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Territórios da assistência social e as diversidades de presença urbana de povos indígenas

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Academic year: 2021

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Territories of social assistance and diversities of urban

presence of indigenous peoples

Territórios da assistência social e as diversidades de presença urbana de povos indígenas

Territorios de la asistencia social y las diversidades de presencia urbana de pueblos indígenas

ABSTRACT

Objective: This article highlights the different forms of presence and ethnic diversity in the

urban territory of Campo Grande, studying the territory of CRAS Vida Nova in Campo Grande, MS. Methodology: It is a qualitative documentary study carried Social Work. The data were organized into forms of presence and ethnic diversity. Results: indicated that there are Urban Villages, Camp, Indigenous Community in housing, clusters families in neighborhoods, families in housing complexes and indigenous living in mixed or non-indigenous families. Ethnic diversity is constituted by Guarani, Kaiowa, Kadiweu, Guató and Terena, the last one being the people with the greater presence. Final Considerations: show that the indigenous presence in urban areas has always existed and that social assistance policy and Social Work still need to approach, in a different way, the reality and knowledge of the people.

RESUMO

Objetivo: Evidenciar as diferentes formas de presença e a diversidade étnica no território

urbano de Campo Grande, estudando o território do CRAS Vida Nova em Campo Grande, MS.

Metodologia: É um estudo qualitativo documental realizado no Serviço Social. Os dados

foram organizados em formas de presença e diversidade étnica. Resultados: Os resultados indicaram que há Aldeia Urbana, Acampamento, Comunidade Indígena em conjunto habitacional, agrupamentos familiares em bairros, famílias em conjuntos habitacionais e indígenas vivendo em famílias mistas ou não indígenas. A diversidade étnica é constituída por Guarani, Kaiowa, Kadiweu, Guató e Terena, sendo, esse último, o povo com maior presença. Conclusão: As considerações finais registram que a presença indígena em territórios urbanos sempre existiu e que a política de assistência social e o Serviço Social ainda necessitam aproximar-se, com alteridade, da realidade e dos conhecimentos dos povos.

RESUMEN

Objetivo: Este artículo evidencia las diferentes formas de presencia y la diversidad étnica

en el territorio urbano de Campo Grande, estudiando el territorio del CRAS Vida Nova en Campo Grande, MS. Metodología: Es un estudio cualitativo documental realizado en el Trabajo Social. Los datos se organizaron en formas de presencia y diversidad étnica.

Resultados: indicaron que hay Aldea Urbana, Campamento, Comunidad Indígena en

conjunto habitacional, agrupamientos familiares en barrios, familias en conjuntos habitacionales e indígenas viviendo en familias mixtas o no indígenas. Resultados: La diversidad étnica está constituida por Guaraní, Kaiowa, Kadiweu, Guató y Terena, siendo este último el pueblo con más personas. Consideraciones Finales: Registran que la presencia indígena en territorios urbanos siempre existió y que la política de asistencia social y el Trabajo Social todavía necesitan aproximarse, con alteridad, de la realidad y de los conocimientos de los pueblos.

Norivalson da Silva Vieira¹

Estela Márcia Rondina Scandola²

¹Terena graduado em Serviço Social, participante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Povos Indígenas (NEPPI) da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. E-mail:

norivalsonvieira@yahoo.com.br.

²Doutora em Serviço Social pelo Instituto Universitário de Lisboa / Universidade Federal de Pernambuco. Escola de Saúde Pública, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil E-mail: estelascandola@yahoo.com.br

Descriptors Social Assistence. Urban Indigenous.

Social Work. Descritores Assistência Social. Indígenas Urbanos. Serviço Social.

Descriptores Asistencia Social, Indígenas

Urbanos, Trabajo Social.

Sources of funding: No Conflict of interest: No

Date of first submission: 2018-02-28 Accepted: 2018-03-15

Publishing: 2018-03-20

Corresponding Address Norivalson da Silva Vieira R. Nazaré, 414

Bairro Jardim Noroeste CEP 79045-271 - Campo Grande (MS), Brasil

Mobile Phone: (67) 99229083 E-mail:

norivalsonvieira@yahoo.com.br. NEPPI∕UCDB. Campo Grande (MS).

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No final do século XVI, nas Américas, não se sabe ao certo quantas nações viviam, mas na época da ocupação europeia, certamente eram mais de três mil nações vivendo nas regiões que hoje se chama Brasil e a população era entre três milhões e meio a cinco milhões de habitantes (PREZIA e HOORNAERT, 2000).

Atualmente, segundo o IBGE, no censo de 2010, as pessoas que se autodeclararam indígenas somam menos de 820 mil habitantes. O próprio Instituto, no entanto, registra que houve um crescimento substancial (+ de 11%) em relação ao censo anterior (2000), ou seja, aumentou mais que a população não indígena (BRASIL, 2010).

Independentemente da reação de crescimento populacional que ocorre na atualidade, essa não é capaz de responder ao genocídio persistente no período de colonização que continuou na República. Azevedo (s/d) registra que as dizimações, no Brasil, foram causadas tanto pelos conflitos armados, epidemias e escravização, quanto pelas guerras visando a apropriação dos territórios.

O extermínio dos povos indígenas tem um histórico de permanência que se mantém com duas características fundamentais: o físico – pelos assassinatos armados e epidêmicos; e da identidade – pela política de desindianidade. O discurso Estatal da emancipação sempre trouxe, na sua base, a ideia integracionista aculturadora e, portanto, negação da possibilidade das diversidades de identidades dos povos.

Ao mesmo tempo em que o Estado brasileiro não reconhecia os povos indígenas, a dizimação também ocorria em cada povo, ou seja, havia uma forma geral – desindianidade - e outra específica de genocídio que era dizimação nos territórios visando a posse das terras pelos não indígenas. Viveiros de Castro (2006) afirma que, ao indianizar obriga-se o Estado a outras formas de atuação e, ao desindianizar, a partir do discurso da emancipação, o que se quis foi liberar os territórios para ocupação, ou seja, dispô-los ao mercado.

A consideração da diversidade de povos e línguas não foi efetivada pelos colonizadores e, por isso, o trato de todos como “índios” de forma genérica. As formas de viver na costa brasileira ou no interior, os costumes e a relação com a natureza, a cosmologia, as formas de subsistência e proteção e a relação com os processos de saúde-doença nunca foram evidenciados visando compreender cada povo.

Ao contrário, como afirmam Prezia e Hoornaert (2000), tratavam a todos como iguais e, por isso, abstraía as diversidades e implantava a homogeneização.

Em todas as situações, o Estado brasileiro teve papel protagonista no desrespeito aos direitos dos povos indígenas. Castro (2006), questionando os diferentes papéis desempenhados pelo Estado, registra que, na política brasileira, houve momentos de defesa da necessidade que peritos afirmassem quem era e quem não era índio, sendo que isso deveria ser feito baseado em conhecimentos biológicos. Isso provocou uma reação importante dos antropólogos e a discussão interminável sobre o que era e

afirmar que não era possível fazer uma definição objetiva, mas que se pode considerar:

que índio não é uma questão de cocar de pena, urucum e arco e flecha, algo de aparente e evidente nesse sentido estereotipificante, mas sim uma questão de “estado de espírito”. Um modo de ser e não um modo de aparecer. (CASTRO, 2006, p.3)

A negação da categoria “povo indígena” e do direito à “autodeterminação” foi decisiva para sedimentar posturas e políticas generalistas e que se fundamentam em evolucionismo, ou seja, todos os povos devem caminhar para tornar-se um povo desenvolvido no modelo ocidental-europeu, baseado na urbanidade e complexo tecnológico-industrial. Durante o período da ditadura militar pós-64, as diferentes tentativas de negação dos povos indígenas, conforme Castro (2006), tiveram efeitos contrários e tiraram da invisibilidade os indígenas como atores políticos.

O movimento indígena articulado entre diferentes povos foi gestado e eclodiu em luta na Constituinte de 1988 e conquistou dois artigos constitucionais que passaram a ser a base para a nova atuação do Estado brasileiro. No artigo 231 inscreveu que:

São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens (BRASIL, 1988).

Embora o movimento não tenha obtido sucesso em inscrever “povos indígenas” ao invés de índios, conseguiu registrar a categoria “sua organização social”, ou seja, as possibilidades de suas existências como povos distintos. No entanto, a ratificação da Convenção 169 da OIT, em 2004, por meio do Decreto 5051 da Presidência da República, constituiu em um novo avanço na garantia do reconhecimento “Dos Povos Indígenas e Tribais”, como é o seu título (BRASIL, 2004).

Outra conquista importante a partir da ratificação da Convenção 169 foi a autodeterminação, inscrita no seu Artigo 1º: “A consciência de sua identidade indígena ou tribal deverá ser considerada como critério fundamental para determinar os grupos aos que se aplicam as disposições da presente Convenção” (BRASIL, 2004).

Diferentes fatores podem intervir, no entanto, com afirmam Dacome e Scandola (2010), na decisão entre autodeterminar-se ou não, essa tem a ver com as possibilidades de acesso aos direitos sociais. Historicamente, a negação étnica foi o caminho que teve que ser trilhado visando fugir da discriminação e do não acesso às políticas sociais, especialmente em todo o período que vigorou a ideia do indígena como incapaz e/ou tutelado pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Além disso, há que se considerar que parte dos gestores públicos

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e dos povos indígenas desconhece as garantias constitucionais brasileiras e aquelas do Sistema Organização das Nações Unidas (ONU), mantendo-se pautados pelo senso comum da tutela.

Após a Constituição de 1988 tem ocorrido um aumento significativo de autodeterminação indígena que, inclusive, influenciou os dados sobre o crescimento populacional, especialmente os moradores urbanos, conforme foi evidenciado no Censo de 2010. Mesmo havendo queda em algumas regiões metropolitanas, Boa Vista- RR e Campo Grande- MS foram as capitais em que mais cresceu em número de indígenas moradores da cidade. Muitos estudiosos “atribuíram o fato a uma conjuntura política mais apropriada para os indígenas no País, o que estaria ajudando a reverter a invisibilidade sociopolítica desse segmento populacional” (BRASIL, 2010, p. 18)

Mato Grosso do Sul tem a 2ª. maior população indígena do país que, segundo Censo 2010, houve a autodeclaração de 73.295 indígenas. Essa presença, segundo Scandola (2006), ocorre em diferentes formas, como aldeias em territórios demarcados, aldeias urbanas, frentes de trabalho, grupos familiares urbanos, área de retomada, acampamentos, grupos em trânsito, famílias dispersas em assentamentos rurais e ainda vivendo em escombros e periferias urbanas em condições iguais ou piores que os demais da mesma localidade.

Sobre os diferentes povos que estão presentes em Mato Grosso do Sul, há que se considerar que parte deles é oficialmente reconhecido e outros não. Segundo o Ministério Público Federal, na edição de sua revista Tekoha (2012), existem 7 etnias: Kadiwéu, Guató, Ofayé-xavante (somente nos documentos do MPF é que se faz a junção dos dois nomes de povos distintos), Kinikinawa, Terena, Guarani (aqui em Mato Grosso do Sul estão presentes os Ñandeva e os Kaiowa) e Atikum. Segundo Scandola (2006), para além do reconhecimento oficial há outros povos que estão presentes no território sul-mato-grossense e, muito embora não sejam reconhecidos como sendo daqui, precisam ser considerados nas políticas públicas, como os Laiano na região de Miranda, os Kamba em Corumbá e os Ayoréu nos territórios fronteiriços de Brasil/Bolívia e Brasil/Paraguai.

Com as frentes de trabalho em destilarias e nas áreas de deserto verde – como é chamado a monocultura do eucalipto pelos movimentos ambientalistas – houve também circulação de outras etnias em territórios sul-mato-grossense como é o caso dos Xavante. Este povo e os Bororo estão presentes nas universidades a partir dos programas de acesso, sejam eles do Governo Federal ou por iniciativa das Universidades não governamentais, como é o caso da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Campo Grande participa da realidade indígena em diferentes formas, ou seja, é o município com forte presença de povos que residem na cidade, circulam nela para acesso às políticas públicas, especialmente saúde e educação. Não menos importante é, em Campo Grande – como centralidade do poder político-econômico, a

realização de um número significativo de movimentos e negociações e, com isso, circulação de povos indígenas em espaços públicos que são moradores de diferentes regiões do estado. No censo 2010, 5657 pessoas se declararam indígenas (IBGE, 2010).

Por isso, o objetivo desse artigo é evidenciar as diferentes formas de presença indígena e a diversidade étnica que compõem o território urbano de Campo Grande, tendo como base o Centro de Referência de Assistência Social CRAS/ Vida Nova “Henedina Hugo Rodrigues”.

A importância desse trabalho corrobora com as atribuições e competências profissionais que, no pensamento de Guerra (2009, p. 3), têm como um dos universos da categoria a realização sistemática das pesquisas, têm também o arcabouço de verificar e estudar as condições “de vida, trabalho e resistência dos sujeitos sociais”. Ao estudar as diferentes formas de presenças e diversidades étnicas, evidenciam-se não somente outras dimensões constitutivas da questão social, mas permite construir instrumentalidades visando a atender às demandas imediatas da política e dos povos indígenas.

Para o Serviço Social, além das importâncias acima expressas, constitui-se este artigo em um exercício sobre a relação entre o papel do estágio na formação, a presença de indígenas nesses espaços como estudantes e como sujeitos/destinatários das políticas sociais. É a construção do conhecimento a partir da sensibilidade com esses povos que se estabelece por meio de seus próprios olhares, especialmente quando esses são acolhidos por professores e supervisores de campo. É a possibilidade concreta da profissão, em uma relação dialética com a realidade de realizar aproximações sucessivas e apreender parte do real.

METODOLOGIA

Este artigo, parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Serviço Social, tem como base a pesquisa qualitativa, realizada no processo de estágio em Serviço Social, cujas fontes de dados são os documentos institucionais e o diário de campo com registros entre o segundo semestre de 2014 e primeiro semestre de 2016.

O delineamento do objeto de pesquisa, estudado no primeiro capítulo do TCC é denominado como “diferentes formas de presença e diversidade étnica”, no território do CRAS. Teve como elemento central o fato de ser o estudante, pertencente à etnia terena, ser estagiário do CRAS, morador urbano e participante de movimentos sociais com diferentes povos. Pode-se afirmar, desta forma, que foi um percurso de curiosidades, questionamentos e maturação entre os autores visando à melhor forma de expressão do observado, do registrado e da busca de novas informações, constituindo-se em uma dialeticidade permanente entre os documentos existentes e os produzidos no contexto do estágio.

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A finalização, com a concepção de objeto de pesquisa em permanente mudança, só foi possível com o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, após dois anos, cuja primeira parte, ou seja, o contexto da pesquisa, é praticamente o conteúdo deste artigo. Ainda na fase de estudos, o exercício da escuta de outros estudiosos sobre os “achados da pesquisa” oportunizou a apresentação de parte deste trabalho no XIII Congresso Internacional de Direitos Humanos (Campo Grande, MS) e no Seminário

Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições (Dourados, MS), ambos no segundo semestre de 2016. Os

debatedores dos eventos e da banca instigaram a apresentar o trabalho revisado, posto seu ineditismo e importância para as políticas sociais.

Como afirma Guerra (2009, p. 4-5), é a necessidade de atuar sobre a realidade que conduz ao conhecimento e isso ocorre não somente para intervir, sobretudo para desenvolver procedimentos adequados. E, na relação privilegiada que o Serviço Social possui entre o conhecimento produzido cientificamente e a realidade, o resultado da pesquisa é sempre “provisório, parcial, histórico (relativo a um tempo e espaço sociocultural e historicamente determinado)”.

A leitura exaustiva e aprofundada dos documentos institucionais, o registro crítico no diário de campo, a aproximação com a realidade dos povos indígenas do território possibilitaram o exercício de construir conhecimento para além do visível, do senso comum, do que estava registrado. Como afirma Minayo (2010), o pesquisador, como participante do mesmo mundo de pesquisa, reconhece-se como comprometido com a realidade e, portanto, nenhuma neutralidade. No entanto, a busca decisiva pela objetividade está posta como condição para o conhecimento científico. Por outro lado, a autora também afirma que somente o pesquisador entranhado no mundo da pesquisa é capaz de conhecer os significados dos sinais, palavras e sentidos do que está ouvindo e/ou observando.

No que se refere aos documentos, há aqueles que estão prontos e, portanto, exigem a necessidade de compreendê-los no seu tempo histórico, como também há aqueles que estão em construção e sofrendo influências cotidianas da realidade. No caso dos documentos pesquisados para esse artigo, foram utilizados tanto aqueles prontos como o Diagnóstico Institucional realizado pelo estudante e o Diagnóstico Socioterritorialrealizado no âmbito do CRAS. A partir do objeto de pesquisa delineado, a organização de dados seguiu o percurso de localização de todas as referências documentais que tratavam de formas de presença como também de diversidade étnica. Após a organização, separaram-se didaticamente esses dois conteúdos visando compreender com profundidade cada um deles.

A análise do material foi realizada a partir de estudos anteriores sobre a temática, utilizando não somente autores de Serviço Social como também autores das áreas das ciências sociais, como a Antropologia, Sociologia, História e Geografia. Observe-se que a construção dos

resultados da pesquisa e a introdução desse artigo foram sistematizando-se em dialeticidade, visando ao diálogo entre o conhecimento prévio e a realidade em desvelamento. Essa perspectiva reconhece a necessidade de humildade epistemológica necessária ao Serviço Social no que se refere à temática dos povos indígenas, posto que há carência de estudos e pesquisas com essa população. O projeto de pesquisa teve sua aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica Dom Bosco sob o número CAAE: 57310116.1.0000.5162, com todos os requisitos éticos sendo cumpridos pelo estudante e orientadora, autores desse artigo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O território do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS / Vida Nova “Henedina Hugo Rodrigues” está localizado na Região do Segredo, periferia norte da cidade de Campo Grande. Segundo Sauer, Campelo e Capilé (2012), é uma das regiões que apresenta os maiores índices de empobrecimento da população do município, sendo que entre 33 a 49% das famílias se autodeclaram necessitados, compondo os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

Desde 2003, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) mantém uma unidade física construída para fins dessa política, sendo que, na sua criação, denominaram-se Unidades Descentralizadas de Assistência Social (UNIDAS) e, com o advento do Sistema Único de Assistência Social, passou a constituir-se em Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Cumprindo as orientações da Política Nacional, o CRAS é referência para cinco mil famílias e tem um território adstrito composto por Conjuntos Habitacionais, Bairros, Aldeia Indígena Urbana e Comunidade Indígena em conjunto habitacional (VERSOZA, 2014).

A presença indígena no território urbano de Campo Grande carrega duas vertentes importantes sendo: a) segundo o Ministério Público Federal (MPF), a vinda dos indígenas iniciou na década de 1960 com maior incidência na década de 1990, constituindo-se em Campo Grande a primeira aldeia urbana do Brasil, que é a Marçal de Souza, no bairro Tiradentes (MPF, 2013); b) segundo Ava Katu, todo o município de Campo Grande era ocupado por povos indígenas, mas foi somente depois que começou o movimento de ocupar terreno e fazer Aldeia que começaram a ser vistos enquanto grupo (VIEIRA, 2015-2016).

Há diferentes formas de presença indígena em Campo Grande. No entanto, a forma mais visível, seja em documentos públicos ou mesmo nos discursos dos serviços das políticas sociais, é a Aldeia. Em Campo Grande é comum referir-se às Aldeias Marçal de Souza, Água Bonita e Darcy Ribeiro, todas elas advindas de reivindicações de grupos indígenas, já moradores urbanos e com construção de casas por programas habitacionais públicos.

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A Aldeia Água Bonita, como afirma Ava Katu (homem forte, com sabedoria, em guarani), nasceu como articulação da Associação dos Indígenas Urbanos Kaiowa∕ Guarani, Terena, Guató e Kadiweu (Kaguateka), organização que tinha à frente dona Marta Guarani (liderança que nasceu kuña gevy – mulher forte). No governo Zeca do PT, havia um programa habitacional chamado “Che Roga Mi” (minha casinha, em guarani) e, com a reivindicação dos indígenas, começou a montar um projeto para comprar toda a área da “Chácara Bonita”, ou seja, teria espaço para a construção das casas e também para plantação. A negociação de compra começou em 2001 e naquele mesmo ano houve a entrega das casas, tendo sido uma construção rápida. Como foi uma luta encabeçada pela Associação que congregava várias etnias, então também estas passaram a ser beneficiadas pelas casas e, portanto, não foi aldeia de um povo indígena somente (VIEIRA, 2015-2016).

Segundo Ava Katu, as sessenta e duas casas não foram suficientes para o número de famílias indígenas que moravam na Região do Segredo e, além disso, famílias de outras regiões da cidade e das terras tradicionais também vinham morar nas imediações. É comum os parentes virem morar perto de outros parentes. As dificuldades de conseguir moradia na cidade também fizeram com que muitas famílias ficassem morando no entorno da denominada Aldeia Água Bonita.

A terra inteira que foi adquirida, embora ficasse no município de Campo Grande, ainda não era urbana e, por isso, muitos diziam que não era aldeia urbana. Além das casas também foi construída um Oca e mais sessenta terrenos como bens da comunidade. Em 2005 foi criada a Associação dos Moradores da Comunidade Indígena Água Bonita. Já se via que muitas famílias estavam abrigando os parentes, crescendo o número de gente dentro da Aldeia e também muitas casas sendo montadas nos terrenos que ficavam perto (VIEIRA, 2015-2016).

Xunaty Senó (mulher guerreira em terena) relatou que provavelmente foi no ano de 2004 que mais cresceu o número de famílias indígenas na região e já havia uma movimentação por parte da Prefeitura visando tornar a área como perímetro urbano de Campo Grande. Nessa época havia muitos barracos nas redondezas com famílias indígenas e foi com a organização desses moradores que se passou a reivindicar moradia. A Prefeitura foi pressionada e teve a participação do Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas de Campo Grande (CMDDPI), que apoiou a construção do Conjunto Habitacional Tarsila do Amaral. Muitos indígenas que viviam na região trabalharam na construção das casas e parte das dessas foi destinada a eles ou para famílias que estavam em barracos na redondeza. Esse agrupamento, que mora no interior do Conjunto Habitacional, hoje se autodenomina de Comunidade Indígena Tarsila do Amaral. A entrevistada lembra que no ano de 2007 o cadastro para conseguir as casas foi realizado pela Empresa Municipal de Habitação (EMHA), sendo beneficiadas oitenta famílias (VIEIRA, 2015-2016).

A construção do Conjunto Habitacional Tarsila do Amaral, com 223 casas e financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal com contrapartida financeira do município, sempre teve discussão entre várias lideranças indígenas. Enquanto Ava Katu afirma que a Prefeitura legalizou a condição urbana da Aldeia Água Bonita e a reconheceu, ao mesmo tempo, tomou para si uma área pública que anteriormente era destinada às famílias dessa Aldeia.

A partir dessa atuação jurídica a dispôs para a construção do Conjunto. Xunaty Senó afirma, por outro lado, que a conquista das casas foi resultado da luta de famílias indígenas que já moravam na região ou mesmo em outros bairros e que se inscreveram no programa de habitação do município. Afirma ser fruto da luta em diferentes frentes como o governo municipal, estadual e o apoio do CMDDPI.

Esses diferentes pontos de vista também têm significado que duas formas de presença indígena separados/unidos por uma rua são diversidades de viver, muito embora estejam em espaços geográficos contíguos. Configura-se, no dizer dos moradores do Conjunto, que são integrantes da Comunidade Indígena do Tarsila do Amaral. Observa-se que, quando se trata de conjunto habitacional, é a mobilização das famílias que pode ou não possibilitar a moradia perto, pois, após a construção das casas, ocorre o sorteio e nem sempre se consegue aproximar as famílias indígenas. É comum, desta forma, encontrar famílias que vivem misturadas às famílias não indígenas. Uma das estratégias de se agruparem pode ser a troca de casas logo depois do sorteio ou mesmo criar uma associação dentro do próprio conjunto.

O “ajuntamento” de indígenas na região, na fala de Ava Katu, continuou sempre. A partir de 2010, ocorre uma reorganização da associação de moradores que tinha ficado desativada e um dos principais desafios foi a regularização das terras da Água Bonita, inclusive reivindicando a área de preservação ambiental e a expansão do território, pois ficaram sem espaço para suas atividades inerentes à sua cultura. Foi entre os anos de 2013/2014 que ocorreu a ocupação e consolidação do acampamento, que atualmente abriga 138 (cento e trinta e oito famílias).

Embora o Acampamento seja verbalmente reconhecido, a regularização da terra foi retomada com apoio de um parlamentar municipal que também articulou apoio da Defensoria Pública, Ministério Público Federal, Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Ava Katu afirma, no entanto, que a regularização das terras do Acampamento é sempre um vai-e-vem, pois depende de quem está no poder e que dá apoio, sendo que, mesmo FUNAI e SESAI nem sempre estão alinhadas com os interesses dos indígenas. Depois de várias reuniões na Oca da Água Bonita, ficou decidido que as famílias receberiam os lotes desde que comprovassem que eram indígenas com o Registro de Nascimento do Índio (RANI) e também não tivessem outros bens e condições de pagar aluguel. (VIEIRA, 2015-2016).

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Outra forma de presença de indígenas no território foi detectada a partir do próprio trabalho do CRAS na inscrição no Cadastro Único (CADÚNICO) e nas visitas domiciliares. Quando se trata de bairros, ou seja, naquelas famílias que não tiveram a organização a partir de conjuntos habitacionais, é comum encontrar várias delas morando perto. Não se trata necessariamente de parentes de sangue, mas geralmente conhecidos do mesmo território tradicional. Ainda foi observada situação em que se aproximaram na moradia a partir da identidade de cada povo, ou seja, terena mora perto de terena.

O instrumental de registro do CADÚNICO tem um item específico que trata da identificação das famílias indígenas. Sendo o critério principal para a coleta de informações a autodeclaração – conforme a Convenção 169 ratificada no Brasil - a consciência de sua identidade é o fundamento para aplicar os direitos previstos na referida legislação (BRASIL, 2004).

Na sequência, o instrumento requer o registro se a família reside em terra ou reserva indígena. As denominações de Aldeia Urbana e Acampamento podem ser uma forma de fácil registro, posto que está no senso comum e nos documentos tratar-se de terra indígena. No caso do Acampamento observado, pode ser considerado como uma extensão da Aldeia Urbana Água Bonita, ou mesmo, uma área de retomada, na medida em que, na negociação da Chácara Bonita, a área deveria ter sido juridicamente incorporada à Aldeia.

No entanto, em se tratando da Comunidade Indígena Tarsila do Amaral, há que se considerar algum tipo de consenso local na medida em que foge dos padrões tradicionais considerados pela política brasileira. Caso isso ocorra, poder-se-ia considerar parte do Conjunto Habitacional como terra/comunidade indígena.

Além das formas de presença familiar, há presença indígena em famílias mistas com não indígenas. A percepção só foi possível na realização das visitas domiciliares, ou seja, na abordagem direta com pessoas que estão nos bairros, aglomerados e conjuntos. Podem estar de passagem, temporariamente ou agregado a alguma família visando, fixar-se na cidade, geralmente em busca de atendimento, seja no Sistema Único de Saúde, ou de empregabilidade.

O registro da presença indígena, neste caso, não é captado rapidamente pelos documentos do SUAS, mas está ligado à sensibilidade dos trabalhadores dessa Política. As situações percebidas e abordadas referiram-se a casais formados por não-indígenas/indígenas; parentes indígenas vivendo em famílias não indígenas. (VIEIRA, 2015-2016)

Em todas as situações, vivendo agrupadas ou não, são pontos de apoio para idas e vindas a territórios demarcados ou Aldeia como comumente denominam.

Em todas as formas de presença acima citadas, observou-se que há diversidade de povos com predominância do número de famílias terena. Em 2012, no levantamento realizado pelo IBISS-CO, os jovens participantes da pesquisa registraram que havia na Aldeia Água Bonita 86% de terena; 10% de guarani; 2% de guató e

2% de kadiwéu (BRAGA, SCANDOLA E SCHUAIGA, 2013). Nos dados apresentados pelo Ministério Público Federal, há a presença de Guarani, Kaiowá, Kadiwéu, Guató e os terena (MPF, 2013).

A presença das diferentes etnias foi comprovada tanto por Ava Katu quanto por Xunaty Senó e nos registros do Diário de Campo de Vieira (2015-2016). No entanto, não há precisão sobre as diversas etnias presentes atualmente na Comunidade Indígena Tarsila do Amaral, Acampamento e nas demais formas de presença detectada. Conforme afirmou o Ava Katu, todas as etnias que estavam presentes na Associação Kaguateka vieram para a Aldeia Urbana. Como afirmou a Xunaty Senó, se é indígena é parente. É afirmado, por ambos os entrevistados e também nas atividades do CRAS, que há maior presença dos terenas em todas as formas de vivência no território do CRAS Vida Nova.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No território do CRAS Vida Nova, periferia de Campo Grande, há formas de presença indígena mais reconhecidas como a Aldeia, Comunidade Indígena no Conjunto Tarsila do Amaral e Acampamento. Há outras presenças que são visíveis a partir da autodeterminação no acesso aos serviços do CRAS ou pela sensibilidade dos seus trabalhadores ao visitar fisicamente o território. Nessa situação, há famílias agrupadas, famílias morando em bairros com maioria não indígena e ainda as pessoas que compõem famílias mistas entre indígenas e não indígenas.

Os registros estudados apontam também que no território do CRAS Vida Nova há um processo contínuo de chegada de novos habitantes que se declaram indígenas, seja aqueles que estão participando de atividades políticas na cidade ou indo e vindo de aldeias em que moram os parentes. Não existe, portanto, um dado acabado sobre a presença indígena na região, mas a necessidade de atualização sistemática sob pena da realidade mutável não ser apreendida pela política e tornar-se incapaz de responder às demandas sociais.

A autodeterminação é aceita por algumas políticas e por outras é desconsiderada, como se observou na questão da política habitacional, quando se exigiu o RANI para a concessão das casas. Essa realidade, dizer-se indígena ou não, já detectada em outras publicações, é evidenciada também pela estratégia de acesso a direitos, posto que se declarar indígena ou não pode significar acesso a bens e serviços ou sua negação. Por isso, há que se respeitar os diferentes processos de autodeterminação individual e coletiva que possa ocorrer.

Ao se evidenciar as diferentes formas de presença indígena nos territórios do CRAS, exige-se o re-desenho da atuação da política de assistência social, pois a presença não ocorre somente por uma determinação da geografia física dos territórios, sobretudo requer reconhecer a presença da diversidade cultural e isso significa o exercício da alteridade.

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O senso comum que há uma forma predominante de moradia indígena, ou seja, a Aldeia, no caso dos espaços urbanos, tem significado também que as políticas sociais praticamente reproduzem a necessidade de constituir Aldeias Urbanas para reconhecimento da forma de organização.

O acesso às políticas sociais não pode ser condicionado ao tipo de organização social que os indígenas estão vivenciando, pelo contrário, é a política social que tem que compreender as diferentes formas de organização e potencializá-las. A impossibilidade de qualquer negação de direitos seja pelas diferentes formas de presença ou pela grandiosidade de cada povo só pode ser remetido a perguntas como: É a periferia o lugar destinado aos indígenas na organização das cidades? São os indígenas que vieram morar na cidade ou foi a cidade construída em terra indígena?

Além das diferentes formas de presença, houve a confirmação da diversidade étnica com guarani, kaiowa, guató, kadwéu e terena. A crescente organização dos indígenas que reivindicam políticas afirmativas tem favorecido a etnogênese e, no interior desse movimento, a autodeterminação dos diferentes povos. A circulação de indígenas entre seus territórios demarcados tradicionais, áreas urbanas e as mobilizações que ocorrem na cidade têm forte presença na Aldeia, Acampamento e Comunidade Indígena Tarsila do Amaral. Pode-se afirmar, assim, que outros povos também são presentes nesse território em estudo. Observou-se que a diversidade étnica não significa separação dos povos que vivem na cidade. Ao contrário, tem sido evidenciada como possibilidade de juntar parentes.

Os diferentes processos de afirmação e direitos influenciam na autodeterminação de todos os indígenas, independentemente da forma de presença. Passa-se do “descendente de índio” para “indígena” e, na sequência, afirma-se a qual povo pertence. Isso também pode ocorrer com os trabalhadores dos serviços públicos que convivem no cotidiano com os indígenas. Embora o preconceito seja expresso cotidianamente e a discriminação ocorra na convivência com os indígenas, há um processo de redescoberta das origens étnicas para todos os envolvidos e, em várias situações, há o reconhecimento com o pertencimento a esse ou aquele povo.

A presença urbana dos indígenas, visível e reivindicatória, ainda causa estranheza em grande parte da sociedade, pois não é mais o “não cidadão” tutelado, mas é um cidadão que requer direitos para si e para o seu grupo. O apoio à auto-organização, aos movimentos e às mobilizações constitui-se em uma das ações mais importantes de atuação da Política de Assistência Social. Essa estratégica, além de considerar a capacidade emancipatória dos povos, também pode ser uma das formas de fazer com que a Política cumpra seu papel de enfrentar as diferentes problemáticas advindas das desigualdades sociais, econômicas, culturais e ambientais.

A indianidade nos espaços urbanos não é novidade, nem tampouco serem destinatários de políticas sociais. O

desafio, no entanto, é o reconhecimento das potencialidades organizativas e reivindicatórias e, nesse âmbito, ainda é uma novidade para a atuação dos CRAS.

Esses serviços da política de assistência social ainda padecem de programas pré-estabelecidos, metas e formas de funcionamento que, em sua maioria, não considera as diferentes formas de presença e diversidades étnicas em seus territórios. Talvez, por isso, sejam urgentes as pesquisas com os indígenas, sendo eles estudantes universitários ou não, pois não bastam os saberes acadêmicos sobre os povos, mas esses precisam encontrar seus saberes e suas lutas. Sobretudo, (re) conhecer o que os indígenas pensam e propõem para a política de assistência social.

Para o Serviço Social, apreendeu-se a importância de valorizar o estágio acadêmico e as possibilidades que podem ser potencializadas a partir da documentação do estagiário e institucional. Torna-se fundamental que os campos de estágio possam ser também campos de pesquisa e evidenciadores do projeto ético-político do Serviço Social, no que se refere aos processos de apoio aos movimentos emancipatórios.

Finalmente, é preciso considerar que os profissionais de Serviço Social, como afirmou-se na Semana de Serviço Social da UCDB de 2014: ou são indígenas, ou são misturados ou são não indígenas. Mas todos, indiscutivelmente, vão trabalhar com povos indígenas. Não há, no Brasil, nenhum espaço sócio-ocupacional da profissão que possa prescindir do encontro com as diversidades étnicas. Por fim, teria sido possível cumprir os objetivos desse trabalho se não houvesse um indígena, neste caso, um terena, envolvido nele?

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