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Resenha Benedict Anderson

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Academic year: 2021

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulSul

Faculdade de Filosofia e

Faculdade de Filosofia e Ciências HumanasCiências Humanas Curso de História

Curso de História Seminário de História

Seminário de História ContemporâneContemporâneaa Prof. r. !ar"al de !ene#es Paredes Prof. r. !ar"al de !ene#es Paredes Ra$uel !ac%ado da Silveira

Ra$uel !ac%ado da Silveira

&pon

&pontametamentos ntos pespessoaisoais s aceracerca ca do do capícapítulo 'ntrodutótulo 'ntrodutório( rio( e e dos capítulodos capítulos s ).). “As“As Origens da Consciência Nacional”

Origens da Consciência Nacional”* +* +.. “Pioneiros Crioulos”“Pioneiros Crioulos”  e ,.  e ,. “V“Velhelhas as Línguas,Línguas,  Novos

 Novos Modelos”Modelos” da da o-ro-ra a de &de &/R/RS0S0( ( 1en1enediedict ct 22 “Comunidades Imaginadas:“Comunidades Imaginadas:  e!le"#es so$re a Origem e a %"&

 e!le"#es so$re a Origem e a %"&ans'o do Nacionalismo”ans'o do Nacionalismo”..

/m seu capítulo introdutório( &nderson nos apresenta por o-3etivo fornecer  /m seu capítulo introdutório( &nderson nos apresenta por o-3etivo fornecer  su-sídios para au4iliar a interpreta"5o da 6anomalia7 do nacionalismo( e atrav8s da su-sídios para au4iliar a interpreta"5o da 6anomalia7 do nacionalismo( e atrav8s da cit

cita"a"5o 5o 9 9 SetSeton:on:;;aatsotson n nos nos antantececipa ipa as as difdificuiculdaldades des em em coconcenceituitualiali#ar#ar( ( defdefiniinir r ee distin<uir a"5o( nacionalidade e nacionalismo=

distin<uir a"5o( nacionalidade e nacionalismo= “(ou assim !or)ado a concluir *ue n'o“(ou assim !or)ado a concluir *ue n'o +

+ &ossí&ossível vel enconenconrar rar nenhnenhuma -de!ini)'o ciení!icauma -de!ini)'o ciení!ica. da na)'o, . da na)'o, odaodavia via o o !en/m!en/menoeno e"isiu e e"ise”

e"isiu e e"ise”. a se$uência identifica $ue parte . a se$uência identifica $ue parte dessa dificuldade reside na tendênciadessa dificuldade reside na tendência

de

de tratratatar r umuma a susu-s-stâtâncncia ia fifictctícícia ia ou ou a-a-ststraratata( ( fafalslsamamenente te coconsnsididereradado o rereal al 2 2 oo  acionalismo

 acionalismo 2 2 e e posteriormenteposteriormente “class“classi!icar i!icar essa essa -enid-enidade. como ade. como ideolideologia”ogia”. /sta. /sta

entidade ideoló<ica por

entidade ideoló<ica por conse$uênconse$uência 8 cia 8 patolo<i#ada por >opatolo<i#ada por >om airn=m airn= “o nacionalismo +“o nacionalismo + a

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-neueurorose. se. no no inindidivívíduduo, o, eendndo o &r&raaicicamamenene e a a memesma sma amam$i$iguguididadade e esessensencicial al  inerene23334”

inerene23334” isto 8( por sua ve#( visto como sintomático por &nderson $ue se recusa aisto 8( por sua ve#( visto como sintomático por &nderson $ue se recusa a

tratar do tema como patolo<ia( e locali#a o e$uívoco na tendência de relacionar o tratar do tema como patolo<ia( e locali#a o e$uívoco na tendência de relacionar o nacionalismo somente com os re<imes totalitários( e$uiparando:o ao 6li-eralismo e ao nacionalismo somente com os re<imes totalitários( e$uiparando:o ao 6li-eralismo e ao 6fascismo7.

6fascismo7. 0

0 popontnto o de de papartrtidida a de de 1e1enenedidict ct 8 8 a a nanaciciononalalididadade e e e a a mumultiltiplplicicididadade e dede si<nificados desses termos( portanto o fator nacional e o nacionalismo( compreendidos si<nificados desses termos( portanto o fator nacional e o nacionalismo( compreendidos como artefatos culturais $ue possuem %istoricidade e altera"?es de si<nificado ao lon<o como artefatos culturais $ue possuem %istoricidade e altera"?es de si<nificado ao lon<o do tempo. Suscitando a $uest5o do por $ue ra#5o( %o3e em dia( possui uma le<itimidade do tempo. Suscitando a $uest5o do por $ue ra#5o( %o3e em dia( possui uma le<itimidade emocional profunda.

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/m-ora n5o se trate de analisar( classificar e assim distin<uir o $ue 8 le<ítimo( verdadeiro( autentico e o $ue 8 ile<ítimo( falso( fa-ricado ou inventado* como mensurar  em meio a uma polifonia de discurso e de políticas:peda<ó<icas de /stado os artefatos culturais@ Aá $ue mesmo as %eterodo4ias or-itam dentro de uma ló<ica de preserva"5o. /m $ue medida podemos dissociar os parâmetros sim-ólicos( ou os poderes sim-ólicos dos caráteres fetic%istas e ideolo<i#antes@ 'nda<a"?es estas $ue visam( n5o interpreta"?es condicionadas 9s e4plica"?es $ualitativas( mas sim a partir de al<umas identifica"?es formular interpreta"?es com novas per<untas e perspectivas analíticas. !uitas dessas dificuldades encontram:se nos parado4os do nacionalismo apontados  pelo autor= a modernidade o-3etiva das na"?es na vis5o dos %istoriadores em oposi"5o 9 anti<uidade su-3etiva na vis5o dos nacionalistas* a universalidade formal da nacionalidade en$uanto conceito sociocultural( em $ue todas as pessoas podem 6ter7( devem ter e ter5o uma nacionalidade em anta<onismo 9 particularidade irremediável das suas manifesta"?es concretas* a for"a 6política7 dos nacionalismos versus a sua po-re#a(

ou incoerência filosófica.

1enedict &nderson definiu a na"5o como “uma comunidade &olíica imaginada  5 e *ue + imaginada ao mesmo em&o como inrinsicamene limiada e so$erana”.  Imaginada dentro da ló<ica de um modelo sistêmico( pois em-ora cada um dos

mem-ros desta comunidade( mesmo $ue n5o ten%a( ou nunca ven%a a ter o con%ecimento dos demais( ainda assim( dentro de suas mentes e4iste a ima<em de sua comun%5o. 0u se3a( &nderson remete 9 ideia de pertencimento( devido ao comunismo universal com-inado com o es$uecimento coletivo 2 conforme a cita"5o $ue fa# de Renan. Completando o pará<rafo anterior( ao $uestionar Gellner( o autor aponta o $ue l%e parece 9 $uest5o central= “As comunidades dever'o ser disinguidas, n'o &elo seu car1er !also6genuíno, mas &elo modo como s'o imaginadas3” Portanto( a meu ver( os desa!ios e res&osas $ue produ#iram as particularidades de cada comunidade específica.

& na"5o ima<inada como limiada por$ue tem fronteiras finitas( em-ora

elásticas( al8m das $uais se situam outras na"?es. / limiada visto $ue nen%uma na"5o

se imagina como tendo os mesmos limites da %umanidade.

B ima<inada como so$erana( por$ue o seu conceito nasceu na 8poca em $ue o

'luminismo e a Revolu"5o Francesa destruíram a le<itimidade do reino dinástico %ierár$uico e de ordem divina( su-stituindo:a pelo /stado so-erano $ue 8 o <arante e o em-lema dessa li-erdade ansiada pelas na"?es.

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Por fim( apesar das práticas verticalmente imposta pelas políticas:peda<ó<icas dos /stados em seus pro3etos nacionalistas( indo ao encontro de &nt%on Smit% 2 na contracorrente dos teóricos $ue veem os nacionalismo como imposi"5o destes /stados( &nderson c%e<a 9 característica da na"5o ima<inada como uma comunidade conce-ida

como uma a<remia"5o %ori#ontalmente profunda. entro dessa concep"5o( e dentro da análise de $ue essa fraternidade torne possível a tantos mil%?es de pessoas( n5o tanto matassem( mas $uisessem morrer por ima<inários t5o limitados. Provavelmente nisso resida a tal “anomalia” a $ue o autor se referiu no início.

/ntendo por conse$uência( ou mel%or( su<iro da presen"a no ima<inário popular  do mito <re<o da 6-ela morte7( seus ar$u8tipos 2 Heitor representando a so!resine e

&$uiles( encarnado a hi$ris* presentes em Homero( 'líada. !orrer pelo $uê@ Pela Pátria(

 pela a"5o( por sua so-erania@ !atar pelo $uê e a $uem@ /m defesa dos valores nacionais( presentes no “chec7 lis”( aos inimi<os da so-erania nacional e da

comunidade a $ue se pertence@

 o seu terceiro capítulo( “As Origens da Consciência Nacional”( &nderson

analisa o sur<imento da consciência nacional( sua rela"5o com o desenvolvimento do capitalismo de imprensa. /m sua narrativa trata os processos de transforma"5o $ue fi#eram com $ue a na"5o ad$uirisse popularidade dentre as comunidades de um novo tipo “hori8onais, seculares e ransversais ao em&o”.

Um dos enfo$ues do autor 8 a relevância da edi"5o livreira( como uma das  primeiras formas de atividade capitalista( na sua -usca de novos mercados

consumidores( fator $ue produ#iu transforma"?es na maneira com $ue o con%ecimento ou as ideias passam a circular. o con%ecimento manuscrito escasso e arcano para o con%ecimento impresso $ue vivi da reprodu"5o e da dissemina"5o* de um mercado inicial europeu alfa-eti#ado( um estrato e4tenso( mas pouco espesso de leitores de latim  para a uma camada maior da %umanidade. 0 latim( $ue al8m de sua sacralidade( tin%a  por característica determinante ser uma lín<ua de poli<lotas( $ue e4cluía imensos mercados potenciais constituídos pelas massas de mono<lotas( ou se3a( o latim n5o  participava das atividades cotidianas dessa popula"5o( o $ue contrariava a ló<ica de e4pans5o de uma <rande indDstria( e levou os editores a pensar cada ve# mais na distri-ui"5o de pu-lica"?es econEmicas em vernáculos.

0 autor apresenta três fatores independentes( dois dos $uais contri-uíram diretamente para o sur<imento da consciência nacional( a sa-er= a mudan"a nas características do latim( consideradas menos importantes nesta análise( proporcionadas

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 pelo res<ate da literatura da &nti<uidade pr8:crist5( $ue devido ao interesse <enerali#ado ad$uiriu $ualidade esot8rica( mais acessível e dial8tica( afastando:se do mundo eclesiástico* o impacto da Reforma cu3o sucesso deveu:se em <rande medida ao capitalismo de imprensa $ue retira o monopólio das comunica"?es( ou dos meios mais eficientes para tal( das esferas de Roma. >ransforma"5o esta a $ual utero foi decisivo 2 

“9emos a*ui &ela &rimeira ve8 uma comunidade de leiores verdadeiramene de massa e uma lieraura &o&ular ao alcance de odos3”* e por Dltimo a propa<a"5o lente e

irre<ular em termos <eo<ráficos( de vernáculos específicos en$uanto instrumentos de centrali#a"5o administrativa de monar$uias potencialmente a-solutistas.

0utros conte4tos viriam a complementar a e4plana"5o $uanto 9 <uerra reli<iosa $ue se instaurou na /uropa( entre católicos e protestantes 2 aproveitando $ue &nderson trata no capítulo su-se$uente dos Pioneiros Crioulos 2 8 o impacto do ovo !undo( e todo um nic%o de sucesso do mercado editorial vindo dos relatos de via3em $ue tiveram rela"5o direta com as “$aalhas &elas menes dos homens”. & título de e4emplo( tra<o

os autores tra-al%ados por inca ie-ell em 6>erra de Cani-ais7( $ue em-ora a ênfase de seu estudo se3a relativo ao 1rasil contri-ui para a dimens5o da discuss5o. & autora tra-al%a com $uatro via3antes e os divide em três casos= o portu<uês Gândavo inte<rante do Caso acional( representante e4tremado do nacionalismo portu<uês trata da na"5o  portu<uesa ante ao resto do mundo ao tratar do 1rasil( porta:vo# da cultura dominante( mas apresenta:se como representante da coletividade( com acesso a informa"?es  privile<iadas( pro3eto comercial:estatal( adota e4plica"?es e descri"?es <eo<ráficas. 0 Caso Reli<ioso= no $ual fi<uram os franceses >%evelt 2 representante do catolicismo e da Corte $ue tam-8m adota e4plica"?es e descri"?es <eo<ráficas* e 8r representante do protestantismo emer<ente ao tratá:lo como estandarte de uma nova reli<i5o( ou se3a( Dnica solu"5o coletiva para a salva"5o fa# uma %istória da funda"5o da colEnia. &m-os têm em comum o fato $ue intitularem:se representantes de uma coletividade e de fa#erem parte de um pro3eto reli<ioso n5o:estatal. / por Dltimo o Caso Pessoal= os $uais inte<ram os alem5es Staden e Sc%mil considerados pela autora como mercenários  preocupados com as necessidades individuais en$uanto falam do 1rasil( portanto am-os representem pro3etos pessoais. & diferen"a entre am-os estaria no fato de $ue Staden via no protestantismo a via de salva"5o pessoal e fa#ia a %istória da funda"5o colonial. >odos os via3antesescritores citados fa#iam uma descri"5o sistemática e impessoal da Cultura >upinam-á.

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!as retomando o estudo de &nderson( 8 marcante a importância da coli<a"5o entre protestantismo e capitalismo de imprensa( no $ual a e4plora"5o de edi"?es  populares econEmicas criou( n5o só novos e amplos pD-licos leitores( mas evidenciou um rompimento na restri"5o do con%ecimento( e( portanto no relativo poder de $uem o detin%a. /4emplo disto( apontado pelo autor( está 9 tentativa da Contra:Reforma em manter a cidadela do latim e o  Inde" Li$rorum Prohi$iorum do Iaticano( $ue n5o

encontra e$uivalente protestante. Conte4to esse $ue <era tam-8m os primeiros /stados importantes n5o dinásticos.

&o tratar dos vernáculos administrativos( 1enedict &nderson dei4a clara a sua  precedência 9 imprensa de contesta"5o reli<iosa( portanto fator independente no  processo de eros5o da comunidade ima<inada sa<rada( e mais( $ue n5o %á indícios de impulsos ideoló<icos profundos e menos protonacionalistas $ue acompan%assem esta vernaculari#a"5o nos sítios de ocorrência. >odavia me parece um tanto o-scuro( $ue apesar da lin<ua<em ser considerada um dos aspectos fundamentais da identidade nacional( ou de pertencimento 9 comunidade 2 mesmo $uando entendida como ima<inada 2 e compreendida como artefato cultural( seu esta-elecimento ven%a ser fruto da casualidade( acidental( totalmente inconsciente( t5o somente( mesmo num processo <radual e pra<mático. &l<o parece se perder entre a ausência de intens5o por parte das dinastias em impor sistematicamente a lín<ua 9s várias popula"?es so-re o seu domínio e as diferentes políticas lin<uísticas promovidas pelas dinastias do s8culo J'J( $ue se confrontou com a emer<ência de nacionalismos lin<uísticos %ostis e populares. Se 3unta a isto( o $ue parece ainda mais contraditório( e $ue promove uma destrui"5o ao menos  parcial( desta tese 8 o trec%o em $ue &nderson considera possível a emer<ência das

novas comunidades ima<inadas sem a presen"a de um dos fatores( ou mesmo de todos( tra#idos antes= a esoteri#a"5o do latim( a Reforma e desenvolvimento furtuito dos vernáculos. / continua afirmando( o $ue tornou “&ossível as novas comunidades imaginadas !oi a inera)'o semicasual, em$ora e"&losiva, enre um sisema de  &rodu)'o 2o ca&ialismo4, uma ecnologia de comunica)'o 2a im&rensa4 e a !aalidade

da diversidade linguísica humana3  0ra( apresentar fatores e depois e4cluir a sua

importância conte4tual( dei4ando apenas as 6entidades7 2 o capitalismo( a imprensa e a diversidade lin<uística( me parece uma redu"5o $ue enaltece os produtos( su-traindo:os das necessidades sociais $ue os criaram( deram impulso( ou se inter:relacionavam. Portanto uma fal%a teórico e4plicativa( $ue p?em em c%e$ue os aspectos analisados em

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todo capítulo para e4plicar as ori<ens da consciência nacional Ktrec%os encontram:se nas  p<s. LM e LNO.

/m síntese( no $uarto capítulo &nderson volta a sua aten"5o aos 6 Pioneiros Crioulos”( para demonstrar $ue o desenvolvimento da consciência nacional ocorreu

 primeiro nas &m8ricas /span%olas do $ue no Iel%o !undo. /m-ora identifi$ue al<uns aspectos de pertencimento atrav8s da reli<i5o e da lin<ua<em( o aspecto determinante foi o pertencimento derivado das condi"?es $ue distin<uiam os crioulos dos  peninsulares impostos pela metrópole.

e início 8 apontado al<umas características so-re as rela"?es entre as &m8ricas /span%olas e a metrópole( e entre as elites crioulas e os demais nativos( os $uais n5o irei me deter.

'ndo adiante( o autor nos atenta para cria)'o de senido( para verificarmos como

as unidades administrativas aca-aram( no decurso do tempo( por ser conce-idas como  pátrias. Para tal recorre ao antropólo<o Iitor >urner( e seus estudos so-re as 6via<ens7

entre 8pocas( estatutos e lu<ares( en$uanto e4periência criadora de sentido. 0 $ue para leva &nderson a conclus5o do pertencimento atrav8s da reli<i5o. & modalidade destas via<ens 8 a pere<rina"5o( $ue independente da reli<i5o ou da destina"5o <eo<ráfica ao $ual se diri<iam( este deslocamento era vivido e reali#ado como encena"5o( e conferia ao pere<rino a ideia de e4iste entre eles al<uma forma de comunidade. /sta coreo<rafia das <randes pere<rina"?es reli<iosas tin%am dois aspectos= uma vasta %orda iletrada $ue falava vernáculo conferia realidade física e densidade 9 passa<em cerimonial( en$uanto um pe$ueno <rupo de crentes alfa-eti#ados e -ilín<ues( destacados das várias comunidades li<adas aos vernáculos( desempen%avam ritos unificadores( fornecendo aos se<uidores a interpreta"5o e o sentido de movimento coletivo. Portanto uma esp8cie de pertencimento.

& lin<ua<em( se3a no 1rasil( nos /U& ou nas anti<as colEnias espan%olas n5o 8 visto como elemento $ue os diferenciasse das respectivas metrópoles imperiais. 0 $ue  pode su<erir $ue posteriormente 9s lutas de li-erta"5o( após a consolida"5o dos /stados:  a"5o( a lín<ua oficial faria frente aos anti<os coloni#adores( atrav8s de políticas afirma"5o( distin"5o e resistência. !as no período em $ue as encomendas fa#iam como

$ue os %omens fossem permutáveis internamente( conforme a vontade de seus sen%ores( os funcionários da metrópole viam:se o-ri<ados a uma mo-ilidade na -usca de ascens5o atrav8s do m8rito. esta pere<rina"5o( em tra3etória $ue vai da cidade para província( desta para o vice:reino e por fim 9 capital todas as escalas s5o temporárias( e o Dltimo

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dese3o deste funcionário seria re<ressar a casa( por n5o possuir nen%uma com valor  intrínseco. /ste funcionário ao encontrar outros pere<rinos( cole<as funcionários( t5o ávidos $uanto ele( recon%ece nestes compan%eiros de via<em( emer<indo disto a consciência de $ue %á uma li<a"5o entre eles( so-retudo $uando partil%am a mesma

língua o!icial3 A linguagem a*ui a&arece com elemeno de &erencimeno, &or+m com

nítidos tra"os de $ue a condi"5o social seria o determinante $ue leva a outra cate<oria de pertencimento.

 as &m8ricas o padr5o de promo"5o a partir do m8rito opera de forma irre<ular( devido 9 racionalidade instrumental do aparel%o a-solutista( $ue -uscando o mel%or  controle administrativo e social( distin<uia crioulos e peninsulares( promovendo desta feita entraves na ascens5o vertical( $uanto %ori#ontal. Raramente um funcionário crioulo ascenderia a um car<o importante em /span%a( e mesmo nas &m8ricas( seus movimentos ascendentes estavam circunscritos a capital da unidade administrativa imperial em $ue se encontravam. esta pere<rina"5o entravada( encontravam compan%eiros( cu3a camarada<em -aseava:se na fatalidade partil%ada pelo nascimento.  este ponto esta a ne<a"5o das -ases de pertencimento= o nascimeno casual nas  Am+ricas consignava;os < su$ordina)'o 5 em$ora em ermos de língua, religi'o, ascendência ou cosumes 5 mesmo *ue &ouco os disinguisse dos es&anh0is nascidos em %s&anha3 “Nada havia a se !a8er: eram irremediavelmene crioulos3” Como -em

aponta &nne:!arie >%iesse as discuss?es acerca dos limites do nacional e4clui as colEnias( e( portanto o próprio chec7;lisn5o se aplica ao caso. entro da mesma ló<ica

a-solutista de distin"5o e e4clus5o( os nascidos em /span%a( os peninsulares n5o  poderiam ser verdadeiros americanos. &trav8s dos conflitos entre peninsulares e

crioulos antecipou:se a forma"5o das consciências nacionais americanas.

0utra importante $uest5o e um pro-lema político( at8 ent5o sem precedentes %istóricos( causado de certa forma pelo próprio entrave social $ue fe# com $ue americanos crioulos permanecessem enrai#ados em um mesmo local por <era"?es 2  $uantia cada ve# maior de “euro&eus seus semelhanes” $ue a metrópole tin%a de lidar.

& constitui"5o simultânea de uma comunidade colonial e de uma classe alta( crioula $ue detin%a meios políticos( culturais e militares para afirmar:se por si mesmo. /m-ora su-3u<ados e e4plorados economicamente( eram essenciais 9 esta-ilidade imperial. &nderson se<ue neste ponto afirmando as pere<rina"?es entravadas nos vice:reinos só  passam a ter conse$uências decisivas a partir do momento em $ue suas e4tens?es

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territoriais puderam ser ima<inadas como na"?es( o $ue foi possível com a c%e<ada do capitalismo de imprensa.

& partir de meados do s8culo JI''' sur<e na &m8rica espan%ola as primeira tipo<rafias( com notícias da metrópole( informa"?es comerciais e propiciaram em al<uns casos( mesmo de forma apolítica( uma comunidade ima<inada entre os con3unto de seus leitores. Com o passar do tempo acrescentou:se aos 3ornais elementos políticos. Aá os 3ornais %ispano:americanos de fins do s8culo eram escritos com plena consciência da e4istência de outros provinciais em outros lu<ares. 0 autor aponta para duplicidade do nacionalismo %ispano:americano em seu início= alternância entre o alcance da imensid5o continental e o localismo particularístico.

&o fim deste capítulo( &nderson ret8m nossa aten"5o aos limites e especificidades de sua própria ar<umenta"5o( na $ual o o-3etivo n5o 8 e4plica"?es so-re as -ases socioeconEmicas da resistência contra a metrópole( %a3a vista $ue apesar da <rande influência do li-eralismo e do 'luminismo como fornecedor um novo ca-edal ideoló<ico de crítica aos anti<os re<imes imperiais( a tarefa de cria"5o de comunidades ima<inadas n5o cou-e a esses fatores 2 aos interesses econEmicos( nem o li-eralismo e o 'luminismo 2 cou-e sim aos funcionários crioulos pere<rinos e os impressores crioulos das províncias desempen%ando( assim( papel %istórico decisivo.

 o Dltimo capítulo 2“Velhas Línguas, Novos Modelos” : o autor apresenta duas

características marcantes dos novos nacionalismos $ue mudaram o Iel%o !undo( entre NQM e NQM( e os distin<uia de seus antepassados= a importância central em termos  políticos e ideoló<icos $ue as 6lín<uas de imprensa nacional7 e4erceram em $uase todos os casos* a capacidade $ue todos tiveram de operar a partir de modelos visíveis facultados por seus antecessores. 0 mais importante a$ui 8 $ue a 6na"5o7 passou a ser  al<o conscientemente aspirada( e n5o um en$uadramento da vis5o $ue lentamente ia <an%ando defini"5o. 'sto si<nifica uma inten"5o( a 6na"5o7 alme3ada( e n5o uma imposi"5o do estado( ou uma realidade dada ao acaso( por <era"5o espontânea. &pesar  disto a 6na"5o7 revelou:se uma inven"5o passível de ser copiada e moldada. 0 foco central do presente capítulo s5o as lín<uas de imprensa e a pirataria.

&o 3untarmos as cita"?es feitas a Gottfried von Herder 2 no sentido das especificidades de cada povo 2 ou se3a( concep"?es da $ualidade nacional como estando li<ada a uma lín<ua de propriedade privada 2 monopólio 2 e sua <rande influência na teori#a"5o posterior so-re a nature#a do nacionalismo* com a primeira cita"5o a &uer-ac%= “Com o deal$ar do humanismo, come)ou a haver a no)'o de *ue os

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aconecimenos da =is0ria e da miologia cl1ssica, assim como os aconecimenos da  >í$lia, n'o esavam se&arados do &resene a&enas &or um &eríodo de em&o, mas am$+m &or &ro!undas di!eren)as nas condi)#es de vida3 O humanismo, com o seu  &rograma de renova)'o das !ormas de vida e de e"&ress'o da Aniguidade 23334”

demonstrando o caráter passadista( essencialista e purista( de um passado escol%ido como modelos pelos valores e4ortados. Pois -em( esses indícios( mais a indica"5o incontornável do pluralismo %umano 2 causada pela desco-erta de <randiosas civili#a"?es com desenvolvimento al%eio 9 %istória europeia( da Cristandade e da &nti<uidade e $ue situava as suas <enealo<ias fora do Paraíso em $ue n5o podiam se identificar* acrescidos do impacto dos 6esco-rimentos7( criaram uma transferência da necessidade de for3ar uma identifica"5o( ou li<a"5o separada apenas para um período de tempo para concep"?es ainda edênicas( no sentido de ser tam-8m essencialmente puro.  5o como paraísos perdidos( mas como sociedades contemporâneas( escritas como críticas destas. &ca-ando com a necessidade de -uscar modelos numa &nti<uidade desaparecida.

0utra $uest5o 8 a revolu"5o nas ideias europeias acerca das lín<uas causadas  pelas desco-ertas e pelas con$uistas. 0 autor discorre acerca do aparecimento da

filolo<ia e sua importância pelos estudos de <ramática comparada( pela classifica"5o das lín<uas em famílias( e reconstru"5o( atrav8s da racionalidade científica( de proto:lín<uas res<atadas do es$uecimento. 1em si<nificativo tam-8m 8 a cita"5o a /dard Said= “A língua mais do *ue uma mani!esa)'o da coninuidade enre um &oder e"erior e o ser  humano *ue !alava, &asso a ser um cam&o inerno criado e concrei8ado &elos uili8adores da língua em si3” /stes trec%os apontam ao $ue deve ser considerado( a

lín<ua em outras dimens?es( n5o como resultado t5o somente do capitalismo de imprensa 2 al<o e4terno( mas na sua dimens5o de artefato( seus vestí<ios 2 al<o interno. &m-as as cate<orias s5o a-arcadas( acomodadas e utili#adas pela 6na"5o7( e pelos nacionalismos.

ando por encerrado( poderia concluir neste está<io de leituras $ue estes capítulos e as demais perspectivas demonstradas pelos demais autores d5o dimens?es das comple4idades do estudo so-re a"5o( nacionalismos e identidades. isto resida( talve#( parte da resposta do $ue &nderson investi<a= o por$uê a $uest5o( %o3e em dia(  possuem uma le<itimidade emocional profunda@ Se fosse assunto simples( seria menos

enrai#ado nos arca-ou"os mentais e emocionais em <rupos menores de indivíduos(  por8m %istórica e socialmente construídos( nesta comple4idade de situa"?es e

(10)

ar<umentos reside tam-8m a sua for"a e permanência. &l8m do $ue a n5o ades5o a uma s8rie de situa"?es cotidianas de demonstra"?es de pertencimento pode acarretar outras tantas situa"?es de e4clus5o e isolamento( ao $ual se pretende evitar.

Referências

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