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Hidatidose. Programa Estadual de Vigilância da Hidatidose. setembro de versão 1

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Hidatidose

Programa Estadual de Vigilância da Hidatidose

setembro de 2013

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Hidatidose – Conceitos de Biologia

Ciclo Biológico ou Ciclo de Vida: conjunto de transformações pelo qual podem passar os indivíduos de uma espécie para assegurar a sua

continuidade. O ciclo é divido em algumas etapas ou fases do

desenvolvimento que podem receber nomes específicos de acordo com o organismo o qual se esteja estudando.

Parasitismo: “Parasito”, de origem grega, significa “um ser que se alimenta de

outro”. Parasitismo é a associação essencialmente unilateral, íntima, lenta, direta e estreita, entre duas espécies bem determinadas: o hospedeiro e o parasito. O parasito retira do hospedeiro o material que necessita para sua sobrevivência.

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Hidatidose – Conceitos de Biologia

Hospedeiro Definitivo: é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual.

Hospedeiro Intermediário: é aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada.

Hospedeiro Acidental: é o hospedeiro não habitual para o parasito, ou seja, é aquele de espécie diferente da normal.

Echinococcus granulosus: uma das menores espécies de tênias conhecidas.

Causa a equinococose nos canídeos (hospedeiros definitivos) e a

hidatidose, equinococose cística ou cisto hidático nos herbívoros (hospedeiros intermediários) e seres humanos (hospedeiros acidentais).

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Hidatidose – O que é?

Hidatidose é

uma doença crônica causada pela fase larvária

do parasito Echinococcus granulosus

Afeta ovinos, bovinos, bubalinos, suínos, caprinos e equinos Quando afeta o homem, é considerada uma ZOONOSE

Zoonose: A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua zoonose como “infecção ou doença infecciosa transmissível, em condições naturais, dos animais vertebrados ao homem”.

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Hidatidose – distribuição territorial

A hidatidose é classicamente definida como uma doença do meio rural.

Não há dúvida de que as pessoas envolvidas mais diretamente com os animais no campo estão mais expostas ao Echinococcus granulosus do que os moradores das áreas urbanas. Mas a “linha divisória campo – cidade” tem se tornado cada vez mais tênue, pois...

- as pessoas da cidade podem manter e/ou visitar propriedades no “interior”; - os produtos “naturais” são comercializados nos grandes centros urbanos; - os animais de companhia frequentam os mesmos locais que seus proprietários e às vezes “escapam” para outras divisas territoriais.

E esses intercâmbios favorecem o contato de seres animais e humanos “estritamente urbanos” com os ônus e bônus da vida rural...

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Hidatidose e equinococose

– emprego dos termos

Normalmente utiliza-se o termo HIDATIDOSE ou EQUINOCOCOSE CÍSTICA

para o parasitismo que acomete os hospedeiros intermediários (herbívoros) e acidentais (seres humanos), com a fase larval do Echinococcus granulosus.

O termo EQUINOCOCOSE costuma ser empregado quando os hospedeiros definitivos (canídeos) estão parasitados com a fase adulta de Echinococcus

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

OVOS – onde são encontrados

São encontrados no meio ambiente: Pastagens

Aguadas

Verduras/Hortaliças

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

OVOS - resistência

2 anos e meio em temperaturas de 0 a 2ºC;

4 meses em temperatura de congelamento (-1ºC);

3 semanas em águas pouco profundas ou na areia úmida; 11 dias à dessecação/exposição solar direta;

10 a 30% dos ovos permanecem viáveis depois de expostos por 1 hora aos desinfetantes usuais;

No formol a 20% sobrevivem por, pelo menos, 24 horas;

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

OVOS - características

Não são visíveis a olho nu;

São constituídos de uma membrana externa, o embrióforo, e no interior contêm o embrião hexacanto. Também chamado de oncosfera, essa estrutura é a forma embrionária munida de 3 pares de ganchos;

Possuem forma ovóide ou ligeiramente elíptica, com 32 a 38 µm de comprimento, por 25 a 35 µm de largura;

A unidade de medida é o MICRÔMETRO ou MÍCRON (µm). É utilizada para coisas bem pequenas. Imagine uma régua e veja o tamanho de 1 milímetro (mm). Agora, tente dividir esse pedacinho em mil partes. Cada parte desta equivale a 1 µm. O plural de micrômetro é MICRA.

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

OVOS – modificações dentro do hospedeiro intermediário ou acidental– parte 1

Quando o ovo é deglutido pelo hospedeiro intermediário ou acidental, a sua eclosão depende da ação da pancreatina sobre o embrióforo, que é por ela desintegrado, mas a ativação da oncosfera requer também a presença de bile. Eclodido o embrião hexacanto, graças a seus acúleos, atravessa a parede intestinal, ganha a circulação sanguínea e é levado aos mais diversos pontos do hospedeiro.

No fígado, chega após 3 a 5 horas e pode prosseguir, atingindo o coração direito pela veia cava posterior, daí aos pulmões, pela artéria pulmonar. Pode se fixar no pulmão ou prosseguir até as veias pulmonares, coração esquerdo e, pela artéria aorta, ser distribuída aos mais diferentes órgãos.

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

OVOS – modificações dentro do hospedeiro intermediário ou acidental– parte 2

Em aproximadamente 60 a 70% das vezes a fixação dos embriões ocorre no fígado, de 20 a 30% nos pulmões e o restante do percentual fica distribuído entre os demais órgãos.

O embrião hexacanto, uma vez localizado num determinado órgão e já tendo perdido os acúleos, vacuoliza-se, e modifica-se estruturalmente para originar a hidátide ou cisto hidático.

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

LARVA = cisto hidático = hidátide – onde é encontrada

É encontrada nos órgãos/vísceras (fígado, pulmões, cérebro, músculos, rins, etc): Dos hospedeiros intermediários (ovinos, bovinos, bubalinos, suínos, caprinos, equinos)

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

LARVA (cisto hidático) – características

O tamanho dessa fase varia de milímetros (mm) a centímetros (cm), e está relacionada:

Aos cinco meses mede aproximadamente 1 cm de diâmetro. O crescimento anual é de 0,25 cm a 1 cm.

Após 6 meses da ingestão do ovo, o cisto hidático estará maduro, permanecendo viável por vários anos no hospedeiro intermediário.

- ao hospedeiro intermediário/acidental; - ao órgão de localização do cisto hidático;

- a resistência encontrada nos órgãos para seu desenvolvimento; - à quantidade de cistos;

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

LARVA (cisto hidático) – características e composição

O cisto hidático é uma das formas larvares mais

volumosas que se conhece, contrastando

com sua forma adulta, que é uma das menores

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

LARVA (cisto hidático) - composição

Membrana externa = laminada = anista = cuticular: É branco-amarelada, um tanto opaca e tem sido comparada à clara de ovo cozido.

Membrana interna = prolígera = germinativa: É rica em núcleos e constitui o elemento fundamental da hidátide, pois sua atividade origina todos os demais componentes do cisto.

Líquido hidático: Por sua composição, assemelha-se a um transudato do plasma sanguíneo, sendo comparável ao líquido cefalorraquidiano. Possui grande capacidade antigênica. A densidade varia entre 1,006 e 1,015 e o pH vai de 6,7 a 7,9.

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

LARVA (cisto hidático) - composição

Cápsulas prolígeras: As cápsulas prolígeras são vesículas formadas na superfície interna, a partir da membrana germinativa e a ela ligada por um curto pedículo. Em seu interior são formados, em número variável, os protoescólex - estruturas que vão originar os escólex dos parasitos adultos.

Microscopia de Protoescólex Caso haja o rompimento do pedículo que une

as cápsulas à membrana germinativa e/ou a ruptura dessas cápsulas com a liberação dos protoescólex para o líquido hidático, esse

conteúdo tende a sedimentar dentro da

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

ADULTO – onde é encontrado e medidas

É encontrado no intestino dos cães.

Possui de 3 a 6 mm de comprimento por 1 mm de largura.

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

ADULTO – características

O parasita adulto é hermafrodita.

Possui as seguintes divisões estruturais:

Escólex: é subglobuloso, possui 4 ventosas e apresenta um rostro armado com 28 a 54 acúleos (ou ganchos rostelares), grandes e pequenos, dispostos em duas fileiras;

Colo: é a região de crescimento do parasito;

Estróbilo: constituído por três a quatro proglótides. A última delas é a grávida, com 500 a 800 ovos em seu interior.

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Hidatidose –

Ciclo Biológico do

Echinococcus granulosus

ADULTO – modificações dentro do hospedeiro definitivo

Os cães adquirem a EQUINOCOCOSE quando ingerem as vísceras dos hospedeiros intermediários (ovinos, bovinos, suínos, bubalinos, equinos) contaminadas com cistos hidáticos férteis.

O tempo para que Echinococcus granulosus atinja seu desenvolvimento completo varia de 4 a 10 semanas.

Os parasitos adultos vivem em média 5 meses no intestino dos cães. A manutenção do

parasitismo fica na dependência de

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Hidatidose e equinococose

- sintomas

HIDATIDOSE – sintomas nos hospedeiros acidentais (seres humanos) – parte 1

Os humanos costumam infectar-se na infância e muitas vezes convivem com os cistos hidáticos por vários anos, até a idade adulta, sem que eles ocasionem sintomatologia.

Quando os sintomas ocorrem, a intensidade vai depender: do sistema imunológico do indivíduo, do tamanho e da quantidade de cistos hidáticos e em qual órgão ele(s) está(ão) localizado(s), bem como da compressão das estruturas ao redor.

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Hidatidose e equinococose

- sintomas

HIDATIDOSE – sintomas nos hospedeiros acidentais (seres humanos) – parte 2

Localização hepática pode causar aumento de volume abdominal, desconforto epigástrico, dispepsia, náusea, obstrução do ducto biliar;

Localização pulmonar pode causar tosse com ou sem expectoração, dificuldade respiratória;

Localização cerebral pode causar dores de cabeça, comprometimento de atividades motoras;

Localização óssea pode ocasionar fratura.

A ruptura de cistos frequentemente desencadeia reações alérgicas, que podem variar de urticária a choque anafilático. A liberação do líquido hidático e seus componentes pode ocasionar hidatidose secundária, ou seja, o desenvolvimento de cistos em outros órgãos.

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Hidatidose e equinococose

- sintomas

HIDATIDOSE – sintomas nos hospedeiros intermediários (herbívoros)

Dificilmente os hospedeiros intermediários apresentam sintomas decorrentes de hidatidose.

EQUINOCOCOSE – sintomas nos hospedeiros definitivos (canídeos)

O cão geralmente não manifesta sinais e o parasitismo passa desapercebido. Em infecção maciça, apresenta diarréia catarral hemorrágica.

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Hidatidose e equinococose

- diagnóstico

HIDATIDOSE – diagnóstico nos hospedeiros acidentais (seres humanos) - parte 1

O diagnóstico de hidatidose necessita da combinação de: fatores

epidemiológicos, dados clínicos e exames complementares.

Muitos pacientes podem ser assintomáticos durante toda a vida, e a investigação nesses casos origina-se por achados de técnicas imagiológicas

(ultrassonografia, radiografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada, cintilografia).

A Organização Mundial da Saúde possui uma classificação de cistos hidáticos de localização hepática, o que pode direcionar o tratamento desses casos.

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Hidatidose e equinococose

- diagnóstico

HIDATIDOSE – diagnóstico nos hospedeiros acidentais (seres humanos) – parte 2

As técnicas imunológicas foram sendo aprimoradas, e o que se tem usado é o Imunoblotting. Ele permite observar a reação dos anticorpos (IgG) presentes no soro de um paciente frente a proteínas antigênicas do líquido hidático.

Convém registrar que aproximadamente 10 a 20% dos pacientes com cistos hepáticos e aproximadamente 40% com cistos pulmonares não produzem anticorpos séricos específicos (IgG) e portanto resultam em falsos negativos. Ainda, cistos localizados no cérebro, ossos ou olhos e cistos calcificados frequentemente não induzem ou induzem a uma baixa resposta de anticorpos.

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Hidatidose e equinococose

- diagnóstico

HIDATIDOSE – diagnóstico nos hospedeiros acidentais (seres humanos) – parte 3

Pode-se identificar a espécie de Echinococcus sp. através da medição dos ganchos rostelares (ou acúleos) , com técnicas morfométricas.

Os ganchos rostelares podem estar livres no interior dos cistos (constituindo parte da Areia Hidática), e são obtidos mediante aspiração do líquido hidático durante procedimento cirúrgico.

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Hidatidose e equinococose

- diagnóstico

HIDATIDOSE – diagnóstico nos hospedeiros intermediários (herbívoros)

As lesões de hidatidose normalmente são encontradas nos órgãos/vísceras quando os animais são abatidos – nas propriedades e/ou nos frigoríficos. Não existem métodos confiáveis para diagnóstico de rotina.

EQUINOCOCOSE – diagnóstico nos hospedeiros definitivos (canídeos)

Durante muitos anos, o diagnóstico nos cães era feito pela visualização das proglotes nas fezes - ou também post-mortem por técnicas de necropsia. Em vida, a substância bromidrato de arecolina era fornecida via oral para que os parasitos fossem expulsos. Com a evolução de técnicas, surgiu o Teste do Coproantígeno - um método imunoenzimático (ELISA) que pesquisa antígenos do parasito nas fezes dos cães. Esse tipo de teste não tem sido usado comercialmente, mas sim em pesquisas experimentais.

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Hidatidose e equinococose

- tratamento

HIDATIDOSE nos hospedeiros acidentais – seres humanos

- acompanhamento da evolução ou involução dos cistos hidáticos, sem qualquer intervenção;

- medicamentos antiparasitários (benzimidazóis): albendazol ou mebendazol; - cirurgia;

- “PAIR”: Punção (do cisto), Aspiração (do conteúdo), Injeção (de substância protoescolicida) e Reaspiração (do cisto).

Até o início dos anos 80 a cirurgia era o único tratamento da hidatidose.

Somente com o desenvolvimento dos benzimidazóis, nos anos 70, é que o tratamento medicamentoso tornou-se possível.

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Hidatidose e equinococose

- tratamento

HIDATIDOSE nos hospedeiros intermediários – ovinos, bovinos, suínos e outros

- não são tratados;

- normalmente a constatação do cisto hidático é feita por ocasião do abate.

EQUINOCOCOSE nos hospedeiros definitivos – cães

- medicamento antiparasitário: praziquantel;

- IMPORTANTE: O medicamento age sobre o parasito adulto, mas os ovos que estão dentro dele não morrem. Por isso, após a administração do praziquantel aos cães, recomenda-se restringir sua área de movimentação, por 48 horas, fornecendo-lhes água, comida e abrigo. Pois se o cão sair defecando em qualquer local, vai continuar contaminando o ambiente. É importante também recolher e incinerar ou enterrar as fezes.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

Antes dos próximos slides, algumas siglas e esclarecimentos: Siglas:

DATASUS: Departamento de Informática do SUS

IPB/LACEN/RS: Instituto de Pesquisas Biológicas / Laboratório Central do Estado / Rio Grande do Sul

NIS: Núcleo de Informações em Saúde

SEAPA: Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio SES/RS: Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul

“site”: sítio eletrônico Esclarecimento:

O código da hidatidose na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) é:

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

A importância histórica da Hidatidose para o Rio Grande do Sul fez com que essa enfermidade fosse alvo de campanhas interinstitucionais – saúde, agricultura, meio ambiente, educação (entre os níveis federal, estadual e municipal), bem como de termos de cooperação internacionais para sua prevenção e controle.

No ano de 1960, o “Boletim Informativo da Campanha contra a Hidatidose”, do Ministério da Saúde, já dizia que: “Apesar os esforços dispendidos pelas

autoridades sanitárias, a Hidatidose está se tornando, no Rio Grande do Sul, um grave problema sanitário, já ameaçando os demais Estados.”

Os registros sobre a enfermidade em pessoas normalmente davam-se mediante à busca ativa de casos nos prontuários dos hospitais, com fornecimento de informações diretamente pelos médicos especialistas.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

De 1900 a 1941, foram operados 259 casos de hidatidose no RS;

De 1903 a 1960, foram registrados 1.034 casos de hidatidose, sendo os seguintes municípios com maior número de casos: Pelotas, Jaguarão, Rio Grande, Bagé, Santa Vitória do Palmar, Piratini e Herval;

No período de 1981 a 2001 foram detectados 742 casos de hidatidose: 61,10% na Região da Campanha; 73% na faixa etária de 16 a 60 anos; 59,19% localização hepática, 16,92% localização pulmonar e o restante em baço, rins, cérebro, músculos, coração, ovários, vesícula biliar, peritônio, epíplon e intestino.

Ainda em 1960, o mesmo “Boletim Informativo da Campanha contra a

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

Apesar das advertências e demonstrações da importância da enfermidade, a sua notificação compulsória foi preterida diversas vezes.

NOTIFICAÇÕES – fonte “site” da SES/RS (tabnet)

Há registro de 135 notificações referentes aos anos de 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1989 e 1992.

A hidatidose não consta como agravo a ser notificado na lista de doenças de notificação compulsória do Ministério da Saúde. Entretanto, os Estados possuem autonomia para incluir enfermidades à lista de notificação.

Dessa forma, a Portaria 203/2010, de 17 de março de 2010, institui que os casos de hidatidose humana são de notificação compulsória no Rio Grande do Sul.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

INTERNAÇÕES – fonte “site” DATASUS

No período de 2000 a 2012*:

- 47 pessoas internadas → 20 homens e 27 mulheres;

- Em maior quantidade nas faixas etárias de 5 a 9 anos e de 40 a 79 anos; - Perfazendo 470 dias de internação;

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

SOROLOGIA – fonte SES/RS

Convém registrar que, na década de 90, foi realizado o diagnóstico sorológico de hidatidose humana na população rural de 18 municípios do Rio Grande do Sul.

O objetivo era determinar a extensão da doença, e conclui-se que a hidatidose humana permanecia endêmica, necessitando um trabalho efetivo de controle.

No estudo, foram analisadas 7.415 amostras, referentes a 5% da população rural, resultando em coeficientes de prevalência que variaram de 8,82 a 89,44 / 100.000 habitantes.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

SOROLOGIA - fonte IPB/LACEN/RS

No período de 2003 a 2012 foram feitas 547 solicitações de exame sorológico, resultando em 48 reagentes;

Dentro dessas 547 solicitações, houve pacientes com mais de 1 exame

requisitado, em datas diferentes, possivelmente por motivo de

acompanhamento (pós-cirurgia, suspeita de recidiva). Nesse sentido, 7 pessoas tiveram 2 solicitações, e 1 pessoa teve 3 requisições;

Até 2010 eram realizados os testes de ELISA e/ou Imunofluorescência Indireta (IFI), e a partir desse ano utiliza-se o Imunoblotting.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

SOROLOGIA – dados adicionais sobre as 15 pessoas reagentes entre 2010 e 2012 - 8 mulheres, com idades entre 33 e 74 anos;

- apenas 2 moram onde nasceram: Porto Alegre e Santa Vitória do Palmar;

- demais reagentes nasceram em outros municípios e na época do exame eram moradores de: Caxias do Sul, Porto Alegre, Tramandaí e Viamão;

- TODOS MORADORES DA ÁREA URBANA; - 3 relatavam dor abdominal;

-2 assintomáticas;

-2 fichas não continham informação;

-1 com sintomas gástricos: náusea, vômito.

Uma reagente, de 59 anos, teve diagnóstico de imagem de pedra na vesícula, e estava investigando dor há 15 anos.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

SOROLOGIA – dados adicionais sobre as 15 pessoas reagentes entre 2010 e 2012 - 7 homens, com idades entre 12 e 74 anos;

- apenas 1 mora onde nasceu: Santana do Livramento;

- 1 ficha não possuía informação sobre município de nascimento;

- demais reagentes nasceram em outros municípios e na época do exame eram moradores de: Alvorada, Porto Alegre e Xangri-Lá;

- TODOS MORADORES DA ÁREA URBANA; - 2 com cisto hepático;

- 2 com tosse;

- 1 relatava dor abdominal;

- 1 ficha não continha informação sobre sintomas, mas relatava 2 cirurgias para hidatidose: em 1975 e em 1980;

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

SOROLOGIA – dados adicionais sobre as 15 pessoas reagentes entre 2010 e 2012 Um reagente, de 48 anos, foi diagnosticado com hidatidose aos 25 anos de idade, através de biópsia inguinal. Exames de imagem detectaram hidatidose disseminada (tórax e abdômen). Paciente apresentava: tosse com expectoração, dor torácica e perda de peso.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos humanos no RS

ÓBITOS – fonte NIS e “site” DATASUS

No período de 2000 a 2012: 38 óbitos → 19 homens e 19 mulheres;

- Faixas etárias:

- Residentes em: Bagé (9); Porto Alegre (4); Alegrete (3); Canoas e Dom Pedrito (2); Arroio Grande, Camaquã, Candiota, Guaíba, Lavras do Sul, Manoel Viana, Pedras Altas, Pelotas, Piratini, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento, Santiago, São Gabriel,

Idade (anos) Pessoas Idade (anos) Pessoas

5-9 1 50-59 8

10-14 1 60-69 8

20-29 2 70-79 4

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Hidatidose

– dados epidemiológicos animais

Hospedeiros intermediários

Os achados de lesões de abate nos matadouros, incluindo hidatidose, são dados oficiais frequentemente publicados.

Entretanto, estima-se que de 30 a 50% dos abates são informais (clandestinos), ocorrendo em situações precárias de higiene e com destinação incorreta de partes não destinadas ao consumo humano.

“Abate para consumo” da família é permitido, e deve ser realizado praticando-se condições mínimas de higiene, pois condições insalubres potencializam o risco de disseminação de agentes causadores de diversas doenças, não apenas o Echinococcus granulosus.

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Hidatidose

– dados epidemiológicos animais

Hospedeiros intermediários

Abaixo, alguns dados de serviços de inspeção federal (SIF) e municipal (SIM): No período de janeiro de 2005 a junho de 2010, foram coletados dados sobre

abate de 4.935.447 bovinos em 24 matadouros-frigoríficos SIF, que

apresentaram 10,28% de condenações devido à hidatidose.

No período de 2006 a 2011, em 1 frigorífico SIF localizado em Dom Pedrito, foram coletados dados sobre abate de 271.054 ovinos provenientes de 34 municípios, sendo que 22,69% das vísceras foram condenadas por hidatidose. Em abatedouro SIM da região da Campanha, em 2010 foram abatidas 2.250 cabeças de bovinos e foi detectado percentual de 22,2% de lesões de

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Hidatidose

– dados epidemiológicos animais

Hospedeiros intermediários

Dados de lesões em abatedouros (com inspeção estadual-CISPOA), divulgados pela SEAPA em informativos, relatam os seguintes percentuais de hidatidose:

Espécies

Períodos

2001 a 2009 2010 2011

Ovinos (ovelhas) 25,20% 17% s/ inf* Bovinos (vacas, bois) 10,31% 8% 7,56% Bubalinos (búfalos) 2,78% s/ inf* s/ inf* Suínos 1,87% s/ inf* s/ inf* Caprinos (cabras) 1,36% s/ inf* s/ inf*

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Hidatidose

– dados epidemiológicos animais

O estudo da hidatidose animal e da equinococose em cães tem sido um indicador da situação da hidatidose humana, principalmente em áreas endêmicas.

Hospedeiros definitivos

Os dados publicados referem-se a estudos conduzidos por pesquisadores, uma vez que a técnica diagnóstica indicada para detecção da equinococose em cães não tem sido utilizada em escala comercial.

Em publicação de 2001, cães errantes da área urbana de Dom Pedrito foram detectados com o parasito. Em publicação de 2004, no município de Santana do Livramento, não se detectou o parasito em cães das áreas urbana e suburbana, mas sim naqueles da área rural.

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Hidatidose

- prevenção

Todas as medidas são necessárias e complementares:

1) Sempre lavar as mãos:

Após contato com cães e outros animais; Após mexer em terra e utensílios;

Antes de se alimentar.

2) Ingerir alimentos de procedência conhecida :

Verduras, legumes e frutas bem lavados; Água tratada e/ou fervida.

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Hidatidose

- prevenção

3) Ter atitudes de guarda responsável em relação aos cães:

Buscar orientação junto ao médico veterinário sobre tratamento de verminoses; Evitar ninhadas não desejadas, castrando fêmeas e/ou machos;

Identificar os animais da matilha para que sejam devolvidos, caso se percam; Impedir o acesso à horta (a maneira mais simples é cercando-a);

Evitar que se alimentem de carcaças de animais mortos; Não fornecer vísceras cruas;

Se vísceras forem fornecidas, que sejam cozidas: por 45 minutos, em água fervente e todas cobertas pela água.

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Referências

http://agrotec.pt/?attachment_id=1229 http://anco.cnpc.embrapa.br/noticias.php?sequencia=195 http://caninablog.wordpress.com/tag/republica-dos-caes/ http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Royal_Winter_Fair_Wool_2.jpg http://donnadacasaa.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2008/producao-de-bufalo-leiteiro http://images01.olx.com.br/ui/6/11/30/1366053673_502181130_19-Fazenda-com-1050-tarefas-Sede-Nova-Boas-Aguadas-Piscina-Natural-Curral-Baias-.jpg http://parasite.org.au/para-site/echinococcus/echinococcus-clinical.html http://parasitobiomed.blogspot.com.br/2007/10/ciclo-tania-solium.html http://revistadinheirorural.terra.com.br/noticia/agrotecnologia/embrapa-vai-para-o-rally-da-pecuaria-analisar-pastagens http://todosobrehidatidosis.blogspot.com.br/2007/11/el-quiste-hidatdico-forma-infectante.html http://www.cachorroideal.com/2010/06/desenvolvimento-das-racas-caninas.html Gravuras

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Referências

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Programa Estadual de Vigilância da Hidatidose

Sabrina Vizeu

Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde

sabrina-vizeu@saude.rs.gov.br

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