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Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina

ACÓRDÃO N.

28353

RECURSO ELEITORAL N. 66103.2012.6.24.0027 PROPAGANDA POLÍTICA -PROPAGANDA ELEITORAL - BANNER/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL -SÃO FRANCISCO DO SUL

Relator: Juiz Luiz Henrique Martins Portelinha

Recorrente: Coligação "Juntos por Amor a São Francisco do Sul" (PP-PT-PTB-PV-PR-PRP-PTdoB).

Recorrida: Coligação "São Francisco do Sul Feliz Cidade" (PSB-PSD-PSL-PMN-PRB-DEM-PTC).

RECURSO ELEITORAL REPRESENTAÇÃO -PROPAGANDA ELEITORAL - AFIXAÇÃO EM BEM PARTICULAR CUJO FUNCIONAMENTO DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO - BEM DE USO COMUM - PROPAGANDA EM TRENZINHO - ÁREA SUPERIOR A 4M2 GRANDE IMPACTO VISUAL -OFENSA AO ART. 37, CAPUT, §§1° E 2o, DA LEI N.

9.504/1997 - MULTA - DESPROVIMENTO.

Vistos, etc.

A C O R D A M os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, à unanimidade, em conhecer do recurso e a ele negar provimento, nos termos do voto do Relator, que integra a decisão.

Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral.

Florianópolis, 22 de julho de 2013.

l

G Í K

K

^

v Juiz LUIZ NeN^OUE lyiARTINS PORTELINHA

(2)

R E L A T Ó R I O

Trata-se de recurso interposto pela Coligação "Juntos por Amor a São Francisco do Sul" (PP-PT-PTB-PV-PR-PRP-PTdoB) em face da sentença do Juízo da 27a Zona Eleitoral de São Francisco do Sul/SC (fls. 65-69), que condenou os

Representados a pagar, solidariamente, multa no valor de R$ 2.000,00, (dois mil reais), nos termos do art. 37, §1°, da Lei n. 9.504/97.

Em suas razões (fls. 71-77), a recorrente asseverou que:

a Lei é clara, a proibição se restringe a bens cujo uso depende de cessão ou permissão do Poder Público;

o trenzinho não faz parte do rol dos serviços de interesse coletivo, vez que o veículo pertence a empresa Cardozo Propaganda e Eventos Ltda. - ME - a qual presta serviços de marketing e outras atividades de recreação e lazer;

a atividade do trenzinho não se semelhante ao serviço de táxi, pois esse sim depende de permissão da Prefeitura para funcionar; por outro lado, a recorrida não provou a alegação de que o trenzinho necessitaria de permissão da Administração Pública para seu funcionamento;

a autorização exigida para o funcionamento do trenzinho é a mesma dos estabelecimentos comerciais e não se equipara às hipóteses restritas pela Lei Eleitoral, além de o proprietário da empresa já possuir alvará de funcionamento desde o ano de 2004;

as pessoas que aparecem nas fotos juntadas são cabos eleitorais do Comitê representado, em pleno exercício laboral, razão pela qual não há falar em transporte gratuito;

não há qualquer importância a cor das placas do veículo, uma vez que todos os carros de aluguel são obrigados a utilizar a mesma cor nas placas;

não existe outdoor móvel, razão pela qual não haveria como comparar o veículo com o referido painel de publicidade;

se uma norma é limitadora de ações, sua interpretação deve ser restritiva, ou seja, limitada ao teor de sua literalidade, de modo que, no caso em tela, a norma de regência - que trata de placas, faixas, cartazes, pinturas ou inscrições - não se aplica ao trenzinho com material publicitário do candidato Zera.

Ao final, requereu o# recebimento do recurso, bem como sua procedência, para reformara d e c i ^ ã C ^ f l s l 6 5 ^ 6 9 . \

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Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina

RECURSO ELEITORAL N. 66103.2012.6.24.0027 PROPAGANDA POLÍTICA -PROPAGANDA ELEITORAL - BAN NE R/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL

-SÃO FRANCISCO DO SUL

Em suas contrarrazões (fls. 81-86), a recorrida aduziu que:

- o trenzinho está enquadrado na categoria de bens cujo uso depende de cessão ou permissão do Poder Público;

- o art. 37 da Lei n. 9.504/1997 é claro ao vedar a veiculação de propaganda de qualquer natureza nos bens cujo uso dependesse da permissão do Poder Público, bem como nos de uso comum;

- os bens de uso comum devem ser compreendidos não só como os bens públicos, cujo uso é facultado a todos, mas também os particulares, cujo uso ou acesso não se restrinja ao titular do domínio, mas ao público em geral, o que também é o caso dos autos ;

- ainda que não fosse bem permissionário de serviço público, poder-se-ia concluir que o veículo utilizado é um bem de uso comum;

o veículo em comento, denominado "trenzinho da Alegria -Francisquinha", em operação desde 2005 em São Francisco do Sul, oferece serviço de transporte aos pontos turísticos da cidade, percorrendo ruas do centro histórico do Município e outros lugares específicos;

- na reunião dos partidos para definição das regras da propaganda eleitoral, fora proibida a utilização do trenzinho, já que fazer uso do veículo causaria desigualdade entre os candidatos, na medida em que não poderia ser alugado, ao mesmo tempo, por mais de um interessado;

- não se pode admitir que veículo particular, no qual são prestados serviços de transporte de pessoas ou coisas, ostentasse interna ou externamente propagandas eleitorais;

- a sentença é irretocável, uma vez que proferida de acordo com os ditames legais.

Por fim, requereu a manutenção da sentença e, assim, o desprovimento do recurso.

O Ministério Público Eleitoral manifestou-se (fls. 88-89v) pelo desprovimento do presente recurso, a fim de que a sentença proferida pelo Juízo a

quo fosse mantida por seus próprios fundamentos.

Nesta instância, a Procuradoria Regional Eleitoral manifestou-se (fls. 95-99) pelo conhecimento e desprovimento do recurso, opinando, contudo, pela correção da multa aplicada, para que cada um dos Representados fosse condenado, individualmente, a pagar multa no tfâloj^ie R$ 2.000,00 (dois mil reais).

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PROPAGANDA ELEITORAL - BANN ER/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL

-SÃO FRANCISCO DO SUL

O SENHOR JUIZ LUIZ HENRIQUE MARTINS PORTELINHA (Relator): Sr. Presidente, o recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço.

No mérito, importante esclarecer que a propaganda eleitoral é regulada pela Lei n. 9.504/1997 e pela Resolução TSE n. 23.370/2011.

Nesse sentido, tanto o art. 37, caput e §1°, da Lei, quanto o art. 10,

capute §1°, da referida Resolução são uníssonos em determinar que:

Art. 10. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive

postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é

vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive

pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados (Lei n° 9.504/97, art. 37, caput).

§ 1o Quem veicular propaganda em desacordo com o disposto no caput

será notificado para, no prazo de 48 horas, removê-la e restaurar o bem, sob pena de multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais), ou defender-se (Lei n° 9.504/97, art. 37, S 1°) [destaquei]. Os dispositivos supracitados regulamentam a fixação de propaganda eleitoral em bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público (neles incluídos a autorização), bem como nos bens de uso comum, o que também não deixa de ser o caso dos autos, conforme ressaltou a Procuradoria Regional Eleitoral (fl. 96), veja-se:

a propaganda impugnada consiste na aposição de grandes adesivos em pequenos trens que transitaram pela cidade de São Francisco do Sul a partir de 13 de setembro de 2012 com propaganda eleitoral da candidatura majoritária da Coligação apelante, sendo que tais veículos funcionavam

com autorização concedida pela Prefeitura de São Francisco do Sul, o que é vedado nos termos do art. 37, caput, da Lei n. 9.504/1997

(assinale-se que es(assinale-ses trens são conhecidos naquele Município como "Trenzinho da Alegria -Francisquinha" - www.trenzinho.net).

Aliás, como os aludidos veículos são destinados ao uso do público em

geral - e não uso particular - , como visita a pontos turísticos de São Francis - Q c o m u n i j c uj0

É o relatório.

V O T O

[...]

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Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina

RECURSO ELEITORAL N. 66103.2012.6.24.0027 PROPAGANDA POLÍTICA -PROPAGANDA ELEITORAL - BAN NE R/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL

-SÃO FRANCISCO DO SUL

enquadramento é o mesmo acima delineado, não havendo assim diferença sob este particular.

Quanto à alegação de que tal proibição abrangeria somente bens que dependam de cessão ou permissão do Poder Público - o que não poderia ser o caso dos autos, pois o uso do trenzinho dependeria de mera autorização asseverou o ilustre Procurador Regional Eleitoral que:

[...] da leitura daquele dispositivo legal de regência, infere-se que as autorizações estão sim abrangidas pela dita proibição, valendo-se inclusive de uma interpretação teleológica a respeito, e na linha da dicção do renomado doutrinador José Jairo Gomes, o qual foi invocado pelo respectivo Juízo Eleitoral, ao registrar na sentença recorrida que (grifo no original, fl. 62) O artigo 37, caput, da LE também veda a realização de propaganda eleitoral "nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público". Na

proibição se incluem os bens cuio uso dependa de autorização do Poder Público. Sabe-se, com efeito, que a cessão, permissão ou autorização são

negócios jurídicos realizados pelo Poder Público, submetendo-se cada qual deles a regime jurídico próprio."

Cumpre ressaltar que todos os candidatos haviam sido advertidos sobre a existência de infração legal no uso do trenzinho em questão, conforme, asseverou a Magistrada a quo, que ao sentenciar consignou (fl. 68):

Aliás, em vista de problemas enfrentados em eleições anteriores, na reunião

realizada pela Justiça Eleitoral com candidatos, partidos e coligações, tendo como tema propaganda eleitoral, foi expressamente advertido que o trenzinho em questão não poderia ser utilizado para fins de propaganda eleitoral, justamente por conta de seu enquadramento legal.

[-..]

Enfim, a conclusão de que se trata de meio irregular de propaganda eleitoral é inafastável.

Assim, tenho que os representados ofenderam sim o dispositivo legal devendo arcar com a multa prevista no §1° do art. 37 da Lei n. 9.504/1997, ao realizarem propaganda eleitoral em bem cujo uso dependia de autorização do Poder Público e que também é considerado bem de uso comum.

Nesse sentido, aliás, o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo já decidiu:

Por outro lado, embora não configure o alegado abuso de poder econômico, os fatos narrados na inicial caracterizam propaganda

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PROPAGANDA ELEITORAL - BANN ER/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL

-SÃO FRANCISCO DO SUL

trenzinho contendo propaganda ostensiva do candidato recorrido.

O mencionado trenzinho tem caráter de bem de uso comum, eis que, embora de propriedade privada, transportava a população do Município de Ourinhos. Nesse sentido, entendimento da E. Corte do Rio de Janeiro, "verbis":

"REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. ACESSO PÚBLICO. BEM DE USO COMUM. RESTRIÇÕES ARTIGO 37 DA LEI N. 9.504/97. PAGAMENTO DE MULTA. PARA FINS DE PROPAGANDA ELEITORAL, AS VANS, AINDA QUE BENS PARTICULARES DE USO COMUM. (Acórdão n. 26.125, proferido nos autos da Representação n. 300, Relator Mareio Aloisio Pacheco de Mello, em 03.06.04, publicado no D.°E. em 24.06.04, p.

02).

[RC n. 21665, Ac. n. 150369, Rei. Juiz Paulo Sunao Shintate, j. em 01/10/2004].

Ademais, ainda que os trenzinhos fossem considerados bens particulares - como querem os recorrentes - , ainda assim haveria, a meu juízo, ofensa ao disposto no art. 37 da Lei de Regência, não merecendo prosperar a alegação de inexistência de efeito outdoor.

As fotos carreadas às fls. 03-05, 18-23 e 54-57 permitem aferir que as propagandas fixadas nas laterais do veículo atribuíram a ele efeito visual de outdoor; podendo-se concluir que o efeito ultrapassa o limite de 4m2, sem necessidade de lucubração probatória.

Aliás, a respeito desse assunto, extrai-se da jurisprudência desta Corte o seguinte precedente:

RECURSO - ELEIÇÕES 2012 - REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - CANDIDATOS A PREFEITO E VICE-PREFEITO - BEM PARTICULAR - AUSÊNCIA DE PROVA TÉCNICA DA METRAGEM DAS

PROPAGANDAS - DESNECESSIDADE - ELEMENTOS PRÓXIMOS QUE PERMITEM A REALIZAÇÃO DO CÁLCULO - PRECEDENTES.,

Na ausência ou na impossibilidade de realização de prova técnica, o julgador

pode se valer da experiência comum (CPC, art. 335), muito mais quando,

em essência, a perícia ou exame, instrumentos construtivamente técnicos, nesse caso, não dependem de conhecimento especial para alcançá-lo.

As fotografias trazidas aos autos possibilitam a comparação de tamanho entre as placas e outro elemento próximo (porta), pelo que há segur " 5S placas atinentes aos repre* 4m2, não se fazendo

[...]

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Fis.

Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina

RECURSO ELEITORAL N. 66103,2012.6.24.0027 PROPAGANDA POLÍTICA -PROPAGANDA ELEITORAL - BANN ER/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL

-SÃO FRANCISCO DO SUL

necessária a realização de prova técnica na hipótese dos autos [TRESC.

Ac. n. 28.121, de 19.2.2013. Rei. Juiz Luiz Antônio Zanini Fornerolli -grifei]

A respeito da justaposição de placas e do efeito visual de outdoor em veículos, a jurisprudência deste Tribunal estabelece que:

RECURSO REPRESENTAÇÃO PROPAGANDA ELEITORAL -PLOTAGEM EM VEÍCULO- ÁREA SUPERIOR A 4M2 - GRANDE IMPACTO VISUAL - VEDAÇÃO - ART. 37, § 1o DA LEI N. 9.504/1997 - APLICAÇÃO DE MULTA - REINCIDÊNCIA - DESPROVIMENTO DO RECURSO.

Comprovada a realização da plotagem em carro com propaganda eleitoral, cuja área extrapola os 4m2 previstos no art. 11 da Resolução

TSE n. 23.370/2011, criando grande impacto visual, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 1o do art. 37 da Lei n. 9.504/1997 [TRESC. Ac. n.

27.721, de 16.10.2012, Rei. Juiz Marcelo Ramos Peregrino Ferreira -grifei].

Ao analisar o presente caso, outro não foi o entendimento da Procuradoria Regional Eleitoral que atribuiu, à justaposição das propagandas, o efeito visual semelhante ao de outdoor (fl. 98), veja-se:

Dessa forma, com base nas fotos juntadas às fls. 03-05, 18-23 e 54-57, as quais demonstram que as placas justapostas realmente têm dimensão superior ao permitido por lei (4m2), além de revelar que as publicidades proporcionaram efeito

visual de outdoor, o que é vedado pela lei, é que afasto a dúvida levantada pela recorrente acerca da caracterização de propaganda irregular, uma vez que esta restou devidamente configurada.

Além disso, como já delineado pela Magistrada a quo, os candidatos e suas coligações já tinham conhecimento de que havia sido vedada, de antemão, a utilização do referido "Trenzinho da Alegria - Francisquinha", como se viu alhures.

Destarte, de qualquer ângulo que se possa ver - como bem cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público (no caso, autorização), bem de uso comum ou mesmo como bem particular acima da dimensão legal, conferindo efeito de outdoor - é que restou configurada a propaganda eleitoral irregular, fazendo-se ne

No presente caso, verifica-se que foram colocados, nos referidos trenzinhos, adesivos que ostentam efeito visual de outdoors, superando o mencionado limite legal de referência aplicado à espécie, bastando que sejam visualizadas as respectivas fotografias acostadas nas fls. 18-23.

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PROPAGANDA ELEITORAL - BANN ER/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL

-SÃO FRANCISCO DO SUL

Por fim, a Procuradoria Regional Eleitoral manifestou-se pela aplicação da multa fixada na sentença de forma individual aos representados, caso restasse reconhecida a infração ao disposto no art. 37, caput, da Lei das Eleições.

Todavia, não há como impor ao partido, coligação e ao candidato a sanção pecuniária de forma individualizada, mormente porque a responsabilidade pelo uso de placas acima do limite permitido por lei é solidária, consoante entendimento firmado pela Corte Superior Eleitoral nos seguintes julgados:

Propaganda eleitoral irregular. Placas. Comitê de candidato. Bem particular. Retirada.

1. A retirada de propaganda em bem particular, que ultrapassa a dimensão de 4m2, não afasta a aplicação da multa e não enseja a perda superveniente

do interesse de agir do autor da representação.

2. Conforme jurisprudência consolidada no Tribunal, as regras atinentes à propaganda eleitoral aplicam-se aos comitês de partidos, coligações e candidatos.

3. A permissão estabelecida no art. 244, I, do Código Eleitoral - no que se refere à designação do nome do partido em sua sede ou dependência - não pode ser invocada para afastar proibições contidas na Lei n° 9.504/97.

4. Nos termos do art. 241 do Código Eleitoral, os partidos políticos respondem solidariamente pelos excessos praticados por seus candidatos e adeptos no que tange à propaganda eleitoral, regra que objetiva assegurar o cumprimento da legislação eleitoral, obrigando as agremiações a fiscalizar seus candidatos e filiados.

Agravo regimental não provido [TSE, AgR-AI n. 385447, de 22.02.2011, Min. Arnaldo Versiani].

RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA ELEITORAL. AFIXAÇÃO DE FAIXAS, PLACAS E CARTAZES EM BEM PÚBLICO. Art. 37, § 1o, da Lei n°

9.504/97.

I - Desnecessário que delegado de partido, na qualidade de advogado, apresente procuração para interpor recurso.

II - O partido responde solidariamente com seus candidatos pela veiculação e afixação de propaganda irregular.

Recurso não conhecido [REspe n. 15710, de 01.06.2000, Min. Nelson Jobim - destaquei].

No mesmo sentido, destacam-se os seguintes precedentes desta Corte: TRESC. Ac. n. 28171, de 29.4.2013, Rei. Juíza Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli; Ac. n. 28153, de 24.4.2013, Rei. Juíza Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli; e Ac. n. 27841, de ^1.11.2012, Rei. Juiz Nelson Juliano Schaefer Martins. . ,

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Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina

RECURSO ELEITORAL N. 66103.2012.6.24.0027 PROPAGANDA POLÍTICA -PROPAGANDA ELEITORAL - BANNER/CARTAZ/FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL

-SÃO FRANCISCO DO SUL

Assim, no caso em apreço, não merece reparo a sentença que impôs apenas uma penalidade pecuniária para o ato ilícito, a ser suportada solidariamente pelos candidatos e pela coligação ora recorrente.

Ante o exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. É como voto.

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RECURSO ELEITORAL N° 66103.2012.6.24.0027 • RECURSO ELEITORAL REPRESENTAÇÃO -PROPAGANDA POLÍTICA - -PROPAGANDA ELEITORAL - BANNER / CARTAZ / FAIXA - BEM PARTICULAR DE USO COMUM - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA - 27a ZONA ELEITORAL -SÃO FRANCISCO DO SUL

RELATOR: JUIZ LUIZ HENRIQUE MARTINS PORTELINHA

RECORRENTE(S): COLIGAÇÃO JUNTOS POR AMOR A SÃO FRANCISCO PV-PR-PRP-PTdoB)

ADVOGADO(S): THIAGO NICKEL

RECORRIDO(S): COLIGAÇÃO SÃO FRANCISCO DO SUL FELIZ CIDADE PRB-DEM-PTC)

ADVOGADO(S): MOYSÉS BORGES FURTADO NETO; MARCOS JÚNIOR DARCI KREMER; FERNANDA GAZONI; RONIVAN PICHARKI

PRESIDENTE DA SESSÃO: JUIZ ELÁDIO TORRET ROCHA PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL: MARCELO DA MOTA

Decisão: à unanimidade, conhecer do recurso e a ele negar provimento, nos termos do voto do Relator. O Juiz Marcelo Ramos Peregrino Ferreira declarou-se suspeito e não participou do julgamento. Foi assinado o Acórdão n. 28353. Presentes os Juízes Eládio Torret Rocha, Luiz Cézar Medeiros, Luiz Henrique Martins Portelinha, Ivorí Luis da Silva Scheffer, Carlos Vicente da Rosa Góes e Hélio do Valle Pereira.

DO SUL

(PP-PT-PTB- (PSB-PSD-PSL-PMN-JAROSZUK; GISELIS

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