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OLHARES SOBRE A SUBJETIVIDADE E O MOVIMENTO IDENTITÁRIO DO EXCLUÍDO: PODER E RESISTÊNCIA. Vânia Maria Lescano Guerra (UFMS/CNPq)

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São Carlos, Setembro de 2015

OLHARES SOBRE A SUBJETIVIDADE E O MOVIMENTO IDENTITÁRIO DO EXCLUÍDO: PODER E RESISTÊNCIA

Vânia Maria Lescano Guerra (UFMS/CNPq) vguerra1@terra.com.br

Esta mesa congrega pesquisadores da perspectiva discursivo-desconstrutivista que abordam as noções de poder, resistência, subjetividade e exclusão, em interface com conceitos oriundos da psicanálise, relevantes para discutir o simbólico e o imaginário na construção da memória e da identidade dos sujeitos. Os trabalhos seguem a linha teórica da Análise do Discurso que propõe a língua como lugar da materialidade do discurso e dos efeitos de sentido, numa relação entre o possível e o historicamente determinado. As pesquisas sob o prisma transdisciplinar, se pautam no método arqueogenealógico foucaultiano e trazem estudos de Coracini (2013), Derrida (2010) e Foucault (2001) e buscam discutir traços da constituição identitária do sujeito a partir da escritura, em diferentes corpora – na Carta de Seattle, no discurso do cacique mapuche Coña, em narrativas de professores, na escritura jurídica e em material didático. “A Carta de Seattle: representação e (des)colonização" problematiza o processo identitário do indígena e sua relação com o meio ambiente através do discurso do chefe Seattle, tendo como meta rastrear os efeitos de sentido que emergem diante do conflito entre o governo norte-americano e o povo indígena, relacionado à imagem da superioridade do colonizador sobre o colonizado. “Sujeitos periféricos: mal de arquivo ou arquivo do mal?” problematiza a escrita da Lei Maria da Penha, em relação à representação da mulher indígena, a fim de rastrear efeitos de sentidos de discriminação que se materializam no arquivo da lei. “Entre o discurso do indígena Coña e o discurso do outro, a (des)estabilização da identidade” vem problematizar os possíveis efeitos de sentido que emergem dos dizeres do indígena mapuche Coña, determinados pelas condições de produção do seu discurso, sobre o seu modo de vida na cidade de Santiago no Chile. "Processos de subjetivação do indígena em material didático subsidiado pela novas tecnologias" busca compreender como esse material voltado ao ensino público materializa, em seus enunciados, processos de subjetivação a partir do jogo de escamoteamento do controle Estatal na produção da subjetividade dos povos indígenas. “A representação da indisciplina no discurso do professor e seus movimentos identitários na era digital" discute a possível relação entre as novas tecnologias de informação e a indisciplina na escola, a partir de discursos de professores de escolas públicas, visando às representações da indisciplina e a construção identitária do sujeito professor, a partir do uso das novas tecnologias. Em suma, a mesa intenta compreender como se dá a relação de sentidos e os processos de identificação e de exclusão com relação à memória, à resistência e à subjetividade em diferentes práticas de linguagem.

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São Carlos, Setembro de 2015

ENTRE O DISCURSO DO INDÍGENA COÑA E O DISCURSO DO OUTRO, A

(DES)ESTABILIZAÇÃO DA IDENTIDADE

Cristiane Pereira de Morais e SOUSA, (UFMS) cris.cri@terra.com.br

Neste estudo, que integra nossa pesquisa de doutorado, em andamento, temos por objetivo problematizar os possíveis efeitos de sentido que emergem dos dizeres do indígena mapuche Coña, determinados pelas condições de produção do seu discurso, sobre o seu modo de vida na cidade de Santiago. Abordamos o tema indígena, identidade e exclusão, especialmente o indígena, pois nos instiga a pensarmos os diferentes discursos (da diversidade, da diferença, da inclusão, das minorias) que permeiam a sociedade e os diferentes sujeitos que se constituem na e pela linguagem. Sob a perspectiva da Análise do Discurso (AD) de origem francesa, do método foucaultiano, em diálogo com as questões culturais, numa perspectiva transdisciplinar (CORACINI, 2010), analisamos um recorte discursivo selecionado a partir da narrativa do indígena mapuche Pascual Coña, no livro "Lonco Pascual Coña: testimonio de un cacique mapuche", 8. ed. Santiago: Pehuén, 2006, 492p, corpus de nossa pesquisa. Para tanto, buscamos, na materialidade linguística, nas regularidades dos enunciados e nas formações discursivas, os possíveis efeitos de sentido na constituição do imaginário desse indígena sobre o (con)viver com o outro, com a sua cultura, os quais podem apontar traços da constituição de sua subjetividade e de sua identidade. Resultados preliminares nos levam a refletir que o indígena Coña, ao narrar o período que morou em Santiago, encontra-se no entre-lugar, entre-cultura, uma vez que ele se encontra em um momento de trânsito, passado e presente, inclusão e exclusão, interior e exterior, em que espaço e tempo se cruzam produzindo figuras complexas de diferença e identidade (BHABHA, 2013). Assim, na imbricação das culturas, há um (des)conforto para o indígena, visto que ele pode/sabe (con)viver na cidade, porém coloca-se numa relação de subordinado, de subalterno em relação à cultura do outro. As relações de poder-saber se dão pela legitimação de poder conferida ao outro. Coña precisa ter para ser, estar inserido, ser (re)conhecido nessa “nova” forma de vida; por isso valoriza e deseja a cultura do outro.

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São Carlos, Setembro de 2015

PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DO INDÍGENA EM MATERIAL DIDÁTICO SUBSIDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS

Icléia Caires MOREIRA (UFMS) icamoreira@hotmail.com

Este trabalho tem por objetivo problematizar os possíveis efeitos de sentido de marginalização do indígena, (d)enunciados no guia didático “Cineastas indígenas para jovens e crianças”. De forma específica, buscamos compreender como esse material voltado ao ensino público, de nível fundamental, materializa em seus enunciados processos de subjetivação do sujeito indígena, via subsídio do aparato tecnológico vinculado à produção de vídeos; e observar como se dá o processo de escamoteamento do controle Estatal na produção da subjetividade dos povos indígenas descritos no guia. Mobilizamos a hipótese de que a representação identitário-cultural do indígena, nesse arquivo, se dá pelo discurso do branco, como um processo de subjetivação/identificação a respeito do sujeito indígena mediante o uso das novas tecnologias. Deslocando para o pensamento de uma epistemologia que compreenda o marginalizado, pautamo-nos na perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa (PÊCHEUX, 1988) e no artifício metodológico foucaultiano (1988, 1997, 2013), especificamente o arqueogeneológico, em face dos mecanismos de monitoramento e controle sobre o que é divulgado a respeito dos indígenas de diversas etnias. Reflexões iniciais apontam que o processo estereotipação dos traços identitário-culturais do indígena parte do discurso do branco, no qual as narrativas, comentários e imagens formatam, direcionam e constroem identidades. Relegando ao indígena um entre-lugar sócio-histórico e ideologicamente marcado, em que é visto como “estrangeiro” em sua própria casa, o discurso estatal busca controlar as representações sobre os indígenas por considerá-lo diferente de si. Nosso estudo tem como meta contribuir para o aprimoramento da compreensão de como se delineia a representação desses sujeitos diante do discurso hegemônico vigente com suas vantagens e incongruências, constituídas na História.

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São Carlos, Setembro de 2015

A CARTA DE SEATTLE: REPRESENTAÇÃO E (DES)COLONIZAÇÃO

João Paulo F. Tinoco MACHADO (UFMS) lajptinoco@gmail.com Vânia Maria Lescano GUERRA (UFMS/CNPq) vguerra1@terra.com.br

A partir de uma proposta transdisciplinar e do método arqueogenealógico de Foucault (2004, 2005, 2008), este trabalho estuda o processo identitário do indígena e sua relação com o meio ambiente por meio do discurso do chefe Seattle, tendo como aporte teórico a Análise do Discurso de linha francesa. Com base em regularidades enunciativas e dispersões do discurso, estudamos as diferentes formações discursivas e os efeitos de sentido possíveis que perpassam a memória discursiva indígena e as representações de terra. Para isso, foram recortados excertos da Carta do Cacique Seattle, líder sábio que orientou seu povo a deixar a terra e não optar pelo confronto, no pronunciamento ocorrido em 1887, na região de Washington (EUA). A análise dos dados pautou-se no pensamento de Pêcheux (1988), Coracini (2007, 2011), Orlandi (2009) e Authier-Révuz (1990); Bhabha (1998) e Castells (2005), de uma perspectiva culturalista, contribuíram para a contextualização dos discursos. Assim, intentamos rastrear os efeitos de sentido que emergem diante do conflito entre o governo norte-americano e o povo indígena, o qual está estreitamente relacionado com a imagem da superioridade do colonizador sobre o colonizado. Em vista disso, mobilizamos as questões do imaginário representado na constituição no/pelo discurso colonial abordado por Mignolo (2003), e o entre-lugar/interstício marginal e estranho fomentado por Bhabha (1998), a fim de desestabilizar e denunciar as epistemologias dominantes que suprimem as formas de saber dos povos e nações colonizados. Estudos nos relatam que tais práticas confinam os saberes não hegemônicos – saberes locais – em um espaço subalterno (GUERRA, 2010; SOUSA SANTOS, 2010). Nos recortes analisados, em decorrência das inúmeras transformações nas estruturas econômicas e políticas, os povos indígenas têm sua cultura afetada pelos modos de vida do branco e, portanto, (re) significam suas práticas, crenças e necessidades na contemporaneidade. Para entender o homem branco o discurso do cacique Seattle busca identificar-se com o pensamento capitalista, estranhamento que carrega transformações, como a perda do território e a sujeição à dominação colonial no campo linguístico e social.

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São Carlos, Setembro de 2015

A REPRESENTAÇÃO DA INDISCIPLINA NO DISCURSO DO PROFESSOR E SEUS MOVIMENTOS IDENTITÁRIOS NA ERA DIGITAL

Solange ALMEIDA DE MEDEIROS (UFMS/CAPES) solangealmd@hotmail.com

Esta pesquisa tem como objetivo discutir a possível relação entre as novas tecnologi as de informação e a indisciplina na escola, a partir de discursos de professores que atuam em escolas públicas, bem como analisar as representações da indisciplina, a construção identitária do sujeito professor e a concepção de novas tecnologias que perme iam esses discursos, tendo como base o arcabouço teórico da Análise do Discurso (AD) de linha francesa, a partir de Pêcheux (1988), Foucault (1987), Coracini (2007), entre outros. A análise considera recortes que compõem o corpus constituído por respostas de questionários aplicados aos professores participantes da pesquisa e visa a identificar, na materialidade linguística, a alteridade, o contato com o diferente, visando a relacionar os efeitos de sentido que incitam o surgimento desses discursos no cotidi ano escolar e que estabelecem sua representação. Com isso, o método empregado em nossa pesquisa é o arqueogenealógico apresentado por Foucault, com o objetivo de apurar, no corpus de análise, o modo como aparecem os discursos dos professores em questão. Pa ra isso, primeiro fizemos uma seleção dos recortes para compor o corpus, em seguida, identificamos, na materialidade linguística, elementos que nos indicam a presença da “subjetividade” para estabelecer uma relação entre os efeitos de sentido que incitam esses discursos no ambiente escolar e que asseguram sua representação. Nossas análises possibilitaram compreender que as novas tecnologias na escola e a indisciplina surgem no ambiente escolar cada vez com mais força e que o comportamento dos alunos é fortemente influenciado pela ideologia da globalização, que produz indivíduos cada vez mais imersos nos meios tecnológicos, modificando, dessa forma, o modo de agir, de ver, de perceber o mundo e, consequentemente, o modo de aprender as coisas. Concluímos que as relações de saber/poder, presentes nos discursos do sujeito professor, reforçam o discurso regulado pela globalização, que impõe a esse sujeito uma situação de incompletude, por “excluí-lo” pelos meios tecnológicos inseridos no ambiente escolar. O Estado, assim, promove um controle do poder sobre o saber do sujeito professor, ao impor determinadas políticas educacionais que devem ser seguidas.

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São Carlos, Setembro de 2015

SUJEITOS PERIFÉRICOS: MAL DE ARQUIVO OU ARQUIVO DO MAL?

Willian Diego de ALMEIDA (UFMS) willian.diego@hotmail.com

Ao observar o Brasil como um país (de)marcado pela diversidade, sobretudo pelos loci (geo)culturais fronteiriços, verifica-se ainda que as representações sociais sobre os sujeitos, nos arquivos jurídicos, são formuladas por conflitos sociais de interesses e discursivizadas pelos discursos hegemônicos vigentes. Nesse sentido, este trabalho propõe uma análise discursivo-desconstrutivista a respeito da escrita da Lei Maria da Penha, especificamente em relação à representação da mulher indígena, a fim de rastrear efeitos de sentidos de discriminação que se materializam no arquivo da lei. Partimos da hipótese de que a lei, ao incluir o gênero feminino na ordem do discurso jurídico, por outro lado marginaliza a mulher indígena, sobretudo pelo lócus cultural fronteiriço em que esta se encontra, como um dispositivo discursivo que agencia um processo de estatização da identidade/subjetividade de um sujeito considerado periférico. O trabalho ancora-se na transdisciplinaridade teórica existente entre: perspectiva discursiva de linha francesa; desconstrução, por meio das balizagens teóricas derridianas; suporte teórico-metodológico foucaultiano, arqueogenealógico; e por outro fio teórico-condutor: o ponto de vista teórico-culturalista de Anzaldúa (2005, 2009), Menchú Tum (2001) e Mignolo (2003), por articularem uma outra epistemologia da condição de sujeitos pós-coloniais. Embora este seja um dos recortes de minha tese de doutoramento, resultados preliminares apontam que o texto da lei, um arquivo jurídico, pode escamotear e silenciar direitos de fatos, afetado pela subjetividade, a partir de construções sucedidas de crenças e valores (com)partilhados por práticas discursivas que circulam e re-significam (n)o tecido da formação social.

Referências

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