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5.1 CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS

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Academic year: 2021

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TÓPICO 05: ALAVANCAGEM

Do que foi exposto até aqui, fica evidente que algumas (ou todas) as empresas devem em princípio assumir um certo grau de risco financeiro para os seus proprietários, pois há certas vantagens em fazer isso.

Neste contexto, é necessário compreender o conceito ou princípio de alavancagem financeira, que pode ser explicado da seguinte maneira:

Em épocas normais, o retorno sobre o capital próprio deve ser superior ao retorno sobre o ativo total, devido ao uso de capital de terceiros para financiar parte do ativo. Além disso, esse retorno sobre o capital próprio deve ser superior ao custo que a empresa paga pelo uso do capital de terceiros obtido.

5.1 C

USTO DO

C

APITAL DE

T

ERCEIROS

O custo do capital de terceiros é limitado e fixo, sendo inferior ao do capital próprio, devido às diferenças entre os riscos assumidos por um e outro tipo de fornecedor de capital. Consequentemente, quando estamos nas mencionadas condições normais de uma economia, o retorno sobre o ativo total também deve ser superior ao custo do capital de terceiros (se não fosse, seria melhor liquidar a empresa como empreendimento industrial ou comercial e aplicar recursos como terceiro).

E

XEMPLO

Por exemplo, a taxa de retorno sobre o ativo operacional é de 36% a.a. e o custo do capital de terceiros é de 28% a.a. A diferença é um ganho que pertence ao acionista ordinário. E, obviamente, quanto maior for a proporção de recursos de terceiros que a empresa puder usar a esse custo, obtendo tal retorno, melhor será, pois o excedente recairá sobre um investimento próprio cada vez menor.

É esse, basicamente, o princípio de alavancagem financeira. Em outras palavras, usar recursos a custo fixo (recursos de terceiros) para multiplicar o retorno do acionista. Evidentemente, o benefício varia com o nível relativo do custo do capital de terceiros e a taxa de retorno que pode ser obtida sobre o ativo. A situação ideal é aquela em que a distância entre esses dois índices, em favor da taxa de retorno, é a maior possível.

Por que a palavra "alavancagem"? Os exemplos anteriores permitem-nos inferir que o endividamento funciona como fator de aumento do lucro por ação sempre que o retorno da empresa esteja acima do custo do endividamento e como fator de diminuição sempre que o retorno da empresa esteja abaixo do custo do endividamento. Podemos dizer que o endividamento funciona como uma alavanca que intensifica os lucros ou prejuízos da empresa.

EXEMPLO DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA FAVORÁVEL

A

DMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

(2)

Na tabela abaixo, apresentamos dados de uma empresa fictícia. Podemos visualizar o efeito favorável de uma utilização crescente de recursos de terceiros a custo fixo e, o que é muito importante, inferior ao retorno das operações, no caso medido pelo quociente resultado operacional/investimento ou ativo total (Retorno sobre o Investimento), que é o mesmo nas três alternativas de endividamento. Note-se ainda que os dados operacionais (até a linha "resultado operacional") tampouco se modificam.

T

ABELA

01

Nota:

A – sem endividamento. 100% de capital próprio;

B – uso de 30% de recursos de terceiros, ao custo de 20% ao ano. C – uso de 50% de recursos de terceiros, ao custo de 20% ao ano. Ativo Total = $ 1.000.000,00

Embora nos casos B e C o lucro líquido absoluto seja inferior ao alcançado em A, o uso de capital de terceiros mais barato (de custo inferior

ao retorno sobre o investimento, que é de 30%, (

) favorece o acionista.

Os dados da tabela acima podem corresponder a uma situação em que a empresa vai aumentando a sua utilização de capital de terceiros, dado certo nível de resultados operacionais.

Note-se, entretanto, que se os resultados operacionais do exemplo recém-comentado sofressem alguma redução, à metade, por exemplo (reduzindo a taxa de retorno para 15%), o efeito do endividamento maior para o acionista seria desfavorável, conforme explicitado na tabela a seguir. Trata-se exatamente da noção de risco econômico (queda do resultado operacional, conjugada à de grau de endividamento, produzindo risco financeiro.

(3)

Nota:

A – sem endividamento. 100% de capital próprio;

B – uso de 30% de recursos de terceiros, ao custo de 20% ao ano. C – uso de 50% de recursos de terceiros, ao custo de 20% ao ano. Ativo Total = $ 1.000.000,00

Nesta nova situação, os acionistas são favorecidos pela escolha da alternativa A, em face do efeito adverso do risco econômico (queda das vendas à metade). O uso de mais capital de terceiros os prejudica e isso acontece, única e exclusivamente, porque, no primeiro caso, o retorno obtido era superior ao custo do capital de terceiros (30% vs. 20%), enquanto, neste caso, supomos que o retorno sobre o investimento cai a

15% ( ), inferior, portanto, ao custo do capital de

terceiros que é de 20% (informado no rodapé da tabela).

Tal como ocorre com a decomposição dos custos de operação da empresa em elementos fixos e variáveis, a utilização de certos recursos pelos quais a empresa paga um custo fixo produz uma multiplicação do lucro para o acionista ou cotista (para mais ou para menos) caso varie o resultado operacional.

A variação sofrida pelo lucro do acionista será, assim, um múltiplo da variação do resultado operacional, desde que haja algum nível não nulo de endividamento na estrutura financeira da empresa.

Para melhor esclarecer este ponto, vejamos, na Tabela seguinte, as duas situações em que uma empresa sofre um decréscimo de 50% do seu resultado operacional, em relação a uma situação inicial, mantendo-se a mesma estrutura financeira.

(4)

A essa relação entre os dois acréscimos dá-se o nome de "grau de alavancagem financeira", que representa a elasticidade do lucro líquido residual em função do resultado operacional, e pode ser assim representada:

onde: ;

Ou alternativamente...

Esse grau será tanto maior quanto maior for a participação do capital de terceiros na estrutura financeira, desde que seja mantida uma taxa de retorno sobre o investimento total superior ao custo desse capital de terceiros.

Por exemplo, é possível mostrar, com base no quadro precedente, que se a participação do capital de terceiros significasse um custo de endividamento de $ 120.000,00, a redução sofrida pelo lucro líquido depois do Imposto sobre a Renda seria de 83,35%.

Nesse caso, portanto, o grau de alavancagem financeira é 1,67, significando que se a redução a partir desse nível de resultado operacional fosse de 20%, e não de 50%, o decréscimo do lucro líquido depois do Imposto sobre a Renda seria de 1,67 x 20, ou seja, 33,34%. Alternativamente, supondo uma elevação de 20% no resultado operacional (e não sua redução), o lucro líquido depois do IR elevaria em 33,34%.

Perceba que a alavancagem é a mesma tanto para situações de queda e alta nas vendas. Isso acontece porque a estrutura de dívidas, neste caso, é constante.

Outras duas medidas de alavancagem são propostas. O grau de alavancagem operacional (GAO), que mede o efeito de uma mudança no resultado operacional associada a uma mudança percentual dada nas vendas, e o grau de alavancagem total (GAT), que mede o efeito combinado das duas alavancagens (GAO e GAF).

(5)

Esta abordagem particular para o cômputo do GAO é interessante para empresas com muitos tipos diferentes de produtos, para a qual, portanto, a "quantidade em unidades" e o "preço de vendas" não são significativos. DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Assim, assumindo para uma empresa qualquer o DRE exposto na tabela abaixo:

Aplicando na fórmula: GRAU DE ALAVANCAGEM TOTAL - GAT

Com as demonstrações anteriores você pode perceber que (1) quanto maior o grau de alavancagem operacional (ou custos operacionais fixos), mais sensível o Resultado Operacional será a mudanças nas vendas e (2) quanto maior o grau de alavancagem financeira (custos financeiros fixos), mais sensível o LPA (Lucro por ação) será a mudanças no Resultado Operacional.

Portanto, se uma empresa utiliza uma quantia considerável de alavancagem operacional e financeira, então mesmo as pequenas mudanças nas vendas levarão a amplas flutuações no LPA.

A equação do grau de alavancagem operacional pode ser combinada com a equação do grau de alavancagem financeira, a fim de produzir a equação do grau de alavancagem total (GAT), que mostra como uma mudança dada nas vendas afetará os lucros por ação. Seguem-se quatro equações equivalentes do GAT.

Assim sendo, o GAT, ao nível de R$ 200.000,00 e considerando uma estrutura de capital com 50% de dívida, será:

(6)

A

TIVIDADE DE

P

ORTFÓLIO

Resolver a lista de exercícios 6 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) e poste as respostas em seu portfólio. Esta atividade é avaliativa. Capriche!

F

ÓRUM

Vá ao fórum "Aula 6 – Discussão sobre dúvidas da aula 6" para discussão de dúvidas sobre sobre Decisões de financiamento de longo prazo.

P

ARADA

O

BRIGATÓRIA

Leia a unidade 2 da apostila que se encontra em Material de Apoio.

F

ONTES DAS

I

MAGENS

Responsável: Prof. Sérgio César de Paula Cardoso Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

Referências

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