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XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002

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ASPECTOS DA PLUVIOMETRIA ANUAL, INTRANUAL E INTERANUAL NAS MESORREGIÕES E MICRORREGIÕES DE ALAGOAS

José Otávio G.de R. Figueiredo; Marcos A. L. Moura; Ricardo S. Tenório; Carlos.A.S.Querino; J.K. Albuquerque Departamento de Meteorologia - UFAL

Campus A. C. Simões, BR 104 - Norte, Km 97, Maceió - AL, 57072-970

malm@fapeal.br ; Jogrf@ig.com.br

ABSTRACTS

This work investigated of point of view observational the annual distribution of precipitation, distribution intrannual and interannual variability over Alagoas State. The results show that coast regions present annual index of precipitation high compared with the whole east sector of Brazilian Northeast. A strong gradient were observed of coast regions to west ward. The intrannual distribution show marked similarity in the whole wards of Alagoas State and, the interannual variability is very strong and show predominance of rainfall below or approximately in average.

1 - INTRODUÇÃO

A faixa da costa leste do NEB que engloba a parte oriental dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia e o centro-leste de Sergipe e Alagoas, apresentando um clima quente e úmido é o setor do Nordeste Brasileiro (NEB) denominado de Litoral Leste. Nesta faixa, ou mais precisamente situado no centro extremo leste do NEB, encontra-se o Estado de Alagoas que tem sua localização definida pelo paralelo 8º12’S e 10º12’S e pelo

meridiano 35º09’W e 38º13’W. Possui uma superfície de 27.731 km2 , sendo o segundo menor Estado do NEB e da

Federação Brasileira. Em sua parte norte limita-se com Estado de Pernambuco, à leste com o Oceano Atlântico, à oeste com pequeno trecho do Estado da Bahia e parte de Pernambuco, ao sul com o Rio São Francisco, o qual serve de divisa com o Estado de Sergipe. A Figura 01 mostra o NEB com seus Estados, com destaque para o setor Leste do NEB. A forma irregular como se apresenta a precipitação anual em intensidade e distribuição espacial classifica o Estado em três regiões climáticas ou mesorregiões: Leste Alagoano, Agreste Alagoano e Sertão Alagoano. Cada uma dessas mesorregiões é dividida, ainda, em microrregiões de acordo com classificação do IBGE, para fins estatísticos. A dinâmica que influencia a atividade pluviométrica em setores leste do NEB necessita ainda de muitos estudos e observações que devem se tornar contínuos para que se possa delinear um padrão. Essa necessidade de um estudo mais detalhado provêm da diversidade de sistemas da circulação atmosférica que atuam na região. Segundo Molion (2000) os mecanismos dinâmicos que produzem chuvas no NEB podem ser classificados em mecanismos de grande escala, responsáveis por cerca de 30% a 80% da precipitação observada, dependendo do local, e mecanismos de meso e micro escalas, que completam os totais observados. De acordo com Hastenrath & Heller (1977), Kousky (1979), Hastenrath & Lamb (1977) e Gan & Kousky (1986), a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), os sistemas frontais, a alta do Atlântico Sul e os vórtices ciclônicos são alguns destes sistemas que sustentam o regime pluviométricos no NEB. Entretanto, segundo Yamazaki & Rao (1977) e Chan (1990) distúrbios do tipo ondas nos ventos alísios predominante no Atlântico Sul, os quais se associam à formação de aglomerados de nuvens convectivas que se propagam de leste para oeste, apresentam-se como um dos principais fatores causadores de precipitação no setor leste do NEB. Outros mecanismos a ser considerado, relacionado às chuvas neste setor, é a presença de uma zona de convergência entre a brisa terrestre e o fluxo médio predominante que tende a se intensificar durante o outono-inverno austral (Kousky, 1980).

O objetivo deste trabalho é caracterizar a precipitação nas mesorregiões e microrregiões do Estado de Alagoas, através de uma investigação observacional da distribuição espacial da precipitação média anual, intranual, como também da sua variabilidade interanual.

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Figura 1 – O Nordeste Brasileiro e seus Estados, com destaque para o setor Leste do NEB: 1-Alagoas; 2-Sergipe; 3-Bahia; 4-Maranhão; 5-Piaui; 6-Ceará; 7-Rio Grande do Norte; 8-Paraíba; 9-Pernambuco. A área destacada corresponde ao setor Leste do NEB.

2 – METODOLOGIA 2.1 – Dados

Para este trabalho foram utilizados totais mensais e anuais de precipitação de 39 postos pertencentes a rede pluviométrica da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), obtidos através do Núcleo de Meteorologia e Recursos Hídricos do Estado de Alagoas. Os dados compreendem um período de observações que varia de 1931 a 1991.

Preliminarmente foram escolhidos os postos pluviométricos levando-se em consideração dois aspectos considerados básicos: a) os postos deveriam ter uma distribuição espacial que melhor representassem a região em estudo; b) as séries utilizadas deveriam possuir, no mínimo, em torno de 30 anos de dados para uma melhor representação de uma série.

Para o preenchimento de algumas falhas nas séries foi utilizado o Método de Ponderação Regional ou Método das Vizinhanças (Galvíncio & Souza,2000), que é simplificado e geralmente utilizado para preenchimento de séries mensais e anuais de precipitação objetivando a homogeneização do período de informações e análise estatística pluviométrica, com base na expressão (1):

Yc = 1/3 (x1/m1 + x2/m2 +x3/m3).ym (1) onde:

Yc = a precipitação do posto y a ser estimada.

x1 , x2 , x3 = as precipitações referentes aos meses (ou ano) que se deseja preencher, observada em três estações da mesma região.

ym = a precipitação média do posto y.

xm1 , xm2 , xm3 = as precipitações médias nas 3 estações circunvizinhas.

Para análise de consistência de dados foi definido o método utilizado e recomendado por Azevedo(1974) ou Dupla Massa, o qual consiste em selecionar os postos da região em estudo, acumular os valores médios mensais ou anuais e fazer a plotagem, em gráfico cartesiano, dos valores correspondentes ao posto a consistir (nas ordenadas), contra os valores acumulados das médias dos postos da região (nas abcissas). Se os valores médios acumulados do posto à consistir são proporcionais aos valores médios acumulados dos postos da região, os pontos devem se alinhar segundo uma reta (Bertoni & Tucci, 1993). As séries consideradas não homogêneas e inconsistentes foram descartadas deste estudo.

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2.2 – Definição das Áreas de Estudo

Foram consideradas para o estudo as três mesorregiões climáticas do Estado a saber: Leste Alagoano, Agreste Alagoano e Sertão Alagoano e suas nove microrregiões homogêneas integrantes. A partir das séries dos postos foram compostas séries, para cada microrregião e mesorregião através da média aritmética entre os postos de cada microrregião e mesorregião. Estas séries representaram o período entre 1931 e 1991, com exceção para a microrregião

(117), em virtude dos postos desta, apresentarem um número menor de informações ou de 1938 a 1991. A Tabela 1

mostra as mesorregiões e suas microrregiões integrantes e a Figura 2 Mostra a distribuição espacial dos 39 postos, destacando suas mesorregiões e as microrregiões homogêneas

Tabela 1 - Distribuição das microrregiões homogêneas nas Mesorregiões de Alagoas.

Leste Alagoano Agreste Alagoano Sertão Alagoano

Microrregião 116 Microrregião 117 Microrregião 119 Microrregião 120 Microrregião 121 Microrregião 115 Microrregião 118 Microrregião 113 Microrregião 114

Figura 2 – Distribuição espacial dos postos pluviométricos utilizados neste estudo, das mesorregiões (Leste Alagoano, Agreste Alagoano e Sertão Alagoano) e das microrregiões homogêneas (113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121).

3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

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A Figura 3 mostra a distribuição da precipitação média anual no Estado de Alagoas. Observamos claramente que os totais pluviométricos apresentam um gradiente bastante acentuado do litoral em direção ao interior (oeste).

Figura 3 – Distribuição espacial da precipitação média anual no Estado de Alagoas.

Na estreita faixa litorânea (Leste), os indices pluviométrico anuais médios apresentam-se sempre elevados, geralmente acima de 1500mm. Entretanto há um declínio de norte à sul, ou seja, regiões localizadas no litoral norte apresenta índices pluviométricos mais elevados. No litoral sul apresenta-se em torno dos 1200mm. Assim, a estreita faixa litorânea constitui um setor cujos totais anuais são bastante significativos na pluviometria do Estado. Localidades mais para o interior do Estado, ainda no Leste Alagoano, apresentam uma pluviometria média anual mais baixa quando comparada com localidades da estreita faixa litorânea, prevalecendo o declínio dos quantitativos de chuva de norte em direção ao sul.

No Agreste observa-se também um acentuado declínio da precipitação para oeste e para o sul, no entanto, ao contrário da mesorregião do Leste, na qual o decréscimo de precipitação é mais acentuado em direção ao sul, nesta o decréscimo é mais evidente em direção oeste. Assim as localidades com maiores valores pluviométricos do Agreste estão localizadas em setores mais a leste, enquanto que as que apresentam o inverso estão mais à oeste. Podemos observar que trata-se de uma região de transição entre o leste, mais úmido e o oeste, mais seco, em Alagoas.

No Sertão (microrregião 113) há um abrupto acréscimo de precipitação. Esse aumento dos valores anuais médios coincidem com as cidades de Mata Grande (1051,8mm) e Água Branca (1005,5mm), as quais apresentam índices de médias pluviais bastantes generosos em se tratando de sertão, bastando comparar com a circunvizinhança. Possivelmente, esses valores são atribuídos ao relevo da região que proporcionam chuvas orográficas, fazendo com que seja a única mesorregião do Estado em que há um acréscimo de precipitação média anual em direção oeste. Portanto as cidades localizadas no Leste apresentam os maiores valores médios, dentre as três mesorregiões aqui estudadas, conferindo-lhe valor médio de 1374,4 mm. O Agreste apresenta-se com 946,9mm e o Sertão com 706,0mm. A figura 4 ilustra esses valores comparativamente.

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Figura 4 – Histograma da precipitação média anual para as mesorregiões do Estado Alagoas(1931-1991)

A Figura 5 ilustra comparativamente a altura pluviométrica anual média nas diversas microrregiões do Estado. O estudo relativo às microrregiões mostra que a 120 é a que possui o maior índice pluviométrico anual médio, seguida da 117, ambas situadas no Leste. A microrregião 114 é a que apresenta o menor, seguida de perto pela 113, ambas no Sertão. Observa-se um forte gradiente pluviométrico médio entre as microrregiões do leste, destacando aqui a 120 e a 114, no Sertão, que com uma distância aproximada de apenas 200km alcança valores em torno de 956,mm.

Figura 5 - Histograma da precipitação média anual nas diversas microrregiões de Alagoas

3.2 - Distribuição da Precipitação Média Mensal

A Figura 6 mostra a forma como se apresenta a precipitação intranual (janeiro a dezembro) para as várias microrregiões do Estado de Alagoas. Observamos, tanto de distribuição mês a mês quanto em magnitude, de um modo geral, há uma configuração similar para todas as microrregiões, entretanto mais acentuada quando para microrregiões de mesma mesorregião. O regime pluviométrico é caracterizado por um período chuvoso e um período seco. A Tabela 2 mostra o período chuvoso, período seco, mês mais chuvoso e mês mais seco para as microrregiões em Alagoas, considerando-se as cidades estudadas.

Para todas as microrregiões o período chuvoso é correspondente aos meses de abril a julho (AMJJ) uma vez que foram os quatros meses com as maiores médias mensais para o período

estudado. O mês de maio é o mais chuvoso com exceção da microrregião 114 (junho). Enquanto o período seco ocorre de setembro a dezembro (SOND) nas microrregiões 113 e 114 e de outubro a janeiro (ONDJ) nas demais microrregiões. Já o mês mais seco é outubro nas microrregiões 113 e 114 (ambas no Sertão) e dezembro na microrregião 121(Leste), nas demais outubro é o mês mais seco.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 113 114 115 116 117 118 119 120 121 Mic rorregiões P rec ip it aç ão( m m ) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Leste A greste S ertão

Mes orregiões P rec ip it aç ão (m m )

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Tabela 2 - Microrregiões em Alagoas e seus períodos chuvoso, seco, mês mais chuvoso e seco.

MICRORREGIÕES PERÍODO CHUVOSO PERÍODO SECO MÊS MAIS

CHUVOSO MÊS MAIS SECO 113 114 115 116 117 118 119 120 121

Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul Abr / Mai / Jun / Jul

Set / Out / Nov / Dez Set / Out / Nov / Dez Out / Nov / Dez / Jan Out / Nov / Dez / Jan Out / Nov / Dez / Jan Out / Nov / Dez / Jan Out / Nov / Dez / Jan Out / Nov / Dez / Jan Out / Nov / Dez / Jan

Maio Junho Maio Maio Maio Maio Maio Maio Maio Outubro Outubro Novembro Novembro Novembro Novembro Novembro Novembro Dezembro

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a) Microrregião 113 (Sertão) c) Microrregião 115 (Agreste) e) Microrregião 116 (Leste) b) Microrregião 114 (Sertão) d) Microrregião 118 (Agreste) f) Microrregião 117 (Leste)

g) Microrregião 119 (Leste) h) Microrregião 120

i)Microrregião 121(Leste) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev Mar A br Mai Jun Jul A go Set Out Nov Dez

Mes es P rec ip it aç ão ( m m ) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev Mar A br Mai Jun Jul A go Set Out Nov Dez

Mes es P rec ip it aç ão ( m m ) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses P rec ip ita ç ão ( m m ) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses P rec ip ita ç ão ( m m ) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses P rec ip ita ç ão ( m m ) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses P rec ip ita ç ão ( m m ) 0 4 0 8 0 1 2 0 1 6 0 2 0 0 2 4 0 2 8 0 3 2 0 3 6 0 Ja n Fe v Ma r Ab r Ma i Ju n Ju l Ag o Se t Ou t N o v D e z Mes es P rec ip it aç ão ( m m ) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev M ar A br M ai Jun Jul A go S et Out Nov Dez Mes es P re c ip it aç ão ( m m ) 0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Jan Fev Mar A br Mai Jun Jul A go Set Out Nov Dez

Mes es P rec ip it a ç ão ( m m )

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Figura 6 – Precipitação média mensal para as microrregiões de Alagoas: a)Microrregião 113(Sertão); b) Microrregião 114(Sertão); c)Microrregião 115(Agreste); d)Microrregião 118(Agreste); e)Microrregião 116(Leste); f)Microrregião 117(Leste); g)Microrregião 119(Leste); h)Microrregião 120(Leste); i)Microrregião 121(Leste)

3.3 -

Análise da Variabilidade Interanual Pluviométrica nas Mesorregiões

Da análise da Figura 7 observamos as oscilações que sofre a precipitação anual nas mesorregiões do Estado de Alagoas tornando-a extremamente irregular ao longo dos anos.

Com relação a Mesorregião do Leste (Figura 7-a) os índices de precipitação média anual entre 1301 e 1500mm são os mais freqüentes (21 em 61 anos). Os indices entre 1051 e 1300 mm é o segundo intervalo mais freqüente (18 em 61 anos). Já acima do intervalo médio, ou entre 1551 e 1800 mm, decresce para 10 em 61 anos. Os dois intervalos limites, ou menor que 1050 mm e maior que 1801 mm ocorrem com menor freqüência (6 em 61 anos para ambos). O maior desvio positivo médio percentual em relação a média pluviométrica ocorreu em 1944 com 39,9% e o maior negativo em 1953 com 33,2%..

Na Mesorregião do Agreste (Figura 7-b) o intervalo mais freqüente de precipitação média anual está entre 701 e 900 mm (23 em 61anos), entretanto a média para o setor não se encontra nesse intervalo. Em segundo plano identificamos o intervalo entre 901 e 1100 mm (16 em 61 anos). Em seguida encontramos o intervalo entre 1101 e 1300 mm (11 em 61anos). Valores acima dos 1301mm para o Agreste foram registrados em 4 dos 61 anos. Já valores abaixo dos 700mm são mais freqüentes (7 em 61 anos). O maior desvio positivo médio percentual registrado para o Agreste foi de 51,2% (1940) e o negativo de 56,3% (1983).

A Mesorregião do Sertão (Figura 7-c) possui o intervalo entre 601 e 800 mm como o mais freqüente (26 em 61 anos). Entre 401e 600 mm é o segundo intervalo mais importante em termos de ocorrência (14 em 61 anos). Em seguida está o intervalo entre 801 e 1000 mm (12 em 61 anos). Mais afastados destacamos os intervalos com precipitação média anual maior que 1001mm e menor que 400mm, com freqüência de 6 e 3, respectivamente, em 61 anos. O maior desvio positivo médio percentual foi de 57,8% (1935) e o maior negativo foi de 50,8% (1932). Um traço da variabilidade pluviométrica mais acentuada no sertão é observada nos anos 1989 e 1990, quando no primeiro foi registrado desvio de 43,7% e no ano seguinte -46,3%.

Um fato que merece destaque é a predominância de precipitação abaixo da média durante o período de 1949 a 1962 em todas as Mesorregiões, entretanto com destaque para o Leste e Agreste. Alves et Al (1997), em estudo da variabilidade pluviométrica da costa leste, também citou período semelhante (1950 e 1959) com deficiência de chuvas. Também podemos citar entre 1931 e 1939, precipitação abaixo da média no leste alagoano. Um terceiro período, não tão longo, com essas características foi de 1979 a 1984, no entanto com destaque para o Sertão e Agreste, já que o leste apresentou precipitação acima da média em alguns desses anos.

Ressalta-se também o grande número de anos com precipitação acima da média, principalmente entre 1964 a 1986, na mesorregião do Leste Alagoano. Esse resultado é coerente com os estudos de Bernardo (1998), quando foi identificado o período entre 1961 e 1990, em Maceió, como mais chuvoso que o período 1931-1960 e com Cavalcante (1991) ao estudar a pluviometria de toda a costa leste nordestina.

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a)Leste Alagoano

b) Agreste Alagoano

c) Sertão Alagoano

Figura 7 – Desvios da precipitação anual (mm) em relação a média histórica; a) Leste Alagoano; b) Agreste Alagoano; c) Sertão Alagoano. 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 A nos P re c ip it a ç ã o ( m m ) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 A nos P rec ip it aç ão ( m m ) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 A nos P re c ip it aç ão ( m m )

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4 - CONCLUSÕES

A análise da distribuição espacial da precipitação média anual em Alagoas demonstra um forte gradiente (956mm) entre o Leste e Sertão. O Litoral em Alagoas, principalmente cidades das microrregiões 117 e 120 localizadas no norte e centro, respectivamente, da mesorregião do Leste alagoano apresentam um dos maiores índices médio anual de precipitação de todo o NEB. A distribuição da precipitação intranual (janeiro a dezembro) é marcada por uma forte similaridade entre as microrregiões. Quanto ao regime pluviométrico o período chuvoso predomina de abril à julho(outono-inverno) com maio como o mês mais chuvoso em todas as microrregiões exceto para a microrregião 114 (Sertão), que apresenta o mês de junho. Já o período seco predomina de outubro a janeiro (primavera-verão) com outubro sendo o mês mais seco nas microrregiões 113 e 114 (ambas no Sertão), dezembro na microrregião 121(Leste) e nas demais microrregiões o mês de outubro é o mais seco. A variabilidade interanual da precipitação é marcante em todas as mesorregiões, com tendência a apresentar índices de precipitação, ao longo dos anos, de normal à abaixo do normal. Os maiores desvios, tanto positivo como negativo, foram identificados na mesorregião do Sertão e Agreste de Alagoas, no entanto os desvios positivos, possuem maior magnitude que os desvios negativos em todas as mesorregiões.

5 – BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Neste trabalho foi feita uma análise observacional da distribuição espacial da precipitação média anual, intranual (janeiro a dezembro) e da variabilidade interanual nas mesorregiões e microrregiões do Estado de Alagoas. A distribuição da precipitação anual média apresenta-se com um forte gradiente entre o Leste e o Sertão. O Litoral em Alagoas, principalmente cidades das microrregiões 117 e 120, no norte e centro, respectivamente, da mesorregião do Leste Alagoano apresentam um dos maiores índices médio anuais de precipitação de todo setor leste do NEB. A distribuição da precipitação intranual é, de um modo geral, marcada por uma similaridade entre as microrregiões, ou seja, o período chuvoso é igual em todas as microrregiões (abril a julho) e o período seco é de setembro a dezembro nas microrregiões do Sertão e de outubro a janeiro nas demais. Quanto a variabilidade interanual observou-se ser marcante em todas mesorregiões, com tendência de índices pluviométricos anuais de normal à abaixo do normal serem mais freqüentes. O Sertão e o Agreste alagoano apresentaram desvios, positivos e negativos mais elevados que o Leste alagoano.

Referências

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