• Nenhum resultado encontrado

EFEITO DE CALCÁRIO E GESSO NOS TEORES DE CÁLCIO E ALUMÍNIO DA CAMADA COMPACTADA EM LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EFEITO DE CALCÁRIO E GESSO NOS TEORES DE CÁLCIO E ALUMÍNIO DA CAMADA COMPACTADA EM LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO 1"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

EFEITO DE CALCÁRIO E GESSO NOS TEORES DE CÁLCIO E ALUMÍNIO

DA CAMADA COMPACTADA EM LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO1

ELIAS NASCENTES BORGES2, GILMAR LAFORGA3, REGI NA M. QIJINTÃO LANA 2, ELOÁ V. SILVA SORGES 4 e LIOVANDO MARCIANO DA COSTA 5

RESUMO- Este trabalho foi desenvolvido no laboratório da Universidade Federal dc Uberlándia para avaliar o efeito de niveis de compactação e de doses de gesso e de calcário nos teores de A! 34 e Ca24 da camada compactada. Utilizaram-se colunas, formadas pela sobreposição de três anéis de PVC de 1 dm de diâmetro e 0,5 dm de altura, contendo nos extremos camadas dc solo sem compactação e, no anel central, solo com diversos níveis de compactação. Os tratamentos, dispostos num fatorial 3x5x5 com quatro repetiçóes, consistiram de três doses de calcário (equivalentes a 0,0; 2,031 e 4,062 t ha'); cinco doses de gesso (equivalentes a 0,0; 0,508; 1,016; 1,524 e 2,032 t ha'), aplicadas no anel superior da coluna, e cinco níveis de compactação aplicados no anel central (1,10; 1,25; 1,40; 1,55 e 1,70kg dm -3). Durante 90 dias adicionou-se água semanalmente, de modo a elevar a umidade para próximo à capacida-de capacida-de campo. Foi observado que tanto a compactação como as doses capacida-de gesso promoveram aumentos nos teores de cálcio e redução do Ai 34 na camada compactada. Contudo, esses efeitos foram dependen-tes das doses de calcário utilizadas em mistura com o gesso.

Termos para indexação: compactação do solo, movimentação de bases, precipitação dc alumínio.

EFFECT 0V LIME AND GYPSUM ON CALCIUM AND ALUMD4UM AMOIJNTS OF THE COMPACTED LA VER 0V A DARK RED LATOSOL

ABSTRACT - This study was conductcd at the laboratory of the Universidade Federal deUberiándia, MG etate, Brazil, to evaluate the influence ofsoil compaction and different gypsum + lime leveis on some chemical properties ofthe compacted layer. Three overiapping PVC rings formed a column with external soiilayersofo.5 dmdepth withoutcompaction, andthe central ringcorisisted ofalayerwitb different compaction leveis. Treatments were conducted in a factorial arrangement with three liming (0.0; 2.031 and 4.062* ha'), five gypsum (0.0; 0.508; 1.016; 1.524 and 2.032 t ha'), and five compaction (1.10; 1.25;

1.40; 1.55 and 1.70kg dm 3) leveis. It was observed that both compaction and gypsum leveis increased Ca24 leveis and reduced Al 34 Ievels. However, these effects depended on liming leveis combined with gypsun

Index terms: soil compaction, base lixiviation, aluminum precipitation.

'Aceito para publicação em 30 de junho de 1997. Apoio financeiro da FAPEMIG.

2Eng. Agr., Dr., Dep. de Agronomia, Universidade Federal de Uberlándia (UFU). Caixa Postal 593, CEP38400-902 Uberlândia,

x1

3Eng.Agr., iJFtI.

4Eng. Agrlc., M.Sc., Dep. de Agronomia, Universidade do Estado

de Minas Gerais, Campus de Jtuiutaba, Caixa Postal 257,

CEP38300-000 Ituiutaba, MG.

'Eng. Agr., Ph.D., Dep. Solos, Universidade Federal de Viçosa,

CEP36571.000 Viçosa, MO

INTRODUÇÃO.

Os solos sob vegetação de cerrado do Brasil apresentam, em geral, condições climáticas, topo-gráficas e físicas favoráveis a um nfvèi de manejo mais tecnificado. A maioria das pesquisas sobre esses solos limitava-se ao estudo da fertilidade e correção da camada superficial, relegando a segun-do plano, pesquisas sobre características físicas e químicas da subsuperfície (Lobato & Ritchey,

1980).

(2)

1310 E.N. BORGES ei ai. A pesquisa sobre manejo das propridades

físi-cas desses solos, para evitar deterioração com o uso intensivo, não ocorreu com a mesma rapidez que para sua adequação química. Conseqüentemen-te, têm surgido diversos problemas de natureza fí-sica, como, por exemplo, a formação de camada compactada entre 2 e 3 dm de profundidade.

Alta saturação de alumínio, baixos teores de cál-cio (Pavan et ai., 1984) e presença de camadas compactadas subsuperficiais podem restringir o crescimento radicular em profundidade, tornando as plantas sujeitas à deficiência de água e nutrien-tes, com reflexo na produtividade.

Como alternativas para minimizar os efeitos da camada compactada podem ser citados ouso da adu-bação, irrigação suplementar e manejo da cultura e do solo. No manejo da cultura, Alvarenga et ai. (1996) afirmam que o uso de leguminosas, como o guandu e o mata-pasto, pode constituir uma opção desejãvel, uma vez que a elas é atribuído papel na melhoria física do solo, pela capacidade de as raízes penetrarem em solos compactados. Trani et ai. (1989) observaram que o feijão guandu, além de adubo verde, possui raiz profunda, considerada subsoladora.

Soprano (1986) afirma que tanto a correção da acidez como a adição de cálcio em profundidade são muito pequenas quando calcário é aplicado na superfície. O efeito pode ser observado somente a médio e longo prazos. Tais efeitos têm sido mais evidentes com aplicação de altas doses ou utilizan-do calcário com grânulos menores, geralmente mais solúveis. Alves (1984) observou maior movimen-tação física das partículas em profundidade, ao apli-car calcário micropuiverizado à camada arável. Apli-cação de calcário na camada arável em dose maior do que a recomendada pode ocasionar, além de sé rios problemas de desbalanceamentó de bases trocáveis (Ca, Mg, K) na camada de incorporação, deficiências de micronutrientes e fósforo (Lopes,

1983).

Uma possível melhoria química dessa camada poderia ocorrer mediante o uso de sais de reação neutra, como gesso, que iria promover a movimen-tação do cálcio e a diminuição da toxicidade do alu-mínio (Pavan et ai., 1984; Soprano, 1986; Sumner,

1992).

Pesq. agropec. bras., Brasilia, '.32, n.12, p.1309-13 15, dez. 1997

Desse modo, constituiu objetivo desta pesquisa estudar as alteraçôes químicas na camada compactada artificialmente em cálcio e alumínio trocáveis, mediante adição superficial de misturas de calcário e gesso em diversas proporções e do-ses.

4ATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em laboratório, naUniver-sidade Federal de Uberlándia, MG, utilizando-se amostra de um Latossolo Vermelho-Escuro, coletada na camadade 0-4 dmApós preparo, uma fração de TFSA foi utilizada para análises granulom&rica e química conforme méto-do preconizaméto-do pela Embrapa (1979), apresentanméto-do os seguintes resultados: areia grossa = 501,0 gkg'; areia ti-na 169,0 g kg"; silte 78,0 g kg'; argila = 252,0 g kg -'; p11 (1120) = 5,2; P = 1,0 mg dm 3; K = 10,8 mg dnr3;

Al=8,5 mmolc kg';Ca=0,4mmolc kg';Mg=02mmoL,kg-'; (H+Al) = 21,0 mmolkg- '; V 4,10%; m = 90,4% e M.0.=32,2gkg 1.

A amostra foi dividida em subarnostras para receber os tratamentos, dispostos num fatorial 3x5x5, com quatro re-petições, consistindo de três doses de calcário em mistura estequiométrica de Ca:Mg de 4:1 e poder de neutralização do calcário (PNE) de 114%, equivalentes a OxNC (neces-sidade de calagem para obter p1-! 6,5, determinada pela in-cubação de 0,5 kg de solo com doses crecentes de calcário); lxNC 2,031 t ha' e 2xNC = 4,062 t ha'; cinco doses de gesso, equivalentes a 0,0 (zero); 0,508; 1,016; 1,524 e 2,032 t ha' aplicadas na camada superficial e cinco ní-veis de compactação: 1,10 (normal); 1,25; 1,40; 1,55 e

1,70 kg dm 3 efetuados no anel central dc uma coluna de 1,18 dm3, formada pela sobreposição de três anéis de PVC de 1 dm dc diâmetro e 0,5 dm de altura unidos por fitas adesivas e vedados no fundo com isopor.

O gesso utilizado apresentou as seguintes caracte-rísticas: umidade = 19,0%; CaO = 22,0%; S 17,7%; MgO = 0,3%; P205 total w 0,8%; SiO2 = 2,0%.

Em todas as colunas, o anel inferior (1 - 1,5dm de altu-ra) recebeu solo sem tratamento químico e físico, O primei-ro anel (0-0,5 dm de altura) recebeu, além dos tratamentos da catagem e gessagem, adubação na forma de solução nutritiva com as seguintes concentrações e fontes: P = 280,3 mg dm-3 ; fontes: Kl-1 2PO4 = 17,0 g L' e N1{H2PO4 = 20,1 g L'; K 147,70 mg dm 3; fonte: KH2PO4 17,0 g L'; N = 100,00 mg dm -3 ; fontes: (N114)2SO4 = 4,1 g i» e NH 4H2PO4 = 20,1 g L'; S = 33,50 mg dm 3 ; fontes: (NFI4)2SO4 = 4,1 g L', CuSO4.5H20 116,4 mg L 1 e ZnSO4.7H20 = 586,5 mg L-';

(3)

EFEITO DE CALCÁIUO E GESSO NOS TEORES DE CÁLCIO 1311 Fe - 1,55 mg dm 3 ; fonte: FeC13.61120 252,1 mg L';

Mn = 3,66 mg dm 3; fonte: MnC1 2 4H20 = 439,5 mg 1.»;

Cu = 1,39 mg dm 3 ; fonte: CuSO4.51—120 = 1 16,4mg L,; Zn 0,20 mg dm 3 ; fonte: ZnSO4.71-120 = 16,8 mg L'; B = 0,82 mg dm 3 ; fonte: U3B03 = 156,3 mg L'. Para pos-sibilitar uma adubação homog8nea em toda a amostra de solo utilizada, foram aplicados 45 mL da solução para cada subamostra de 1,5kg de solo.

A compactação do soto, efetuada Somente flO segundo

anel (0,5-1 dm de altura) e com volume fixo em 0,392 dm3,

foi obtida determinando-se previamente a quantidade de soto necessária para alcançarem os diferentes níveis de compactação. Em seguida, mediante queda livre de um âmbolo de 4,6kg de uma altura de 8,5 dm sobre um disco de ferro de mesmo diâmetro do anel, aplicou-se, por meio de golpes, força necessária para obter as densidade do solo de: 1,10 (normal); 1,25; 1,40; 1,55 e 1,70kgdnr 3. Oapare-lho compactador utilizado obedeceu, em linhas gerais, ao descrito por Bruce (1955) e modificado por Borges (1986), para facilitar o manuseio.

Cada coluna, com os tratamentos assim constituídos, recebeu irrigação semanalmente, com água déionizada, para manter os tratamentos próximos à capacidade de campo, de 18,681/, determinada conforme Costa (1983). A quanti-dade de água destilada adicionada semanalmente foi obtida subtraindo-se o peso do vaso na capacidade de campo do peso instantâneo e acrescentando, com uso de recipiente de refrigerante descartável com tampa perfurada, a quanti-dade de água at6 o vaso adquirir o peso do solo na capaci-dade de campo.

Decorridos 90 dias do início da irrigação, as colunas fo-ram desmontadas e o solo do anel central analisado em alu-mínio e cálcio, conforme Embrapa (1979). Os dados obti-dos foram submetiobti-dos à análise de variância e de regressão polinomial pelo SANEST (Zonta et ai., 1984), adotando 5% de probabilidade como nível de significância.

RESULTADOS E

DIscussÃo

Os teores de alumínio e cálcio extraídos da ca-mada compactada subsuperficial foram afetados, significativamente, pelos fatores calcário, compac-tação, gesso, calcário x compaccompac-tação, calcário x gesso e compactação x gesso (Tabela 1).

Alterações nos teores de alumínio trocável do solo na camada compactada

As equações ajustadas (Fig. 1) permitem verifi-car que os teores de AI 3 apresentaram comporta-mento linear decrescentes com os níveis de

TABELA 1. Resumo da análise de variáncia dos teores de alumínio e de cálcio da cama-da compactacama-da subsuperficialem Latos-solo Vermelho-Escuro submetido a di-ferentes proporções da mistura calcário: gesso. Fonte de variação G.L. QM do QM do alumlnio cálcio Calcário 2 263.640* 322,333* Compactação 4 208,761* 50,238' Ges5o 4 13,978' 96,588' Blocos 3 7,514' 3,987' Calcário x compactação 8 8,456' 2,983' Calcário x gesso 8 18,111' 6,883' Compactação x gesso 16 3,870' 1,980' Erro médio 254 1,338 0,730 C.V.(%) 11,2 9,8 'Significativo a 5% de probabilidade.

compactação do soto, em todos os níveis de calcário e gesso utilizados. Acredita-se que tal com-portarnento tenha ocorrido em virtude das reações do alumínio com compostos produzidos pelo am-biente redutor, que se estabelecem com a compactação ou mesmo com a diluição provocada pelo aumento no conteCtdo volum8trico de água, que passou a ser retida pelo maior volume de microporos. Gavande (1972) constatou que redu-ções de determinados elementos em solos compactados são conseqüéncia do ambiente redu-tor, o qual favorece as transformações de compos-tos solúveis em outros de menor solubilidade.

Os pontos de interseção das retas foram meno-res quando doses de calcário foram misturadas ao gesso (Fig. 1). Tal fato indica que há grande interação entre níveis de compactação; doses de calcário e de gesso na redução do alumínio trocável do solo (Tabela 1). Conquanto aplicação isolada de gesso na superficie tenha reduzido significativamente os teores de alumínio do soto, foi na presença de mai-ores níveis de compactação que ocorreram maio-res reduções (Fig. 2).

(4)

1312 E.N. BORGES et ai.

17,0 a

o

yo, t ''O.8x+23,O; r 0,98' 16 a • yi.1o' ' -0,93x4 10.8; r= 0,98'

O -10,5x • 228; r = 0,92' O Y', •1,30x + 10,5; r = 0,92' 15.0 -7,8x+ 18,4; r 0,95' 14 Q .l,55x + 8,2; r = 095' • Y2,oth.' = -9,7x + 19,8; r = 0,97' •, y 1 ,70 kg &y;*,,' = -1 ,25x 4' 6,9; r = 0,97' l,11X+5,2 r=o,97' 13,0 y - '11.8x+22,1;r0,97' - 12 - 11,0 o ID o E 8 1.10 1,25 1.40 1,55 1,70 O 0,508 1,016 1,524 2,032

Densidade do solo (kg dm3) Gesso (t ha')

11,0 b Yo.00 '=15l-7,2x;r0,92' • y 1,,,y8,5mniOI,kQ

O y,,,,.' = 11,7 -5,5x; r= 0,91* 10 b O Yl.25k,,,,' y = 5,7 mmol,kg

l0 o y,,,.' 14,3-7,2x; r=0,91' O 1,57x2+ 2,27x + 3,8; r = 0,99'

9,0 • y1,24t,,,'=14,2-7,2x; r=0,91' 9 •y, 5sk , =1 3,55x2.8,o9x+4,8; r=0,88'

yjO 1 ,542 + 2.48x 4' 3,4; r a 0,83 • Y2,oa2 y = 6,14 nimol, kg 8 8,0

1 Ii

1,10 1,25 1,40 1,55 1,70 O 1 0,508 1,016 1,524 2,032

Densidade ao solo (kg dm4) Gesso (t ha 1)

• Yo.00 t,,.'.13,8x+24,6r=0,95* c . y,,io,,,12,l8xa_6,28x+9,7; r=0,85' 10, C O Yo,eii" =-6,7x + 13,1; r = 0,94' 11,0 O YU 1,62x2-4,SSx +7,0; r= 0,87'

o y,, -' = -6,2x + 12,2; r 0,95' 40 O Y1,o ' = y = 3,3 mmor, kg 1

o

O 0,508 1,016 1,524 2,032

1 ,10 1,25 1,40 1,55 1,70

Densidade do solo (kg dm3) Gesso (t ha')

FIG. 1. Teores de alumínio do solo, no anel central da coluna, para cada dose de gesso estudada (y), dentro das doses de calcário de 0,0 t ha' (a); 2,031 t ha-' (b) e 4,062 t ha 1 (c) em funçio das densidades do solo (x).

FIG. 2. Teores de alumlnio do solo, no anel central da coluna, para cada densidade estudada (y), dentro das doses de calcário de 0,00 t ha (a); 2,031 1 ha (b) e 4,062 t ha' (c) em funçAo das doses de gesso (x).

(5)

EFEITO DE CALCÁRIO E GESSO NOS TEORES DE CÁLCIO 1313 Reduções na quantidade de alumfnio trocável

com aumento do nível de compactação do solo fo-ram também observadas por Dorges (1986), culti-vando soja e eucalipto em casa de vegetação.

Análise das equações (Fig. 3a) permite observar que houve efeito significativo, linearmente decres-cente, nos teores de A1 31 com as doses de gesso, na ausência da calagem, em todos os níveis de compac-tação. Trabalho de Pavan et ai. (1984) indica que com a aplicação de gesso ocorre complexação do alumínio pelo sulfato, formando o par iônico AISO4' responsável pela redução da atividade do A131 na solução em até 50%.

Com aplicação de calcário equivalente a IxNC não houve efeito de doses de gesso nos valores de densidade do soto iguat ou inferiores a 1,25 kg dm' (Fig. 2b). Em valores mais elevados de com-pactação (densidades superiores a 1,40 kg dma) ve-rifica-se pela Fig. 2b que as doses de gesso in-duziram comportamento quadrático nos valores de Al3 , ocorrendo as menores quantidades de AI 3 quando as doses de gesso aplicadas foram de 0,72, 0,87 e 0,89 t ha' nas densidades de 1,40, 1,55 e

1,70 kg diw3, respectivam ente (Fig. 2b).

Com catagem equivalente a 2xNC (4,062 t ha), os teores de alumínio foram decrescentes até as doses de gesso de 1,43 e 1,40 t ha, e crescentes nas doses maiores que essas nas densidades de 1,10 e 1,25 kg dm 3. Em densidades do solo maiores que 1,40 kg dm 3, as doses de gesso em todos os níveis não tiveram efeito significativo nos teores de alu-mínio (Fig. 2c).

Alterações nos teores de cálcio do solo na ca-mada compactada

A presença de coeficientes de interseção nega-tivos nas equações ajustadas (Fig. 3c) indica que na ausência da compactação, ou seja, quando o solo apresenta condutividade hidráulica elevada, as do-ses de gesso aplicadas podem estar redistribuindo o cálcio do solo do anel central para as camadas mais profundas do vaso.

10,0 a • Yo.o .,,' =y1,5 mmoI,kg

O yoses ,,,,' y = 2,0 mmoI kg1 D Yi,oiets3,3x-2,1; r= 0,90' 8,0 1 ' 3,3x - 1,2; r 0,95'

-

7,0 • Y2,02th.4.5X'1,1 r=0,67'

.

.

5,0 4,O ,...1L ...e ---

-

1,10 1,25 1,40 1,55 1,70 Densidade do solo (kg dm4) 10,5

yõo y0.wa ..' 2.7x - 5,3x-2,5; r0,87' 0,5; r

=

0,88* b O Yi,oi

= 4,5x -0,3; r

a 0,94'

yi,ei,

, =

4,5x-0,5; r= 0,87' 9,0

y2 0321,i'=5x+0,5; r=091' 75

íítiiI

1,10 1,25 1,40 1,55 1,70 Densidade do solo (kg dm4)

y, ,,,'

=

-11.1x2

*

33,lx -18,4; r

=

0,98' O Yo.soia' -13,5x2

+

41,6x -25,4; r

=

0,99' 1110 C 12 Y1,ou,,'-26.6x2+ 74,8x-45,9; r

=

0.85'

Yii,a' -12,7x2+ 37.6x-20,7; r= 0,79' 95

Y2.0214'-15.8x2' 50,4x-31,2; r 0,98' 8,0 ZO- 1,10 1,25 1,40 1,55 1,70 Densidade do solo (kg dm3)

FIG. 3. Teores de cálcio do solo, no anel central, para cada dose de gesso estudada (y), dentro das doses de calcário de 0,0 t ha (a); 2,031 t lia -1 (b) e 4,062 t ha' (c) em função das densidades do solo (x).

(6)

1314 E.N. BORGES et ai.

Com aplicação de calcário, equivalente a 1xNC, em todas as dosagens de gesso utilizadas, os teores de cálcio foram linearmente crescentes com a compactação (Fig. 3b). Essa situação indica que o uso da mistura calcário + gesso poderá aumentar as bases em solos compactados.

Maior acidez inicial do

solo

na camada com-pactada e aumento do tempo de contato da solução com a superfície do solo, causada pela redução da condutividade hidráulica imposta pelos maiores ní veis de compactação, podem ter favorecido as rea-çôes de troca do AI» da superflcie pelo cálcio do par iônico CaSO4, diminuindo os teores de AI» (Fig. 1) e aumentando os teores de cálcio trocável (Figs. 3 e 4).

A Fig. 4a permite observar que na ausência da calagem não houve efeito da compactação nos teo-res de cálcio nas doses de 0,0 e 0,508 t ha 1 de ges-so. Nas doses maiores verifica-se que os teores de cálcio foram crescentes com a compactação. As equações ajustadas indicam que aumento na dosa-gem de gesso acima desse valor pode ter favoreci-do a formação favoreci-do par lônico, que em solução des-ceu no perfil da coluna.

Segundo Malavolta (1992), teores de cálcio po-dem aumentar em proftindidade em conseqüência de dissolução e dissociação do gesso na superfí-cie, com formação do par iônico, que permanece neutro na solução que está descendo no perfil até encontrar valores mais baixos de pH, quando então inicia-se a troca ou adsorção do S-SO4 e do Ca 2 pelos lons 0W e A131 da superfície das partículas do solo. Esse autor afirma também que a lixiviação de cálcio será tanto mais rápida quanto menor for a adsorção de S-SO4 2 na argila.

Os gráficos da Fig. 4, com suas respectivas equa-ções, indicam que as doses de gesso tiveram efeito crescente e linearmente significativo nos teores de cálcio do solo, tanto na ausência como na presença de calcário, em todos os níveis de compactação es-tudados. Percebe-se por meio dos coeficientes li-neares e dos pontos de interseção que aumentos nos teores de cálcio foram maiores quando calcário era misturado ao gesso (Fig. 4).

Pesq. agropec. bis., Brasilia, v.32, n. 12, p.l 309-1315, dez. 1997

7,0 • Y1,1a9dm* =IOx + 11; r = 0.98' a O Yi, LIX + 12; r= 0.93' 60 Yi, kgm = 2,2x + 1.1: r 0.91* • + 1,0; r= 0,93' - 5 O • Yi.io kg dn 4 1 .7x + 1.8; r 0,98' 4,0 O 0508 1.016 1524 2.032 Gesso (t ha 1) 11,0 •Y1,1okd,,, 1 1,9x+ 2,0; r=0,68' b O YI,25kgdm4 1,7X 3,4; r0,92' 10,0 12 Y1,4okgd=' = 2,lx + 4,0; r = 0,98' 9.0 Yi,s kgdm' = 2,3x + 4,L r = 0.93' Y1,70 kgdr'4 = 2,1x + 4,4; r = 0,98' 8.0 70

E

:° O 0,508 1,018 1.524 2,03 Gesso (t ha-1) 120 Ytio I.dm 0,5x + 4,2; r= 0,76' C O yl5k,fl0.7x+5,6; r=0,88' 11,0 O Yi.*o*.'= 1,3x+ 6,2; r 091* 100 • Yt,u kg 0,7x + 5,9; r = 0,89'. • Yj,o kd= 1,3x + 5,5; r = 0,82' o 8,0 7.0 . o 6.0 i 0 0,508 1.016 1,524 2,032 Gesso (t ha 1 )

FIG. 4. Teores de cálcio do solo, no anel central da

coluna, para cada densidade estudada (y)

dentro das doses de calcário 0,0 t ha-1 (a) 2,031 t ha (b) e 4,062 t ha 1 (c) em funço

(7)

EFEITO DE CALCÁRIO E GESSO NOS TEORES DE CÁLCIO 1315 CONCLUSÕES

1. A compactação do solo e a aplicação de

ges-so favorecem o aumento dos teores de cálcio e

re-dução do aluminio na camada compactada.

2. A existéncia de interação significativa entre

nfveis de compactação, calagem e gessagem do solo indica que essas trés variáveis devem ser conside-radas na aplicação da mistura calcário e gesso.

REFERÊNCIAS

ALVARENGA, R.C.; COSTA, L.M.; MOURA FiLHO,

W.; REGAZZI, A.J. Crescimento de raízes dc

leguminosas em camadas de solo compactadas

artifi-cialmente. Revista Brasileira de Ciência do solo,

Campinas, v.20, p.3 19-326, 1996.

ALVES, H.M.R. Alteraçôes de características

quími-cas em profundidade pela aplicação superficial de calcário e gesso em Latossolo Vermelho--Amarelo Cámbico distrófico textura média fase cerrado. Lavras: ESAL, 1984. 84p. Tese de

Mestra-do.

BORGES, E.N. Resposta da soja e do eucalipto a

ca-madas compactadas de solo. Viçosa: UFV, 1986.

74p. Tese dc Mestrado.

BRUCE, R.R. An instrument for the determination ofsoil compactibtity. Soil Science Society of America.

Proceedings. Madison, v.19, p.253-256, 1955. COSTA, M.P. Efeito da matéria orgánica em alguns

atributos do solo. Piracicaba: ESALQ-USP, 1983.

1 37p. Tese de Mestrado.

EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Con-servação de Solos. (Rio de Janeiro, Ri). Manual de

métodos de análise de solo. Rio de Janeiro, 1979.

Paginação irregular.

GAVANDE, S.A. Física de suelos: princípios y aplicaciones. México: Editorial Limusa-Wiley S.A., I972.3l5p.

LOBATO, E.; RITCHEY, K.D. Manejo do solo visando melhorar o aproveitamento da água. In: SIMPÓSIO SOBRE O CERRADO, 5., 1979, Brasília. Anais... Brasi lia: Ed. Diterra, 1980. p.643-67 1.

LOPES, A.S. Solos sob 'cerrado": características, pro-priedade e manejo. Piracicaba: Instituto da Potassa & Fosfato -instituto Internacional da Potassa, 1983.

162p.

MALA VOLTA, E. O gesso agrícola no ambiente e na nu-triAo da planta - perguntas e respostas. In: SEMI-NARIO SOBRE O USO DO GESSO NA AGRI-CULTURA, 2., 1992, Uberaba. Anais... São Paulo:

Ed. Nagy, 1992. p. 41-66.

PAVAN. M.A.; BINGHAM, F,T.; PRATT, P.F. Redistribution ofexchangealle calcium, magnesium and aluminium following lime or gypsum application to a Brazilian oxisol. Soil Science Society

of America. .Journal, Madison, v.48, p.33-38,

1984.

SOPRANO, E. Movimentação de íons e crescimento de café em função da aplicação de sais de cálcio em colunas de solo. Viçosa: UFV, 1986. 92p. Tese de Mestrado.

SUMNER, M.E. Uso atual do gesso no mundo em solo ácidos. in: SEMINARIO SOBRE OUSO DO GES-SO NA AGRICULTURA, 2., 1992. Uberaba.

Anais... São Paulo: Ed. Nagy, 1992. p.7-40.

TRANI, P.E.; BULIZANI, E.A.; DRAGA, N.R. Aduba-ção verde, Campinas: CATI, 1989. 13p. (Boletim téc-nico, 197).

ZONTA, E.P.; MACHADO, A.A.; SELVIERIA JUNIOR,

P. Sistema de análise estatística para microcom-putadores - SANEST. Pelotas: UFPeI, 1984. 8Op.

Referências

Documentos relacionados

22 – – Optomux, Modbus RTU, Profibus, que são Optomux, Modbus RTU, Profibus, que são padrões industriais para aplicações de controle e padrões industriais para aplicações

Diferentemente do observado para outros fatores, cujos padrões de expressões mantiveram-se idênticos ao longo das curvas de crescimento nas formas sanguíneas e procíclicas, a

Para o indicador de centralização do pagamento da contribuição sindical, na geração do arquivo RAIS, o sistema grava o conteúdo fixo “Não”.. Entretanto, para alterar

Como referido anteriormente, com o trabalho realizado, pretendia-se desenvolver um framework que incluía diferentes ferramentas, VSM, BPMN e SIPOC, de modo a complementar a

Doses de N orgânico aplicadas e N potencialmente mineralizável (N o ), em 105 dias de incubação aeróbia e em sete dias de incubação anaeróbia, com ajuste dos dados ao modelo linear

Luiz Corsino Freire - Co... ool car rier is a tool fr ar

Desta forma, depois de publicados, os relatórios e conjuntos de dados integrados podem ser acedidos, visualizados e partilhados através das plataformas do Serviço do Power BI e

A dispensa de MSRM é um procedimento que requer rigor e cautela, visto que, um erro a este nível poderá por em risco a saúde do utente e também trazer