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I Celebração da Páscoa em Israel

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Academic year: 2021

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A PÁSCOA EM

ISRAEL

SÍNTESE

Páscoa ou Pessach é a festa da liberdade, comemora a passagem da escravidão para a liberdade. É uma festa vivida em família e cheia de símbolos e rituais.

Ana Sofia n. º3 Maria Dinis n.º 17

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I – Celebração da Páscoa em Israel

A Páscoa Judaica ou Pessach (palavra hebraica que significa passagem) é uma festa religiosa comemorada pelo povo judeu, evocando a passagem da escravidão no Egito para a condição de liberdade, conforme evento descrito na Torah (Livro Sagrado dos Judeus).

Esta celebração realiza-se no décimo quarto dia do primeiro mês, chamado de Abib ou Nissan, e, por isso, o calendário judaico foi ajustado para que a festividade ocorra sempre no início da primavera.

De todas as festas judaicas, a Páscoa é, sem dúvida, a que tem uma vertente familiar mais vincada.

Desde há quase 35 séculos, a cada ano que passa, as famílias judaicas reúnem-se em torno do cordeiro pascal, sejam elas grandes ou pequenas, estejam em Israel ou na Diáspora.

As múltiplas perseguições, os pogroms, os ghettos, a Inquisição ou o Holocausto nunca foram suficientes para apagar a memória da sua amada Páscoa.

A história de sacrifício do povo judeu orientou-os a juntar novos símbolos à Páscoa, diferentes da Páscoa passada no Egipto. E essa nova visão teve sempre como objetivo maior o de explicar a cada um deles as razões de ainda estarem vivos. Por isso, o Seder é também uma festa de sobrevivência. Na verdade, não é uma simples refeição, e não se pretende que deva ser encarado como tal. O Seder é um tempo de partilha, de explicação, de discussão e de transmissão da história de redenção de um povo agradecido, e que quer continuar a existir.

II – Seder Pascal

O Seder é o jantar que os judeus comem na Páscoa. Cada alimento representa as experiências que os judeus tiveram quando foram escravizados no Egito. Assim sendo, não se deve comer nada fermentado e deve-se passar a Pessach com a família.

O Seder prepara-se numa bandeja, tendo por base seis alimentos simbólicos:

1. Os três matzot (pães ázimos), que representam os três grupos de judeus: Cohanim, Leviim e Israel.

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2. O zeroá , osso do cordeiro ou ovelha que simboliza o poder com que Deus os tirou do Egito e que lembra o cordeiro pascal, sacrificado no Templo;

3. betsá, ovo cozido, que simboliza uma lembrança do sacrifício que os judeus ofereciam em cada festividade;

4. O Marór, a erva amarga, e o Chazéret (alface romana) simbolizam o sofrimento dos judeus escravos no Egito;

5. O Charósset, uma mistura de nozes, amêndoas, tâmaras, canela e vinho que representa a argamassa com a qual os judeus trabalhavam na construção das edificações do faraó;

6. O Karpás, o salsão, verdura molhada em vinagre ou água salgada, simboliza o “sabor” do Êxodo, as lágrimas dos judeus;

Para além disto, coloca-se um recipiente com água salgada, em que se mergulham as verduras.

Figura 1 - keará, prato que contém os seis ingredientes simbólicos do judaísmo

Figura 2 - Matzá, o pão da fé, da liberdade e da redenção.

III - O ritual de realização do Seder pascal:

A tradição estabelece catorze pontos nas quais cada palavra exprime um elemento particular no ritual, que deve ser seguido rigorosamente:

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1. Qaddesh.

É o início da celebração pascal, e consiste numa benção pronunciada sobre um copo de vinho, que é bebido no final da oração.

2. Urhas (ablução das mãos).

Lavam-se as mãos, porque a refeição propriamente dita ainda não se inicia.

3. Karpas (sentam-se).

Come-se uma folha de erva molhada no vinagre, como lembrança da amargura da escravidão.

4. Yahas (dividir) - Pegam-se nos três pães ázimos, quebra-se ao meio o que está ao centro, pondo

uma metade novamente no centro e escondendo a outra metade em qualquer lugar.

5. Maggid (narrador).

Enche-se um segundo copo de vinho, e antes de bebê-lo narra-se a libertação do Egito, explicando o seu sentido e a atualidade com trechos da Bíblia e com narrações, hinos, cânticos e salmos. É a parte mais importante e específica do Seder pascal.

6. Rohah (ablução). Lavam-se as mãos com a bênção habitual.

7. Mohsi’ massah (bênção dos asmos). Abençoa-se o pão como de costume, sendo que desta vez é

o pão ázimo, isto é, sem fermento, e come-se um pedacinho.

8. Maror (erva amarga). Come-se uma folha de erva amarga com um pouco de charoset, o doce

composto de maçãs rapadas e de nozes, recorda como os hebreus, com sua coragem e seu amor pela liberdade, conseguiram suportar a escravatura egípcia.

9. Korek (envolver). Agora come-se uma folha de erva amarga, desta vez, com um pedaço de pão

ázimo.

10. Shulhan ‘Orek (ceia). É a hora da ceia, que se inicia tendo como entrada um ovo ou outros

alimentos especiais, ricos de conteúdo simbólico.

11. Safun (escondido). Come-se o pedaço de pão ázimo que havia sido escondido previamente. É

comido em memória do cordeiro pascal, e depois dele é proibido comer qualquer coisa até dia seguinte.

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12. Barek (bênção). Terminada a refeição, lavam-se as mãos como de costume e recita-se a Bircat

hamazon (prece após a refeição), enchendo o terceiro copo e bebendo-o no fim.

13. Haliel (louvor). Agradece-se a Deus pela ceia pascal através da qual se reviveu o milagre da

liberdade. Enche-se um copo de vinho (o quarto), que se bebe depois de ter recitado os salmos 115-118. No fim de tudo, abre-se a porta para favorecer a entrada de Elias, o mensageiro da era messiânica.

14. Nirsah (aceitação). Anuncia-se o final da ceia pascal e pede-se a Deus que seja sempre o

libertador de Israel.

IV - Conclusão

A Páscoa cristã e a Páscoa judaica têm significados bastante diferentes. O povo cristão comemora a passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo, enquanto o povo judaico comemora a passagem da escravidão para a libertação, relembrando a sua história de sacrifício, opressão e escravidão.

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