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Os efeitos da musculação para adolescentes. The effects of weight training for teenagers. Luana Caroline Fogaça Lopes

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Academic year: 2021

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ARTIGO DE REVISÃO

Os efeitos da musculação para adolescentes

The effects of weight training for teenagers

Luana Caroline Fogaça Lopes

Faculdade de Educação Física de Sorocaba (ACM), Sorocaba, Brasil.

Endereço para correspondência: Luana Caroline Fogaça Lopes Endereço

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RESUMO

A adolescência tem inicio por volta dos 12,13 anos e diversas mudanças ocorrem, pois é nessa fase que as características infantis vão sumindo para aos poucos as características de um ser adulto assumir lugar, tanto na parte física quanto a psicológica. Mudanças intrínsecas e extrínsecas ocorrem, como alterações hormonais, aumento de peso, estatura e maturação dos órgãos sexuais. Estas alterações atingem a parte psicológica do adolescente podendo fazer com que o mesmo deseje ter um corpo diferente, podendo encontrar a realização deste desejo nas aulas de musculação.

A prescrição de treino para o publico é diferenciado já que este se encontra em fase de desenvolvimento. Deve-se tomar cuidado com a postura e quantidade de peso, em determinadas forma de exercícios, para evitar lesões que possam prejudicar o adolescente em longo prazo. Porém a musculação quando realizada com supervisão de um profissional que compreende as especificidades desta fase, pode também trazer benefícios ao mesmo.

Palavras-Chave: adolescente, musculação.

ABSTRACT

Adolescence is beginning at about 12.13 years and many changes occur, given that this is the children's characteristics will gradually fading to the characteristics of

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an adult is taking place, both in the physical and psychological. Intrinsic and extrinsic changes occur, such as hormonal changes, weight gain, height and maturation of sex organs. These changes affect the psychological part of the adolescent can make the same wish to have a different body, and can find fulfillment of this desire in fitness classes.

The prescription of training for the public is different since this is under development. One should be careful about posture and amount of weight in certain forms of exercises to prevent injuries that can harm the teenager in the long run. But the weight when performed under the supervision of a professional, who understands the specifics of this phase, can also bring benefits to it.

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente a musculação teve um aumento do publico adolescentes fazendo-se necessário o conhecimento do profissional de educação física de tal faixa etária para uma prescrição de treinamento correta e segura.

Pois a musculação praticada por adolescentes pode ser prejudicial quando sem supervisão. Entretanto quando bem supervisionada, pode levar a um aumento de força e resistência muscular (Alves e Lima, 2008). Mas então quais os cuidados que o profissional deve ter na prescrição de treinamento de musculação? O treino de um adulto bem condicionado pode ser passado para um adolescente iniciante?

O presente trabalho teve como objetivo revisar a literatura científica sobre os efeitos da musculação na adolescência.

2. METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica. Para a elaboração do presente texto, foram selecionados artigos nacionais e internacionais retirados das bases de dados: Bvsalud, Saúde abril, Efdeports e Scielo; os artigos e livros apresentados foram publicados entre os anos de 1997 e 2012. Os termos-chave utilizados no idioma português foram: musculação, adolescente.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. O desenvolvimento geral na adolescência.

A adolescência, segundo Barros (1997), tem inicio por volta dos 12 ou 13 anos, e é nesta fase que grandes mudanças ocorrem no nosso corpo e mente, pois,

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deixamos de ser criança para aos poucos nos tornarmos adultos. O corpo se transforma: os órgãos sexuais amadurecem com características de um ser adulto. A mente também tem que se adaptar, pois apesar de o adolescente ter características infantis, este também começa a ter interesses, obrigações e responsabilidades da vida adulta.

Devido aos intensos processos de estruturação e reestruturação, o metabolismo estrutural desempenha um papel especial nesta fase. Além disso, a necessidade de vitaminas minerais e nutrientes é maior, em especial a necessidade de proteínas (WEINECK, 2005).

Alterações nas secreções hormonais ocorrem, as quais são responsáveis por muitas alterações expressivas durante a adolescência. Nos meninos, por exemplo, o aumento da secreção da testosterona, o hormônio sexual masculino, relaciona-se a aumentos do peso corporal, do tamanho e da força muscular. Já nas meninas, o estrogênio e hormônio do crescimento atuam de maneira similar (FLECK e KRAEMER, 2001). Este aumento da testosterona provoca um aumento significativo da quantidade relativa de massa muscular na massa corporal total e o que era de 27 passa para 41,8% em meninos, e para 35,8% em meninas (WEINECK, 2005).

Ocorre também, um maior crescimento em largura promovendo a harmonização das proporções corporais, agindo favoravelmente em relação a melhoradas capacidades coordenativas (WEINECK, 2005).

Assim sendo, Weineck (2005) nos alerta que, as alterações marcantes na existência física - surgimento da sexualidade, desaparecimento das características infantis, alterações significativas nas proporções (aumento anual da altura até 10 cm;

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aumento anual de peso até 9,5%)- causa uma acentuada fragilidade psicológica, o que ainda é mais aumentado pela instabilidade hormonal.

Frois et al. (2011) ainda pode acrescentar, que todas estas mudanças que ocorrem durante a puberdade, faz com que o adolescente passe por conflitos tanto na busca de uma identidade adulta que implique autonomia, quanto ao desejo da continuidade da dependência que tem enquanto criança, podendo apresentar a insatisfação diante deste corpo modificado.

3.2 As especificidades da musculação na adolescência.

Uma das razões essenciais para a especificidade dos exercícios em tal fase é que o adolescente ainda se encontra em crescimento, surgindo inúmeras alterações e particularidades de desenvolvimento no aspecto físico, psicológico e psicossocial, as quais determinam consequências para atividade física ou esportiva e, portanto para a capacidade de suportar diferentes cargas de treinamento (WEINECK, 2005).

A prescrição de treino para Kurt (2012), em adolescentes deve ser composta de exercícios leves, com mais repetições e menos carga. Ou seja, o contrario do que é realizado com um adulto bem condicionado. Além disso, todos os músculos devem ser inclusos no treino, para não gerar desequilíbrio. E assim o adolescente possa desenvolver os músculos de forma geral sem se expor a riscos.

Alves e Lima (2008), ainda dizem que, a musculação realizada com supervisão pode estimular o desenvolvimento ósseo, por exemplo, porém é preciso tomar cuidado, pois o treino quando em excesso pode trazer malefícios para o praticante.

É de extrema importância então que o profissional de educação física compreenda a singularidade desta fase e a importância da adesão às considerações de segurança. E para garantir a segurança Faigenbaum e Westcott (2001), nos trazem

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alguns fatores importantes para tal objetivo e dentre estes estão: à formulação de um questionário de histórico de saúde, a realização de treino com pesos leves para permitir ajustes apropriados e uma progressão gradual, e fazer com que o adolescente se concentre na técnica do exercício e não na quantidade de peso que levanta. Pois pode ocorrer de o adolescente frisar mais a parte estética se esquecendo da segurança de sua integridade física e por este motivo a quantidade de peso no treino deve ser passada com maior cuidado, se preocupando com a saúde e a prevenção de lesões no adolescente (KURT, 2012).

Deve-se tomar cuidado quanto ao peso, pois, em relação às cartilagens que estão em crescimento também estão mais propensas a lesões, e se a força sobre elas for demasiadamente grande este agravante pode ocorrer nas extremidades dos ossos longos, próximo da inserção do tendão e na superfície articular afetando o crescimento. (FAIGENBAUM, WESTCOTT, 2001).

Se tratando de exercícios de força com barras e halteres deve-se tomar cuidado para que este possa ser realizado de forma segura e efetiva, dando ao adolescente a oportunidade de aprender a técnica apropriada do exercício ficando sempre atento a postura (FAIGENBAUM, WESTCOTT, 2001). Pois tal faixa etária se torna mais suscetível ao surgimento de lesões causadas por cargas indevidas ou mal distribuídas, sobretudo no que toca a coluna vertebral, devido ao fato da cartilagem dos discos epifisários, que sob a influência de hormônios, principalmente o hormônio de crescimento e os hormônios sexuais sofrerem uma série de alterações morfológicas e funcionais que diminuem sua capacidade de suportar carga mecânica (WEINECK, 2005).

Nos aparelhos de musculação todos os principais grupos musculares podem ser treinados, o que evita desequilíbrios, mas para que o treino seja realizado de forma

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segura e eficaz faz-se necessário à orientação e instrução na utilização dos mesmos, verificando sempre o encaixe do adolescente no aparelho (FAIGENBAUM, WESTCOTT, 2001).

Quanto ao aumento de peso, este deve acontecer de forma gradual à medida que o adolescente fica mais forte, sendo geralmente aumentos de 0,5 a 1,0 kg dependendo do exercício, (FAIGENBAUM, WESTCOTT, 2001).

Apesar de a musculação poder apresentar alguns fatores que pode levar a lesões, uma pesquisa realizada por Maia e Araújo, 2007 em Teresina – PI sobre relação incidência de lesões mostraram que essa é mínima, se tratando de musculação.(A pesquisa envolvia 30 alunos que se encontravam na faixa etária do 12 aos 16 anos todos do sexo masculino, com prática mínima de 1 ano na referida atividade) e os resultados seguem a tabela abaixo:

Além de segura, quando bem realizada, a musculação pode trazer benefícios ao praticante como: aumento da força nos músculos, tendões e ligamentos, aumento da densidade e massa óssea, incremento do recrutamento de unidades motoras, aumento do condicionamento físico e redução do risco de lesão na prática esportiva (MEDEIROS, 2010) .

LESÕES OCASIONADAS PELA PRÁTICA DA MUSCULAÇÃO Nº %

Muscular (distensão / estiramento muscular) Óssea (fratura)

Articular (luxação / entorse) Ferimento (escoriação / contusão) Nenhum tipo de lesão

2 6,7 - - - - - - 28 93,3 TOTAL 30 100

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Bósio et all. Apud Guyton, 2011 que realizou um estudo com adolescentes, onde foi aplicado durante 10 semanas, treinamento de força com 3 séries de 6 repetições numa frequência de 3 vezes por semana, observou um aumento na força próxima de 30 % nas primeiras 6 a 8 semanas, após isso ouve uma estabilização nos ganhos. O autor ainda relatou um aumento em proporção semelhante na massa muscular.

Além disso, os hormônios testosterona e hormônio do crescimento criam um ambiente anabólico favorável ao desenvolvimento – quando submetido ao exercício de força – da força e resistência muscular (MEDEIROS, 2010).

Assim sendo, Medeiros, 2010, ainda pode acrescentar que, a musculação pode trazer diversos benefícios ao adolescente quando realizado sob supervisão. No entanto não pode ser comparado a um adulto quanto aos parâmetros da prescrição dos exercícios.

4. CONCLUSÃO

A musculação em adolescentes pode gerar efeitos benefícios como: bom condicionamento físico, aumento da força muscular e do músculo, melhor desenvolvimento ósseo, redução de riscos de lesões entre outros ligados ao bem físico, porém sempre com orientação, pois sem este, os efeitos podem ser maléficos ao praticante causando lesões e/ou efeitos contrários.

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5. REFERÊNCIAS

ANDERSEN, B, L. Atividade física em adolescentes. 2009. Disponível em: www.scielo.br.Acesso em: 20/03/2012.

ALVES, C; LIMA, R, V, B. Impacto da atividade física e esportes sobre o crescimento e puberdade de crianças e adolescentes. 2008. Disponível em:www.scielo.br.Acesso em:22/03/2012.

BÓSIO, C; KALININE, L; JUNIOR, A, P. Análise comparativa do desenvolvimento da hipertrofia muscular em adolescentes com faixa etária entre 15 e 17 anos. 2011. Disponível em: www.efdeportes.com. Acesso em: 15/05/2012.

BARROS, C.O corpo humano: programas de saúde. 49ed. São Paulo: Ática. 1997. FAIGENBAUM, A; WESTCOTT, W. Força e potência para atletas jovens.1ed.:Manole.2001 .

FROIS, E, et AL.Midias e a imagem corporal na adolescência.Maringá.V.16, n.1,p.71-72,2011.

FLECK, S, J;KRAEMER,W,J. Treinamento de força para jovens atletas. 1 ed.São Paulo:Manole.2001.

KURT, C. Musculação: como os adolescentes devem praticá-la. Disponível em: saude.abril.com.br.Acesso em:11/04/2012.

MEDEIROS, J, F.A prática do treinamento de força na adolescência: um estudo de caso. 2010. Disponível em: www.efdeportes.com.Acesso em: 18/05/2012.

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