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PROJETO DE EXTENSÃO PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: A ESCOLA COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR E COLETIVO

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Cascavel – PR – 22 à 24 de junho de 2009

PROJETO DE EXTENSÃO “PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES: A ESCOLA COMO ESPAÇO DE

CONSTRUÇÃO DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR E COLETIVO”

Área: SERVIÇO SOCIAL Categoria: EXTENSÃO

Cristiane Sonego

Faculdade Guairacá, Rua XV de Novembro 5050, cristianesonego@gmail.com

Carolina Senegaglia Santos

Faculdade Guairacá, Rua XV de Novembro 5050, carol.glia@bol.com.br Valdirene Aparecida de Lima

Faculdade Guairacá, Rua XV de Novembro 5050, lima-val@hotmail.com Resumo

A violência revela-se, atualmente, como um fenômeno que se dissemina no meio social, em suas variadas formas, atingindo um número expressivo de pessoas, sem distinção de sexo, raça/etnia, condição sócio-econômica, religião ou idade. São as crianças e os adolescentes as vítimas mais freqüentes das expressões da violência, isso justificado, entre outros aspectos, pela fragilidade desses sujeitos. É no meio escolar, espaço que as crianças e os adolescentes convivem diariamente, que, muitas vezes, as conseqüências das diversas formas de violência se tornam visíveis. Os profissionais da área podem observar sinais de violência expressos através das atitudes das crianças e dos adolescentes, sendo isso possível em virtude da convivência com as crianças e os adolescentes, conhecendo, então, as características particulares, as realidades familiares e comunitárias vividas por esses sujeitos. Por outro lado, a escola também pode se apresentar como um espaço de propagação da violência, onde se disseminam agressões verbais, humilhações e diversas formas de exclusão social. Diante dessa realidade, o Projeto de Extensão “Prevenção da Violência contra Crianças e Adolescentes: a escola como espaço de construção de trabalho interdisciplinar e coletivo” se propõe a trabalhar junto aos professores da rede pública de ensino do Município de Guarapuava e região, aos pais e/ou responsáveis, às crianças e adolescentes e demais profissionais que atuam junto às famílias, crianças e/ou adolescentes. As ações partem da valorização da capacidade dos próprios sujeitos de modificar sua realidade e, também, da formação de trabalhos intersetoriais e interdisciplinares, com a construção de uma cultura de valorização da infância e da adolescência e com o fortalecimento do papel das escolas no combate à violência e na formação de indivíduos que possam exercer sua cidadania.

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PROJETO DE EXTENSÃO “PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES: A ESCOLA COMO ESPAÇO DE

CONSTRUÇÃO DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR E COLETIVO”

Área: SERVIÇO SOCIAL Categoria: EXTENSÃO Resumo Expandido

A violência revela-se, atualmente, como um fenômeno que se dissemina no meio social, em suas variadas formas, atingindo um número expressivo de pessoas, sem distinção de sexo, raça/etnia, condição sócio-econômica, religião ou idade. São as crianças e os adolescentes as vítimas mais freqüentes das expressões da violência, isso justificado, entre outros aspectos, pela fragilidade desses sujeitos. É no meio escolar, espaço que as crianças e os adolescentes convivem diariamente, que, muitas vezes, as conseqüências das diversas formas de violência se tornam visíveis. Os profissionais da área podem observar sinais de violência expressos através das atitudes das crianças e dos adolescentes, sendo isso possível em virtude da convivência com as crianças e os adolescentes, conhecendo, então, as características particulares, as realidades familiares e comunitárias vividas por esses sujeitos. Por outro lado, a escola também pode se apresentar como um espaço de propagação da violência, onde se disseminam agressões verbais, humilhações e diversas formas de exclusão social. Diante dessa realidade, o Projeto de Extensão “Prevenção da Violência contra Crianças e Adolescentes: a escola como espaço de construção de trabalho interdisciplinar e coletivo” se propõe a trabalhar junto aos professores da rede pública de ensino do Município de Guarapuava e região, aos pais e/ou responsáveis, às crianças e adolescentes e demais profissionais que atuam junto às famílias, crianças e/ou adolescentes. As ações partem da valorização da capacidade dos próprios sujeitos de modificar sua realidade e, também, da formação de trabalhos intersetoriais e interdisciplinares, com a construção de uma cultura de valorização da infância e da adolescência e com o fortalecimento do papel das escolas no combate à violência e na formação de indivíduos que possam exercer sua cidadania.

Palavras-chave: Violência contra Crianças e Adolescentes; Escola; Prevenção. 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A violência revela-se, atualmente, como um fenômeno que se dissemina no meio social, em suas variadas formas, atingindo um número expressivo de pessoas, sem distinção de sexo, raça/etnia, condição sócio-econômica, religião ou idade.

Contudo, são as crianças e os adolescentes as vítimas mais freqüentes das expressões da violência, isso justificado, entre outros aspectos, pela fragilidade desses sujeitos. Muitos são os relatos de meninos e meninas que são, cotidianamente, submetidos às mais diversas e dolorosas manifestações de violência – física, psíquica e emocional – em todo o cenário do mundo.

No Brasil, ainda que amparados por um Estatuto próprio, afirmando em seu artigo 5º que: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,

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discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais” (BRASIL, 1990, p.02), e, dessa forma, caracterizando como sujeitos de direitos, cidadãos, pessoas em desenvolvimento e por isso prioridade absoluta, fato constatado é que

O espectro da violência tem pairado sobre a sociedade brasileira, atingindo, de forma injusta e cruel, crianças e adolescentes indiscriminadamente, seja nas ruas ou nos logradouros públicos durante a calada da noite, seja em seus lares na forma de maus-tratos, espancamentos, torturas e abusos sexuais, seja nas escolas ou instituições em que, estigmatizados e marginalizados, constroem-se na revolta e resistência ao sistema que os prostitui. (ROURE, 1996, p.15).

O que fica evidente nessa afirmação é a amplitude com que a violência se apresenta na vida de meninos e meninas em nossa sociedade, bem como que são vastas as formas com que pode se manifestar a violência dirigida a esses sujeitos, refletindo aspectos históricos, culturais, estruturais e conjunturais.

Diante dessa realidade, as crianças e os adolescentes podem ser vitimados pelas condições sócio-econômicas apresentadas em nossa conjuntura atual, ou, ainda, vitimizados nas relações interpessoais – onde prevalece o abuso de poder do adulto sobre estes sujeitos, podendo ocorrer independentemente da situação sócio-econômica vivida, como afirmam Azevedo e Guerra (2000).

No que se refere a vitimização, podemos destacar a violência familiar, a qual representa uma de suas expressões mais marcantes, assim como afirma Milani (2003, p.48): “[...] a modalidade de violência mais freqüente e disseminada é a que ocorre dentro das famílias [...], ou seja, é cometida por ‘responsáveis’ pais de família, mães ‘exemplares’[...]”; em um ambiente que ideologicamente é afirmado como espaço de amor e segurança para os seus membros.

É no meio escolar, espaço que as crianças e os adolescentes convivem diariamente, que, muitas vezes, as conseqüências das diversas formas de violência se tornam visíveis. Por outro lado, a escola também se apresenta, em alguns casos, como um espaço de propagação da violência, onde se disseminam agressões verbais, humilhações e diversas formas de exclusão social, que, por vezes, torna-se “sem importância” na dinâmica escolar, ou seja, nas relações entre os alunos, professores e demais profissionais da instituição. (ABRAMOVAY, 2002).

Diante de tal realidade e tendo como um de seus pressupostos socializar e proteger os indivíduos e fortalecer os princípios sociais de convivência, as escolas vêm assumindo cada vez mais um papel de mediador entre a realidade das crianças e dos adolescentes e a formação de cidadãos. Assim, Abramovay (2002, p.09) relata que “Soluções educacionais também se encontram na raiz das violências nas escolas, que têm impacto sobre a sociabilidade, a qualidade do ensino e o aproveitamento dos alunos. Não se pode reduzir tudo à educação, mas fica fora de dúvida o valor das suas contribuições [...]”.

O ambiente escolar pode apresentar-se, então, como um espaço de proteção das crianças e dos adolescentes, bem como um espaço de propagação da não-violência. Nesse sentido, acreditamos que ao trabalhar o fenômeno violência, em suas diferentes manifestações e com seus diversos determinantes – tais como desemprego, problemas familiares, alcoolismo, entre outros –, a escola reforça seu papel social transformador, pois pode facilitar o exercício da cidadania e bem como a construção de um espaço para a superação da violência, possibilitando o desenvolvimento e a formação de seres humanos conscientes de seus direitos e deveres e, assim, preparados para o exercício da cidadania.

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Para tanto, a intervenção dos profissionais inseridos nesse espaço se torna fundamental, além disso, consideramos importante que as ações desenvolvidas sigam uma perspectiva multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial, criando uma rede de proteção às vítimas da violência. A partir da constatação de situações de risco e/ou de casos de violência confirmados, a área da educação pode articular ações de prevenção ou combate ao fenômeno com instituições vinculadas a outras políticas sociais, formado, assim, uma ação em rede, ações envolvendo diferentes profissionais, abrangendo a violência de forma mais ampla.

Nessa perspectiva, o projeto de extensão pode contribuir, através da valorização da capacidade dos próprios sujeitos de modificar sua realidade e, também, da formação de trabalhos intersetoriais e interdisciplinares, com a construção de uma cultura de valorização da infância e da adolescência e com o fortalecimento do papel das escolas no combate à violência e na formação de indivíduos que possam exercer sua cidadania. Isso porque, compreendemos o conhecimento como construção histórica e social e que a relevância da teoria se dá a partir da sua validação em contato com a prática; a extensão universitária revela-se como uma área não apenas de aplicação dos conhecimentos produzidos cientificamente, mas como espaço de diálogo com a sociedade e configurador da práxis.

De forma geral, acreditando que assim como a violência é construída socialmente, ela pode ser também “desconstruída”. Essa desconstrução torna-se possível através de estratégias/ações que protejam as escolas das diversas formas de violência, tanto as que são advindas de fora para dentro, como as presentes no interior das escolas, ou seja, aquelas que fazem parte do contexto escolar. (ABRAMOVAY, 2002). Esse é o desafio proposto nesse projeto de extensão, o qual justifica o seu desenvolvimento, tanto pelo tema em questão, quanto pelo universo de intervenção proposto, ou seja, escolas e outras instituições que atuam junto a crianças e adolescentes em diferentes aspectos.

2. OBJETIVOS PRETENDIDOS

O presente projeto de extensão tem como objetivo principal conhecer a realidade da violência no Município de Guarapuava e região, abordando suas diversas manifestações (interpessoal, coletiva ou auto-infligida) e seus possíveis determinantes, buscando capacitar multiplicadores sociais para identificar e intervir na problemática.

Também são objetivos do projeto: diagnosticar, através do espaço escolar, as diversas configurações da violência dirigida a crianças e adolescentes, suas causas e conseqüências, para possível intervenção; capacitar profissionais das instituições que atendem crianças e adolescentes para identificar e desenvolver ações de prevenção e intervenção nos casos de violência constatados; incentivar a realização de trabalhos numa perspectiva multiprofissional e intersetorial; desenvolver atividades com as crianças e os adolescentes, assim como com seus familiares, buscando afirmar a importância do convívio familiar e das relações interpessoais, de forma geral, e a superar os atos de violência; promover a integração entre instituições, família e comunidade, estimulando a participação da família e da comunidade no combate à violência, promovendo uma rede de interações de construção coletiva de conhecimentos; elaborar subprojetos de prevenção à violência contra criança e adolescentes numa perspectiva intersetorial e de continuidade ao atendimento; e, proporcionar espaços de discussão e reflexão para os acadêmicos das diferentes áreas do saber envolvidos, e, assim, a construção de ações numa perspectiva multiprofissional e interdisciplinar.

3. METODOLOGIA ADOTADA

A proposta de ação escolhida para alcançar os objetivos propostos perpassa as perspectivas de conhecer, refletir e re-significar a realidade da violência e questões

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subjacentes a esta. Neste sentido, o projeto de extensão tem como proposta atuar através de subprojetos desenvolvidos pelos acadêmicos dos cursos envolvidos com o intuito de desvelar a realidade captando as suas múltiplas determinações. Este caminho metodológico se constitui de alguns princípios fundamentais, tais como: Respeito à realidade de cada universo a ser abordado e, também, o conhecimento de cada sujeito envolvido; Trabalho cooperativo entre a equipe do projeto de extensão e os participantes da comunidade/instituições/sujeitos, que contribua para um processo dialógico de enriquecimento da dinâmica das relações sociais e também, especificamente, da formação profissional e pessoal dos acadêmicos e professores envolvidos; Articulação entre as diferentes políticas sociais que envolvam o atendimento de crianças, adolescentes e famílias, tais como: educação, saúde, assistência social, cultura etc.

A partir desses princípios, o projeto de extensão se constitui de duas etapas inter-relacionadas que são: intervenção social e produção de conhecimentos específicos sobre os temas que venham a ser trabalhados.

No que se refere à intervenção social, tem-se como proposta a realização de oficinas, palestras, encontros, subprojetos de intervenção, capacitações entre outras atividades que surgirem de cada demanda social.

Sobre a produção de conhecimento, serão realizadas pesquisas, grupos de estudos, seminários, bem como o estímulo aos alunos na produção de artigos, informativos referentes ao campo específico.

Portanto, o projeto de extensão visa desenvolver atividades de caráter sócio-educativo com vistas a promover a identificação, notificação e prevenção da violência e/ou outras questões advindas da demanda social a serem trabalhadas nas instituições conveniadas. 4. RESULTADOS ALCANÇADOS

As atividades do Projeto de Extensão iniciaram-se em agosto de 2008, tendo como ações primeiras a formação da equipe e, consequentemente, do grupo de estudos.

O grupo de estudos, como primeira aproximação da realidade, constitui-se como espaço de construção de conceitos à luz do referencial teórico. O grupo buscou discutir os aspectos teóricos que norteiam o tema violência, com base nas leituras de Hannah Arendt, Sérgio Adorno, Vicente de Paula Valeiros, entre outros. Além disso, buscou-se trabalhar os aspectos teóricos que permeiam a violência dirigida às crianças e adolescentes, considerando suas diferentes expressões, características, possíveis determinantes e consequências, bem como suas expressões e influências no espaço escolar e este universo enquanto espaço de prevenção – trabalharam-se autores como Maria Amélia Azevedo, Viviane Nogueira de Azevedo Guerra, Maria Cecília de Souza Minayo, Miriam Abramovay, entre outros. Os estudos realizados serviram como base de sustentação das ações a serem desenvolvidas.

Atualmente, as discussões abarcam problemáticas identificadas pelos acadêmicos em suas aproximações com a realidade, aspectos exigidos pelos sujeitos que constroem esta realidade e que vivenciam a violência, apresentando, então os possíveis determinantes e consequências que delimitam as estratégias de ação a serem desenvolvidas. A aproximação dos acadêmicos com a realidade e a leitura dela pelas bases teóricas proporcionam a constante e necessária relação entre teoria e prática, o que deve torna o trabalho mais coerente e eficaz.

Entre as atividades desenvolvidas junto à comunidade podemos citar a confecção e divulgação de uma cartilha sobre o Direito à Convivência Familiar e Comunitária, intitulada “Cuidando dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes... Pensando o papel da família”. Nesta cartilha foram expressos: o papel da família, a violação dos direitos através da violência familiar, as ações de proteção das crianças em situação de risco, a adoção e os papéis do Conselho Tutelar e do Conselho de Direitos. Foram utilizados como referências centrais o

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Estatuto da Criança e do Adolescente e o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.

As cartilhas foram distribuídas durante o Dia da Responsabilidade Social, realizada em espaço público do Município de Guarapuava. Foi uma ação integrada entre o Projeto de Extensão e os cursos de Psicologia e Pedagogia da Faculdade Guairacá, contanto com a presença do Conselho Tutelar do Município. A equipe formada buscou atender as crianças e os adolescentes – através de um espaço onde estes eram convidados a representar suas famílias em desenhos e expor os mesmos – bem como os adultos que participavam das atividades. Foram repassadas 274 cartilhas, e nestas abordagens muitos adultos relatavam conhecer ou, até mesmo, conviver com a violência no meio familiar.

Outra ação desenvolvida pelo Projeto se deu através da parceria estabelecida com o Programa Sentinela, que proporcionou a formulação de um subprojeto de intervenção que tem como sujeitos centrais das ações as famílias atendidas no Programa. Neste subprojeto estão previstas a formação de um grupo e a realização de encontros com este grupo no sentido de trabalhar diferentes temáticas que possam, direta ou indiretamente, prevenir a violência familiar. Para tanto, propõe-se repassar informação e discutir sobre assuntos relacionados à família: funções, papel de seus membros, relacionamento familiar, educação dos filhos e demais assuntos que forem apontados pelo próprio grupo no decorrer dos encontros.

A primeira aproximação realizada se deu em data comemorativa do “Dia das Mães”, onde se buscou trabalhar a importância da mulher e seu papel no meio familiar e social, participando deste encontro doze mulheres. Cabe ressaltar que a escolha do tema não se deu ao acaso, isso porque são as mulheres, na grande maioria das vezes, que participam das atividades desenvolvidas pelo Programa, bem como são elas, também, vítimas de diversas formas de violência no espaço familiar e na sociedade. Trabalhar seu auto-reconhecimento, sua importância, proporciona fortalecê-las familiar e socialmente e, assim, fortalecê-las enquanto defensoras dos direitos de suas crianças – incluindo neste aspecto a reflexão sobre os atos de violência que se constituem como violação desses direitos. Este encontro representou um primeiro passo nessa direção. e, para que a finalidade seja alcançada, outros encontros já foram programados, sendo que o próximo buscará discutir a educação dos filhos – onde a equipe buscará trabalhar: limites, diferença entre necessidades e desejos e o diálogo.

Em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Dia 18 de Maio, a equipe do Projeto de Extensão desenvolveu subprojetos de intervenção que tiveram como objetivo divulgar a data e criar espaços de discussão e reflexão sobre o tema violência contra criança e adolescente, destacando a exploração sexual contra esses sujeitos. Essas ações se deram em dois espaços, sendo o primeiro o Colégio Guairacá e o segundo a Faculdade Guiaracá.

No Colégio, foram abordados os alunos do ensino fundamental e médio, perfazendo um total de 74 alunos, entre 09 e 16 anos de idade. Considerando as características de cada grupo de alunos, foram desenvolvidas dinâmicas para divulgação dos direitos das crianças e dos adolescentes, para discussão sobre as violações destes direitos, bem como para refletir sobre a violência contra esses sujeitos, em especial, a violência sexual. A aproximação da equipe junto aos alunos, através do subprojeto de intervenção, constituiu um momento de sensibilização à temática, pois os professores do Colégio seguiram as atividades através de pesquisas nos meios de comunicação eletrônicos e da produção de textos pelos alunos.

Na Faculdade, em parceria com o Programa Sentinela, a equipe divulgou informações por meio de folder – que explicava o significado da data e divulgava os canais de denúncia – e adesivo – que propunha o fim do silêncio e a denúncia da violência. A atividade se deu através de abordagens diretas com os acadêmicos dos cursos de Serviço Social,

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Pedagogia, Psicologia, Educação Física, Ciências Biológicas, Matemática, Enfermagem e Fisioterapia, sendo atingidas aproximadamente 1.900 acadêmicos, futuros profissionais que, direta ou indiretamente, poderão atuar junto às crianças e aos adolescentes e, assim, identificar e intervir em casos de violência. Além dos acadêmicos, as ações atingiram também os professores e os funcionários da Faculdade.

Além disso, foram apresentados três vídeos, desenvolvidos pela equipe do projeto, com reflexões sobre a problemática da violência sexual contra crianças e adolescentes – informações passadas por meio de fotos, letras de músicas, frases e dados estatísticos. Estes vídeos foram exibidos no horário de intervalo entre as aulas, em espaços de convivência da instituição, entre os dias 18 e 20 de maio. A profissional de Serviço Social do Programa Sentinela, além de realizar a abordagem com os alunos, se colocou à disposição destes para esclarecimentos, se fazendo presente, também, nos momentos de divulgação dos vídeos.

Através das ações realizadas até o presente momento novas demandas foram apresentadas ao grupo, entre elas atividades no espaço escolar (junto aos alunos e seus pais/responsáveis), capacitação dos acadêmicos da Faculdade sobre o fenômeno da violência contra crianças e adolescentes e as propostas de intervenção nela, o trabalho com crianças do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI do município, convites para palestras em instituições e na comunidade, entre outras.

De forma geral, as ações desenvolvidas até o momento reafirmam a problemática da violência contra crianças e adolescentes no Município de Guarapuava, trazendo à tona espaços de necessária intervenção e, consequentemente, a construção de saberes sobre o assunto. Ao formar espaços de repasse de informações e de discussão, o projeto busca levar os sujeitos a refletirem sobre seus papéis na luta contra a problemática, sobre as possíveis formas de ação e as bases de apoio, bem como busca dar voz aos sujeitos, principalmente às crianças e os adolescentes, fortalecendo-os enquanto sujeitos de direitos, protagonistas sociais, enquanto cidadãos capazes de pensar e recriar a realidade.

5. REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, M. Escola e violência. Brasília: UNESCO, 2002.

AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. de A. As políticas sociais e a violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio recusado em São Paulo?. In: AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. de A. (orgs). Infância e violência doméstica: fronteiras do conhecimento. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2000. (p.228- 304).

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: lei nº 8069, de 13 de julho de 1990.

MILANI, F. M. Cultura da Paz x Violências: papel e desafios da escola. In: MILANI, F. M; JESUS, R. de C. D. P. de. (orgs). Cultura da Paz: estratégias, mapas e bússolas. Salvador: INPAZ, 2003. (p.31-60).

ROURE, G. Q. de. Vidas silenciadas: a violência com crianças e adolescentes. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996. (Coleção Momentos).

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