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A CARTOGRAFIA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO COTIDIANO DOS EDUCANDOS

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Academic year: 2021

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A CARTOGRAFIA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO COTIDIANO DOS EDUCANDOS

Ingrid Karen Bomfim Costa ¹

ikbc@hotmail.com

Camilla Aryana da Silva Monte ²

camillamonte15@gmail.com

Manuella Vieira Barbosa Neto ³

manuellaneto@recife.ifpe.edu.br

Jânio Almeida Martins

Janioalmeidapm@gmail.com

RESUMO

A Geografia ministrada em sala de aula ainda se encontra impregnada, em alguns espaços, de um legado do ensino tradicional que se baseia na memorização e reprodução de dados, o que não permite o desenvolvimento de um sujeito crítico e ativo. No entanto, com o fluir do anos a Geografia sofreu mudanças e sua compreensão passou a se dar através da reflexão das relações estabelecidas na sociedade e desta com a natureza. Em observação de aulas de Geografia em escolas e séries distintas no município de Camaragibe/PE, foi perceptível o desinteresse dos estudantes pelos conhecimentos que naquele momento estavam sendo ministrados devido ao “achismo” dos discentes de que não precisariam dos conteúdos no seu cotidiano. Essa problemática anteriormente vivenciada aguçou a necessidade de compreender o ensino da cartografia nas escolas estaduais públicas desse município, pois o conhecimento cartográfico é basilar ao desenvolvimento do sujeito ativo. Na realização desta analise foi utilizado o método indutivo, já que essas escolas estão regidas pelo mesmo parametro curricular e sob a mesma rede de ensino. Foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o ensino da cartografia e os principais recursos tecnológicos disponíveis aos estudantes. E foram aplicados questionários a alunos do ensino médio de instituições selecionadas. A partir dos dados levantados, percebeu-se que, de modo geral, os conteúdos cartográficos não estão sendo assimilados pelos estudantes e que o avanço das tecnologias

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contemporâneas pode auxiliar no uso da cartografia escolar como facilitador do cotidiano dos educandos.

Palavras-chave: Aprendizagem cartográfica; ensino; tecnologias.

INTRODUÇÃO

A ciência cartográfica está sempre presente no cotidiano das pessoas, seja de forma consciente ou de forma indireta. Sabido que o objeto de estudo da geografia é o espaço geográfico – entendido aqui como espaço produzido e organizado pela sociedade, a Geografia se caracteriza como uma ciência natural e social ao mesmo tempo – e que a cartografia é de extrema importância para se ter a dimensão e a visualização do espaço geográfico em que se está inserido como aponta Bitar e Souza (2009), tornando necessário seu ensino de forma a estimular e construir um conhecimento teórico e prático aos discentes do ensino básico.

A cartografia aplicada atualmente nas salas de aula vem se tornando o centro de discursos acadêmicos e escolares de forma generalizada, no entanto ainda não se estruturou como conteúdo prioritário no ensino da geografia nas escolas de ensino básico e vem sendo ministrada de forma pouco aprofundada devido a sua importância.

O presente artigo tem como objetivo um breve entendimento da necessidade do ensino cartográfico escolar, assim como do uso de ferramentas tecnológicas associadas ao conhecimento teórico explanado em sala de aula como instrumento essencial a vida dos educandos.

UM BREVE ENTENDIMENTO DO DESENVOLVIMENTO CARTOGRÁFICO

A cartografia é entendida como "O conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização", segundo a Associação Cartográfica Internacional - ACI (1966).

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O mapa – “representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma Figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos”, segundo o IBGE - sempre esteve ligado à arte de representar o espaço, sendo assim, é estimado que o seu surgimento seja mais antigo que o achado de documentos antigos escritos, mesmo sem fazer uso do domínio das técnicas de mapeamento que atualmente conhecemos.

Desde a pré-história o homem já registrava sua passagem pelos lugares e delimitava seus territórios. Daí, então, o mapa surge como uma linguagem de expressão de grande importância para a vida do ser humano.

Ramos (2003) afirma que a cartografia atual estruturou-se em grandes estudos desenvolvidos por gregos na antiguidade tais como a esfericidade da Terra, as projeções gráficas, os sistemas de coordenadas, as linhas de referenciais geográficos, as zonas climáticas, a circunferência da Terra e ao desenvolvimento da matemática. Nesse contexto é de grande valia a obra de Cláudio Ptolomeu, Tratado de geografia, onde inicia a da construção do saber cartográfico.

De acordo com Ramos (2003) cartografia durante toda a sua história sofreu uma variedade de mudanças e acréscimos na sua concepção inicial e ao longo do tempo foi surgindo novas teses e contribuições como a de Gehard Mercator, no século XVI, com o aperfeiçoamento do sistema de projeção. No entanto, a partir do século XIII, com as expedições marinhas que, buscavam rotas para o comércio, os mapas adquirem maior objetividade e importância estratégica para empresas, frota comercial e para as coroas européias fazendo com que a cartografia se tornar-se um saber fundamental e indispensável.

Segundo Ramos (2003), durante os séculos XVIII e XIX os estados iniciaram o mapeamento dos seus territórios e maior acessibilidade aos mapas a população interessada devido à grande produção. Nesse período houve grandes avanços tecnológicos que vieram com a Revolução Industrial e contribuíram com o desenvolvimento da cartografia.

Atualmente, com o grande avanço tecnológico que vem ocorrendo principalmente desde o século XIX, a cartografia tem expandido as possibilidades para o seu uso e compreensão. Hoje são utilizadas fotos áreas e de satélites para a realização

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de mapas e cartas que cada vez mais são utilizados eletronicamente, descartando a necessidade de impressão e tornando-os o conhecimento cartográfico dinâmico e didático.

A CARTOGRAFIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR

Segundo Bitar e Sousa (2009), “a Cartografia corresponde à arte, o método e a técnica de representar a superfície terrestre e seus fenômenos”. A arte corresponde à representação estética, ou seja, as cores usadas e o traçado em si; o método sugere uma possibilidade de análise geográfica, interpretação e reflexão das informações cartografadas; e a técnica diz respeito à precisão do traçado e das informações contidas no mapa.

Nos dias atuais a cartografia é usada no planejamento urbano de bairros e cidades, planejamento agrícola, monitoramento ambiental de queimadas e desmatamento, deslocamento de lugar, orientações e etc., ou seja, está sempre presente no cotidiano das pessoas, mesmo que de forma indireta fazendo-se assim necessário um breve entendimento geral de seu uso.

O entendimento da cartografia ou alfabetização cartográfica pode ser obtido em salas de aula impulsionado por um educador, tanto no ensino superior como também no ensino básico, ambos atrelados ao ensino da geografia. Nesses possíveis processos de construção do conhecimento, a cartografia se torna um instrumento imprescindível para os discentes onde os mesmos podem aprender a localizar-se no espaço geográfico e, se necessário, representá-los quer seja pelo mapa ou por outros tipos de representações cartográficas.

Com a necessidade de fazer com que o aluno compreenda o seu cotidiano e estude o ambiente em que vive, construindo concomitantemente uma reflexão sobre ele, a partir da década de 70 com a geografia crítica, a cartografia tornou-se importante na educação geográfica e foi adotada como um ramo da geografia escolar, pois permite o entendimento territorial organizado e delimitado pelas sociedades, introduzindo nele fenômenos naturais e culturais. Dessa forma, por ter especificidades do objeto de estudo da geografia, a cartografia estabelece sua relação com a geográfica.

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Com essa visão crítica-reflexiva herdada desde os anos 70 da geografia é que a cartografia enfrenta seu grande desafio nas salas de aula, pois os alunos estão ou deveriam estar aprendendo a desenvolver uma consciência critica e não somente uma reprodução teórica e professor, nesse sentido, aparece com a função de estimular as habilidades e sensibilidade dos educandos no despertar das percepções para o trabalho dos conceitos cartográficos como afirma Cassab (2009).

De modo geral, a cartografia aplicada nas salas de aula, ao mesmo tempo em que é um ramo da geografia, se torna recurso fundamental para a compreensão do espaço geográfico e sua respectiva visualização. Desta forma o docente dispõe de vários meios dinâmicos de estimular o interesse pela cartografia e transmitir o conteúdo teórico em suas aulas e os discentes possui um grande recurso a sua disposição para entender com clareza o espaço onde ele está inserido. Como ABREU (2006, p. 107) apud Aragão e Lima (2010) cita:

É importante que os alunos vivenciem situações nas quais comparem informações representadas em diferentes tipos de mapas e estabeleçam relações entre fenômenos variados. Um exemplo disso é a comparação entre as informações contidas em um mapa que trate das formas de relevo de uma determinada região e outro que informe sobre a distribuição da população que aí vive. Nesse caso, o professor pode incentivar os alunos a estabelecerem relações e formularem explicações sobre o assunto.

Como foi compreendido, cabe ao professor não só excitar os alunos em comparar as diferentes interpretações que os mapas trazem consigo, no entanto, estimular a curiosidade deles para que os educandos busquem meios tecnológicos para a compreensão cartográfica e sua inserção de forma direta no seu cotidiano.

Atualmente, são inúmeros os recursos tecnológicos que a cartografia possui como aero fotos, imagens, sistemas de posicionamento por satélites, programas de orientação em celulares e computadores, que além de disponibilizar informações coletadas possui um fácil acesso a quem se interessar.

O DESENVOLVIMENTO E O USO DE ALGUMAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA.

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Segundo Cavalcanti (2012), o mundo de hoje é um mundo de grandes avanços tecnológicos, sobretudo nas áreas das chamadas tecnologias da comunicação e informação – as TICs - e o aluno é um sujeito permanentemente estimulado, ou não, pelos artefatos tecnológicos.

A sociedade atual tem por característica a inserção e uso de aparatos tecnológicos em todas as áreas, nessa parte de nossa pesquisa o objetivo é mostrar que algumas dessas ferramentas tecnológicas podem ser úteis no ensino da cartografia.

A cartografia no Brasil começou a evoluir a partir do lançamento dos satélites LANDSAT (Land Remote Sensing Satellite) na segunda metade da década de 60, de fabricação norte- americana, como afirma Santos (2010) e o principal objetivo dos satélites Landsat foi o mapeamento em alta resolução da superfície da Terra, tendo suas principais aplicações no monitoramento vegetal, queimadas, inundações, desmatamentos, dinâmica de urbanização, cartografia e atualizações de mapas etc.

Com as imagens dos satélites foi possível à produção de mapas mais precisos, e a atualização da cartografia existente. Esses avanços influenciaram na melhoria do ensino da cartografia, tendo em vista que a cartografia é a ciência que representa graficamente a superfície da Terra gerando como produto o mapa, fazendo com que a compreensão do espaço vivenciado fosse entendida de forma mais clara e precisa pelos professores e estudantes que tiveram mais acesso a informações e dados atualizados.

Sabe-se que em pleno século XXI, é de grande variedade os meios de ensino-aprendizagem disponíveis e na cartografia não são diferentes. Os educadores podem contar com auxílios para ministrar suas aulas e estimular os educandos a usar os utensílios que a tecnologia dispõe – como mapas, celulares, internet, computadores... - para o aprimoramento do conhecimento e para o seu respectivo uso diariamente, fazendo uma ponte clarividente entre o recurso e a cartografia ensinada.

O processo de aprendizagem mediado por um educador está no cerne de toda a questão que envolve o desenvolvimento da inteligência.

“O mais importante é a figura do mediador, aquele que intervirá, que induzirá a análise, a dedução e a percepção. O educador é peça-chave. Ele transmitirá valores, motivações e estratégias. Ajudará a interpretar a vida. Nós, educadores, estamos mais em jogo do que as crianças e os jovens. Se não formos capazes de ensinar, será impossível aprender”. (Feuerstein, 1994)

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Lima (2012) apresenta o Google Earth como um programa feito para computadores cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de imagens de satélites, imagens aéreas (fotografadas de aeronaves) e GIS 3D (sistema de informações geográficas). Desta forma, o programa pode ser usado simplesmente como um gerador de mapas bidimensionais e imagens de satélite ou como um simulador das diversas paisagens presentes no planeta Terra. Na sala de aula, o Google Earth, pode ser aplicado como método dinâmico para o ensino tornando as aulas mais interessantes e menos expositivas.

O Google Earth pode ter diversas aplicações no ensino da cartografia, Giordani, Audino e Cassol (2006), citam algumas aplicabilidades dessa ferramenta em sala de aula com o uso do computador, vejamos: Observar a Terra em três dimensões, selecionar um lugar especifico aproximar deste a atmosfera em diferentes alturas, menor a altura maior os detalhes, observar cidades de distintos países, ir de um país a outro, de um continente a outro, cruzar oceanos, desertos e selvas, ver em perspectiva a visualização dos territórios, visualizar meridianos, paralelos e trópicos, conhecer as coordenadas de qualquer ponto da Terra e medir distâncias.

Percebe-se que uso desse programa abre um leque muito grande com relação ao ensino da cartografia, se o professor usá-la de forma adequada pode trazer para o aluno a oportunidade de desenvolver seu conhecimento em cartografia de forma prática somente com o uso do computador na sala de aula e levar esse conhecimento para o uso no seu cotidiano, por exemplo, medir a distância de sua residência até sua escola, traçar a rota de uma determinada viagem que irá fazer com o objetivo de encontrar o menor percurso, descobrir os limites fronteiriços do seu município ou bairro, ver variadas escalas o território, etc.

Outro aparato bastante comum entre os estudantes é o GPS. Este é formado por três segmentos: o espacial, de controle e utilizador. O espacial é composto por 24 satélites distribuídos em seis planos orbitais. O segmento de controle é responsável pelo monitoramento das órbitas dos satélites.

O GPS é um programa que foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos com objetivo de ser o principal sistema de navegação das forças armadas norte- americana. No entanto, esse sistema de navegação/localização pode contribuir para o ensino/aprendizagem da cartografia escolar, pois o GPS pode fornecer

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informações como a latitude, longitude, altitude, fornecer a posição exata em qualquer ponto do globo terrestre através das coordenadas geográficas, como também a medição de áreas, dentre outros. Já o Google Maps, por exemplo, é uma ferramenta que torna possível a visualização e a pesquisa de mapas e imagens da Terra, disponibilizado na internet de forma gratuita.

Para o melhor entendimento da cartografia e a sua linguagem, mesmo com auxilio de tecnologias e programas, se faz necessário que o estudante tenha começado a ter as primeiras noções de cartografia no ensino fundamental (de primeira à quarta série) e terem tido ações que incentivassem o desenho e a criação de símbolos, para que eles possam cada vez mais rápido ir se familiarizando e entender o que os símbolos estão demonstrando, para assim, quando for nas séries futuras poder entender e aprofundar no assunto com uma maior propriedade

Assumindo a idéia de Almeida (2011), para que o aluno consiga absorver o que é lhe proposto no ensino da cartografia, se faz necessário que o professor consiga passar para este os fundamentos de uma discussão cartográfica e mostrar que esta não irá servir para o aluno como somente uma forma de orientação, mas também como forma de conhecimento e entendimento de uma determinada região.

Compreende-se assim, que com o adequado ensino da cartografia e um estimulo na busca de como usá-la no mundo contemporâneo, além de um conhecimento essencial para a vida escolar, os estudantes podem mudar a realidade em que vivem. Compreende-se assim de modo sintético que existe muitas tecnologias que podem ser associadas à cartografia e contribuir para a formação intelectual e social das pessoas.

MATERIAL E MÉTODOS

Na realização desta pesquisa foi utilizado o método dedutivo e criado um questionário com cinco perguntas que tem como intuito demonstrar se o conhecimento adquirido em sala de aula está sendo utilizado fora da escola através de meios tecnológicos e se os estudantes possuem a curiosidade de conhecer um pouco mais do assunto.

Pensando no conhecimento cartográfico em que os estudantes da Escola 1 e da Escola 2, localizadas na cidade de Camaragibe/PE, estão adquirindo e utilizando na sua

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vida cotidiana. Tal questionário foi aplicado em duas turmas do 1° ano na Escola 1 do ensino médio e em uma turma do 3° ano do ensino médio na Escola 2, totalizando assim, 71 alunos entrevistados.

A entrevista com os discentes consistia em 5 perguntas fechadas (1º- Você considera importante o ensino da cartografia na sala de aula?, 2º- Você sabe usar os meios cartográficos para se orientar no espaço?, 3º- Você sabe usar meios tecnológicos de orientação?, 4º Você usa algum meio de orientação para chegar na sua escola?, Você tem interesse em aprender a usar a cartografia através da tecnologia?)

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir das questões levantadas com o auxílio do questionário citado anteriormente pode-se verificar que nas turmas de 1º ano do ensino médios, 92,3% dos alunos consideraram relevante o conhecimento cartográfico na escola, 57,7% não sabiam utilizar os meios de orientação (rosa dos ventos, pontos cardeais, constelações), em contra partida, 84,6% responderam que utilizam tecnologias cartográficas, como o Google Maps, quando precisam se orientar. 52% Não recorrem a meio de orientação pra chegar à escola e 25% não possuem vontade de aprender mais sobre a cartografia através das tecnologias.

Na turma do 3º ano do ensino médio os dados estatísticos foram mais animadores, pois 94,7% consideram a cartografia importante no contexto escolar; 36,8% dos alunos afirmam não saber utilizar orientações cartográficas, mas 68,4% possuem a predisposição para aprender mais sobre a cartografia. Do total de 19 estudantes dessa respectiva turma 78,9% usam a tecnologia associada à cartografia no seu cotidiano. Sendo assim, estabelece os seguintes dados que indicam que a tecnologia pode auxiliar no uso da cartografia escolar no dia-a-dia dos discentes fora do ambiente escolar como mostra a Figura 1.

Com isso, podemos entender que mesmo os estudantes não tendo o conhecimento básico de orientação que deveriam ter aprendido, sabem a função da cartografia, e mesmo usando de forma ofuscada e sem associar com o respectivo saber, utilizam tecnologias em sua vida social que são voltadas a ciência cartográfica.

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Devido ao acesso dos discentes, quase que unânime, a celulares, tablet e computadores pelos jovens atualmente, surge uma sugestão para o ensino e aprendizagem da cartografia: o uso de tecnologias cartográficas nas salas de aula. Pois além de facilitar a construção do saber da cartografia, auxilia os estudantes e também cidadãos em atividades corriqueiras da sua vida.

CONCLUSÃO

A cartografia é de extrema importância para a geografia, pois consegue abranger não somente o entendimento do mapa como forma de localização em si, sobre uma determinada região, mas também pode qualificar aquela área, ou seja, um material (mapa) que poderia ser utilizado somente para fins quantitativos, poderá ser utilizado como forma de qualificar e estabelecer as relações e mudanças de uma determinada região.

A cartografia pode ser utilizada até como uma metodologia de ensino da disciplina geográfica, usando a linguagem cartográfica, compreendendo o espaço não somente na sala de aula, mas, também fora dela. No entanto, entendemos que se o ensino da cartografia fosse mais dinâmico com o uso de tecnologias e próximo da realidade dos estudantes, a aprendizagem seria mais significativa e os alunos relacionariam os conteúdos com suas próprias ações permitindo se tornarem reflexivo e crítico.

O objetivo desse trabalho de campo não é de trazer conclusões fechadas a respeito da educação cartográfica e sim uma pequena contribuição da real situação dos estudantes do município de Camaragibe.

Concluímos que em Camaragibe, os estudantes não conseguem ter o domínio da cartografia para a série em que se encontram e se faz necessário a mudança da metodologia de ensino empregada pelos professores para que os alunos consigam assimilar tudo que lhe é transmitido e usar posteriormente.

Desse modo, há que se destacar sua potencialidade para levar o aluno a perceber, por exemplo, a geografia no seu cotidiano, para fazer a ponte entre seu conhecimento diário e o científico, para problematizar o conteúdo escolar e se basear em outras linguagens e de outras formas de expressão.

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REFERÊNCIAS

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ARAGÃO, Wellington Alves; LIMA, Jean Carlos Ferreira de. Cartografia escolar: experiências no ensino fundamental II e no ensino médio. Porto Alegre, ENG 2010. BITAR, Juliana Carla Muterlle; SOUSA, Cícero Luís. A geografia e o uso da linguagem cartográfica na educação básica. Paraná, EDUCERE 2009.

CAVALCANTI, Lana de Souza. O ensino de Geografia na escola. Campinas, SP. Papirus, 2012.

CASSAB, Clarice. Reflexões sobre o ensino de geografia. Geografia: Ensino & Pesquisa, Santa Maria, v.13 n.1, p.43-50, 2009.

GIORDANI, Ana Claúdia Carvalho, AUDINO, Daniel Fagundes, CASSOL, Roberto. Inserção do Google Earth no Ensino de Geografia. UNIFRA, 2006.

IBGE, História da cartografia. Disponível

em: http:/atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia . Acesso em: 30/07/2014.

FEUERSTEIN, R., (1994) Inteligência se aprende. Revista Istoé, n° 1297, p 5-7, 10 Ago. Entrevista concedida a Gisele Vitória.

LEITE, Maria Adeni Clementino et al. A cartografia como recurso nas práticas de ensino em geografia. [201-]

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SOUZA, Deuzimar da Conceição; RIOS, Ricardo Bahia. Ensino e aprendizagem da cartografia no ensino fundamental: dilemas entre a teoria e a prática. Porto Alegre, ENPEG 2009.

ANEXOS

Figura 1: Gráfico representativo do posicionamento de todos os 71 discentes na aplicação do questionário. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Importância do ensino cartográfico Uso da cartografia escolar Uso de tecnologias cartográficas Uso da cartografia no deslocamento até a escola Interesse em aprender mais sobre a cartografia SIM NÃO

Formatado: Sem sublinhado, Cor da

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