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DEBATE SOBRE O RELATÓRIO ANUAL DE 2005 REALIZADO NO PARLAMENTO EUROPEU

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ECA/06/34

ESTRASBURGO, 14 DE NOVEMBRO DE 2006

DISCURSO PROFERIDO POR HUBERT WEBER,

PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU,

DEBATE SOBRE O RELATÓRIO ANUAL DE 2005

REALIZADO NO PARLAMENTO EUROPEU

Em caso de eventuais diferenças, faz fé o texto proferido.

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Exmº Senhor Presidente, Exmºs Senhores Deputados, Exmº Sr. Vice-Presidente Kallas, Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Tenho a honra de participar no vosso debate sobre o 29º Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2005 na sessão plenária do Parlamento Europeu. Já apresentei o relatório à Comissão de Controlo Orçamental, em Estrasburgo, em 23 de Outubro de 2006 e ao Conselho ECOFIN, em 7 de Novembro, em Bruxelas.

Cada relatório anual do Tribunal constitui o culminar de um trabalho de auditoria complexo e

pormenorizado efectuado no local pelos seus auditores durante os 12 meses precedentes a todos os

níveis de administração dos fundos comunitários. De acordo com os princípios expressos na normas internacionais de auditoria e como foi confirmado por peritos externos, as provas de auditoria do Tribunal baseiam-se num exame pormenorizado de amostras de operações de cada domínio orçamental. São corroboradas por avaliações do funcionamento dos sistemas de controlo interno que cobrem as despesas. Apenas os erros formais graves e os erros com impacto financeiro - como as sobredeclarações, os beneficiários e as despesas inelegíveis - servem de base à declaração de fiabilidade do Tribunal.

De acordo com o mandato que lhe é conferido pelo Tratado, o Tribunal, desde a sua criação, tem a obrigação de realizar auditorias do desempenho, cujos resultados são publicados em relatórios especiais. Além disso, as avaliações dos sistemas de controlo interno, que o Tribunal tem de efectuar no âmbito da declaração de fiabilidade anual, constituem uma base importante para as referidas auditorias do desempenho.

Permitam-me, agora, abordar as principais constatações de auditoria do Tribunal relativas a 2005: Fiabilidade das contas

No que diz respeito aos domínios em que se registaram melhorias significativas, o Tribunal reconhece que a Comissão foi bem sucedida na gestão e execução da passagem da contabilidade de caixa para a contabilidade de exercício. O Tribunal conclui que as contas consolidadas de 2005 do orçamento geral da UE, num montante de 105 000 milhões de euros são fiáveis, mas emite reservas a esta opinião, devido à sobredeclaração dos activos líquidos e a uma aplicação incoerente dos procedimentos de especialização dos exercícios.

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Uma outra mensagem positiva diz respeito ao funcionamento eficaz do Sistema Integrado de Gestão

e de Controlo – SIGC - que cobre 56% das despesas no âmbito da Política Agrícola Comum. Tal

como em 2004, o Tribunal confirma que, quando aplicado devidamente, o SIGC conseguiu limitar as despesas agrícolas irregulares. Na prática, isso sucedeu na UE15, com excepção da Grécia. Nos novos Estados-Membros a execução do SIGC registou progressos significativos, embora o sistema não seja ainda plenamente eficaz.

Como as provas de auditoria detalhadas do Tribunal revelam, os restantes pagamentos do orçamento, que em termos de valor, representam a maior parte do orçamento da UE continuam a

caracterizados por níveis significativos de erros de legalidade e regularidade nas operações subjacentes.

Por outras palavras, o Tribunal emite novamente uma opinião com reservas, especificamente nos domínios

• da agricultura - no seu conjunto, • das acções estruturais,

• das políticas internas, • das acções externas,

devido ao elevado nível de irregularidades constatadas, que incluem: sobredeclarações e dupla imputação de despesas; beneficiários e/ou projectos inelegíveis; encargos não incorridos e incumprimento das regras de adjudicação de contratos públicos.

Controlos internos inadequados

Estas irregularidades ocorrem devido a insuficiências dos actuais controlos internos das despesas

da UE. Nos termos do Tratado CE é da responsabilidade da Comissão garantir que, na prática, os

sistemas de controlo interno existem e funcionam eficazmente a todos os níveis da administração da UE.

Além de ter encontrado provas da realização inadequada de controlos dos pagamentos no âmbito da

gestão partilhada – despesas agrícolas e acções estruturais - o Tribunal constatou igualmente que a Comissão não deu o exemplo na área das despesas geridas directamente pela UE – políticas

internas e acções externas. Assim, por exemplo, no domínio da investigação, os controlos efectuados pela Comissão dos pedidos de pagamento de despesas sofreram uma redução considerável em 2005, apesar dos constantes níveis significativos de erros e do risco inerente a este tipo de despesas.

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Correcções plurianuais

A Comissão afirma que os erros detectados e referidos pelo Tribunal não são importantes, pois os vários mecanismos de correcção plurianuais detectam e corrigem os erros e as irregularidades quando os programas são encerrados.

Os trabalhos do Tribunal demonstram que, na prática, essas correcções são insuficientes e não afectam os beneficiários finais em todos os domínios. Além disso, verificam-se muitas insuficiências nos procedimentos de recuperação. Por exemplo, nos domínios de gestão partilhada com os

Estados-Membros

• no caso das despesas agrícolas, os procedimentos de apuramento financeiro estão muito atrasados – o último exercício totalmente apurado é 1998 - e as decisões de conformidade aplicam multas apenas às autoridades dos Estados-Membros relativamente às insuficiências dos sistemas. Tendo em conta que, na maioria dos casos, os montantes pagos em excesso aos beneficiários finais não são recuperados, os encargos são suportados pelos contribuintes nacionais e não pelos beneficiários finais que fazem as sobredeclarações.

• no caso das acções estruturais, os encerramentos dos programas do período 1994-1999 ainda não estão terminados e o Tribunal constata que alguns dos que já foram concluídos continuam a apresentar níveis significativos de erros. Além disso, a Comissão encerrou determinados programas sem efectuar correcções financeiras, apesar de existirem reservas significativas acerca da certificação das despesas, o que constitui uma indicação clara de que os erros constantes dos pedidos intermédios podem não ser corrigidos na prática.

Gostaria de salientar que, obviamente, o Tribunal se congratula com as recuperações efectuadas em benefício do orçamento da UE. No entanto, é de notar que as correcções financeiras forfetárias dizem respeito às insuficiências que afectam os sistemas de controlo dos Estados-Membros e, por conseguinte, não dão origem, em geral, à rectificação dos erros de legalidade e regularidade das operações subjacentes ao nível dos beneficiários finais.

Sequência lógica de controlos na UE

Na opinião do Tribunal, estas insuficiências deverão ser resolvidas através das seguintes medidas: Deverá existir uma sequência lógica de controlos internos eficazes, baseados em regras claras e

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A UE necessita de controlos eficientes e fiáveis

A União Europeia enfrenta desafios renovados, como o regime de pagamento único por superfície, a conclusão e encerramento dos actuais programas de despesas dos Fundos Estruturais e o início dos programas do período 2007-2013, bem como as adesões iminentes de dois novos Estados-Membros. Permitam-me concluir definindo de que forma a gestão financeira da UE deverá abordar estes desafios:

A Comissão terá de garantir, em conjunto com as administrações dos Estados-Membros,

• sistemas de controlo interno eficientes e fiáveis a todos os níveis da administração da UE; • que, por sua vez, incluam controlos suficientes realizados, transmitidos e acompanhados de

forma adequada e transparente;

• e que estes sistemas sejam baseados em regras simplificadas para regulamentar as despesas da UE.

Devemos todos aspirar a uma União Europeia que exerça um controlo eficaz do seu orçamento, em benefício de todos os seus cidadãos.

Referências

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