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Everson Scherrer Borges
Introdução ao Linux e Instalação do
Ubuntu Linux
História
Em 1973, um pesquisador da Bell Labs, Dennis Ritchie,
reescreveu todo o sistema Unix numa linguagem de alto
nível, chamada C, desenvolvida por ele mesmo. Por causa
disso, o sistema passou a ter grande aceitação por
usuários externos à Bell Labs.
A origem do Unix tem ligação com o sistema operacional
Multics, projetado na década de 1960. Esse projeto era
realizado pelo Massachusets Institute of Technology
(MIT), pela General Eletric (GE) e pelos laboratórios Bell
(Bell Labs) e American Telephone na Telegraph (AT&T). A
intenção era de que o Multics tivesse características de
tempo compartilhado, sendo assim, o sistema mais
arrojado da época.
Qual a relação entre o Unix e o Linux?
O Minix é uma versão do Unix, porém, gratuita e com o código fonte disponível. Isso significa que qualquer programador experiente pode fazer alterações nele. Ele foi criado originalmente para uso educacional, para quem quisesse estudar o Unix "em casa". No entanto, ele foi escrito do “zero” e apesar de ser uma versão do Unix, não contém nenhum código da AT&T e por isso pode ser distribuído gratuitamente.
Em 1991, por hobby, Linus Torvalds decidiu desenvolver um sistema mais poderoso que o Minix. Para divulgar sua idéia, ele enviou uma mensagem a um grupo pela Usenet (uma espécie de antecessor da Internet). No mesmo ano, ele disponibilizou a versão do kernel (núcleo dos sistemas operacionais) 0.02 e continuou trabalhando até que em 1994 disponibilizou a versão 1.0.
O nome Linux surgiu da mistura de Linus + Unix. Linus é o nome do criador do Linux, Linus Torvalds.
Open Source(Código Aberto)
Linus Torvalds, quando desenvolveu o Linux, não tinha a
intenção de ganhar dinheiro e sim fazer um sistema para
seu uso pessoal, que atendesse suas necessidades. O
estilo de desenvolvimento que foi adotado foi o de ajuda
coletiva. Ou seja, ele coordena os esforços coletivos de
um grupo para a melhoria do sistema que criou. Milhares
de
pessoas
contribuem
gratuitamente
com
o
desenvolvimento do Linux, simplesmente pelo prazer de
fazer um sistema operacional melhor.
Significados
GPL
General Public License
GNU
Nome de Animal (parecido com búfalo) é um projeto e não uma Sigla
Distribuições Linux
(Red Hat, ubuntu, CentOS Mandriva, Fedora, Slackware, etc.)Licença GPL
O Linux está sob a licença GPL, permite que qualquer
um possa usar os programas que estão sob ela, com o
compromisso de não tornar os programas fechados e
comercializados. Ou seja, você pode alterar qualquer
parte do Linux, modificá-lo e até comercializá-lo, mas
você não pode fechá-lo (não permitir que outros
usuários o modifiquem) e vendê-lo.
GNU
Mas a história do Linux não termina por aqui. É necessário também saber o que é GNU. GNU é um projeto que começou em 1984 com o objetivo de desenvolver um sistema operacional compatível com os de padrão Unix. Linus Torvalds, na mesma época que escrevia o código-fonte do kernel, começou a usar programas da GNU para fazer seu sistema. Gostando da idéia, resolveu deixar seu kernel dentro da mesma licença.
O kernel é a parte mais importante, pois é o núcleo e serve de comunicador entre o usuário e o computador. Por isso, com o uso de variantes dos sistemas GNU junto com o kernel, o Linux se tornou um sistema operacional.
Visão Geral do Linux
O linux
Possui varias características que diferenciam dos outros sistemas operacionais e que aproximam do UNIX, sendo um dos motivos da sua escolha em várias aplicações nas quais são necessárias estabilidade e segurança.
Kernel
É o nucleo do sistema operacional, a parte mais próxima do nível físico (hardware). Composta de chamadas ao sistema, de acesso aos dispositivos de entrada e saída e de gerência dos recursos da máquina.
Shell
Shell é o nome genérico de uma classe de programas que funcionam como interpretador de comandos e linguagem de progromação script(interpretada) no Unix. Os shells mais populares são bash, csh, tcsh, ksh e zsh. O shell é a interface entre o usuario e o kernel. O usuário pode escolher qual dos shells vai utilizar. O shell-Padrão do linux é o bash.
Visão Geral do Linux
Shell Kernel
Distribuições
Raramente
o
usuário
instala
o
Linux
isoladamente, geralmente o Linux é instalado
por meio de uma distribuição.
Uma distribuição consiste em um conjunto de
programas que são acrescidos ao kernel, a
configuração básica desses programas e do
kernel e uma filosofia de uso e administração.
A distribuição Linux mais antiga ainda em
desenvolvimento é a Slackware, surgida em
abril de 1993.
A Slackware é uma distribuição de Linux
para uso geral e que tenta se aproximar ao
máximo de outras versões de UNIX.
Uma outra distribuição de uso comum que merece
destaque é a Debian.
Baseado no Debian, o Ubuntu surgiu como uma
iniciativa do milionário Mark Shuttleworth, e seu
nome é um conceito sul-africano que significa
“humanidade para com os outros”. Sua proposta
pauta em ofertar um SO completo que possa ser
utilizado sem dificuldades e que seja baseado
totalmente em software livre.
Instalação
O processo de instalação de um sistema Linux varia de
uma distribuição para outra.
A maioria das distribuições atuais de uso geral possuem
interface gráfica de instalação, tornando o processo
relativamente simples.
Mesmo alguns instaladores em modo texto não
oferecem dificuldade. De uma forma sintética, uma
instalação Linux consiste em três passos:
Instalação
1.
Particionamento do disco e formatação dos
sistemas de arquivo;
2.
Seleção, por parte do usuário, de quais
aplicativos
(pacotes)
serão
instalados
inicialmente;
3.
Estabelecimento de configurações básicas,
como senha de root e informações de rede e
instalação do gerenciador de boot.
Particionamento do Disco
Temos geralmente duas interfaces IDE na placa-mãe,
onde cada uma permite a conexão de dois HDs,
configurados como master ou slave.
O primeiro HD, conectado à interface IDE primária e
configurado como master é reconhecido pelo Linux
como hda, o segundo HD, slave da IDE primária é
reconhecido como hdb, enquanto os dois HDs
conectados à IDE secundária são reconhecidos como
hdc e hdd.
Particionamento do Disco
Ao mesmo tempo, cada HD pode ser dividido em
várias partições. A primeira partição primária, do
primeiro HD (hda) é chamada de hda1. Caso o HD seja
dividido em várias partições, as demais partições
primárias são camadas de hda2, hda3 e hda4.
Caso o HD seja SATA, as partições aparecem como
sda1, sda2.
Particionamento do Disco
Além da partição do sistema, é importante também criar a partição de swap.
A partição swap não é obrigatória, você pode instalar o Linux sem ela, mas é importante lembrar que sem swap o sistema pode ficar sem memória ao abrir muitos programas ao mesmo tempo ou editar arquivos de imagem, som ou vídeo muito grandes. A partição swap serve justamente como uma malha de segurança para quando a memória física se esgota.
A partição swap permite o uso da memória virtual, que possibilita que uma parte do HD seja utilizada, caso sua memória principal não seja suficiente para armazenar todos os programas em execução.
Particionamento do Disco
O Linux pode ser instalado em partições EXT2, EXT3,
ReiserFS e XFS.
O ReiserFS era o sistema de arquivos default, pois é o mais
seguro, mais rápido e aproveita melhor o espaço do HD,
entretanto problemas com o seu criador, o faz ser visto hoje
como um sistema pouco confiável.
Desta forma, atualmente recomenda-se o uso de ext3 ou ext4.
Após a formatação e o processo de escolha da partição e
sistema de arquivos, é necessário escolher o nome do usuário
básico do sistema e da sua respectiva senha.
Após a apresentação do resumo de instalação, o processo
segue automaticamente.
Particionamento do Disco
Após particionar o disco, as partições podem ser visualizadas
com o comando cfdisk ou fdisk –l /dev/sda, sendo que
/dev/sda é o disco rígido SATA.
Já o uso da memória RAM e da partição de swap pode ser
visualizado com o comando free
O uso das partições juntamente com os seus respectivos
pontos de montagem pode ser visualizado com o comando df
Gerenciador de Boot
Gerenciadores de boot são softwares capazes de iniciar o processo de carregamento de sistemas operacionais em um computador.
Por diversas razões, é comum encontrar máquinas que possuem mais de um sistema operacional instalado.
Nestes casos, os gerenciadores de boot têm papel importantíssimo, pois cabe a eles a tarefa de permitir ao usuário o carregamento de um ou outro sistema.
Existem vários gerenciadores de boot disponíveis no mercado capazes de inicializar o Linux.
É possível, inclusive, usar gerenciadores de boot comerciais (como o gerenciador disponível no Windows XP ou Windows 7).
Os mais conhecidos e utilizados no mundo Linux são, com certeza, o LILO e o GRUB.
Lilo
LILO é a abreviação de LInux boot LOader, ou seja, é
um aplicativo responsável pela carga do sistema
operacional na máquina. O LILO apresenta a
flexibilidade de poder fazer a carga a partir de qualquer
sistema de arquivo, além de possibilitar ao usuário
escolher o sistema operacional que será carregado.
As modificações também poderão ser realizadas
manualmente,
atuando
diretamente
no
arquivo
/etc/lilo.conf (ou /etc/lilo/config para as versões mais
antigas do LILO).
Grub
GRUB (GRand Unified Bootloader), foi originalmente
projetado e implementado por Erich Stefan Boleyn e hoje é distribuído como software livre.
Como características principais, podem ser destacadas as seguintes:
Utiliza um arquivo de configuração textual;
Interface por meio de menus;
Possui flexibilidade mediante linha de comando;
Suporta múltiplos tipos de sistemas de arquivos;
A configuração manual pode ser realizada mediante a edição em um dos arquivos /boot/grub/menu.lst ou /etc/grub.conf