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Vista do Desenvolvimento local e sustentabilidade: elementos políticos para se pensar as gestões de municipios de pequeno porte

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Academic year: 2021

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UNIFEI – Itajubá

Elizabethe Aparecida Bernardes

Desenvolvimento local e

sustentabilidade: elementos

políticos para se pensar as gestões de

municipios de pequeno porte

UNIFEI - Itajubá

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RESUMO

Trata-se do tema Desenvolvimento Sustentável, levando-se em consideração as dimensões do local, especificamente no que diz respeito aos discursos e à prática da administração municipal. Objetiva-se compreender as concepções de desenvolvimento na visão dos administradores públicos, enquanto constituição de ações e propostas de desenvolvimento local vinculados à questão da sustentabilidade. Do ponto de vista metodológico, realiza-ram entrevistas, semiestruturadas, com gestores públicos e autoridades municipais que trabalham o tema desenvolvimento e sustentabilidade, com recorte temporário de 2005 a 2013, mas a ênfase recai sobre o percurso teórico socialmente construído para reforçar as finalidades vigentes sobre sustentabilidade. Aponta-se que o município estudado, de pequeno porte, tem dificuldade de propor ações e políticas de desenvolvimento e de sustentabilidade que ultrapassem os exemplos dos municípios denominados centrais ou nucleares.

PALAVRAS-CHAVE:

Desenvolvimento; Desenvolvimento Local; Desenvolvimento Sustentável; Políticas Pú-blicas de Desenvolvimento.

ABSTRACT

This is the sustainable development, taking into account local dimensions, specifically with regard to the speeches and the practice of municipal administration. The objective is to understand the development of concepts in the view of public officials, while setting up actions and local development proposals linked to the issue of sustainability. From methodological point of view, it took place semi-structured interviews, with public ma-nagers and local authorities working with the development and sustainability theme, with temporary clipping from 2005 to 2013, but the emphasis is on the socially constructed theoretical route to reinforce existing purposes on sustainability. Points out that the city studied, small, finds it difficult to propose actions and policy development and sustaina-bility beyond the examples of plants or nuclear called municipalities.

KEY-WORDS:

Development; Local development; Sustainable Development; Public Development Policies.

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Área do Conhecimento: Ciências Exatas, Ciências Socias Aplicadas, Humanas, Ciências da Saúde e Biológicas.

Curso: Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade Nível: Mestrado

INTRODUÇÃO

Trata-se do tema do Desenvolvimento Sustentável1. Leva-se em consideração as

dimensões do local, especificamente no que diz respeito aos discursos e à prática da administração municipal.

O conceito de desenvolvimento, aqui, assume um caráter plural, como destaca Pimenta (2014, p. 3) “desenvolvimentos; em amplitude, para além do econômico. Contudo, não se descolam os processos políticos dos econômicos, de Estado, de mercado, do social, da sobrevivência da espécie humana, enquanto políticas de organização societária”.

Dentro desse quadro plural, objetiva-se compreender as concepções de desenvolvimento na visão dos administradores públicos, enquanto constituição de ações e propostas de desenvolvimento local vinculados à questão da sustentabilidade.

Parte-se do pressuposto de que no município estudado não há um planejamento específico visando ao desenvolvimento sustentável. Inclusive, não há contraposição à lógica do mercado.

Para atender ao objetivo proposto utilizaram-se de recursos metodológicos, como o estudo de caso, com entrevistas semiestruturadas, análise documental e análise qualitativa dos dados coletados. Ainda do ponto de vista metodológico, realizaram-se entrevistas com dois gestores públicos e duas autoridades2 municipais que trabalham com desenvolvimento

e sustentabilidade, cujo recorte temporário foi o de 2005 a 2013.

Enfatiza-se que a ênfase do trabalho e da coleta de informações recaiu sobre o percurso social construído nas falas, as quais reforçam e aderem as finalidades vigentes sobre sustentabilidade.

Estruturou-se a proposta em três argumentos: as questões teóricas que vinculam poder local e desenvolvimento; suas implicações; e, por fim, as relações entre as falas dos gestores e a realidade das ações.

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DESENVOLVIMENTO LOCAL E SUSTENTABILIDADE:

QUESTÕES TEÓRICAS

Parte-se das concepções ligadas ao poder local e a sua relação com o desenvolvimento, aqui entendido numa visão que transcende aos aspectos econômicos.

A discussão é permeada pelas ações ou possibilidades de efetivação do poder local dentro da sociedade contemporânea, que vive as consequências históricas, sociais e econômicas da Modernidade.

Na literatura estudada, a qual consta nas referências, observa-se que as marcas da Modernidade se firmaram a partir do rompimento com as práticas e concepções de mundo medieval, ao se propor uma nova visão filosófica, política, religiosa, econômica e social da História da Humanidade.

Dentro desse conjunto de leituras, sabe-se que para que o capitalismo, enquanto sistema político e econômico, se estabelecesse foi necessária transformação em sua conjuntura desde as relações com o outro, com a terra e principalmente com o trabalho. Em outros termos, é na eficiência do processo produção capitalista, bem como na consolidação de seu pensamento e ação que são elaborados modos de promoção do convencimento das pessoas, de que estes seriam os melhores caminhos a serem seguidos.

O desenvolvimento centra-se dentro desta lógica de ordem e progresso. Porém, é no campo ideológico que se encontra circunscrito subjetivamente a possibilidade de decisão dos que realmente têm direitos ou não, de quem pode viver ou deve morrer, em termos de acesso aos bens e aos benefícios gerados a partir do novo modo de produção. A liberdade, a fraternidade e a igualdade, na verdade, passam a ser postas como possibilidades a todos. Na prática, esses princípios estão no campo da seletividade social, o que se traduz em concorrências e competições.

Na sociedade atual, transcorridos mais de 2 séculos de experiência capitalista, passa a ser denominada de “pós-moderno”3. Dentre as transformações contidas em seu

ideário coloca-se a demanda do local em pauta e dentro de uma lógica globalizante. Vende-se a ideia de uniformidade nos processos de deVende-senvolvimento, bem como nas concepções de poder e nas relações sociais. Um tempo de modificações em escala mundial.

Sennett (2003) destaca a experiência corporal da cidade, as vivências do espaço urbano, por meio de uma série de fontes escritas, literárias, científicas, planejamentos arquitetônicos e de construtores, bem como pelas obras de arte. O autor traz à tona as relações entre “carne e pedra”, apontando em seu discurso, a partir do interstício, da elaboração de sentidos, a experiência concreta do local entre os simbolismos e percepções que remetem a uma dimensão subjetiva do “lugar”.

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O autor traz à luz a discussão a respeito da individualidade construída socialmente, em que o indivíduo reproduz práticas e concepções que são herdadas no choque entre “corpo e pedra” e age no tempo e espaço sociais, a partir dessas experiências construídas. A capacidade de resistência e criação do uso, para Sennett está em contraposição à ideia de passividade do corpo em relação ao espaço projetado, através de relações de poder, que reproduz as concepções da mentalidade dominante. A prática cotidiana se reinventa e se impõe apesar dessas relações de poder e dominação que incidem sobre os corpos, que se pretendem passivos, mas que na realidade não o são.

Lefebvre (1999) traz em seus estudos sobre o espaço social, três dimensões imprescindíveis ao espaço, quais sejam, as práticas, as concepções e as vivências, que articulam, como sugere Sennett (2003), a relação direta entre corpo e pedra.

É fato que o sistema cultural de produção do espaço incide diretamente no comportamento social. Porém, há aí rompimentos que caracterizam uma diferenciação entre discurso e prática sociais. Sennett (2003) nos leva a perceber que há uma linguagem silenciosa no espaço e esta é uma forma de comunicação social.

Lefebvre (1999, p. 26) diz que “o espaço e a política do espaço ‘exprimem’ as relações sociais, mas reagem sobre eles”. Portanto, não é estático, há movimento de descontinuidades e rupturas que muitas vezes são ignorados ou tratados com indiferença.

Dentro dessas perspectivas vem a análise das possibilidades de o poder local sobressair-se perante a realidade “globalizada”, bem como a ação dos diversos atores sociais e políticos envolvidos nesse processo, que longe de ser trilhado de maneira tranquila, é imbricado por tensões. Tensões essas que provocam modificações na sociedade, pois é impossível pensar “o ambiente construído independentemente da sociedade que o constrói” (MARICATO, 2002, p. 50).

Conforme a autora, reconhecer essas tensões não impedem que se veja “a cidade, sua produção, sua manutenção, seu funcionamento e sua fruição como um campo de lutas e de conquistas” (MARICATO, 2002, p. 51).

A autora traz a reflexão a respeito da ponte necessária entre o pensamento crítico e a intervenção que se quer realizar, atitudes essas que exigem envolvimento sério e comprometimento com as ações, pois há a certeza de que todo processo resulta em consequências e essas devem ser previstas com antecedência. E já que estamos em um campo subjetivo, não há como prever as contradições que porventura possam ocorrer, porém os atores envolvidos devem estar atentos a tudo, de modo a assegurarem que o processo assim iniciado possa se efetivar.

Maricato (2002) faz um percurso interessante quando rebate a capacidade do poder local em sobrepor-se ao poder global, quando o nível das políticas macroeconômicas produz um impacto muito forte sobre a localidade, restringindo-lhe a garantia de respostas adequadas.

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Para ela, o Brasil não possui tradição dentro do debate democrático, fruto de muitos anos de submissão à Ditadura Militar, que impôs à sociedade, em seus vários campos de atuação, a versão da realidade de maneira unificada e dominante, distante do olhar crítico. Isso bloqueia a autonomia no campo das decisões, pois a construção de um espaço participativo social requer mudança de paradigmas, bem como a capacidade de participação democrática efetiva.

Para Maricato (2002, p. 94) as cidades brasileiras “são máquinas produtoras de irregularidades” tendo como pano de fundo especulação fundiária e imobiliária que acaba por “definir também quem tem o direito à cidade ou ao exílio urbano da ‘não-cidade’.” Dessa realidade é que perpassa o que vem a ser legal ou ilegal. Alguns caminhos são apontados pela autora, como a gestão democrática da cidade, tendo como base a participação popular consciente e em diversas formas, assim como nos orçamentos participativos, que são capazes de prover a população do poder de decisão sobre a aplicação de recursos financeiros, tendo em vista, o bem estar social e a qualidade de vida. Daí a aposta no local. Embora pareçam utópicas as sugestões propostas, já que há contradições imensas presentes na realidade brasileira e “brechas” encontradas mesmo dentro do campo institucional e legal, a autora destaca a importância de se buscar saídas para a construção de uma nova mentalidade que privilegie as decisões locais, tendo como foco a democratização e retomada da condição de agentes, dos diversos atores sociais envolvidos no processo de desenvolvimento local, tendo a população como participante ativa.

Dowbor (1994) traz a importância de o poder local ser reforçado e a sua democratização como alternativa para o desenvolvimento. Ao contestar o conceito de “globalização”, “uma visão simplificada de abertura e unificação dos espaços da reprodução social”, o autor diz que há uma nova hierarquização dos espaços. Ou seja:

Daí a necessidade de substituirmos a visão de que “tudo se globalizou” por uma melhor compreensão de como os diversos espaços de nosso desenvolvimento se articulam, cada nível apresentando seus problemas e suas oportunidades e a totalidade representando um sistema mais complexo (DOWBOR, 1994, p. 3).

Como Maricato, Dowbor (2008, p. 6) concorda com a transferência para espaços de decisão mais próximos do cidadão, maior exigência de sistemas democráticos, que levem à efetiva participação popular, assim como a reconstituição de espaços comunitários e, destaca, que “não há dúvidas de que precisamos de mecanismos muito mais ativos de intervenção organizada para enfrentar os desequilíbrios herdados”. Para isso o envolvimento dos diversos atores sociais “Estado, empresa e sociedade civil” lutando “por uma sociedade viável, socialmente justa e ambientalmente sustentável”. Ele ainda acrescenta que não há como “esperar que a mão invisível do mercado resolva” as problemáticas por ele criadas, mesmo com o apoio do Estado.

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Para este autor, o interesse que as pessoas têm pela cidade e seu funcionamento é essencial para que participem ativamente de seu ordenamento, como também dos processos políticos que dela emanam, fortalecendo o que ele chama de poder local. Está implícita aí a ideia de intervenção do cidadão que tem conhecimento direto do espaço em que está inserido. Esse processo altera também a ação da administração municipal, que democratiza as decisões, de modo a corresponderem às necessidades da população, o que acarreta a descentralização e o reforço da participação popular dentro dos corpos organizados, como os sindicatos, as representações profissionais e as associações. Há, segundo ele, uma instrumentalização do planejamento e da participação dos cidadãos, mesmo que de forma lenta, porém, se feitos com profundidade garantirão a sua concretização, dentro de parâmetros altamente democráticos (Dowbor, 2008, p. 26 – 31).

Castells e Borja (1996, pp. 152-153) falam de protagonismo das cidades em todos os âmbitos que permeiam os aspectos econômicos, sociais, culturais, meios de comunicação. Elas se destacam enquanto atores sociais quando articulam “instituições públicas e sociedade civil”. Isso também é discutido em Silva (2004, p. 61) quando o autor fala da democracia participativa enquanto aquela que pressupõe fortalecimento de grupos organizados (movimentos sociais, associações, ONGs e outros) enquanto participantes efetivos na elaboração e implementação de políticas públicas.

Tendo essa discussão adquirido um caráter mais teórico, vale lembrar os desdobramentos do poder local dentro das concepções de desenvolvimento. Este pensado aqui de forma plural, conforme Pimenta (2014) e Sachs (1995), isto é, desenvolvimento visto além dos aspectos econômicos e mercadológicos. “Contudo, não se descola os processos políticos dos econômicos, de Estado, de mercado, do social, da sobrevivência da espécie humana, enquanto políticas de organização societária” (PIMENTA, 2014, p. 3).

Indo ao encontro de outros atores citados nesse estudo, Sachs (1995, p. 33) indica “a busca de novos paradigmas de desenvolvimento” através da superação do caráter meramente econômico que traz em si a integração dos aspectos econômicos, ecológicos e sociais; “regulação democrática das economias; a redefinição do papel do Estado”; atuação diferenciada e parceira dos diversos atores sociais; ciência e tecnologia pró-desenvolvimento social e um sistema internacional reformado.

Longe de se apresentar como resposta ao questionamento inicial, o presente trabalho busca a reflexão sobre as possibilidades de fortalecimento do poder local, em contraposição ao poder global, que tenta passar a ideia de uniformização, quando na verdade está intrínseca a dominação e o privilégio de regiões enriquecidas sobre as mais empobrecidas. Ao transmutar o direcionamento em termos de nações, seriam destacadas aqui as terminologias ligadas à centralidade ou à periferia. Campo fértil de indagações, o trabalho permite ainda muitas outras intervenções e críticas, pois o pensamento reflexivo é dinâmico e necessita desse movimento para que se aperfeiçoe.

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DESENVOLVIMENTO LOCAL: SUSTENTABILIDADE E SUAS

IMPLICAÇÕES

A cidade, local de estudo, tem em comum com as cidades vizinhas, a Serra da Mantiqueira que serve como uma barreira que, segundo Faria (2007, p. 142) “confina, separa, e surpreendentemente protege, em alguns pontos, o ambiente natural, por longos anos”. A história da região é, como também a de outras, única, portanto, precisa ser compreendida dentro de suas especificidades.

Devido às suas particularidades e à história recente, é possível que haja um movimento de reflexão e análise a respeito dos modelos de desenvolvimento implementados no município destacado.

As pequenas cidades são bastante diferenciadas entre si. Esse fator ocorre tanto pela própria diversidade da formação espacial do país, bem como pelos processos locais de cada espacialidade, pela atuação dos agentes sociais e do Estado e pelas particularidades sócio-culturais, assim como pela sua localização geográfica, suas condições de acessibilidade, bem como pela maior ou menor inserção dos lugares na economia globalizada, entre outros. (ALVES et al, 2009, p. 8)

Para que o equilíbrio seja possibilitado, tendo como fundamentação a sustentabilidade da vida, o bem-estar da população, aliados aos novos paradigmas sociais contemporâneos, é importante que haja uma retomada de decisões e ações visando à posteridade, aliada à permanência da qualidade de vida e de relações intrínsecas ao desenvolvimento humano e ambiental.

A apropriação do solo de maneira particularizada, a sua importância para a sobrevivência de sociedades inteiras, seja para a produção de alimentos, garantia de moradia ou também para a proteção de civilizações, vem se mostrando como forma de estratificação social, garantindo a uns a propriedade, e a outros, a falta de possibilidade de uma vida digna. Percebe-se isso estudando a história do urbanismo, tendo-se aqui como referência o trabalho de Goitia (1992) e as implicações políticas do Planejamento Urbano, abordadas na obra de Souza (2011).

O planejamento do desenvolvimento é posto em discussão, suas bases de fundamentação e alternativas para novas concepções. Toda essa discussão é permeada pelas relações de poder, intimamente ligadas à concepção de espaço, de sua apropriação, utilização e posse.

Estas coisas, de que o governo deve se encarregar, são os homens, os recursos, os meios de subsistência, o território e suas fronteiras, com suas qualidades, clima,

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seca, fertilidade etc.; os homens em suas relações com outras coisas que são os costumes, os hábitos, as formas de agir e pensar etc. (FOUCAULT, 1979, p. 282).

Tendo em vista a região a ser estudada, há a possibilidade de se afirmar que o local apresenta a possibilidade de uma nova visão em relação ao desenvolvimento. A serra da Mantiqueira impõe magnitude, envolvendo as cidades num clima de aconchego e proteção. Esse clima muitas vezes é interpretado como fator de isolamento. Portanto, pode ser determinante para novas estruturas de desenvolvimento, tendo como foco a sustentabilidade, o bem-estar, a partir da valorização das características locais.

No município em questão, foi verificado que os administradores públicos enfatizam a ideia de que o poder exercido na instância municipal deve ser realizado de forma colegiada, ou seja, em qualquer situação, a decisão é feita em conjunto pelos secretários e prefeito. Um dos entrevistados salienta, ao ser questionado a respeito: “Não tomamos decisão alguma individualmente”. Os entrevistados destacam a importância da participação popular, dentro dos limites estabelecidos, no processo de tomada de decisões, principalmente utilizando-se os recursos dos orçamentos participativos.

Outro entrevistado salienta que o município tem certa autonomia para agir, diz que em sua visão, “o poder político local é o poder político popular participativo”, segundo ele o poder local, reflete “aquilo que acontece no nível federal e no nível estadual” e vai além quando diz que “não estamos aqui como se fôssemos um apêndice”. Ele complementa:

Nós somos uma unidade no âmbito do município, com responsabilidades próprias, com leis próprias, obviamente dependentes e unidas pela Constituição, ao Estado e à Federação, mas com uma cara própria, com uma identidade própria, uma unidade básica fundamental, porque, como diz a velha frase: ‘É no município que o cidadão vive, é na cidade que todos nós moramos’. [...] o poder mais próximo é o poder do município.

Em sua visão, é na cidade que o poder mais próximo do cidadão acontece, é nela que se colocam em prática as políticas públicas, é nela que o embate político é mais próximo. Para ele, as ações locais refletem as ações globais. A outra entrevistada destaca que o projeto maior que envolve o município leva como tema a ideia de que o município é “do tamanho do mundo”, demonstrando a convicção de que as ações locais são consonantes às ações globais, na intenção de fortalecer a ideia de que há uma conexão capaz de ultrapassar os limites físicos e que as ações feitas localmente são associadas às que acontecem em nível global.

Um dos entrevistados destaca que segundo sua concepção, “o poder local reflete aquilo que acontece no nível federal e o nível estadual” e acrescenta: “nós (poder municipal) não estamos aqui como se fôssemos um apêndice, não!”. Baseando-se nessas afirmações,

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pode-se salientar que o poder local está diretamente relacionado com o poder em outros níveis e que a autonomia municipal é exercida, dentro das especificidades próprias do município, ou seja, dentro daquilo que lhe cabe enquanto ente federativo e autônomo.

Segundo esse entrevistado, que já foi prefeito da cidade, a formação pessoal dele e de alguns membros da equipe administrativa favoreceu a visão de comunidade. Uma visão que se desenvolveu a partir do envolvimento religioso a partir de pastorais ligadas às Comunidades Eclesiais de Base, pastorais Operária e da Terra; movimentos populares; sindicato. Esse processo favoreceu a

visão política, solidária, tentando ser uma coisa de convivência mais fraterna, dentro de uma visão mais, digamos, cooperada, isso requer o quê? A participação de todos, com uma consequente responsabilização de todos, né? E o poder local obviamente tinha que favorecer isso, dentro dessa concepção que nós não somos, não seríamos uma administração qualquer que ficaria só pra tapar buraco da rua, capinar ou coisas assim. A administração seria pra fazer uma política pública local.

Essa formação, tendo em vista o olhar diferenciado frente à sociedade, favoreceu a prática política, assim como a determinação em formar o grupo de funcionários da prefeitura, com intuito de possibilitar a continuidade do trabalho, independentemente do grupo político que assuma a administração futuramente. Houve o empenho na formação do grupo de modo a garantir autonomia na atuação, bem como o envolvimento compromissado com o trabalho executado cotidianamente, o que denota uma maior responsabilização com as decisões e atitudes tomadas.

Entre os entrevistados ficou clara a ideia de que a participação popular nos processos decisórios é de suma importância, sendo por isso valorizada enquanto construtora de uma nova sociedade baseada em ideais democráticos.

A administração é caracterizada como colegiada, tendo-se como ponto de partida a tomada de decisões, que são feitas após discussões, defesa de pontos de vista diversos, análises das consequências. Por isso mesmo é defendida como a melhor forma de gerir as questões políticas no município. A entrevistada 3 destaca que cada secretário tinha voz e vez, nos processos de decisão e ainda reforça a ideia de que esta prática era reproduzida dentro de cada secretaria. Ela afirma “a gente tinha vez, tinha voz e conseguia se fazer presente, sem dúvida. Dentro de cada secretaria era essa dinâmica também que foi levada”.

Os entrevistados destacaram a forma colegiada de se fazer política de forma bastante positiva, o que de acordo com a opinião deles, imprimia e imprime um caráter democrático à administração, bem como ajuda na tomada de decisões, que sendo partilhada, ganha a força necessária para seu desfecho.

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PARA PENSAR A RELAÇÃO DESENVOLVIMENTO E

SUSTENTABILIDADE: QUESTÕES PRÁTICAS

As concepções a respeito do desenvolvimento sustentável entre os administradores públicos entrevistados não são bem delimitadas. O tema desenvolvimento aparece geralmente aliado à ideia de crescimento econômico e às formas de se buscar um alinhamento com as visões já preestabelecidas do mundo contemporâneo, visões essas que impõem às cidades um patamar ideal, que estaria no âmbito da urbanização, da industrialização, do crescimento comercial.

Essa visão de desenvolvimento é amplamente discutida na literatura que apresenta um entendimento de crescimento e desenvolvimento econômicos como sinônimos, vinculados a resultados socioeconômicos. Os resultados de análises que levam em consideração a renda per capita, produção e consumo de produtos, bem como a análise quantitativa da expectativa de vida da população, acesso aos bens industrializados, são, na maioria das vezes, generalizantes e não levam em consideração o que se denominou, nesse estudo, de qualidade de vida, isto é, a determinação de desenvolvimento sob um olhar qualitativo, que englobe outras características, além das puramente numéricas. Um dos gestores entrevistados diz que “liga desenvolvimento com riqueza, com geração de riqueza”, porém esse mesmo gestor salienta que o município pequeno não tem distrito industrial e nem ao menos a possibilidade da criação de um, futuramente.

Para outro entrevistado, o desenvolvimento está ligado ao crescimento econômico do lugar, e acrescenta que para isso seria necessário “atrair algum tipo de empresa” para o lugar. Foi feito, segundo ele, “um estudo da área urbana do município pra ver se havia a possibilidade de um distrito industrial” (sic). Porém após esse estudo, essa ideia foi descartada, devido aos seus resultados que declaravam que não havia essa possibilidade, tendo em vista a estrutura física do lugar.

Essas afirmações demonstram a falta de clareza na conceituação do que seria desenvolvimento, ainda mais se o tivermos enquanto substantivo do adjetivo sustentável, porque há um alinhamento das ideias dos gestores aos ideais de desenvolvimento, próprios da sociedade capitalista contemporânea, que foi ganhando força com o passar do tempo e se firmou no século XX: o desenvolvimento caracterizado pelo crescimento econômico, pelo processo de urbanização das cidades, mesmo que de forma desordenada, a industrialização como promotora desse ideal. O entrevistado 1, por exemplo, afirma que é inviável praticar políticas públicas, pensando na sustentabilidade, se não se pensar também no lado econômico do município, segundo ele “você não consegue administrar, você também tem que pensar no sistema econômico”.

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Tem-se como premissa que a concepção de desenvolvimento contempla, além do crescimento econômico, as condições sociais da população, tendo-se como objetivo a qualidade de vida dos indivíduos, assim como a utilização dos diversos recursos disponíveis e a criação de políticas públicas que tenham como intuito diminuir os índices de pobreza, desemprego e a desigualdade social, aspectos prementes do mundo contemporâneo.

Os conceitos tradicionais são utilizados de maneira comparativa entre as diversas economias, em que são considerados o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, IDS – Índice de Desenvolvimento Social e outros indicadores que tentam chegar aos resultados que apontam para, segundo Veiga (2006, p. 23), “uma vida longa e saudável, ser instruído, ter acesso aos recursos necessários para um nível de vida digno e ser capaz de participar na vida da comunidade”. Porém esses resultados tentam quantificar a qualidade das diversas sociedades.

Mesmo que os indicadores sejam utilizados de forma institucionalizada mundialmente e aceitos como tais, eles não garantem a melhoria na qualidade de vida de uma determinada população. Por contemplarem condições culturais e sociais diversas, seus critérios variam, e concomitantemente a isso, seus resultados também. Os números indicados em alguns lugares preconizariam boas condições de vida, se comparados a outros lugares, poderiam demonstrar um aspecto subdesenvolvido.

Os administradores municipais entrevistados salientam que para eles o desenvolvimento está diretamente ligado à criação de um distrito industrial, uma maneira de proporcionar empregos à população e gerar mais riquezas à cidade. O entrevistado 2 ressalta que no município estudado não há “espaço específico pra fazer um distrito industrial, [...] pra gerar riqueza e desenvolvimento, nós não temos espaço pra isso”.

Aponta-se que o desenvolvimento aparece relacionado à integração e riqueza apresentadas como fundamentais na atualidade ocidental, mesmo em municípios de pequeno porte.

No imaginário desse administrador, há a necessidade da garantia de empregos, para que o município alcance um patamar considerado bom no padrão de vida e também como forma de garantir a permanência das pessoas no lugar.

Para ele, a falta de opções industriais seria responsável pela mudança de muitas pessoas, que vão para centros maiores em busca de trabalho e moradia. O fato de a cidade não ter um distrito industrial é apontado como um entrave nesse sentido.

A qualidade de vida aparece aliada à sustentabilidade também na fala do entrevistado 2 que, quando questionado a esse respeito, demonstra a intenção de aliar desenvolvimento sustentável à questão social, à “valorização das pessoas”.

Sustentabilidade e qualidade de vida, o “estar bem”, o “sentir-se bem”, são requisitos básicos, nas visões dos entrevistados, que ampliam esse olhar quando acrescentam que os serviços públicos oferecidos à população, devem garantir essa integração.

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A partir dessas afirmações pode-se pensar em várias questões, entre elas a que está diretamente relacionada ao enriquecimento econômico do município ou de sua população. Para esse entrevistado é impossível, nas atuais circunstâncias, que o município promova a riqueza de seus moradores, que segundo ele, estaria condicionada à possibilidade de industrialização. Ao mesmo tempo, ele afirma que o município oferece oportunidades para a sua população conseguir um ambiente agradável e consequentemente, uma melhor qualidade de vida que está atrelada à cultura, à saúde, à vida e ao desenvolvimento sob o olhar do entrevistado 4, que reforça esse pensamento da seguinte forma:

[...] quando falávamos no crescimento da cidade, a gente já entendia que esse crescimento estava aliado a outras questões que levavam ao desenvolvimento, por exemplo, qualidade de vida, questão da cultura, da saúde, quer dizer, dando aí todo um aparato de qualidade de vida, para um crescimento econômico, o que atraiu e atrai gente vir para cá [...]

O consenso observado nas falas dos entrevistados demonstra alinhamento nas visões relacionadas à qualidade de vida enquanto item essencial ao desenvolvimento local pleno. A qualidade de vida aqui é entendida como extensão de outros requisitos básicos, como a valorização cultural, a melhoria na saúde e na educação, que também são atrativos para que novos moradores cheguem e permaneçam no município.

O turismo é apontado pelo entrevistado 4, como uma opção possível ao desenvolvimento local, como forma de valorização do município, além de estar aliado à questão de sustentabilidade, aqui entendida como algo além da preservação da natureza. A sustentabilidade está diretamente ligada à promoção de melhores condições de vida. Para ele era necessário “ir formatando o município, ir preparando [...] pra ser um município que atraísse do ponto de vista turístico [...]”. E acrescenta:

Nós temos o potencial nesse sentido de eventos, de localização e outros aspectos, que falta ainda serem bem mais explorados, mas demos o início, demos o pontapé inicial e avançamos nesse sentido [...] esse desenvolvimento aí, na minha concepção, ele é sustentável nesse aspecto.

A esse respeito, Pimenta e Frugoli (2004) salientam que é interessante ver o turismo aliado ao desenvolvimento econômico, “para além de um modelo industrial e tecnológico”, pensamento esse que figura “na mentalidade dos homens públicos e no imaginário dos munícipes”. Portanto, o turismo pode ser apontado como uma forma de levar o município a uma nova forma de desenvolvimento, que não necessita da criação de indústrias ou de polos tecnológicos.

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Desponta-se aí um novo panorama que tira o foco da relação desenvolvimento – crescimento – industrialização – tecnologia. São apontadas formas alternativas de valorização local, que representam uma forma de desenvolvimento diferente da ordem imposta a partir do avanço das teorias ligadas ao mercado financeiro. Interessante seria se houvesse a soma de esforços no sentido de promover as características que se destacam no município, que o tornam distinto dos demais, para que possa efetivar um modelo de desenvolvimento específico, sem modelos pré-determinados e respeitando as suas particularidades. Pimenta e Frugoli quando discutem a possibilidade de cidades menores, que ficam ao entorno de grandes centros industriais ou tecnológicos, apostaram naquilo que as tornam diferenciadas, apontam o caminho do turismo, afirmam que:

Equivale dizermos que tal reprodução pode ser relativizada ou vitalizada pela valorização das condições históricas, naturais, sociais e culturais em que os municípios constituíram seus modelos de desenvolvimento, ou seja, os municípios devem evitar o modelo ou o espelho e apostar nas suas especificidades (PIMENTA, FRUGOLI, 2004, p. 196).

Portanto, apostar nas especificidades, parece ser a forma de valorização local, tendo como pano de fundo o turismo, desde que haja por parte dos administradores públicos o interesse por tal promoção. Promoção essa que demanda amplo conhecimento das características locais, capacidade de visão além da lógica empregada pelo mercado financeiro, vontade política de empreender tempo, planejamento, organização e investimentos para que a prática possa tornar-se real.

Uma outra questão ressaltada pela entrevistada 3 associa o desenvolvimento à capacidade de agregar e promover os diversos agentes sociais, no sentido de coletividade, de pensamento de cooperação entre eles.

A capacidade de organização e estruturação do pensamento coletivo são características inerentes à configuração de pleno desenvolvimento, entendido aqui como possibilidade de se buscar novas alternativas de vida, bem como a qualidade desta.

Lopes (2013) debate a questão do que seriam as minorias sociais e como democracia e direitos são meios pelos quais se pode fazer o caminho de uma existência feliz e não fins em si mesmos. Sua análise vai além quando traz características a serem refletidas em relação à desterritorialização dos direitos, que além de serem garantidos em escala local, devem avançar de forma que alcancem a universalização, sem com isso, perderem a sua identidade. Portanto, pensar em formação de grupo, com capacidade de pensamento coletivo local, é buscar também a conscientização mais ampla, para que o grupo seja preparado para embates em níveis mais amplos, garantindo a conquista de direitos e a autonomia necessária para a tomada de decisões.

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A questão dos direitos das minorias, na contemporaneidade, deve ser pensada sob e sobre bases conceituais e concretas relacionadas aos estudos sobre desigualdades sociais, políticas públicas, cidadania e agenciamentos culturais (LOPES, 2013, p.72).

A ideia de formação de identidade e de pertencimento em nível local está presente nas falas dos entrevistados na pesquisa, denotando aí a preocupação com os aspectos formadores e integradores de uma sociedade em contínua construção.

Reconhecimento e identificação são aspectos integradores dos objetivos estabelecidos por esses administradores, que vão além em suas análises e discussões em relação à formação de identidade e fortalecimento do sentimento de pertencimento, o que denota o compromisso do sujeito político em nível local, capaz de transferir isso a um nível global. A identificação da pequena cidade a partir de um só elemento constitutivo de sua cultura não era vista como foco e sim a ampliação dessa identidade, tendo como ponto de partida a cultura e o “sentir-se parte”, ou seja, pertencer ao local, fazer parte dele. Em contrapartida, na visão dos administradores, foi possível conquistar o reconhecimento na região, não só por um produto, mas também por outros aspectos constitutivos da sociedade local e do lugar e principalmente, por seus aspectos políticos democráticos.

A partir dos discursos expostos pode-se salientar que o desenvolvimento na visão desses administradores públicos é permeado por vários aspectos constitutivos, quais sejam, busca por qualidade de vida, atrelada ao fortalecimento e à valorização da cultura e a construção de uma identidade local como forma de fortalecer o sujeito político, o cidadão participante, bem como a noção de pertencimento. Esses aspectos constituem a base para o desenvolvimento em seu sentido amplo, distanciando-o de uma visão apenas atrelada ao crescimento econômico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro da perspectiva de compreender as concepções de desenvolvimento na visão dos administradores públicos, enquanto constituição de ações e propostas de desenvolvimento local, vinculados com a questão da sustentabilidade, este artigo buscou sintetizar as diretrizes das políticas públicas desencadeadas em um pequeno município sulmineiro.

Não cabe pensar desenvolvimento e sustentabilidade, sem caracterizar as dimensões do político como organizador desses processos. Na visão dos gestores entrevistados observou-se que as concepções de desenvolvimento se alinham à premissa de que para se desenvolver é necessário crescer economicamente. Equivale dizer que a cidade abandona seus traços socioculturais e se alinha às possibilidades hegemônicas de urbanização, industrialização e crescimento.

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Os entrevistados salientam ainda a temática “qualidade de vida” como elo de ligação ao desenvolvimento sustentável, compreendida como garantia de serviços públicos de qualidade e manutenção de práticas efetivas nesse sentido.

A participação popular é apontada como instrumento democrático no processo de tomada de decisões e na elaboração e efetivação de políticas públicas com a finalidade de avançar no processo de desenvolvimento sustentável.

A partir do universo de dados coletados, vê-se que as práticas de incorporação de políticas públicas sustentáveis, além de não envolverem atores sociais no processo, demonstram incapacidade de apresentar aspecto integrador da transformação na organização urbanística, social, cultural e simbólica o que pressupõe um campo de relações de poder e de intencionalidades voltadas para um determinado modelo econômico. Este dentro da lógica do capitalismo atual.

Do ponto de vista teórico, ancorado nas perspectivas de Sachs (2008), a sustentabilidade ultrapassa os limites ambientais ou de natureza. Pensar a sociedade, especificamente, o tema do desenvolvimento implica reconhecer todas as dinâmicas presentes em contextos político, econômico, sociocultural, circunscritos aos estilos e qualidade de vida. Implica também o entendimento de como as cidades, mesmo as de pequeno porte, se propõem a efetivar ações de desenvolvimento que contemplem essas dinâmicas.

Do ponto de vista empírico, as informações coletadas, nem sempre, apresentam o entendimento do gestor sobre as demandas pertinentes à relação desenvolvimento e sustentabilidade. Nem mesmo empreendem ações concretas que caminhem no sentido de contemplar o universo de demandas presentes naquele município.

Dentro desse quadro teórico e empírico privilegiados, pode-se apontar que os municípios de pequeno porte têm dificuldade para propor ações e políticas de desenvolvimento e sustentabilidade que ultrapassem os exemplos dos municípios denominados centrais ou nucleares. Contudo, não se pode afirmar que o gestor público não tenha clareza e intencionalidades pertinentes para propor intervenções e políticas que alcancem o desenvolvimento, nos termos pensados por Amartya Sen (2010) e Sachs (2008). O resultado alcançado viabiliza outras pesquisas, no sentido de verificar se outros municípios de pequeno e médio porte, a partir das tendências democráticas em curso, têm a mesma conduta, no que se refere à relação desenvolvimento e sustentabilidade. Portanto, foi o resultado que esta pesquisa chegou. Não significa uma verdade absoluta e encontra-se aberta para novos questionamentos e investigações.

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NOTAS

1. É parte da pesquisa realizada para a dissertação de Mestrado em “Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade”. Vincula-se à Linha de Pesquisa Desenvolvimento e Sociedade, uma vez que se propõe a entender essa relação a partir da concepção de Desenvolvimento que não se concentra exclusivamente ligada à premissa do crescimento econômico. Especificamente, dialoga com o projeto Indicativos de Desenvolvimento do Município de Itajubá, MG: Investimentos Públicos e Privados que envolve diversos professores e alunos do PPG DTecS (Programa de Pós-Graduação Mestrado em “Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade” da UNIFEI – Itajubá – MG).

2. Por questões éticas os nomes dos entrevistados não serão citados.

3. Não se discutirá o tema ou o concito de “pós-moderno” aqui, uma vez que não faz parte da preocupação deste artigo.

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