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1. Lei nº , de 26 de outubro de 2017

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ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES

Prezados leitores, tendo em vista a recente publicação da Lei nº 13.500/2017, que realizou algumas alterações na Lei nº 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações e Contratos), a exemplo da criação de uma nova hipótese de dispensa de licitação (inciso XXXV do art. 24), confeccionamos esta pequena síntese, objetivando prestar um serviço de atualização.

1. Lei nº 13.500, de 26 de outubro de 2017

A Lei federal nº 13.500, de 26 de outubro de 2017, foi publicada com o objetivo de indicar parâmetros relativos às transferências de recursos e meios do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) aos Estados, Municípios e Distrito Federal para financiamento e apoio das atividades e programas destinados à modernização do Sistema Penitenciário Nacional. A norma trouxe algumas mudanças na Lei Complementar 79/94 (criadora do Funpen), alterando alguns trechos e incluindo novos dispositivos.

Além das mudanças supracitadas, a Lei nº 13.500/2017 também trouxe alterações e inovações ao texto da Lei nº 8.666/93, conforme veremos a seguir.

2.

Nova hipótese de dispensa de licitação (inc. XXXV do art. 24)

O art. 24 da Lei nº 8.666/93 estabelece um rol (taxativo) de situações nas quais o administrador poderá dispensar a realização de procedimento licitatório.

A Lei nº 13.500/2017 incluiu a esse rol uma nova hipótese de licitação dispensável (inciso XXXV):

Art. 24. É dispensável a licitação: (...)

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XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à segurança pública.

Nota-se a existência de pressupostos que deverão ser observados para a efetiva caracterização dessa nova hipótese de dispensa, quais sejam:

a) que o objeto da dispensa seja a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais; e

b) que a situação se configure como de grave e iminente risco à segurança pública. Em relação a esta nova hipótese de contratação direta, convém registrar a crítica de que ela, na prática, abrangerá situações já abarcadas pela hipótese de dispensa do inciso IV do artigo 24 da Lei nº 8.666/93 (dispensa emergencial). Nada obstante, importa ponderar que a nova hipótese (inciso XXXV) não possui as mesmas condicionantes previstas na anterior (inciso IV). Nesse prumo, por exemplo, não há aqui a limitação temporal de 180 dias, para a respectiva contratação direta.

Nada obstante a inexistência do limite temporal de 180 dias, seria esdrúxulo admitir que essa hipótese de dispensa fosse viável para “construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais”, sem qualquer limitação temporal. Diante da realidade caótica de nossos estabelecimentos prisionais, isso geraria uma autorização para fuga indiscriminada à obrigatoriedade de licitar, em todas as obras e reformas em nosso sistema prisional.

Mesmo sem a aplicação da limitação temporal de 180 dias (que realmente é muito curta para este tipo de intervenção de engenharia), convém firmar que essa hipótese de dispensa (inciso XXXV) apenas será admissível quando configurada “situação de grave e iminente risco à segurança pública”. Assim, deve-se admitir a utilização desta hipótese de dispensa apenas em situações emergenciais, nas quais a submissão à tramitação do processo licitatório se demonstre incompatível com a urgência exigida para a intervenção (“situação de grave e iminente risco à segurança pública”).

Nas construções de presídios, obras, recuperações e ampliações ordinárias, deve-se priorizar a adoção do devido procedimento licitatório.

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Por fim, vale ponderar que a nova hipótese de dispensa não constava na redação original da Medida Provisória nº 781/2017, tendo sido inseridas tais regras no Parlamento. É passível de discussão a pertinência temática entre o texto original da Medida Provisória, que tratava sobre transferências de recursos e meios do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), e a nova hipótese de dispensa? Houve contrabando legislativo? Particularmente, embora seja possível esta discussão, já que a MP não tratava sobre o tema, acreditamos difícil que o STF entenda que não há pertinência temática entre a hipótese de dispensa criada e o texto original da MP.

3.

Modificação do inciso I do parágrafo único do art. 26

Em decorrência do acréscimo da nova hipótese de licitação dispensável, a Lei nº 13.500/2017 precisou alterar a redação do inciso I do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 8.666/93, que trata sobre os elementos de instrução das contratações diretas, para exigir que o processo formal de dispensa demonstre qual é o “grave e iminente risco à segurança pública” que autoriza a contratação direta.

Antiga Redação Nova Redação

Art. 26. (...)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;

Art. 26. (...)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso;

4.

Inserção do § 5º ao art. 40 (Possibilidade de exigência de cota para

mão de obra oriunda do sistema prisional)

Em seguida, objetivando estimular a contratação de ex-detentos, promovendo assim a sua ressocialização e reinserção no mercado de trabalho, a Lei nº 13.500/2017 inseriu um novo dispositivo à Lei nº 8.666/93, para prever que a Administração Pública poderá

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exigir que as empresas contratadas pelo Poder Público tenham um mínimo de funcionários que sejam oriundos do sistema prisional.

Vale a leitura do dispositivo:

Art. 40. (...)

§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a contratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.

Trata-se de uma exigência discricionária da Administração Pública, na forma que será estabelecida em Regulamento.

Cada unidade federativa terá autonomia para definir os termos para aplicação, ou mesmo não aplicação, desta regra de fomento à ressocialização de egressos do sistema prisional.

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ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES

Decisões Jurisprudenciais

(LICITAÇÕES E CONTRATOS – Até 17 de Outubro/2017)

Prezados leitores, confeccionamos esta pequena síntese com as principais decisões jurisprudenciais, na área de licitações e contratos, no mês de outubro. Esta é uma forma que encontramos para prestar um serviço de atualização para nossos leitores e alunos.

Licitação. Bens e serviços de informática. Planejamento. Prova de conceito. Julgamento.

Acórdão 2059/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro Benjamin Zymler) Provas de conceito não devem ser utilizadas na fase interna da licitação (planejamento da contratação), uma vez que não se prestam à escolha da solução de TI e à elaboração de requisitos técnicos, mas a, na fase externa, avaliar se a ferramenta ofertada no certame atende às especificações técnicas definidas no projeto básico ou no termo de referência. Licitação. Sanção administrativa. Obrigatoriedade. Gestor. Apuração.

Acórdão 2077/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro-Substituto Augusto Sherman)

A apuração das condutas faltosas praticadas por licitantes não consiste em faculdade do gestor público com tal atribuição, mas em dever legal.A aplicação de penalidades não se restringe ao Poder Judiciário, mas, nos termos das Leis 8.666/1993 e 10.520/2002, cabe também aos entes públicos que exercem a função administrativa

Contrato Administrativo. Equilíbrio econômico-financeiro. Avaliação. Economicidade.

Acórdão 2007/2017 Plenário (Levantamento, Relator Ministro Benjamin Zymler) Quando a equação econômico-financeira inicial se assenta em bases antieconômicas, ocorre violação ao princípio da economicidade desde a origem contratual. Nesse caso, não há que se falar em ato jurídico perfeito nem em direito adquirido à manutenção de situação lesiva aos cofres públicos.

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Licitação. Locação (Licitação). Bens imóveis. Parcelamento do objeto. Serviço de vigilância e guarda. Serviço de manutenção e reparos. Serviço de limpeza. Condomínio.

Acórdão 2020/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro-Substituto Weder de Oliveira)

Licitação que tenha por objeto a locação de bem imóvel juntamente com serviços de segurança, manutenção, limpeza e conservação (solução imobiliária completa), contidos na taxa condominial, não representa, por si só, violação ao art. 23, § 1º, da Lei 8.666/1993, haja vista que esse dispositivo não traz regra absoluta, devendo ser avaliado, caso a caso, se o parcelamento é vantajoso ou não para a Administração.

Licitação. Empresa estatal. Atividade-fim. Seleção. Dispensa de licitação. Acórdão 2033/2017 Plenário (Denúncia, Relator Ministro Benjamin Zymler)

Embora as empresas estatais estejam dispensadas de licitar a prestação de serviços relacionados com seus respectivos objetos sociais (art. 28, § 3º, inciso I, da Lei 13.303/2016), devem conferir lisura e transparência a essas contratações, em atenção aos princípios que regem a atuação da Administração Pública, selecionando seus parceiros por meio de processo competitivo, isonômico, impessoal e transparente.

Licitação. Orçamento estimativo. Elaboração. Equipamentos. Cotação. Preço mínimo.

Acórdão 8514/2017 Segunda Câmara (Auditoria, Relator Ministro José Múcio Monteiro) Na elaboração de orçamento estimativo para equipamentos a serem fornecidos em mercado restrito, devem ser adotados os valores decorrentes das cotações mínimas. As médias ou medianas de cotações de preços devem ser empregadas apenas em condições de mercado competitivo.

LICITAÇÃO PRESENCIAL e CONDICIONANTES AMBIENTAIS. Acórdão nº 2131/2017 – TCU – Plenário.

9.2. com base no art. 7º da Resolução-TCU 265/2014, dar ciência ao Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas que:

9.2.1. a ausência de justificativa técnica e econômica para a realização de licitações na forma presencial afronta o art. 13 da Lei 12.462/2011 e o art. 13 do Decreto 7.581/2011,

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que exigem, em caso de empreendimentos com recursos federais, a utilização de licitação

preferencialmente na forma eletrônica;

9.2.2. o não cumprimento da condicionante (…) referente à elaboração do Projeto Básico Ambiental (PBA), o qual deveria ter sido apresentado quando da solicitação da Licença de Instalação (…) configura infringência ao art. 4º, § 1º, inciso II, da Lei 12.462/2011 e

aos arts. 2º e 8º da Resolução-Conama 237/1997;

9.2.3. o não cumprimento, antes do início das obras, das condicionantes (…) alusivas ao uso das jazidas, pedreiras e areal, ao desmatamento racional, às desapropriações e reassentamentos, às obras complementares e medidas mitigadoras, inerentes ao empreendimento barragem Fronteiras, constitui afronta ao art. 4º, § 1º, inciso II, da Lei 12.462/2011, aos arts. 2º e 8º da Resolução-Conama 237/1997, ao art. 10 da Lei 6.938/1981 e aos arts. 2º e 4º do Decreto-Lei 3.365/1941;

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PUBLICIDADE. Acórdão nº 2158/2017 – TCU – Plenário.

9.2. com fundamento no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, c/c arts. 2º e 8º da Resolução-TCU 265/2014, determinar ao Ministério da Saúde que: 9.2.1. condicione a prorrogação dos contratos (…) à exclusão do pagamento referente ao percentual de ressarcimento pelo custo dos serviços internos e dos honorários sobre serviços de terceiros, uma vez que não há motivação para sua manutenção à luz dos itens 3.6, 3.6.1, 3.11.2 e 3.12 das Normas Padrão da Atividade Publicitária; 9.2.2. condicione a prorrogação dos contratos (…) à renegociação dos percentuais de honorários para a execução dos serviços (quesitos valorados nas propostas de preços), limitados aos já obtidos no certame, utilizando-se das fontes que entender cabíveis (por exemplo, outros contratos contemporâneos cujas características dos serviços demandados e portes sejam similares aos do Ministério da Saúde), desde que reflitam de maneira objetiva a realidade da contratação pretendida/realizada pelo órgão, em respeito à necessidade de motivação e fundamentação dos atos administrativos; 9.2.3. alternativamente, na eventualidade de restarem infrutíferas as negociações acima determinadas, promova novo certame com a observância dos critérios neles consignados, abstendo-se de prorrogar os contratos vigentes, sem prejuízo de eventual apuração futura do Tribunal, caso seja constatado que foram realizados pagamentos indevidos no âmbito

dos contratos já firmados;

9.2.4. no que se refere aos contratos em andamento e até o seu final, condicione os ressarcimentos pelo custo dos serviços internos à comprovação objetiva, detalhadamente, campanha a campanha (fatura a fatura, ou de outra forma, conforme critérios do Ministério da Saúde), de que sua supressão compromete a execução do contrato; (…) 9.3. com fundamento no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, c/c arts. 6º e 8º da Resolução-TCU 265/2014, recomendar à Secretaria Especial de Comunicação

Social que:

9.3.1. faça constar, nos modelos de editais que disponibilizar e nas orientações dirigidas aos órgãos e entidades por ocasião da elaboração de seus editais, que: 9.3.1.1. nem todos os percentuais de valoração das propostas precisam ser previstos e que se deve adotar valores compatíveis com o tipo de serviço a ser contratado, comparativamente com outros contratos da própria Administração Pública, tanto em materialidade, como em perfil dos anúncios e anunciantes; 9.3.1.2. os custos internos podem ser dispensados conforme as Normas-Padrão da Atividade Publicitária, sendo sua adoção a exceção, necessariamente precedida de

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demonstração de que sua supressão inviabiliza a execução dos serviços, considerando os princípios da eficiência e da economicidade na Administração Pública; 9.3.2. regulamente o art. 5º da Lei 12.232/2010, estabelecendo critérios para escolha do tipo da licitação (“melhor técnica” ou “técnica e preço”), haja vista a necessidade de motivação e fundamentação dos atos administrativos; 9.3.3. disponibilize modelos de editais para licitações do tipo “técnica e preço”, contribuindo para dar aplicabilidade à opção prevista no art. 5º da Lei 12.232/2010; CONTRATAÇÃO INTEGRADA.

Acórdão nº 2123/2017 – TCU – Plenário.

9.4. determinar à Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992: 9.4.1. adote providências cabíveis no sentido de exigir das empresas contratadas no regime de contratação integrada, por ocasião da apresentação do projeto básico e/ou executivo, a apresentação de orçamento detalhado contendo a descrição, unidade de medida, quantitativo, preços unitários de todos os serviços da obra, acompanhado das respectivas composições de custo unitário, bem como do detalhamento de encargos sociais e da taxa de BDI, nos termos do parágrafo único do art. 2º da Lei 12.462/2011 c/c a Súmula TCU nº 258/2010, aplicável a todos os regimes de execução contratual do RDC; BDI, DATA-BASE, PREÇO DE REFERÊNCIA e RDC.

Acórdão nº 2136/2017 – TCU – Plenário.

9.7. dar ciência ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes das seguintes impropriedades:

9.7.1. o BDI adotado para a elaboração dos orçamentos base (…) no valor de 28,32%, estava em desacordo com o percentual informado aos licitantes no (…) instrumento convocatório;

9.7.2. o orçamento base (…) foi elaborado com a utilização dos preços referenciais do Sicro 2 referentes a julho de 2012, em desacordo com a previsão contida no (…) Edital (…)

9.7.3. a falta de apresentação, por parte das empresas contratadas, de planilha de serviços, quantidades e preços unitários, mesmo em contratação por preço global, na modalidade de contratação integrada do RDC, contraria o que estabelece a Lei 12.462/2011 e a jurisprudência desta Corte;

PROVA DE CONCEITO, MOMENTO PROCESSUAL e PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO.

Acórdão nº 2059/2017 – TCU – Plenário.

9.4. determinar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que: 9.4.1. no procedimento destinado à elaboração e à identificação de requisitos técnicos, abstenha-se de identificá-los em prova de conceito realizada na fase preparatória dos certames e, em homenagem aos princípios da impessoalidade e da isonomia, promova o exame de outras plataformas disponíveis no mercado; 9.4.2. o processo de identificação das necessidades de negócio, com consequente

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estabelecimento de requisitos para a contratação, se dê em conformidade com a IN SLTI 4/2014;

LIMPEZA E CONSERVAÇÃO.

Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara.

9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e

administrativas da organização:

9.2.1. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de bens e serviços e para a gestão dos contratos decorrentes, adote os seguintes controles internos na etapa de elaboração dos estudos técnicos preliminares que servirão de base para a elaboração do termo de referência ou projeto básico, devendo conter, dentre outros aspectos, em obediência à Lei 8.666/1993, art. 6º, inc. IX, alínea “c”, e nos moldes do Acórdão

6.638/2015-TCU-1ª Câmara:

9.2.1.1. o levantamento de mercado junto a diferentes fontes possíveis, incluindo as contratações similares feitas por outros órgãos, consultas a sítios na internet, consultas a publicações especializadas (e.g. comparativos de soluções publicados em revistas especializadas) e pesquisa junto a fornecedores, a fim de avaliar as diferentes soluções que possam atender às necessidades que originaram a forma de prestação de serviços utilizada;

9.2.1.2. a identificação dos diferentes tipos de solução possíveis de contratar e que atendam à necessidade de limpeza do HGeF, incluindo estudos que evidenciem o levantamento das áreas a serem limpas, o quantitativo e a relação de material a ser utilizado, a análise da produtividade do contrato anterior, a análise de custo/benefício da sua manutenção ou a realização de nova contratação; 9.2.2. adote providências no sentido da emissão de pareceres técnicos relativos ao Edital, Termo de Referência e Contrato alusivos aos serviços de limpeza, envolvendo, em especial, a análise da Planilhas de Custos e Formação de Preço (PCFP), conforme estipulado no artigo 38, item VI, § único, da Lei 8.666/1993;

PESQUISA DE PREÇOS, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO. Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara.

9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e

administrativas da organização: (…)

9.2.3. realize pesquisas de preços mediante a utilização dos parâmetros abaixo elencados, com base no artigo 2º da IN 5, de 27/6/2014, apresentando as devidas justificativas para a impossibilidade de utilização da melhor técnica possível, fazendo constar no processo administrativo para a aquisição de bens e contratação de serviços os devidos critérios que fundamentem os preços excessivos ou a inexequibilidade dos preços, dando sustentabilidade à média dos preços adotada como resultado final para fins de estimativa, conforme bem delineado no § 6º do artigo 2º da IN 5/2015 – SLTI e no Acórdão

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2829/2015-TCU-Plenário:

9.2.3.1. Portal de Compras Governamentais;

9.2.3.2. pesquisa em mídia especializada com a data e hora de acesso e a contratações similares de outros entes públicos, em execução ou concluídos nos 180 dias anteriores à

data de pesquisa de preços;

9.2.3.3. pesquisa com fornecedores distintos após solicitação formal, excluindo o próprio contratado;

9.2.4. realize pesquisa de preços com base em padronização do processo de estimativa, de forma a conferir confiabilidade e representatividade para aferição dos preços correntes de mercado, de modo a permitir a formação de juízo acerca da adequação das propostas pela comissão de licitação, de acordo com o Acórdão 1.878/2015-TCU-2ª Câmara, atentando para os seguintes aspectos calcados na jurisprudência do TCU: 9.2.4.1. identificação da fonte de informação e do agente responsável pela elaboração da

pesquisa (Acórdão 2.451/2013-TCUPlenário);

9.2.4.2. identificação do servidor responsável pela cotação (Acórdão 909/2007-TCU-1ª Câmara);

9.2.4.3. empresas pesquisadas devem ser do ramo pertinente (Acórdão 1.782/2010-TCU-Plenário);

9.2.4.4. empresas pesquisadas não podem ser vinculadas entre si (Acórdão

4.561/2010-TCU-1ª Câmara);

9.2.4.5. caracterização completa das fontes consultadas (Acórdão 3.889/2009-TCU-1ª Câmara);

9.2.4.6. indicação fundamentada e detalhada das referências utilizadas (Acórdão 1.330/2008-TCU-Plenário);

9.2.4.7. metodologia utilizada e conclusões obtidas (Nota Técnica AGU/PGF/UFSC 376/2013);

9.2.4.8. data e local de expedição (Acórdão 3.889/2009- TCU-1ª Câmara); 9.2.4.9. as informações devem constar do processo da pesquisa, em especial, as memórias de cálculo e fontes de consulta pesquisadas (Acórdão 1.091/2007-TCU-Plenário); PLANEJAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLES INTERNOS, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO.

Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara.

9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e

administrativas da organização: (…)

9.2.5. institua e faça constar dos processos alusivos à prestação de serviços de limpeza os devidos Planos de Rotinas de Trabalho e relatórios de acompanhamento e fiscalização da execução do contrato, no intuito de atestar a verificação da conformidade da prestação dos serviços e da devida alocação dos materiais efetivamente necessários, de forma a assegurar o perfeito cumprimento do contrato, manter controle gerencial acerca da produtividade do pessoal empregado nos contratos, a fim de subsidiar a estimativa para as futuras contratações devendo ser exercido por um ou mais representantes do HGeF, especialmente designados na forma dos artigos 67 e 73 da Lei 8.666/93 e do artigo 6º do Decreto 2.271/1997, e de acordo com o item 25 do Caderno de Logística do SLTI; 9.2.6. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de serviços de limpeza,

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dote controles internos para a gestão dos contratos decorrentes (Lei 8.666/93, artigos 6º, inc. IX, alínea “f” e 7º, § 4º ; art. 40, inciso X e art. 48, inc. II), no sentido de: 9.2.6.1. definir método de cálculo das quantidades de materiais necessários à contratação; 9.2.6.2. documentar o método utilizado para a estimativa de quantidades no processo de contratação, juntamente com os documentos que lhe dão suporte; 9.2.6.3. manter controle gerencial, na etapa de fiscalização técnica da execução contratual, acerca da utilização dos materiais empregados nos contratos, a fim de subsidiar a estimativa para as futuras contratações; 9.2.6.4. estabelecer critérios de aceitabilidade de preços global e unitários, fixando preços máximos para mão de obra e materiais utilizados, de forma que propostas com valores

superiores sejam desclassificadas;

9.2.7. adote medidas no sentido de incluir nos processos de trabalho alusivos à prestação de serviços de limpeza os critérios e requisitos para a aferição da qualidade dos serviços prestados, dentro das rotinas a serem executadas pelos fiscais dos contratos, e a vinculação dos pagamentos realizados ao nível de qualidade dos resultados obtidos, de acordo com o princípio da eficiência previsto na Constituição Federal, art. 37, caput; 9.2.8. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de serviços de limpeza e para a gestão dos contratos decorrentes, inclua controle interno na etapa de elaboração do termo de referência ou projeto básico para prever no modelo de gestão do contrato, quando se tratar de contratação de serviços, a segregação das atividades de recebimento

de serviços de forma que:

9.2.8.1. o recebimento provisório, a cargo do fiscal que acompanha a execução do contrato, baseie-se no que foi observado ao longo do acompanhamento e fiscalização (Lei

8.666/1993, art. 73, inciso I, “a”);

9.2.8.2. o recebimento definitivo, a cargo de outro servidor ou comissão responsável pelo recebimento definitivo, deve basear-se na verificação do trabalho feito pelo fiscal e na verificação de todos os outros aspectos do contrato que não a execução do objeto propriamente dita (Lei 8.666/1993, art. 73, inciso I, ‘b’); 9.3. dar ciência ao HGeF acerca

da seguinte impropriedade:

9.3.1. ausência de justificativas explícitas nas alterações contratuais para a prestação de serviços de limpeza da unidade hospitalar, decorrente do surgimento de novas áreas em face de eventuais reformas das instalações (artigo 65, letra “b”, da Lei 8.666/1993); MERCADO RESTRITO e ORÇAMENTO ESTIMATIVO.

Acórdão nº 8514/2017 – TCU – 2ª Câmara.

9.1. dar ciência à Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia que, de acordo com a jurisprudência predominante neste Tribunal, na elaboração de orçamento estimativo para equipamentos a serem fornecidos em mercado restrito, devem ser adotados os valores decorrentes das cotações mínimas, e não os das medianas (…);

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COMPRAS PÚBLICAS e SANÇÕES. Instrução Normativa SG/PR nº 1, de 13.10.2017. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA-GERAL SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DOU de 16/10/2017 (nº 198, Seção 1, pág. 5)

Estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República.

O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VII, do art. 7º, do Anexo V do Decreto nº 9.038, de 26 de abril de 2017, e

considerando o teor das determinações 9.5.1 e 9.5.2 do Acórdão nº 754/2015-TCU-Plenário, expedido pelo Tribunal de Contas da União, as quais foram objeto de divulgação aos órgãos do Sistema de Serviços Gerais - SISG no Portal de Compras do Governo Federal;

considerando a necessidade de instrução processual administrativa no âmbito da Presidência da República com adequação entre meios e fins, com vedação a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, resolve:

Art. 1º - Estabelecer procedimentos para a definição da dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República.

Art. 2º - Nas licitações na modalidade pregão realizadas no âmbito da Presidência da República é obrigatória a instauração de procedimento administrativo para a aplicação das respectivas sanções, quando da ocorrência das condutas a seguir relacionadas: I - não assinar o contrato/ata de registro de preços ou não aceitar/retirar o instrumento equivalente, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

II - deixar de entregar documentação exigida para o certame:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 2 (dois) meses;

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Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses;

IV - ensejar o retardamento da execução do objeto:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

V - não manter a proposta:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

VI - falhar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 12 (doze) meses;

VII - fraudar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 30 (trinta) meses;

VIII - comportar-se de modo inidôneo:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; e

IX - cometer fraude fiscal:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 40 (quarenta) meses;

Parágrafo único - Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se:

I - retardar a execução do objeto qualquer ação ou omissão do licitante que prejudique o bom andamento da licitação, inclusive deixar de entregar a amostra no prazo assinalado no edital, que evidencie tentativa de indução a erro no julgamento, ou que atrase a assinatura do contrato ou da ata de registro de preços;

II - não manter a proposta a ausência de seu envio, bem como a recusa do envio de seu detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo licitante, da desclassificação de sua proposta, quando encerrada a etapa competitiva, desde que não esteja fundamentada na demonstração de vício ou falha na sua elaboração, que evidencie a impossibilidade de seu cumprimento;

III - falhar na execução contratual o inadimplemento grave ou inescusável de obrigação assumida pelo contratado;

IV - fraudar na execução contratual a prática de qualquer ato destinado à obtenção de vantagem ilícita, induzindo ou mantendo em erro a Administração Pública; e

(14)

V - comportar-se de modo inidôneo a prática de atos direcionados a prejudicar o bom andamento do certame ou do contrato, tais como a fraude ou frustração do caráter competitivo do procedimento licitatório, ação em conluio ou em desconformidade com a lei, indução deliberada a erro no julgamento, prestação falsa de informações, apresentação de documentação com informações inverídicas, ou que contenha emenda ou rasura, destinados a prejudicar a veracidade de seu teor original.

Art. 3º - As sanções previstas nos incisos I a IX do art. 2º poderão ser majoradas em 50% (cinquenta por cento), para cada agravante, até o limite de 60 (sessenta) meses, em decorrência do seguinte:

I - quando restar comprovado que o licitante ou contratado tenha registro no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF de penalidade aplicada no âmbito da Presidência da República, em decorrência da prática de qualquer das condutas tipificadas na presente norma, nos 12 (doze) meses que antecederam o fato em decorrência do qual será aplicada a penalidade;

II - quando restar comprovado que o licitante tenha sido desclassificado ou inabilitado por não atender às condições do edital, quando for notória a sua impossibilidade de atendimento ao estabelecido;

III - quando o licitante, deliberadamente, não responder às diligências destinadas a esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório; ou

IV - quando restar comprovado que o licitante tenha prestado declaração falsa de que é beneficiário do tratamento diferenciado concedido em legislação específica.

Art. 4º - As penas previstas nos incisos I, II, IV e V do art. 2º poderão ser reduzidas em 50% (cinquenta por cento), uma única vez, após a incidência do previsto no art. 3º, quando não tenha havido nenhum dano à Administração, em decorrência de qualquer das seguintes atenuantes:

I - a conduta praticada tenha sido, desde que devidamente comprovada, decorrente de falha escusável do licitante ou contratado;

II - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que contenha vícios ou omissões para os quais não tenha contribuído, ou que não sejam de fácil identificação, desde que devidamente comprovado; ou

III - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que não atendeu às exigências do edital, desde que reste evidenciado equívoco em seu encaminhamento e a ausência de dolo.

Art. 5º - A penalidade a que se refere o inciso II do art. 2º será afastada quando a entrega da documentação ocorrer fora dos prazos estabelecidos, desde que não tenha acarretado prejuízos à Administração, observando-se ainda, cumulativamente, que: I - a documentação entregue esteja correta e adequada ao que fora solicitado;

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II - o eventual atraso no cumprimento dos prazos não seja superior a sua quarta parte; III - não tenha ocorrido nenhuma solicitação de prorrogação dos prazos;

IV - não tenha ocorrido nenhuma hipótese de agravantes prevista no art. 3º; e

V - o licitante faltoso não tenha sofrido registro de penalidade no SICAF em decorrência da prática de quaisquer condutas tipificadas na presente norma em procedimentos licitatórios ou em contratações ocorridas nos 12 (doze) meses que antecederam o fato em razão do qual será aplicada a penalidade.

Art. 6º - Quando a ação ou omissão do licitante ou contratante ensejar o enquadramento de concurso de condutas, aplicar-se-á a pena mais grave.

Art. 7º - A aplicação das penas previstas nesta Instrução Normativa não exclui a possibilidade de aplicação de outras sanções previstas no edital, no contrato ou na legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, inclusive por perdas e danos causados à Administração.

Art. 8º - Na apuração dos fatos de que trata a presente Instrução, a Administração atuará com base no princípio da boa-fé objetiva, assegurando ao licitante ou ao contratante a ampla defesa e o contraditório, o direito de juntar todo e qualquer meio de prova necessário à sua defesa, podendo, inclusive, requerer diligências.

Parágrafo único - A Administração Pública formará sua convicção com base na livre apreciação dos fatos e condutas praticadas, devendo, quando necessário, promover diligências para a apuração da veracidade das informações e provas apresentadas pela defesa.

Art. 9º - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. ANTONIO CARLOS PAIVA FUTURO

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ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES

Prezados leitores, tendo em vista a recente publicação da Instrução Normativa nº 01/2017, que estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República, confeccionamos esta pequena síntese, objetivando prestar um serviço de atualização.

1. Instrução Normativa nº 01, de 13 de outubro de 2017

A Instrução Normativa nº 01, que foi publicada no DOU de 16/10/2017, estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República. A referida norma, que foi editada pelo Secretário de Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República, objetiva atender às determinações emanadas pelo TCU por meio do Acórdão nº 754/2015-Plenário (itens 9.5.1 e 9.5.2).

Nesse diapasão, tem-se a Norma Operacional DIRAD/SE/MP nº 2 de 17 de março de 2017, que dispõe sobre as condutas e a dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar previstas no artigo 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

É estabelecido na Instrução Normativa nº 01/2017, para cada conduta tipificada no art. 7º da Lei nº 10.520/2002, o período em que a licitante e/ou contratado estará impedido de licitar e contratar com a União e será descredenciado do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), assim como as hipóteses de aplicação de agravantes e atenuantes. Dessa forma, busca-se padronizar a aplicação da penalidade do art. 7º da Lei nº 10.520/2002, evitando, assim, para casos idênticos períodos de impedimento de participar de licitação distintos, atenuando a subjetividade do gestor na aplicação da penalidade após a apuração de conduta da licitante/contratada.

______________________________________________________________________

Instrução Normativa SG/PR nº 01, de 13.10.2017.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA-GERAL

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DOU de 16/10/2017 (nº 198, Seção 1, pág. 5)

Estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República.

O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VII, do art. 7º, do Anexo V do Decreto nº 9.038, de 26 de abril de 2017, e

considerando o teor das determinações 9.5.1 e 9.5.2 do Acórdão nº 754/2015-TCU-Plenário, expedido pelo Tribunal de Contas da União, as quais foram objeto de divulgação aos órgãos do Sistema de Serviços Gerais - SISG no Portal de Compras do Governo Federal;

considerando a necessidade de instrução processual administrativa no âmbito da Presidência da República com adequação entre meios e fins, com vedação a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, resolve:

Art. 1º - Estabelecer procedimentos para a definição da dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República.

Art. 2º - Nas licitações na modalidade pregão realizadas no âmbito da Presidência da República é obrigatória a instauração de procedimento administrativo para a aplicação das respectivas sanções, quando da ocorrência das condutas a seguir relacionadas: I - não assinar o contrato/ata de registro de preços ou não aceitar/retirar o instrumento equivalente, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

II - deixar de entregar documentação exigida para o certame:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 2 (dois) meses;

III - fizer declaração falsa ou apresentar documentação falsa:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses;

IV - ensejar o retardamento da execução do objeto:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

V - não manter a proposta:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

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VI - falhar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 12 (doze) meses;

VII - fraudar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 30 (trinta) meses;

VIII - comportar-se de modo inidôneo:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; e

IX - cometer fraude fiscal:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 40 (quarenta) meses;

Parágrafo único - Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se:

I - retardar a execução do objeto qualquer ação ou omissão do licitante que prejudique o bom andamento da licitação, inclusive deixar de entregar a amostra no prazo assinalado no edital, que evidencie tentativa de indução a erro no julgamento, ou que atrase a assinatura do contrato ou da ata de registro de preços;

II - não manter a proposta a ausência de seu envio, bem como a recusa do envio de seu detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo licitante, da desclassificação de sua proposta, quando encerrada a etapa competitiva, desde que não esteja fundamentada na demonstração de vício ou falha na sua elaboração, que evidencie a impossibilidade de seu cumprimento;

III - falhar na execução contratual o inadimplemento grave ou inescusável de obrigação assumida pelo contratado;

IV - fraudar na execução contratual a prática de qualquer ato destinado à obtenção de vantagem ilícita, induzindo ou mantendo em erro a Administração Pública; e

V - comportar-se de modo inidôneo a prática de atos direcionados a prejudicar o bom andamento do certame ou do contrato, tais como a fraude ou frustração do caráter competitivo do procedimento licitatório, ação em conluio ou em desconformidade com a lei, indução deliberada a erro no julgamento, prestação falsa de informações, apresentação de documentação com informações inverídicas, ou que contenha emenda ou rasura, destinados a prejudicar a veracidade de seu teor original.

Art. 3º - As sanções previstas nos incisos I a IX do art. 2º poderão ser majoradas em 50% (cinquenta por cento), para cada agravante, até o limite de 60 (sessenta) meses, em decorrência do seguinte:

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I - quando restar comprovado que o licitante ou contratado tenha registro no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF de penalidade aplicada no âmbito da Presidência da República, em decorrência da prática de qualquer das condutas tipificadas na presente norma, nos 12 (doze) meses que antecederam o fato em decorrência do qual será aplicada a penalidade;

II - quando restar comprovado que o licitante tenha sido desclassificado ou inabilitado por não atender às condições do edital, quando for notória a sua impossibilidade de atendimento ao estabelecido;

III - quando o licitante, deliberadamente, não responder às diligências destinadas a esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório; ou

IV - quando restar comprovado que o licitante tenha prestado declaração falsa de que é beneficiário do tratamento diferenciado concedido em legislação específica.

Art. 4º - As penas previstas nos incisos I, II, IV e V do art. 2º poderão ser reduzidas em 50% (cinquenta por cento), uma única vez, após a incidência do previsto no art. 3º, quando não tenha havido nenhum dano à Administração, em decorrência de qualquer das seguintes atenuantes:

I - a conduta praticada tenha sido, desde que devidamente comprovada, decorrente de falha escusável do licitante ou contratado;

II - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que contenha vícios ou omissões para os quais não tenha contribuído, ou que não sejam de fácil identificação, desde que devidamente comprovado; ou

III - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que não atendeu às exigências do edital, desde que reste evidenciado equívoco em seu encaminhamento e a ausência de dolo.

Art. 5º - A penalidade a que se refere o inciso II do art. 2º será afastada quando a entrega da documentação ocorrer fora dos prazos estabelecidos, desde que não tenha acarretado prejuízos à Administração, observando-se ainda, cumulativamente, que: I - a documentação entregue esteja correta e adequada ao que fora solicitado;

II - o eventual atraso no cumprimento dos prazos não seja superior a sua quarta parte; III - não tenha ocorrido nenhuma solicitação de prorrogação dos prazos;

IV - não tenha ocorrido nenhuma hipótese de agravantes prevista no art. 3º; e

V - o licitante faltoso não tenha sofrido registro de penalidade no SICAF em decorrência da prática de quaisquer condutas tipificadas na presente norma em procedimentos licitatórios ou em contratações ocorridas nos 12 (doze) meses que antecederam o fato em razão do qual será aplicada a penalidade.

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Art. 6º - Quando a ação ou omissão do licitante ou contratante ensejar o enquadramento de concurso de condutas, aplicar-se-á a pena mais grave.

Art. 7º - A aplicação das penas previstas nesta Instrução Normativa não exclui a possibilidade de aplicação de outras sanções previstas no edital, no contrato ou na legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, inclusive por perdas e danos causados à Administração.

Art. 8º - Na apuração dos fatos de que trata a presente Instrução, a Administração atuará com base no princípio da boa-fé objetiva, assegurando ao licitante ou ao contratante a ampla defesa e o contraditório, o direito de juntar todo e qualquer meio de prova necessário à sua defesa, podendo, inclusive, requerer diligências.

Parágrafo único - A Administração Pública formará sua convicção com base na livre apreciação dos fatos e condutas praticadas, devendo, quando necessário, promover diligências para a apuração da veracidade das informações e provas apresentadas pela defesa.

Art. 9º - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. ANTONIO CARLOS PAIVA FUTURO

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Simplificação do atendimento prestado aos usuários

dos serviços públicos

LEI Nº 13.460, DE 26 DE JUNHO DE 2017 e DECRETO Nº 9.094/2017

Prezados leitores e alunos, tendo em vista a recente Lei 13.460/2017 e a publicação do Decreto federal nº 9.094, de 18 de julho de 2017, com novas regras para simplificar o atendimento aos usuários dos serviços públicos, confeccionamos esta pequena síntese com observações sobre a repercussão dessas novidades.

Esta é uma forma que encontramos para prestar um serviço de atualização para nossos leitores e alunos.

Bons estudos,

1. A PARTICIPAÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO USUÁRIO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

A Lei nº 13.460 tratou sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública. Ela se aplica à administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sendo aplicável subsidiariamente, aos serviços públicos prestados por particular.

Sua aplicação não afasta a necessidade de cumprimento de outras obrigações, pela administração pública prestadora de serviços, notadamente quando disposto:

 em normas regulamentadoras específicas, quando se tratar de serviço ou atividade sujeitos a regulação ou supervisão; e

 na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (CDC), quando caracterizada relação de consumo.

Segundo a Lei, o usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as seguintes diretrizes:

 urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos usuários;

 presunção de boa-fé do usuário;

 atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e aqueles em que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as

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prioridades legais às pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às lactantes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo;

 adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, obrigações, restrições e sanções não previstas na legislação;

 igualdade no tratamento aos usuários, vedado qualquer tipo de discriminação;

 cumprimento de prazos e normas procedimentais;

 definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis com o bom atendimento ao usuário;

 adoção de medidas visando a proteção à saúde e a segurança dos usuários;

 autenticação de documentos pelo próprio agente público, à vista dos originais apresentados pelo usuário, vedada a exigência de reconhecimento de firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade;  manutenção de instalações salubres, seguras, sinalizadas, acessíveis e

adequadas ao serviço e ao atendimento;

 eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao risco envolvido;

 observância dos códigos de ética ou de conduta aplicáveis às várias categorias de agentes públicos;

 aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e procedimentos de atendimento ao usuário e a propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações;

 utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e

 vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em documentação válida apresentada.

A Lei nº 13.460/2017 também define alguns direitos básicos do usuário, entre eles:

 participação no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços;

 obtenção e utilização dos serviços com liberdade de escolha entre os meios oferecidos e sem discriminação;

 acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantes de registros ou bancos de dados, observado o disposto no inciso X do caput do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;

 proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;

 atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade; e

 obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do serviço, assim como sua disponibilização na internet, especialmente sobre: a) horário de funcionamento das unidades administrativas; b)

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serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua localização exata e a indicação do setor responsável pelo atendimento ao público; c) acesso ao agente público ou ao órgão encarregado de receber manifestações; d) situação da tramitação dos processos administrativos em que figure como interessado; e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação dos serviços, contendo informações para a compreensão exata da extensão do serviço prestado.

Por outro lado, o diploma normativo define que são deveres do usuário:

 utilizar adequadamente os serviços, procedendo com urbanidade e boa-fé;

 prestar as informações pertinentes ao serviço prestado quando solicitadas;

 colaborar para a adequada prestação do serviço; e

 preservar as condições dos bens públicos por meio dos quais lhe são prestados os serviços de que trata esta Lei.

1.1 CARTA DE SERVIÇOS

A Carta de Serviços ao Usuário uma espécie de manual que deverá ser elaborado pelos órgãos e entidades do Poder Executivo federal que prestam atendimento aos usuários dos serviços públicos.

Atenção! O objetivo da carta é informar, aos usuários, os serviços prestados pelo órgão ou pela entidade do Poder Executivo federal, as formas de acesso a esses e os compromissos e padrões de qualidade do atendimento ao público.

Todos os órgãos e entidades deverão confeccionar e divulgar Carta de Serviços ao Usuário. Ela deverá trazer informações claras e precisas em relação a cada um dos serviços prestados, apresentando, no mínimo, informações relacionadas a:

 serviços oferecidos;

 requisitos, documentos, formas e informações necessárias para acessar o serviço;

 principais etapas para processamento do serviço;  previsão do prazo máximo para a prestação do serviço;  forma de prestação do serviço; e

 locais e formas para o usuário apresentar eventual manifestação sobre a prestação do serviço.

A Carta de Serviços ao Usuário deverá ainda detalhar os compromissos e padrões de qualidade do atendimento relativos, no mínimo, aos seguintes aspectos:

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 previsão de tempo de espera para atendimento;  mecanismos de comunicação com os usuários;

 procedimentos para receber e responder as manifestações dos usuários; e

 mecanismos de consulta, por parte dos usuários, acerca do andamento do serviço solicitado e de eventual manifestação.

A Carta de Serviços ao Usuário será objeto de atualização periódica e de permanente divulgação mediante publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade na internet.

1.2 MEDIDAS DE DESBUROCRATIZAÇÃO DA TRAMITAÇÃO PROCESSUAL

O Governo Federal, por meio do Decreto nº 9.094/2017, regulamentou os procedimentos para simplificação do atendimento aos usuários dos serviços públicos. Embora vários pontos desse decreto já constassem em outras normas federais, como os Decretos nº 6.932/09 e nº 5.378/05, o normativo trouxe novidades.

Nesse sentido, por exemplo, de acordo com o artigo 2º do Decreto nº 9.094/97, salvo disposição legal em contrário, os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal que necessitarem de documentos comprobatórios da regularidade da situação de usuários dos serviços públicos, de atestados, de certidões ou de outros documentos comprobatórios que constem em base de dados oficial da administração pública federal deverão obtê-los diretamente do órgão ou da entidade responsável pela base de dados, não devendo exigi-los dos usuários dos serviços públicos.

Via de regra, excetuadas situações previstas em lei, se os documentos contiverem informações sigilosas sobre os usuários dos serviços públicos, seu fornecimento pelo órgão ou pela entidade responsável ficará condicionado à autorização expressa do usuário.

O Decreto estabelece ainda que, não sendo possível a obtenção dos documentos, junto ao órgão ou entidade responsável pela base de dados, a comprovação necessária poderá ser feita por meio de declaração escrita e assinada pelo usuário dos serviços públicos.

Atenção. Caso comprovada a falsidade da declaração, o usuário ficará sujeito às sanções administrativas, civis e penais cabíveis.

Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal, responsáveis pelo atendimento aos usuários dos serviços públicos, deverão observar as seguintes práticas:  gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania, nos termos da

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 padronização de procedimentos referentes à utilização de formulários, guias e outros documentos congêneres; e

 vedação de recusa de recebimento de requerimentos pelos serviços de protocolo, exceto quando o órgão ou a entidade for manifestamente incompetente (nesta hipótese, os serviços de protocolo deverão prover as informações e as orientações necessárias para que o interessado possa dar andamento ao requerimento).

Caso o agente público verifique que o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal é incompetente para o exame ou a decisão da matéria, após a protocolização de requerimento, deverá providenciar a remessa imediata do requerimento ao órgão ou à entidade do Poder Executivo federal competente. Não sendo possível a remessa, o interessado deverá ser comunicado imediatamente do fato para adoção das providências necessárias.

Para evitar-se às desnecessárias idas e vindas do usuário, o Decreto firma a regra de que as exigências necessárias para o requerimento devem ser feitas desde logo e de uma só vez ao interessado, justificando-se exigência posterior apenas em caso de dúvida superveniente. Outrossim, estabelece que não será exigida prova de fato já comprovado pela apresentação de documento ou informação válida.

Por fim, compatibilizando-se à tendência de digitalização dos processos, o Decreto define que, para complementar informações ou solicitar esclarecimentos, a comunicação entre o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal e o interessado poderá ser feita por qualquer meio, preferencialmente eletrônico.

1.3 RATIFICAÇÃO DA DISPENSA DO RECONHECIMENTO DE FIRMA E DA AUTENTICAÇÃO EM DOCUMENTOS PRODUZIDOS NO PAÍS

O Decreto federal nº 9.094/2017 ratificou a dispensa do reconhecimento de firma para as pessoas físicas, bem como dispensou a necessidade de autenticação em documentos produzidos no Brasil, tendo como base o princípio da presunção de boa-fé. A novidade do Decreto é que essa prática agora contemplará também as pessoas jurídicas.

Atenção. O Decreto nº 6.932/2009, revogado pelo Decreto nº 9.094/2017, que tratava da dispensa do reconhecimento de firma e dispensa da necessidade de autenticação para as pessoas físicas, referia-se no corpo da norma à pessoa do ”Cidadão”. O novo regramento utiliza-se da expressão “usuários dos serviços públicos”. Segundo o parágrafo único do art. 1º, ‘usuários dos serviços públicos’ são as pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, diretamente atendidas por serviço público.

Nos termos do Decreto, não existindo dúvida fundada quanto à autenticidade ou previsão legal, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de cópia dos

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documentos expedidos no País e destinados a fazer prova junto a órgãos e entidades do Poder Executivo federal.

O próprio servidor público poderá fazer a conferência da cópia dos documentos expedidos por órgãos públicos federais no Brasil com o original, autenticando-a.

Atenção. Constatada, a qualquer tempo, a falsificação de firma ou de cópia de documento público ou particular, o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal considerará não satisfeita a exigência documental respectiva e, no prazo de até cinco dias, dará conhecimento do fato à autoridade competente para adoção das providências administrativas, civis e penais cabíveis (Art. 10, § 2º, do Decreto nº 9.094/2017).

Ademais, será obrigatório aos órgãos federais manter o compartilhamento de informações, a atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade, a eliminação de formalidades, a aplicação de soluções tecnológicas que visem simplificar processos e procedimentos de atendimento aos usuários dos serviços públicos e a propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações.

1.4 DA SOLICITAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÃO (SIMPLIFIQUE)

O Decreto 9.094/2017 previu a possibilidade de que os usuários dos serviços públicos solicitem mudanças que impactem na qualidade, acesso e execução dos serviços, quando a prestação desses não observar as regras previstas no mencionado Ato.

A “Solicitação de Simplificação” deverá ser apresentada, preferencialmente, por meio eletrônico, em canal único oferecido pela Ouvidoria-Geral da União, do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União. Do formulário Simplifique! deverá constar:

 a identificação do solicitante;

 a especificação do serviço objeto da simplificação;

 o nome do órgão ou da entidade perante o qual o serviço foi solicitado;  a descrição dos atos ou fatos; e

 facultativamente, a proposta de melhoria.

Caso o usuário do serviço público não tenha acesso ao meio eletrônico, ele poderá realizar os procedimentos por meio físico. Nessa situação, caberá aos órgãos e as entidades digitalizarem a solicitação de Simplificação e promoverem a sua inserção no meio eletrônico.

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O Decreto federal nº 9.094/2007 indica a possibilidade de aplicação de sanções, casos os servidores federais descumpram as regras por ele definidas. Segundo o regulamento, o servidor que descumprir as regras estará sujeito às penalidades previstas, respectivamente, na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e na Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980.

Atenção. Os usuários dos serviços públicos poderão representar ao Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, eventual desrespeito às regras definidas no Decreto.

1.6 VIGÊNCIA

A Lei nº 13.460/2017 entra em vigor, a contar da sua publicação (27/06/2017), em:  365 dias para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais

de 500 mil habitantes;

 540 dias para os Municípios entre 100 mil e 500 mil habitantes; e  720 dias para os Municípios com menos de 100 mil habitantes.

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PROGRAMA DE PARCERIAS DE INVESTIMENTOS (PPI), PRORROGAÇÃO E RELICITAÇÃO

Prezados leitores e alunos, tendo em vista a recente aprovação e sanção da Lei nº 13.448, de 05 de junho de 2017, que tratou sobre a relicitação e a prorrogação antecipada de contratos de parceria, confeccionamos esta pequena síntese com observações sobre a repercussão dessas novidades.

Esta é uma forma que encontramos para prestar um serviço de atualização para nossos leitores e alunos.

Bons estudos,

1. PROGRAMA DE PARCERIAS DE INVESTIMENTOS – PPI

Antes de adentrarmos, especificamente, no tema prorrogação e relicitação, novidades inseridas no bojo da Lei nº 13.448/2017, é importante fazer uma pequena síntese sobre o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), projetado pela Lei nº 13.334/2016, como antecedente importante para a aplicação da recente legislação.

A Lei 13.334/2016 estabeleceu o Programa de Parcerias de Investimentos - PPI, com o objetivo de ampliar e fortalecer a interação entre o Estado e a iniciativa privada, através da celebração de contratos de parceria para a execução de empreendimentos públicos de infraestrutura e de outras medidas de desestatização.

De acordo com o §1º do artigo 1º da Lei nº 13.334/2016, podem integrar o PPI: I - os empreendimentos públicos de infraestrutura em execução ou a serem executados por meio de contratos de parceria celebrados pela administração pública direta e indireta da União;

II - os empreendimentos públicos de infraestrutura que, por delegação ou com o fomento da União, sejam executados por meio de contratos de parceria celebrados pela administração pública direta ou indireta dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; e

III - as demais medidas do Programa Nacional de Desestatização a que se refere a Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997.

Atenção. Cabe destacar que, conforme segunda hipótese acima elencada (inciso II), podem integrar o PPI os contratos de parceria firmado por delegação federal, a outros entes políticos. Assim, mesmo empreendimentos de parceria entre estado (ou

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município) e empresas privadas, podem integrar o PPI, se a exploração tiver sido delegada pela União ao estado (ou município).

Podem ser considerados contratos de parceria, para os fins da Lei nº 13.334/2016, a concessão comum, a concessão patrocinada, a concessão administrativa, a concessão regida por legislação setorial, a permissão de serviço público, o arrendamento de bem público, a concessão de direito real e os outros negócios público-privados que, em função de seu caráter estratégico e de sua complexidade, especificidade, volume de investimentos, longo prazo, riscos ou incertezas envolvidos, adotem estrutura jurídica semelhante.

De acordo com a Lei nº 13.334/2016, os órgãos, entidades e autoridades estatais, inclusive as autônomas e independentes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com competências de cujo exercício dependa a viabilização de empreendimento do PPI, têm o dever de atuar, em conjunto e com eficiência, para que sejam concluídos, de forma uniforme, econômica e em prazo compatível com o caráter prioritário nacional do empreendimento, todos os processos e atos administrativos necessários à sua estruturação, liberação e execução.

Atenção. Entende-se por liberação a obtenção de quaisquer licenças, autorizações, registros, permissões, direitos de uso ou exploração, regimes especiais, e títulos equivalentes, de natureza regulatória, ambiental, indígena, urbanística, de trânsito, patrimonial pública, hídrica, de proteção do patrimônio cultural, aduaneira, minerária, tributária, e quaisquer outras, necessárias à implantação e à operação do empreendimento.

O PPI será regulamentado por meio de decretos que, nos termos e limites das leis setoriais e da legislação geral aplicável, definirão:

 as políticas federais de longo prazo para o investimento por meio de parcerias em empreendimentos públicos federais de infraestrutura e para a desestatização;

 os empreendimentos públicos federais de infraestrutura qualificados para a implantação por parceria;

 as políticas federais de fomento às parcerias em empreendimentos públicos de infraestrutura dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Pois bem, a definição de quais empreendimentos públicos serão qualificados como parcerias do Programa de Parcerias de Investimentos – PPI é fundamental para a aplicação das regras excepcionais de prorrogação e relicitação previstas na Lei nº 13.448/2017.

2. DA PRORROGAÇÃO E DA RELICITAÇÃO

A Lei nº 13.448/2017 estabeleceu diretrizes gerais para a prorrogação e relicitação dos contratos de parceria, nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário da administração pública federal.

Referências

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