse eleito à presidência do Brasil.

República Oligárquica

(1894-1930)

A partir de 1894, representantes dos cafeicul- tores passaram a exercer o controle direto sobre a vida política no Brasil. Defendendo seus interesses, procuraram marginalizar a participação política da população por meio de esquemas como a Política dos Governadores e a Política do Café-com-leite, sustentada pela ação local do coronelismo. Em vários momentos a estabilidade foi ameaçada tanto por re-voltas populares quanto por disputas políticas entre os membros das oligarquias.

De qualquer maneira, os latifundiários busca-vam incessantemente a consolidação de seus

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inte-   E    M _    V_    H    I    S_    0    3    3

resses econômicos, encontrando no Estado a forma de garanti-los. A população ficava à margem, diante de um sistema eleitoral que excluía mulheres e anal-fabetos das eleições (a maior parte da população).

O governo de Prudente

de Morais (1894-1898)

Prudente de Morais foi o primeiro presidente da história do Brasil eleito pelo voto direto da população. Do ponto de vista econômico, Prudente de Morais acabou herdando uma forte inflação.

   D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Prudente de Morais.

Muitos consideram o governo de Prudente de Morais um governo de transição, na medida que apenas no próximo governo, o de Campos Sales, ocorrerá a consolidação dos interesses dos oligarcas. No governo de Prudente de Morais ocorreu ainda a Guerra de Canudos.

O governo de

Campos Sales (1898-1902)

O governo de Campos Sales lançou as bases po-líticas que garantiriam a estabilidade do regime, além da superação da crise econômica que se arrastava desde Deodoro da Fonseca e do Encilhamento. Com o

 Funding Loan, Campos Sales conseguiu reverter

tem-porariamente a crise financeira que afetava o Brasil.

   D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Campos Sales.

No campo político, Campos Sales criou um dispositivo que possibilitou a permanência dos

ca-feicultores no poder, a chamada Política dos Gover-nadores. Esta consistia numa troca de favores entre a presidência da república e os governos dos Estados brasileiros, pois o presidente exigia dos governadores a garantia de que só seriam indicados deputados fiéis às propostas do governo federal, de maneira que se o presidente quisesse aprovar alguma medida, todos os deputados teriam de concordar com ele. Em troca, Campos Sales prometeu apoiar as oligarquias esta-duais, que governariam com autonomia de acordo com o projeto de República Liberal.

A eleição de deputados e senadores fiéis à polí- tica oligárquica seria garantida por fatores como:

Comissão Verificadora de Poderes (Comissão

da “Degola”) – os candidatos eleitos preci-savam passar pela cerimônia da diplomação e, nesse momento, o eleito tem que dizer quais são os seus planos de governo, se ele é favorável ao governador, ao presidente etc. Caso ele não se enquadre no projeto político oligárquico, ele é cassado, sendo vítima de um processo conhecido como “degola”. Coronelismo – os coronéis eram latifundiários

que realizavam o controle político e social a nível municipal. Muitos latifundiários recebe-ram a patente de coronel da Guarda Nacional, durante o Brasil Império. O controle eleitoral dos coronéis se dava pelo voto de cabresto, em que o curral eleitoral do coronel era obri-gado por jagunços a votar nos candidatos de sua escolha. Por outro lado, a prática do clientelismo era muito comum – em épocas de eleição, o coronel ensinava seus eleitores pró-ximos a assinarem o próprio nome (critério de alfabetização utilizado nas eleições), fazendo com que estes votassem em seus candidatos muitas vezes em troca de favores.

Para impedir a briga entre as duas maiores oligarquias (São Paulo e Minas Gerais), Campos Sales criou a Política do Café-com-leite, em que se alternavam na presidência um presidente mineiro e outro paulista. São Paulo era o centro econômico do Brasil e maior produtor de café, enquanto Minas Gerais possuía o maior colégio eleitoral, o que fazia dos dois Estados os centros políticos da República Oligárquica.

O governo de Rodrigues

Alves (1902-1906)

O governo de Rodrigues Alves é muito conheci-do pelo conjunto de obras realizadas para modernizar a capital federal, o Rio de Janeiro, que também era

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a principal porta de entrada de turistas no país. No início do século XX, o Rio de Janeiro crescia de ma-neira desordenada, agregando no centro da cidade  tanto pessoas da alta sociedade brasileira quanto pobres, que precisavam morar próximo ao centro devido à proximidade dos locais de trabalho, numa época em que os meios de transporte não eram de-senvolvidos.    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Rodrigues Alves.

Como morar no centro da cidade era caro, a op-ção da populaop-ção carente era abrigar-se em cortiços, casarões antigos e abandonados, sem qualquer infra-estrutura sanitária para abrigar tamanho contingente de pessoas. Esgoto correndo a céu aberto, excreções de animais jogadas nas apertadas ruas do centro do Rio de Janeiro, tudo isso contribuía para a difusão de epidemias como a febre amarela e a varíola, que matavam cariocas e muitos estrangeiros, fazendo com que o Rio de Janeiro ganhasse o título de “ce-mitério de turistas”.

Para superar esses problemas, Rodrigues Alves indicou o engenheiro Pereira Passos como prefeito do Rio de Janeiro, encarregado de realizar reformas urbanas na capital federal. Pereira Passos inspirou-se nas obras de modernização de Paris realizadas pouco antes pelo então prefeito Barão de Haussman e começou por um audacioso proje- to: o Bota Abaixo. Tal projeto pretendia demolir os cortiços, efetuando um processo conhecido como segregação espacial do espaço urbano, uma vez que a população mais carente foi deslocada para a periferia e para encostas de morros, dando origem a várias favelas no Rio de Janeiro.

Pereira Passos também foi responsável pela abertura da Avenida Central (atual Rio Branco), rua larga que permitiria ampla circulação de automóveis. Mas o projeto mais polêmico esteve relacionado à campanha de erradicação da varíola, comandada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que instituiu a va-cinação obrigatória, gerando a Revolta da Vacina no ano de 1904. Oswaldo Cruz liderou ainda uma campanha de combate ao mosquito transmissor da febre amarela, além da perseguição aos ratos que

 transmitiam a peste bubônica, obtendo sensível redução nas taxas de contaminação da população carioca. Alguns estudiosos afirmam a existência de uma pressão modernizadora sob o governo brasileiro da época visando melhorar os espaços urbanos atra-vés da contratação de serviços internacionais.

Ainda no governo de Rodrigues Alves, há a questão da compra do Acre. O governo brasileiro comprou o Acre da Bolívia porque na região havia muitos seringais e os brasileiros já estavam extraindo o látex (borracha) da região. Para evitar um incidente internacional, o barão do Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, negociou a compra do Acre a partir da assinatura do Tratado de Petrópolis, de 1903. O Acre foi comprado da Bolívia por 2 milhões de libras mais a construção da ferrovia Mamoré--Madeira, que traria uma saída oceânica para a Bolí-via através de uma estrada de ferro próxima aos rios da Bacia Amazônica.

O governo de Afonso Pena

(1906-1909) e de Nilo

Peçanha (1909-1910)

Ao contrário dos três primeiros presidentes,  todos paulistas, Afonso Pena era mineiro, e foi res-ponsável por uma importante medida no campo eco-nômico, o Convênio de Taubaté. Afonso Pena faleceu em 1909 vítima de um ataque cardíaco, dando lugar a seu vice, o cafeicultor fluminense Nilo Peçanha, que criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), entregue a Cândido Rondon. Ao completar o mandato de Afonso Pena, Nilo Peçanha presenciou uma acirrada disputa eleitoral, algo pouco comum na República Oligárqui-ca, mas que promoveu o primeiro abalo na Política do Café-com-leite.    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  .    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  .

Afonso Pena. Nilo Peçanha.

O militar e político gaúcho marechal Hermes da Fonseca buscou o apoio de Nilo Peçanha, do Partido Republicano Mineiro e do influente senador gaúcho Pinheiro Machado para sua candidatura à

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presidên-   E    M _    V_    H    I    S_    0    3    3

cia. Porém, os paulistas se opuseram a escolha de mais um presidente militar, e passaram a apoiar a candidatura do baiano Rui Barbosa, que organizou a Campanha Civilista, considerada a primeira campa-nha eleitoral moderna da História do Brasil. Apesar da agitação, entre outros fatores, a máquina coro-nelistica, vinculada a Nilo Peçanha, acabou dando a vitória ao marechal gaúcho.

O governo de Hermes

da Fonseca (1910-1914)

Quando Hermes da Fonseca chegou ao poder procurou realizar a chamada Política das Salvações. Na verdade, constituía numa intervenção do Gover-no Federal e do Exército Gover-nos goverGover-nos estaduais e municipais, procurando derrubar os políticos que apoiaram a Campanha Civilista de Rui Barbosa. Con- tra a Política das Salvações, insurgiu-se a Revolução Cearense de 1914. Hermes da Fonseca ainda viu em seu mandato a eclosão da Revolta da Chibata (1910) e da Guerra do Contestado (1912-1916).    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Hermes da Fonseca.

O governo Venceslau Braz

(1914-1918)

A principal característica do governo do mineiro Venceslau Braz foi a eclosão da Primeira Guerra Mun-dial (1914-1918). Navios brasileiros que comercializa-vam com os países da Entente foram afundados por submarinos alemães, o que levou o Brasil a declarar guerra à Tríplice Aliança. Entretanto, a participação do Brasil no conflito foi tímida, limitada ao patru-lhamento do Atlântico e ao envio de uma missão médica à França. A Primeira Guerra Mundial teve profundas repercussões na economia brasileira, como um acelerado processo industrializante, motivado pela substituição de importados por manufaturadas produzidas no Brasil.    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Venceslau Braz.

O governo Delfm Moreira

(1918-1919) e Epitácio

Pessoa (1919-1922)

Para suceder Venceslau Braz foi eleito novamen- te Rodrigues Alves, que, no entanto, faleceu vítima da epidemia de gripe espanhola que vitimou cerca de 300 mil brasileiros. Seu vice era Delfim Moreira, que convocou novas eleições vencidas pelo paraibano Epitácio Pessoa.    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  .    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Epitácio Pessoa. Delfim Moreira.

Epitácio deu extrema atenção ao Nordeste, construindo açudes, poços e estradas de ferro. Mas o que mais se destacou no governo de Epitácio Pessoa foi a sucessão presidencial, mostrando um novo abalo na estabilidade política da República Oligárquica. Para as eleições de 1922, São Paulo e Minas Gerais lançaram a candidatura do mineiro Artur Bernardes. Porém, os estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro resolveram desafiar as principais oligarquias do Brasil, formando a Reação Republicana, que lançou a candidatura do ex-presidente Nilo Peçanha.

A Reação Republicana passou a pregar a mora-lização política, agregando boa parte do eleitorado urbano brasileiro. Mas a maior tensão surgiu quando, em outubro de 1921, o jornalCorreio da Manhã

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com denúncias de corrupção dentro da instituição. O episódio das cartas falsas foi o estopim do levante  tenentista dos 18 do Forte de Copacabana em 1922, acirrando ainda mais a disputa eleitoral. Apesar da oposição, a máquina eleitoral fraudulenta garantiu a vitória de Artur Bernardes. Em outubro de 1922, ainda em seu governo, iniciava-se um dos principais movimentos culturais do Brasil, a Semana da Arte Moderna, que revelou expoentes das artes e da cul- tura, além de contestações políticas que contribuíram

para desgastar a República Oligárquica.

O governo de Artur

Bernardes (1922-1926)

Esse período foi caracterizado por intensa agita-ção militar, fazendo com que o presidente reeditasse a Política das Salvações, intervindo nos Estados que não o apoiaram nas eleições, principalmente o Rio de Janeiro e a Bahia. Seu governo ocorreu praticamente em estado de sítio, diante das agitações do Movi-mento Tenentista e de moviMovi-mentos de trabalhado-res, incluíndo operários, com a limitação do habeas corpus , e a perseguição de estrangeiros suspeitos de

comporem as lideranças operárias.

O agitado governo de Artur Bernardes conviveu ainda com a Revolução Gaúcha de 1923, comandada pelos “maragatos” gaúchos liderados por Assis Bra-sil. O estopim do conflito foi a reeleição pela quinta vez consecutiva, via fraudes eleitorais, de Borges de Medeiros, político ligado ao Partido Republicano Rio--grandense. A revolução foi finalizada após a assinatu-ra do Pacto de Pedassinatu-ras Altas, que proibiu as reeleições para governador no Estado. Tal medida foi responsável pelo aparecimento de importantes políticos gaúchos como Oswaldo Aranha e Getúlio Vargas.

   D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Artur Bernardes.

O governo de Washington

Luís (1926-1930)

Conhecido pela criação de um programa para construção de estradas de rodagem e pelo lema

“go-vernar é abrir estradas”, Washington Luíz enfrentou os efeitos nocivos na crise de 1929. Em seu governo, os levantes operários e a presença da Coluna Prestes fizeram com que Washington Luís lançasse a Lei Celerada em 1927, que censurou os meios de comu-nicação e o direito de reunião, procurando frear a propaganda destes dois movimentos de contestação à República Oligárquica. Mais adiante, analisaremos como seu governo contribuiu para a eclosão da Revo-lução de 1930, que sob a liderança de Góis Monteiro e de Getúlio Vargas, pôs fim à República Oligárquica.

   D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Washington Luís.

Aspectos econômicos

da República Oligárquica

A República Oligárquica foi o tempo em que os cafeicultores se beneficiaram do controle sobre o aparelho estatal, para garantir seus interesses. No entanto, com o decorrer dos anos, a economia brasi-leira sofreu importantes modificações, que fizeram com que se fortalecessem o operariado urbano e a classe média, grupos que a partir de vários movimen- tos passaram a contestar as autoridades federais.

Se no início o objetivo era, de fato, superar a crise econômica do Encilhamento, posteriormente o obstáculo foi o controle sobre o preço do café diante da superprodução brasileira. E não só de café vivia o Brasil, a borracha foi um produto que despontou na República Oligárquica, diversificando nossa pauta de exportações.

O

Funding Loan 

Em 1898, o presidente Campos Sales partiu para a Europa, com o objetivo de estabelecer nego-ciações com os bancos credores da dívida externa brasileira. Surgia assim o Funding Loan, que tinha

como princípios:

a concessão de um empréstimo para

paga-•

mento dos juros da dívida externa brasileira dos próximos três anos;

a concessão de um prazo de dez anos, além

dos três iniciais, para que o Brasil começasse a pagar a nova dívida;

(13)

   E    M _    V_    H    I    S_    0    3    3

a penhora de toda a receita da alfândega do

porto do Rio de Janeiro, além de, em caso de necessidade, das receitas da Estrada de Ferro Central do Brasil e de outros serviços, como garantia do pagamento dos juros da dívida. A suspensão temporária do pagamento da dívida externa acabou por sanear as contas do governo, que cortou gastos em várias áreas, fazendo com que o Bra-sil superasse a crise financeira provocada pela política emissionista de Rui Barbosa, com o Encilhamento.

A superprodução e o

convênio de Taubaté de 1906

A expansão da lavoura cafeeira gerou um grave problema: a superprodução de café. A produção

de café elevou-se a níveis superiores a demanda mundial, de maneira que os preços caíam gradati-vamente. Diante de tal problema, São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro selaram, em 1906, o convê-nio de Taubaté, no qual o Estado se comprometeria

a realizar empréstimos estrangeiros que pudessem garantir a compra do excedente da produção de café, mantendo-o estocado até o aquecimento do mercado consumidor, o que elevaria o preço do produto, de acordo com umapolítica de valorização do café.

Plantaçao cafeeira.    F  e   r   n   a   n    d  o    R  e    b    ê    l  o .

O convênio de Taubaté foi inicialmente apresen- tado a Rodrigues Alves, que se recusou a aceitá-lo. Somente o presidente Afonso Pena legitimaria o convênio com um pedido de empréstimo de 15 mi-lhões de libras para a compra dos estoques de café. A manutenção artificial dos preços do café garantiu os lucros dos cafeicultores, porém, socializou os prejuízos com o restante da população brasileira, que sustentava com seus impostos o convênio de Taubaté. A dívida externa brasileira crescia, à mes-ma proporção dos estoques que conviviam com o apodrecimento de toneladas de café.

Duas tragédias

“Quando o café chegou ao oeste de São Paulo duas tragédias ocorreram: primeiro, amplas áre-as de florestáre-as virgens foram deváre-astadáre-as – por queimadas ou pelo desmatamento braçal, feito por imigrantes. Mais tarde, quando foi constru-ída a estrada de ferro que desbravou a região, os índios Kaingang, que ocupavam a área, foram massacrados. Suas terras se tornaram imensas fazendas de café”.

(BUENO, Eduardo.Brasil: uma história – a incrível saga

de um país. 2. ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 282.)

“É hora da borracha!”

A selva amazônica é rica em seringais de onde é extraído o látex, matéria-prima fundamental para a fabricação da borracha. A procura pelo látex se acentuou ainda no século XIX, quando as indústrias bélicas e automobilísticas da Segunda Revolução Industrial precisaram do látex para a fabricação

de seus produtos. A valorização internacional do látex fez com que uma legião de pessoas, incluindo imigrantes e migrantes, muitas vezes fugindo da seca e da exclusão social no Nordeste, migrasse para a Amazônia, contribuindo fortemente para a ocupação da Região Norte e de cidades como Ma-naus e Belém.

A exploração do látex foi tão intensa, que nos primeiros anos do século XX, sua exportação atin-giu o segundo lugar, perdendo apenas para o café. Apesar dos lucros, as técnicas de exploração apli-cadas eram extremamente precárias. Assim como as condições de vida dos trabalhadores, uma vez que os lucros sustentavam os luxos de uma restrita classe de organizadores da extração, que vão passar a ser os proprietários da terra, muitas vezes através de falsos títulos de propriedade. Surgia, para esta restrita classe, iluminação nas casas, telefone, água encanada e até um suntuoso Teatro de Manaus, para abrigar espetáculos europeus.

(14)

10    ME _    V_    H    I    S_    0    3    3    D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  . Coleta de látex.

As técnicas rudimentares inutilizavam muitas árvores, fazendo com que os seringueiros se deslo-cassem cada vez mais em direção à Amazônia bo-liviana, em busca do látex. Quando as autoridades bolivianas perceberam a presença de brasileiros em seu território, gerou-se um mal-estar diplomático superado pelo barão do Rio Branco, que anexou o

 território do Acre através do Tratado de Petrópolis

de 1903. Questões territoriais.    I    E    S    D    E    B  r   a   s    i    l    S .    A .

O ciclo da borracha foi extremamente rápido. A partir de 1910, as técnicas precárias e a concorrência da produção inglesa no Ceilão e na Malásia fizeram com que a produção de borracha no Brasil entrasse em decadência.

Os investimentos

estrangeiros e o

surto industrial

Um dos objetivos do Imperialismo adotado pelas potências europeias seguidas pelos Estados Unidos era a exportação para países periféricos do excedente de mercadorias e capitais, garantindo sua reprodução. No Brasil, muitos setores passaram a ser controlados pelo capital estrangeiro, como transporte ferroviário, bondes, fornecimento de eletricidade, água encanada e outros serviços, acentuando a de-pendência de nossa economia em relação ao capital internacional. Neste período, instalaram-se no Brasil importantes empresas como a Light & Power, os frigoríficos Wilson, Swift e Anglo, além da General Motors, Ford e Belgo Mineira.

A Primeira Guerra Mundial alterou

profunda-mente a economia brasileira ao promover umrápido crescimento industrial motivado pela substituição de importações. Porém, com a Primeira Guerra

Mun-dial em 1914, as indústrias europeias passaram a se dedicar à produção bélica, reduzindo a oferta de produtos no mercado internacional.

   D  o   m    í  n    i  o   p    ú    b    l    i  c  o  .

Trabalho Industrial – mulher traba-lhando em fábrica.

Com isso, o Brasil passou a produzir principal-mente bens de consumo não-duráveis como têxteis e alimentos processados. Boa parte dos capitais aplicados na industrialização era oriundo do café, fa-zendo com que São Paulo concentrasse boa parte das atividades industriais nesse período. A mão-de-obra era recrutada principalmente entre os imigrantes, conhecedores de técnicas produtivas, em detrimento do ex-escravo e seus descendentes, mais uma vez alijados socialmente.

(15)

   E    M _    V_    H    I    S_    0    3    3

A industrialização não foi uma política concreta do Estado com o objetivo de modernizar a economia brasileira. As oligarquias que exerciam o comando político nacional estavam vinculadas à agroexporta-ção, e os investimentos foram canalizados para esta atividade. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a produção norte-americana passou a abastecer o Brasil de produtos industrializados, fazendo com que muitas empresas não conseguissem sobreviver à concorrência estrangeira.

Apesar da brevidade, este surto industrial contri-buiu para o desenvolvimento de importantes classes sociais. Os setores urbanos ligados à classe média, ao mesmo tempo em que se desenvolviam, passavam a questionar a predominância política do meio rural, enquanto o operariado se manifestava contra o Estado, exigindo melhores condições de trabalho.

Ainda a respeito da industrialização, acrise de 1929 influenciou na sua expansão a partir da mesma

lógica de substituição das importações, diante da “quebradeira” de várias empresas estrangeiras, o que motivou empresários brasileiros a novamente investir na produção industrial.

(PUCPR) O estudo comparativo das Constituições Bra

-1.

sileiras de 1824 (Carta Outorgada, Imperial) e de 1891 (Carta promulgada, Republicana)não permite armar:  A Carta Imperial criou quatro poderes, mas o docu -a)

mento republicano estabeleceu somente três. Enquanto o estatuto Imperial recebeu uma emenda, b)

o Ato Adicional, um progresso rumo à federação, a Carta republicana foi emendada em 1926, com for -talecimento do Poder Central.

 A Carta de 1891 estabeleceu a Federação como

c)

forma de Estado.

 A Carta Republicana teve inspiração europeia, ao

d)

passo que a lei maior imperial buscou seguir o mo -delo norte-americano.

 A Carta de 1824 criou o Unitarismo como forma de

e)

Estado, mesmo porque as Províncias eram destituí 

-das de preparo político.

Solução:

` D 

(PUCRS) Durante o Governo Republicano Provisório

2.

(1889- 1891), o Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, põe em prática uma política econômica caracterizada pela emissão de papel-moeda e pelo aumento das tarifas alfandegárias para os produtos estrangeiros, visando promover o crescimento industrial.

Essa política cou conhecida como: Plano de Metas. a) Convênio de Taubaté. b) Funding Loan  c) . Salvacionismo. d) Encilhamento. e) Solução: ` E 

(Adaptado) “A exclusão dos analfabetos pela Constituição

3.

republicana (de 1891) era particularmente discriminatória, pois, ao mesmo tempo retirava a obrigação do governo de fornecer instrução primária, que constava do texto imperial, e exigia para a cidadania política uma qualidade que só o direito social da educação poderia fornecer... .”

(CARVALHO, José Murilo de.Os Bestializados.).

Que relação o texto estabelece entre Ensino Público

a)

e exercício da cidadania política durante a Primeira República (1889 - 1930)?

O que a atual Constituição dispõe a respeito desta b)

relação?

Solução: `

O Ensino Público não era gratuito, impedindo que a)

grande parcela da população fosse alfabetizada e,  portanto, tivesse direito ao voto.

Na atual constituição a alfabetização não é impecí-  b)

lio para o direito/dever do voto.

(Fuvest) “Diante do meu charuto muito doutor de lei

4.

cou menor do que um anão de circo de cavalinho”

(Ponciano de Azeredo Furtado, personagem criado por José Candido de Carvalho, em O Coronel e o Lobisomem.)

 Tomando o texto como referência, identifique o fenômeno nele retratado e explique suas raízes e

permanências.

(PUC–Campinas) Considere os excertos a seguir.

5.

“[...] a classe dos fazendeiros de café se conservava I.

e se eternizava no Governo graças a uma máquina eleitoral que se estendia por todo o país, mergu

-lhando suas raízes na terra[...]”

“[...] o Estado [...] é todo ele marcado pelo arbítrio II.

dos governantes contra setores populares que se organizavam para reduzir a exploração[...]”

“[...] a política dos governadores permitia as classes III.

dominantes dos Estados mais poderosos [...] pre

-servar e fortalecer o poder do grupo que dominava o aparelho estatal[...]”

(16)

12    ME _    V_    H    I    S_    0    3    3

Os governos da Primeira República Brasileira caram conhecidos como oligárquicos, em virtude de apenas um grupo estar ali representado. Esses governos estão corretamente identicados em:

apenas II. a) apenas I e II. b) apenas I e III. c) apenas II e III. d) I, II e III. e) Solução: ` E 

Trata-se do “coronelismo” praticado principalmente na Pri-  meira República. Grandes produtores rurais tornaram-se chefes políticos locais e determinavam por meio de diver-  sos métodos quais deveriam ser os candidatos eleitos.

(Unirio)

6.

NOVAES. Carlos Eduardo; LOBO, César.História do Brasil para Principiantes. São Paulo: Ática, 1997. p. 198.

Considerando a charge acima e a Constituição Republi

-cana de 1891, podemos armar que a:

consolidação da 1.ª República, em torno dos pro -a)

 jetos agroexportadores, disseminou a economia cafeeira por todo o Brasil e garantiu um pacto de poder que satisfez aos diversos setores do merca

-do de trabalho emergentes.

expansão da economia cafeeira garantiu uma es

-b)

tabilidade política para as elites agroexportadoras, que se utilizaram do papel centralizador do Estado para atender às demandas sociais vigentes e não houve demanda pelo voto popular.

permanência de grandes setores sociais marcados

c)

pelo analfabetismo favoreceu o avanço da eco

-nomia brasileira na 1.ª República, uma vez que os trabalhadores se identicaram com os projetos da

elite cafeeira.

exclusão, pelo voto, de grande contingente da po -d)

pulação brasileira adiou o processo histórico de compromisso com a educação do país e favoreceu

a permanência de setores da elite cafeeira no poder

durante a 1.ª República.

autonomia dos Estados, sancionada com a Consti-e)

tuição de 1891, estabeleceu várias interpretações sobre as formas de participação do analfabeto e da mulher, possibilitando a candidatura de analfabetos em alguns estados.

Solução:

` D 

(Unicamp) “A Amazônia selvagem sempre teve o dom de

7.

impressionar a civilização distante. Desde os primeiros tempos da Colônia, as mais imponentes expedições e solenes visitas pastorais rumavam de preferência às suas plagas desconhecidas. Para lá os mais veneráveis bispos, os mais garbosos capitães-generais, os mais lúcidos cientistas.”

(CUNHA, Euclides da.À Margem da História.

São Paulo: Cultrix, 1975. p. 32.)

Explique como ocorreu a ocupação da Amazônia

a)

desde o período colonial até o século XIX.

Caracterize a principal atividade econômica da b)

 Amazônia, entre o nal do século XIX e as primeiras décadas do século XX, mencionando as razões de

sua importância internacional.

Solução: `

Desde o período colonial até meados do século a)

 XX, a ocupação da Amazônia esteve vinculada às atividades extrativistas e à ação de missionários religiosos, tendo na hidrografa a via de acesso ao interior.

No período do colonial destacaram-se a exploração das drogas do sertão e a ação, sobretudo, dos jesuí-  tas na fundação de núcleos de povoamento.

Entre 1880 e 1920, a região viveu o “Ciclo da Bor -  b)

racha”, favorecido pela demanda do produto em decorrência da Segunda Revolução Industrial. Se de um lado a exploração da borracha enriquecia seringalistas e atravessadores, de outro fez prolife-  rar na Amazônia uma massa pauperizada, formada  principalmente por migrantes do Nordeste.

(UFV) No carnaval carioca de 1997, o júri escolheu

8.

(17)

   E    M _    V_    H    I    S_    0    3    3

Estavam impedidos de votar:

os analfabetos, as mulheres, os pobres (voto censi -a)

tário) e os religiosos.

os analfabetos, as mulheres, os soldados e os me

-b)

nores de idade.

os analfabetos, as mulheres, os soldados e os me -c)

nores de dezesseis anos.

os religiosos, as mulheres, os camponeses e os me -d)

nores de idade.

os religiosos, os camponeses, os menores de idade

e)

e os soldados.

(Mackenzie) “Policarpo era um patriota; monarquista

2.

conservador, foi ardoroso defensor do governo (forte) de Floriano a favor do qual engajou-se na luta contra a  Armada rebelada. Acabou preso, condenado e execu

-tado. Teve um triste m.”

(BARRETO, Lima.Triste Fim de Policarpo Quaresma.)

O período da República referido no texto é: a República da Espada.

a)

o Estado Novo. b)

a República dos Coronéis.

c)

a República Nova.

d)

a Fase Populista. e)

(PUCPR) “(...) Concidadãos – o Governo Provisório,

3.

simples agente temporário da Soberania Nacional, é o governo da paz, da liberdade, da fraternidade e da

ordem.

No uso das atribuições e faculdades extraordinárias de que se acha investido (...): promete e garante a todos os habitantes do Brasil, nacionais e estrangeiros, a segurança da vida e da propriedade, o respeito aos interesses individuais e políticos, salvas as limitações exigidas pelo bem da prática e legítima defesa do governo proclamado pelo Povo, pelo Exército e pela  Armada Nacional”.

O texto acima inaugurou no Brasil: a República – 1889. a) o Governo Militar – 1964. b) a Independência – 1822. c) o Segundo Reinado – 1831. d) o Reino do Brasil – 1815. e)

(UFRJ) “A cidadania moderna – ou seja, a integração das

4.

pessoas no governo, via participação política; na socie

-dade, via direitos individuais; e no patrimônio coletivo, via justiça social – continua sendo aspiração de quase todos os países, sobretudo, os que se colocam dentro da Grande Rio”, cuja letra foi inspirada em um fato his

-tórico importante. Leia o trecho da letra do samba a seguir e responda:

“Sonha, a Grande Rio é um sonho Em águas claras eu quero sonhar Enfeitar a vida de alegria

Pra quem um dia o sol quis despertar Chegaram cheios de esperança

Não sabiam dos mistérios que teriam que enfrentar Essa mata tem segredos que o homem não consegue desvendar

É um mundo de encanto e magia, perfume e fantasia Cicatriz que a Amazônia fez chorar

Olha o índio no caminho, é caçador Meu cavalo é de fogo, eu vou que vou Se a selva é perigosa, meu amor

Rondônia é alegria, esqueça a dor (Foi assim) Era o eldorado do látex no Brasil

 A riqueza que a cobiça alimentou

Nessa história o Tio Sam também entrou No tratado de Petrópolis tudo começou O Acre da Bolívia ganhei

E a borracha para o mundo exportei Cada dormente é uma vida, a vida em or Na Maria Louca delirando eu vou

Em sucata o meu sonho terminou

 Vou voltar para onde não fui...”.

(Autores: SABARÁ, MURALHA, JARBAS da CUÍCA e GRAJAÚ)

Qual é o fato histórico abordado no trecho acima?

a)

 Transcreva duas passagens, da letra acima, em b)

que ca bem caracterizado esse fato histórico.

Solução: `

Ciclo da Borracha, iniciado no século XIX e que a)

atingiu o auge em 1912.

“Cicatriz que a Amazônia fez chorar”; “E a bor-  b)

racha para o mundo exportei”.

(UFRJ) Em 1891 foi promulgada a primeira Carta Consti

-1.

tucional da República. Esta constituição caracterizava-se pela eleição direta em todos os níveis, todavia a alguns segmentos sociais foi negado o direito do voto.

(18)

14    ME _    V_    H    I    S_    0    3    3

tradição ocidental (...) Simplicando muito, pode-se dizer que o processo histórico de formação da cidadania, no Ocidente, seguiu dois caminhos, um de baixo para cima, pela iniciativa dos cidadãos, outro de cima para baixo, por iniciativa do estado e de grupos dominantes”.

(CARVALHO, J. Murilo de. Cidadania, Estadania e Apatia. In :Jornal do Brasil. 24 jun. 2001. p. 8.)

 A instauração do regime republicano no Brasil representou para muitos a possibilidade de democratização da sociedade por meio da armação dos direitos civis, políticos e sociais. No entanto, já em seu nascedouro, a república brasileira impunha restrições ao exercício da

plena cidadania.

Cite um limite ao exercício da cidadania que conste da legislação eleitoral dos primórdios da República. (UERJ)

5.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRAZIL

GLÓRIA À PÁTRIA! HONRA  AOS HERÓIS DO DIA 15 DE

NOVEMBRO DE 1889.

“HOMENAGEM DA REVISTA ILUSTRADA” 

(  Apud  FAUSTO, Boris.História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.)

“Glória à pátria!”, dizia a “Revista Illustrada”, um dia após a proclamação da República no Brasil, numa comemoração que representava o desejo de mudanças que trouxessem ampliação dos direitos políticos e da

cidadania.

No que se refere ao exercício dos direitos políticos, a primeira Constituição republicana – de 1891 – tem como uma de suas características:

o direito de cidadania às mulheres, pela introdução

a)

do voto feminino.

a exclusão das camadas populares, com a institui

-b)

ção de sistema eleitoral direto.

o aumento do colégio eleitoral, pela atribuição do

c)

direito de voto aos analfabetos.

a possibilidade do controle dos eleitores pelos pro -d)

prietários rurais, pelo voto aberto.

(UERJ) Um dos documentos mais curiosos para a

6.

história da grande data de 15 de novembro, consiste, a nosso ver, no aspecto inalterável da rua do Ouvidor, nos dias 15, 16 e 17, onde, a não ser a passagem das forças e a maior animação das pessoas, dir-se-ia nada

ter acontecido. Tão preparado estava o nosso país para a República, tão geral foi o consenso do povo a essa reforma, tão unânimes as adesões que ela obteve, que a rua do Ouvidor, onde toda a nossa vida, todas as nossas perturbações se reetem com intensidade, não perdeu absolutamente o seu caráter de ponto de reunião da moda.

(THOME, J. Crônica do Chic – 1889.  Apud  PRIORE, M. D. et al .Documentos de História do Brasil de Cabral

aos Anos 90. São Paulo: Scipione, 1997. Adaptado.)

“Em frase que se tornou famosa, Aristides Lobo, o propagandista da República, manifestou seu desapontamento com a maneira pela qual foi proclamado o novo regime. Segundo ele, o povo, que pelo ideário republicano deveria ter sido protagonista dos acontecimentos, assistira a tudo bestializado, sem compreender o que se passava, julgando ver uma parada militar.”

(CARVALHO, J. M.Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.)

Nos textos apresentados, encontram-se as opiniões de dois observadores do m do século XIX – José  Thome e Aristides Lobo – a respeito da Proclamação

da República.

 A divergência entre as posições dos autores sobre o evento refere-se ao seguinte aspecto:

ideário republicano.

a)

reação da população. b)

caráter elitista do movimento.

c)

caracterização política do regime.

d)

(Fuvest) Com a instalação da República no Brasil, algu

-7.

mas mudanças fundamentais aconteceram. Entre elas, destacam-se:

a militarização do poder político e a universalização

a)

da cidadania.

a descentralização do poder político e um regime b)

presidencialista forte.

um poder executivo frágil e a criação de forças pú -c)

blicas estaduais.

a aproximação entre o Brasil e os Estados Unidos e

d)

a instituição do voto secreto.

a fundação do Banco do Brasil e a descentralização

e)

do poder político.

(FGV) Apesar da profunda rivalidade existente entre os

8.

grupos no interior do exército no início da República, eles se aproximavam em um ponto fundamental:

(19)

   E    M _    V_    H    I    S_    0    3    3

expressavam os interesses de uma classe social,

a)

defendendo uma República liberal com o Poder Executivo descentralizado.

expressavam a opinião segundo a qual o Império b)

deveria ser preservado, devendo entretanto sofrer algumas reformas levemente descentralizadoras. não expressavam os interesses de todo um seg -c)

mento social, pregando o estabelecimento de uma forma de Poder Executivo descentralizado e adap

-tado às peculiaridades regionais.

expressavam os interesses de algumas oligarquias do

d)

Império, defensoras da autonomia das províncias. não expressavam os interesses de uma classe so -e)

cial, posicionando-se como adversários do liberalis

-mo e defendendo a República, dotada de um Poder Executivo forte.

(UERJ) A superposição do regime representativo, em

9.

base ampla, a uma inadequada estrutura econômica e social, havendo incorporado à cidadania ativa um volumoso contingente de eleitores incapacitados para o consciente desempenho de sua missão política, vinculou os detentores do poder público, em larga medida, aos condutores daquele rebanho eleitoral. Eis ai a debilidade particular do poder constituído, que o levou a compor-se com o remanescente poder privado dos donos de terras no peculiar compromisso do “coronelismo”.

(LEAL, Vitor Nunes.Coronelismo: enxada e voto.1975.)

Os elementos do texto acima permitem caracterizar um importante pacto político, desenvolvido na República  Velha, no Brasil, denominado de:

Política dos Governadores.

a)

Pacto de Pedras Altas. b)

Convênio de Taubaté.

c)

Funding Loan.

d)

(UERJ) A chamada República dos Governadores, que

10.

caracterizou a Primeira República no Brasil, tinha por objetivo a manutenção da estrutura agroexportadora. Um dos mecanismos utilizados, naquela época, para preservar a oligarquia predominantemente cafeeira foi:

a utilização do voto aberto.

a)

a revalidação do Poder Moderador. b)

a instituição da Guarda Nacional.

c)

o estabelecimento da Lei de Terras.

d)

a adoção de uma política abolicionista.

e)

(UERJ) “A proclamação da República em 1889, ao

11.

promover a descentralização político-administrativa do país, gerou expectativas de uma efetiva autonomia no

agora estado do Rio de Janeiro. A implantação da Re

-pública Federativa do Brasil coincidiu, no estado do Rio, com sérias diculdades econômicas e nanceiras que, em ns da década de 1890, chegaram a uma situação limite, muito embora esse quadro de crise tenha sido entremeado por breves conjunturas de recuperação.  Além desses problemas de ordem econômica, o exercí 

-cio, pelos uminenses, da autonomia que o federalismo oferecia, foi dicultado, mais uma vez, pela proximidade da capital federal, a ponto de se tornar voz corrente que a política estadual era decidida na rua do Ouvidor.”

(FERREIRA, Marieta de M. Política e Poder no Estado do Rio de Janeiro na República Velha. In :Revista Rio

de Janeiro. UFF, dez. 1985.)

O estado do Rio de Janeiro, apesar da nova estrutura política decorrente da Proclamação da República, apresentou, na virada do século XIX, características que o distinguiam dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Uma dessas características, destacada no texto acima, é:

enfraquecimento do poder político local.

a)

retomada do poder econômico das elites locais.

b)

controle do governo da União pelos políticos locais.

c)

subordinação à crescente intervenção

econômico-d)

-nanceira do poder central. (UERJ)

12.

(STORNI, 1927. In : LEMOS, Renato. Uma História do Brasil Através da Caricatura. Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.)

 A dominação dos grandes proprietários rurais durante a República Velha deu origem à expressão popular “voto de cabresto”, mecanismo eleitoral que resulta de:

inuência política das oligarquias regionais.

a)

adaptação do campesinato à realidade do mundo b)

(20)

16    ME _    V_    H    I    S_    0    3    3

inconformismo do eleitor nas pequenas cidades do

c)

interior.

submissão dos trabalhadores rurais aos valores so -d)

beranos das cidades.

(Unirio) No período da história brasileira denominado

13.

de República Velha (1889-1930), os grupos oligárquicos exerceram pleno domínio sobre o processo político, o que pode ser exemplicado na(o):

predominância dos grandes estados, principalmen -a)

te os ligados à economia agroexportadora.

política dos governadores, que isolou os estados b)

das decisões políticas concentradas no governo

federal.

aliança política entre os ociais mais jovens, inuen -c)

ciados pelo Positivismo, e os grandes chefes políti -cos rurais.

participação permanente da oligarquia gaúcha no

d)

pacto café-com-leite.

apoio popular aos movimentos eleitorais de oposi -e)

ção como a Reação Republicana.

(Cesgranrio) Clientelismo e política de favores são

14.

características da vida política brasileira na República  Velha, e ligam-se ao fenômeno:

coronelismo. a) caudilhismo. b) federalismo. c) populismo. d) messianismo. e)

(Cesgranrio) A implantação da República no Brasil teve

15.

como consequência a consolidação de um processo de dominação política por parte das oligarquias, que pode ser expresso nas opções a seguir, exceto em

uma. Assinale-a.

Garantia da hegemonia dos grupos dominantes em

a)

cada estado, por meio da “Política dos Governadores”. Manipulação do processo eleitoral, principalmente b)

nas zonas rurais.

Crescente predomínio do eleitorado, em especial

c)

dos setores populares.

Instituição do Federalismo, com transferência de

d)

amplos poderes aos Estados.

Papel preponderante dos “coronéis” no controle da

e)

política municipal.

(UERJ) Eleição dá despesa: registro de nascimento,

16.

que a criançada vai nascendo e só se registra quando chega a hora de votar, meia dúzia de retratos, lanche,

passagem. Fora a distribuição de máquinas de costura, empréstimos de vaca com cria pra quem tá carecendo de leite, ainda tem matuto querendo ver direito o nome dos candidatos. Pode não, oxente! (...)

(RIBEIRO, Marcus Venício et al .Brasil Vivo. Petrópolis: Vozes, 1992.)

O mecanismo político existente na “República oligárquica” no Brasil e caricaturado no trecho acima é:

Lei de Terras.

a)

voto de cabresto. b)

política dos governadores.

c)

Comissão de Vericação de Poderes.

d)

(UERJ) O Convênio de Taubaté, de 1906, consolidou,

17.

com a garantia do governo, a política econômica agrícola da primeira República. O governo deveria comprar a safra agrícola não exportada e estocar.

 Tal acordo rmou a política de valorização do seguinte produto: erva-mate. a) borracha. b) algodão. c) cacau. d) café. e)

(Unirio) A economia brasileira, nas primeiras décadas do

18.

século XX, no período conhecido como República Velha, pode ser sintetizada em duas características: a perma

-nência do café como principal atividade econômica do país e o avanço do processo de industrialização.  Assinale a opção que expressa uma ação dos governos

republicanos relacionada às características apontadas.  Adoção de sucessivos mecanismos de sustentação

a)

e valorização dos preços do café.

Política de diversicação produtiva e regional, be

-b)

neciando os estados cafeeiros.

Decretação de medidas de protecionismo alfande -c)

gário, a favor da indústria.

Livre-cambismo favorecendo a inversão maciça de

d)

capitais estrangeiros nas atividades produtivas. Intervencionismo estatal no setor industrial de bens

e)

de consumo.

(Cesgranrio) Industrializar o Brasil e realizar a indepen

-19.

dência econômica frente ao capitalismo europeu eram

os objetivos da política econômica formulada por Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, nos primeiros anos da República. Assinale a única das medidas listadas a seguir que está relacionada com essa política econômica:

(21)

   E    M _    V_    H    I    S_    0    3    3

facilitar as exportações de máquinas e equipa -a)

mentos.

aumentar os empréstimos à lavoura, principalmente b)

a do café.

impor austeridade aos gastos públicos.

c)

enxugar o meio circulante.

d)

estimular a produção interna de bens de consumo

e)

duráveis.

(Cesgranrio) A identicação dos governos da República

20.

 Velha com os interesses da economia cafeeira pode ser

expressa pelo(a):

nanciamento, através do Banco do Brasil, para o

a)

plantio de novas lavouras, no Encilhamento.

estatização das exportações, com o objetivo de ga

-b)

rantir os preços, durante a Primeira Guerra Mundial. adoção de uma política de valorização, reduzindo a

c)

oferta do produto, a partir do Convênio de Taubaté. controle da mão-de-obra camponesa e apoio à imi -d)

gração, com a Lei Adolfo Gordo.

isenção de tributos assegurada no programa de es -e)

tabilização de Campos Sales.

(Cesgranrio) A industrialização brasileira no início do

21.

século XX é denida como um “processo de substituição de importações”, como pode ser observado na:

relação entre o crescimento da indústria e o declínio

a)

das vendas do café, após o Convênio de Taubaté. instalação de empresas multinacionais no Brasil, b)

desde o século XIX, atraídas pelo m da escravidão. adoção de políticas protecionistas, desde o Impé -c)

rio, tornando proibitivas as importações.

transferência maciça de mão-de-obra industrial e

d)

capitais norte-americanos para o Brasil.

expansão industrial, durante a Primeira Guerra

e)

Mundial, quando caram restritas as importações pelo Brasil.

(Cesgranrio) O café, apesar de manter a condição de

22.

principal produto de exportação do Brasil, enfrentou su

-cessivos problemas nas primeiras décadas do século XX, reetidos em diversas políticas do governo, como a(o):

compra e estocagem de excedentes para garantir o

a)

preço do produto no mercado internacional.

estatização do comércio do café e controle da pro

-b)

dução através do Departamento Nacional do Café. erradicação dos cafezais para controlar o avanço

c)

das pragas e liberar terras para novas culturas.

incentivo à expansão da lavoura em áreas novas,

d)

em face da conjuntura favorável do mercado inter -nacional.

encarecimento da produção em decorrência da ca -e)

rência da mão-de-obra após a Abolição.

(Cesgranrio) O processo de industrialização, entre o

23.

nal do século XIX e o nal da República Velha, foi parte da modernização geral do país e sobre ele é correto armar que:

sua produção estava pulverizada em estabeleci -a)

mentos pequenos de natureza familiar.

foi favorecido pela implantação da república através b)

da facilidade de crédito do Encilhamento.

sofreu grande impulso no período da Primeira

c)

Guerra Mundial, beneciado pelas diculdades de importação.

teve o desenvolvimento paralelo da agroindústria

d)

possibilitado pela entrada do capital estrangeiro na lavoura de exportação.

teve o mercado consumidor para seus produtos

e)

ampliados pela transferência da população de ex-escravos para a cidade.

(UFMG) Todas as alternativas a seguir apresentam

24.

armações corretas sobre a economia cafeeira no Brasil, exceto:

ao longo do século XVIII, a produção de café servia

a)

apenas para consumo local e não tinha expressão

comercial.

no nal do século XX, os grandes cafezais encon

-b)

tram-se nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais.

no início do século XX, a diminuição dos cafezais

c)

gerou uma política de valorização articial do pro -duto.

por volta da metade do século XIX, o café passou

d)

a ocupar o primeiro lugar na pauta de exportações brasileiras.

(Unirio) Desde o ano de 1993, vários eventos vêm

1.

sendo realizados em rememoração da Revolta da Ar

-mada e da Revolução Federalista, as quais podem ser consideradas como:

representativas dos movimentos monárquicos res -a)

tauradores do início da República.

projeção das diversas concepções republicanas b)

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