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Vista do Caracterização dos atendimentos prestados pelo SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de um município do Vale do Paraíba – SP

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Caracterização dos atendimentos prestados pelo SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de um município do Vale do Paraíba – SP

Tatiana Moreira de Souza Julien

Enfermeira, Especialista em Urgência e Emergência, Coordenadora na empresa SAMU de Lorena Claudia Lysia de Oliveira Araújo Enfermeira, Professora Titular das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila. Doutora em Enfermagem na Saúde do Adulto, da Escola de Enfermagem da USP.

RESUMO

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é um componente móvel da rede de atenção às Urgências e tem como objetivo chegar precocemente às vitimas, após ter ocorrido agravo à saúde, seja ele de natureza clínica, traumática, obstétrica, psiquiátrica entre outros. Conta com uma tripulação devidamente qualificada, capacitada e treinada para os atendimentos e é acionado pelo número 192. Todas as ligações realizadas para este número caem na central de regulação, onde todas são triadas por um médico regulador de plantão. É ele que irá liberar a ambulância correta para cada situação e, por telemedicina, orientar o solicitante até a chegada da ambulância ao local; e para a equipe irá prescrever condutas e medicações, caso sejam necessárias. Objetivo: foi caracterizar os atendimentos prestados no município Do Vale do Paraíba – SP. Pesquisa do tipo quantitativo, descritivo, exploratório dos registros de clientes e/ou vitimas atendidas pelo SAMU 192. Mostrou um total de 4.153 atendimentos em 12 meses, como maior atendimentos em casos clínicos, seguido pelos traumáticos, obstétricos e psiquiátricos.

PALAVRAS CHAVE: Atendimento de emergência pré–hospitalar, assistência pré– hospitalar, serviços pré–hospitalares.

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ABSTRACT

The Service Mobile Emergency (EMS) is a mobile component of the ER care network and aims to reach the victims early after injury occurred one health clinic be it nature, trauma, obstetrical, psychiatric, among others, has with a crew suitably qualified, skilled and trained for emergency care is driven by the number 192, all calls made to this number falls in the central regulation where all are screened by a doctor on duty regulator, it is he who will release the ambulance to correct each situation and telemedicine guide the applicant until the arrival of the ambulance at the scene and the team will prescribe medications and behaviors if needed. Objective was to characterize the services rendered in the municipality Do Vale do Paraíba - SP. The research was quantitative, descriptive, exploratory analysis of customer records and / or victims served by SAMU 192 showed a total of 4,153 calls in 12 months, with most cases of clinical care, followed by trauma, obstetric and psychiatric.

KEYWORDS: Emergency care pre-hospital, pre-hospital, pre-hospital services.

INTRODUÇÃO

Segundo a Portaria nº 2.048/2002 do Ministério da Saúde, considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde, devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário, quando a solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência

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apresentado, mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento (1).

O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel deve ser entendido como uma atribuição da área da saúde, sendo vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades de saúde da população de um município, ou uma região, podendo, portanto, extrapolar os limites municipais. Esta região de cobertura deve ser previamente definida, considerando-se aspectos demográficos, populacionais, territoriais, indicadores de saúde, oferta de serviços e fluxos habitualmente utilizados pela clientela. O serviço deve contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde, devidamente regulada, disponibilizada conforme critérios de hierarquização e regionalização formalmente pactuados entre os gestores do sistema loco regional. Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao transporte de enfermos (1).

As dimensões e outras especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR 14561/2000, de julho de 2000.

As Ambulâncias são classificadas em:

TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo.

TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte inter hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com o potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino.

TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré hospitalares de pacientes, vítimas de acidentes ou pacientes, em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas).

TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e

transporte de pacientes de alto risco, em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.

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TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa, utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa, para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC.

TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte, por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua necessidade.

Segundo a Portaria nº 2.026/2002 do Ministério da Saúde, o SAMU 192 é um componente assistencial móvel da Rede de Atenção às Urgências que tem como objetivo chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa levar a sofrimento, a sequelas ou mesmo à morte; mediante o envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número "192" e acionado por uma Central de Regulação Médica das Urgências (1).

USB: Unidade de Suporte Básico de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 02 (dois) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem.

USA: Unidade de Suporte Avançado de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 03 profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico.

Motolância: conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem com treinamento para condução de motolância.

A Base Descentralizada do SAMU 192 foi inaugurada no município em estudo, no dia 29 de Fevereiro de 2012, após 02 (dois) meses de adequação. Com o início dos serviços, o município incluiu-se no SAMU Regional, sediado na cidade vizinha, onde está situada a Central de Regulação Médica do SAMU 192, local em que são recebidas as solicitações de atendimento através do telefone 192, e repassadas para as bases descentralizadas.

Segundo a portaria 2026, a Regulação Médica das Urgências, baseada na implantação de suas Centrais de Regulação, é o elemento ordenador e orientador dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. As Centrais, são estruturadas

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nos níveis estadual, regional e/ou municipal, através das quais os pedidos de socorro são recebidos, avaliados e hierarquizados (1).

Profissionais que compõem a central de regulação médica: Os profissionais que compõem as Centrais de Regulação Médica são:

Telefonista - Auxiliar de Regulação (TARM): Profissional de nível básico, habilitado a prestar atendimento telefônico às solicitações de auxílio, provenientes da população, nas centrais de regulação médica, devendo anotar dados básicos sobre o chamado (localização, identificação do solicitante, natureza da ocorrência) e prestar informações gerais. Sua atuação é supervisionada diretamente e permanentemente pelo médico regulador. Sua capacitação e atuação seguem os padrões previstos neste Regulamento (1).

Rádio-Operador (RO): Profissional de nível básico, habilitado a operar sistemas de radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma frota de veículos de emergência, obedecendo aos padrões de capacitação previstos neste Regulamento (1).

Médico: Profissional de nível superior, titular de Diploma de Médico, devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição, habilitado ao exercício da medicina pré-hospitalar, atuando nas áreas de regulação médica, suporte avançado de vida, em todos os cenários de atuação do pré-hospitalar e nas ambulâncias, assim como na gerência do sistema, habilitado conforme os termos deste Regulamento (1).

O médico regulador possui competência técnica para “julgar” o grau presumido de urgência e prioridade de cada caso, segundo as informações disponíveis.

- julgar e decidir sobre a gravidade de um caso que lhe está sendo comunicado por rádio ou telefone, estabelecendo uma gravidade presumida;

- enviar os recursos necessários ao atendimento, considerando necessidades e ofertas disponíveis;

- monitorar e orientar o atendimento feito por outro profissional de saúde habilitado (médico intervencionista, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem), por profissional da área de segurança ou bombeiro militar (no limite das competências desses profissionais) ou ainda por leigo que se encontre no local da situação de urgência;

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- definir e acionar o serviço de destino do paciente, informando-o sobre as condições e previsão de chegada do mesmo, sugerindo os meios necessários ao seu acolhimento;

- julgar a necessidade ou não do envio de meios móveis de atenção. Em caso negativo, o médico deve explicar sua decisão e esclarecer o demandante do socorro, quanto a outras medidas a serem adotadas, por meio de orientação ou conselho médico, que permitam ao solicitante assumir cuidados ou buscá-los em local definido pelo médico regulador;

- reconhecer que, como a atividade do médico regulador envolve o exercício da telemedicina, impõe-se a gravação contínua das comunicações, o correto preenchimento das fichas médicas de regulação, das fichas de atendimento médico e de enfermagem, e o seguimento de protocolos institucionais consensuados e normatizados que definam os passos e as bases para a decisão do regulador;

- estabelecer claramente, em protocolo de regulação, os limites do telefonista auxiliar de regulação médica, o qual não pode, em hipótese alguma, substituir a prerrogativa de decisão médica e seus desdobramentos, sob pena de responsabilização posterior do médico regulador;

- definir e pactuar a implantação de protocolos de intervenção médica pré-hospitalar, garantindo perfeito entendimento entre o médico regulador e o intervencionista, quanto aos elementos de decisão e intervenção, objetividade nas comunicações e precisão nos encaminhamentos decorrentes;

- monitorar o conjunto das missões de atendimento e as demandas pendentes; - registrar sistematicamente os dados das regulações e missões, pois como frequentemente o médico regulador irá orientar o atendimento por radiotelefonia (sobretudo para os profissionais de enfermagem), os protocolos correspondentes deverão estar claramente constituídos e a autorização deverá estar assinada na ficha de regulação médica e no boletim/ficha de atendimento pré-hospitalar;

- saber com exatidão as capacidades/habilidades da sua equipe de forma a dominar as possibilidades de prescrição/orientação/intervenção e a fornecer dados que permitam viabilizar programas de capacitação/revisão que qualifiquem/habilitem os intervenientes;

- submeter-se à capacitação específica e habilitação formal para a função de regulador e acumular, também, capacidade e experiência na assistência médica em urgência, inclusive na intervenção do pré-hospitalar móvel;

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- participar de programa de educação continuada para suas tarefas;

- velar para que todos os envolvidos na atenção pré-hospitalar observem, rigorosamente, a ética e o sigilo profissional, mesmo nas comunicações radiotelefônicas;

- manter-se nos limites do sigilo e da ética médica, ao atuar como porta-voz em situações de interesse público (1).

Enfermeiro: Profissional de nível superior titular do diploma de Enfermeiro, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, conforme os termos deste Regulamento, devendo além das ações assistenciais, prestar serviços administrativos e operacionais em sistemas de atendimento pré-hospitalar (1).

Técnico de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de Técnico de Enfermagem, titular do certificado ou diploma de Técnico de Enfermagem, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Exerce atividades auxiliares, de nível técnico, sendo habilitado para o atendimento Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os termos deste Regulamento. Além da intervenção conservadora no atendimento do paciente, é habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional (1).

Auxiliar de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de Auxiliar de enfermagem e curso de especialização de nível médio em urgências, titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem com especialização em urgências, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Exerce atividades auxiliares básicas, de nível médio, habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional e conforme os termos desta Portaria (1).

Condutor de Veículos Terrestres: Profissional de nível básico, habilitado a conduzir veículos de urgência padronizados pelo código sanitário e pelo presente Regulamento como veículos terrestres, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos neste Regulamento (1).

Estrutura e composição da Regional do SAMU 192, localizada no interior de São Paulo, no Médio Vale do Paraíba.

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A Regional do SAMU 192 responsável pela Base Descentraliza, em estudo, está situada junto ao Corpo de Bombeiros, dividindo a mesma estrutura física, porém a parte operacional é separada.

É o Local em que estão situadas a Coordenação Geral e a Central de Regulação Médica, onde caem todas as ligações oriundas do telefone 192. As ligações são atendidas primeiramente pelas TARMS e são reguladas pelo médico de plantão que irá decidir qual viatura será despachada, para ser prestado o melhor atendimento ao solicitante, do serviço e irá dar orientações e condutas a serem tomadas pelo solicitante caso sejam necessárias até à chegada da USB ou USA ao local (2).

Segundo a Portaria GM/MS Nº 334 344 de 28 de Fevereiro de 2012, fazem parte da Regional de Guaratinguetá - SP 08 (sete) municípios, sendo eles: Aparecida, com uma população de 35.007 mil habitantes e uma área de 121,076 Km²; Cruzeiro, com uma população de 77,039 mil habitantes e uma área de 305,699 Km²; Piquete, com uma população de 14.107 mil habitantes e uma área de 175,996 Km²; Cunha, com uma população de 21.866 mil habitantes e uma área de 1.407,318 Km²; Arapeí, com uma população de 2.493 mil habitantes e uma área de 156.902 Km²; Lorena, com uma população de 82.573 mil habitantes com uma área de 414 Km²; Guaratinguetá, com 11.072 mil habitantes com uma área de 752.636 Km²; Queluz, com uma população de 11.309 mil habitantes, com uma área de 250 KM² e Potim, com 19.387 mil habitantes, com uma área de 44.468 KM². (3).

Atualmente todas as cidades, antes mencionadas, possuem 01(uma) ambulância de Suporte Básico de Vida e o município em que se localiza a Regional do SAMU 192 conta com 02 (duas) ambulâncias de Suporte Básico e 01 (uma) ambulância de suporte Avançado de Vida e 02 (duas) tipo A para os transportes eletivos.

Estrutura e composição de uma Base Descentralizada do SAMU 192, localizada no Médio Vale do Paraíba.

Atualmente, o município em estudo possui uma população de 82.573 mil habitantes, com uma área de 414 Km² de extensão (3).

Localiza-se no médio Vale do Paraíba, no trecho Rio São Paulo a aproximadamente 185 KM de São Paulo - SP e 230 KM do Rio de Janeiro – RJ, próximo à cidade de Guaratinguetá – SP e Canas – SP.

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todos os atendimentos de urgência e emergência do município. Todas as ligações independentes do tipo de ocorrência são triadas pelo médico regulador de plantão na Central de Regulação Médica.

Na Central de Regulação, localiza-se a Coordenação Geral e a Coordenação Médica, em que são recebidas todas as ligações oriundas do telefone 192.

O SAMU 192 Regional é composto pelos municípios de Aparecida - SP, Guaratinguetá – SP, Cunha – SP, Lorena - SP, Piquete - SP, Cruzeiro - SP, Queluz - SP, Arapei - SP e Potim - SP.

Fazem parte do quadro de funcionários do serviço e das bases descentralizadas 01 (um) Enfermeiro Coordenador, 05 (cinco) técnicos de enfermagem, 05 (cinco) motoristas socorristas, que foram qualificados pelo ministério da saúde e possuem treinamentos contínuos, para prestarem os atendimentos com qualidade a toda população que solicitar o serviço em questão.

Papel do Enfermeiro no Atendimento Pré-hospitalar (APH)

A Lei 7.498/86 diz que é livre o exercício de enfermagem em todo território, observando as disposições desta Lei (4).

Segundo a DIR/001/86 que dispõe da regulamentação da assistência de enfermagem no atendimento pré – hospitalar e demais situações relacionadas com o suporte básico de vida e suporte avançado de vida, em seu artigo 1ºdiz que o suporte básico e/ou avançado de vida é prestado por enfermeiro, técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem, segundo Lei 7.498/86 e decreto Lei 94.406/87.

Em seu Parágrafo Primeiro, assinala que compete ao Enfermeiro dirigir, coordenar, planejar, prescrever, delegar, supervisionar e avaliar as ações de enfermagem, de acordo com o nível de dependência do paciente/vitima/cliente (4).

Em seu Parágrafo Segundo diz que todos os procedimentos de alta complexidade devem ser realizados exclusivamente pelo Enfermeiro (4).

O presente estudo justifica-se pelo fato de eu, como Enfermeira Coordenadora de Base Descentralizada do SAMU 192, em um município do interior de São Paulo, localizado no Médio Vale do Paraíba, vizinho da Central de Regulação Médica, ter a necessidade de caracterizar todos os atendimentos prestados nos 12 meses, desde sua inauguração em 29 de Fevereiro de 2012 a

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28/02/2013, para quantificar quais foram as ocorrências mais solicitadas pela população do município.

Determinando, assim, qual o impacto que o serviço tem causado na cidade, levo em conta que o município, atualmente, somente dispõe de 01 (uma) Ambulância, tipo B (UBS), triada pela Regulação Médica do SAMU 192.

Assim sendo, com base nas pesquisas levantadas, caracterizarei os atendimentos prestados, a fim de quantifica-los em 05 (cinco) categorias, sendo elas de natureza clínica, traumatica, psiquiátrica, obstétrica e QTA, no período em questão.

OBJETIVO

O presente estudo tem o objetivo de caracterizar os atendimentos prestados nos municípios Do Vale do Paraíba – SP;

Identificar os atendimentos pelo SAMU 192 quanto ao: tipo de ocorrência (Clínica, Traumática, Psiquiátrica e Obstétrica) e QTA (ocorrências suspensas pela regulação e/ou trotes, negativas de atendimentos)

MÉTODO

A pesquisa é do tipo quantitativa, descritiva, exploratória, realizada através de dados coletados entre os períodos de 29/02/2012 a 28/02/2013 nos registros de clientes e/ou vitimas atendidas pelo SAMU 192, em um município do interior de São Paulo, localizado no Médio Vale do Paraíba, vizinho a Central de Regulação Médica. Os dados foram coletados pela pesquisadora, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisas das Faculdades Integradas Teresa D Ávila, a partir de dados registrados pelo SAMU 192, em Ficha de Atendimento Pré-Hospitalar e transcritos em ficha confeccionada para coleta dos dados.

Os dados coletados foram processados eletronicamente e os resultados apresentados em forma de números absolutos e proporções, organizados em tabelas e figuras.

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A população de estudo foi composta de 4.153 atendimentos prestados aos pacientes e/ou clientes, atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192 do município em estudo, no período de 29/02/2012 a 28/02/2013, sendo 12 meses desde o inicio do serviço.

A incidência de casos clínicos foi de 2.591, cerca de 62% dos atendimentos; a de casos de trauma foi de 560, cerca de 13% dos atendimentos; a de casos obstétricos foi de 248, cerca de 6% dos atendimentos; a de casos psiquiátricos foi de 115, cerca de 3% dos atendimentos e os casos de QTA que são referentes a trotes, à recusa de atendimentos ou a pacientes já em óbito foi de 639, cerca de 15% dos atendimentos.

Fig. 1: Distribuição de pacientes /ou clientes atendidos pelo SAMU192, entre os meses de Março de 2012 e Fevereiro de 2013, classificados como casos clínicos. Total de 2.591 atendimentos. (N= 4.153).

Dos dados levantados no SAMU 192, em um total de 4.153 atendimentos prestados, 2.591 atendimentos foram de natureza clínica, 62% como resultado demonstrado na Figura1.

Segundo estudos, realizados no ano período de Janeiro de 2011, a Junho de 2011 em Jundiaí - SP demonstrou-se que de 6.357 atendimentos, 3.187 foram de natureza clínica, ou seja, 50% dos atendimentos (5).

Outro estudo realizado no período de Junho de 2008 a Junho de 2009, em Palmas, no TO demonstra que de 2.400 atendimentos, cerca de 41.6% o que equivale a 762 atendimentos foram de natureza clínica (6).

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Já outro estudo, realizado de Fevereiro a Junho de 2009, demonstra que de um total de 1.893 atendimentos prestados, cerca de 926 foram de natureza clinica, ou seja, 49% dos atendimentos (7).

Dados confirmam que o maior número entre as demais ocorrências atendidas pelo SAMU 192 em sua maioria são de casos clínicos, conforme observado nos dados da pesquisa realizada no município.

Fig. 2: Distribuição de pacientes /ou clientes atendidos pelo SAMU 192, entre os meses de Março de 2012 e Fevereiro de 2013, classificados como casos de trauma. Total de 560 atendimentos. (N= 4.153).

Dos dados levantados no SAMU 192, em um total de 4.153 atendimentos prestados, 560 atendimentos foram de natureza trauma, 13% como resultado demonstrado na Figura 2.

Segundo estudos realizados, no período de Junho de 2003, a Setembro de 2003, em Porto Alegre, observou-se um total de 6.430 atendimentos, sendo 2.263, cerca de 35% dos atendimentos de natureza de trauma (8).

Outro estudo realizado no ano de 2010, no município de João Pessoa – PB, demonstra que foram atendidas um total de 4.514 vitimas de trauma que equivale a 25% de todas as ocorrências no ano em questão (9).

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Em outro estudo, realizado no período de Janeiro de 2011 a Junho de 2011, em Jundiaí – SP, demonstrou-se que de 6.357 atendimentos, 1.187 foram de natureza de trauma, ou seja, 19% dos atendimentos (5).

Já o estudo realizado em Palmas no TO, no período de Junho de 2008 e Junho de 2009, demonstra um grande número de atendimentos prestados às vitimas de trauma que equivalem a 43% dos casos, cerca de 780 atendimentos (6).

Em outro estudo realizado em Cuiabá, no período de Fevereiro a Junho de 2009 em Cuiabá – MT, mostrou-se que de 1.893 atendimentos prestados, 341 foram de natureza trauma, ou seja, 18% dos atendimentos (7).

Dados confirmam que os atendimentos em casos de trauma é um índice crescente, que aparece na maioria das pesquisas, em segundo lugar entre todos os outros atendimentos.

Conforme observado, os dados se comparam ao da pesquisa realizada no município, demonstrando ser o segundo caso de maior atendimento prestado.

Fig. 3: Distribuição de pacientes /ou clientes atendidos pelo SAMU 192, entre os meses de Março de 2012 e Fevereiro de 2013, classificados como casos obstétricos. Total de 248 atendimentos. (N= 4.153).

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Dos dados levantados no SAMU 192, em um total de 4.153 atendimentos prestados, 248 atendimentos foram de natureza obstétrica, 6%, como resultado demonstrado na Figura 3.

Segundo estudos, realizados no período de Janeiro de 2011 a Junho de 2011, em Jundiaí - SP mostrou-se que de 6.357 atendimentos, 204 deles foram de natureza obstétricas, ou seja, 3% dos atendimentos (5).

Outro estudo, realizado no período de Junho de 2008 a Junho de 2009, demonstra que de 2.400 atendimentos, 12% ou seja, 215 atendimentos foram de natureza obstétrica (6).

Já outro estudo realizado em Aracajú - demonstra que em apenas no mês de Dezembro de 2002 foram realizados 1955 atendimentos e que desses 9%, cerca de 176 atendimentos foram de natureza obstétrica (10).

E outro estudo, no período de Janeiro a Junho de 2009, realizado em Cuiabá - MT demonstrou que de 1.893 atendimentos, 74 foram obstétricos, ou seja, 4% dos atendimentos (7).

Fig. 4: Distribuição de pacientes /ou clientes atendidos pelo SAMU 192, entre os meses de Março de 2012 e Fevereiro de 2013, classificados como casos psiquiátricos. Total de 115 atendimentos. (N= 4.153).

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Dos dados levantados no SAMU 192, em um total de 4.153 atendimentos prestados, 115 atendimentos foram de natureza psiquiátrica, 3% como resultado demonstrado na Figura 4.

Segundo estudo, realizado no período de Janeiro de 2010 a Fevereiro de 2011, no município de Aracajú demonstra-se que foram atendidos 2.919 atendimentos psiquiátricos, o que equivale a 59% dos atendimentos prestados, que em relação aos demais atendimentos que representam 41% (11).

Outro estudo, realizado no período de Janeiro de 2011 a Junho de 2011, em Jundiaí demonstrou que de 6.357 atendimentos prestados, cerca de 505 foram de natureza psiquiátrica, ou seja, 8% dos atendimentos (5).

Já em outro estudo, no período de Junho de 2008 a Junho de 2009, demonstrou-se que de 2.440 atendimentos cerca de 4% ou seja, 74 casos foram de natureza psiquiátrica (6).

Outro estudo, de fevereiro a Junho de 2009 realizado em Cuiabá - MT demonstrou que de 1.893 atendimentos prestados, 130 foram de natureza psiquiátrica, ou seja, 7% dos atendimentos (7).

Fig. 5: Distribuição de pacientes /ou clientes atendidos pelo SAMU 192, entre os meses de Março de 2012 e Fevereiro de 2013, classificados como QTA. Total de 639 atendimentos. (N= 4.153).

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Dos dados levantados no SAMU 192, em um total de 4.153 atendimentos prestados, 639 atendimentos foram de natureza QTA, 15% como resultado demonstrado na Figura 5.

Segundo estudo, realizado no período de Junho de 2008 e Junho de 2009, de um total de 2.400 atendimentos prestados, cerca de 265 ou seja 11% foram classificados como saídas que não geraram atendimentos ou seja QTA, devido a trotes,a remoções por terceiros e à recusa em atendimento, lembrando que todos essas saídas geram custos ao município, pois usam-se combustível, pneus, tempo e equipe (6).

Na maioria das pesquisas realizadas não se computaram os dados referentes a este tipo de ocorrência.

CONCLUSÃO

O maior número de atendimentos prestados, no período de 29/02/2012 a 28/02/2013 no município, foram de natureza clínica, totalizando 2.591 atendimentos, 62% de um total de 4.153 atendimentos no período em questão.

Quanto aos atendimentos de natureza traumática, representaram-se 560 atendimentos prestados, ou seja, 13% de um total de 4.153 atendimentos.

O atendimento de natureza obstétrico representou 248 atendimentos prestados, ou seja, 6% de um total de 4.153 atendimentos.

O de natureza psiquiátrico representou 115 atendimentos, 3% de um total de 4.153 atendimentos.

Referente aos QTA, representaram-se 639 atendimentos, sendo 15% do total de 4.153 atendimentos prestados. Observou-se um grande e crescente número de ocorrências. Estes dados referem-se às ocorrências de trotes, cancelados pela própria regulação médica, a óbitos no local e ainda a recusas no atendimento pelo paciente e/ou vítima a ser atendida.

Nos casos psiquiátricos em sua maioria, devido ao estado em que se encontra o paciente, se faz necessário o acionamento de apoio da USA do município vizinho, onde se localiza a Central de Regulação Médica do SAMU 192, pois a ambulância é tripulada por médico e enfermeiro, que sedam o paciente, para um melhor atendimento. Neste caso, a USB do município em estudo retorna à base em

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QTA, pela orientação do médico regulador. A USA, então, conduz o paciente até o Pronto Socorro Municipal.

O estudo no município demonstrou que houve um crescente número de ocorrências QTA, mostrando um pico de crescimento nos últimos meses, fato este que coincidi com a troca da coordenação médica da Regional do SAMU 192, lembrando que todas as ocorrências em que a ambulância atende passam por uma triagem médica e coleta de dados pela TARM.

REFERÊNCIAS

1- Brasil, 2002. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria 2048 de 05 de Novembro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência.

2 – Brasil, 2012. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria 344 de 28 de Fevereiro de 2012. Habilita a Central de Regulação e o Município de Guaratinguetá (SP) a receber Unidades de Suporte Básico e Avançado, destinadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) da Central Regional de Guaratinguetá (SP) e autoriza a transferência de custeio ao Município.

3 – IBGE, 2010 DIR/001/2001 de 22 de março de 2001. Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo. São Paulo, 22 mar.

4- Lei n. 7.498 de 25 de junho de 1986. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 25 jun. 1986

5- Dias, B.V.B, Santos, S.A. Atendimentos aos pacientes clínicos realizados pelo SAMU de Jundiaí/SP no primeiro semestre de 2011: Implicações para o Enfermeiro. Revista Multidisciplinar da Saúde. São Paulo, SP ,2012; ano IV - n. 07 p. 33-46 - .

6 - Pitteri, J.S.M, Monteiro, P.S. Caracterização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Palmas - Tocantins, Brasil, em 2009. Com. Ciências Saúde. Brasília, DF, 2010; 21(3):227-236.

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7 - Duarte, J.H.D, Lucena, B.B, Morita, L.H.M. Atendimentos prestados pelo serviço. Móvel de urgência em Cuiabá, MT, Brasil. Rev. Eletr. Enf. Goiânia, GO, 13 jul. 2011.

8 - Pereira, W.A.P, Lima, M.A.D.S. Atendimento Pré-Hospitalar: Caracterização das ocorrências de acidente de trânsito. Acta Paul Enferm. São Paulo, SP, 2006; 19(3): 279-283.

9 - Soares, R.A.S, Pereira, A.P.J.T, Moraes, R.M.; Vianna, R.P.T. Caracterização das vitimas de acidente de transito atendido pelo serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) no município de João Pessoa, estado da Paraíba, Brasil, em 2010. Epidemiol. Serv. Saúde, Levilândia, PA, dez. 2012.

10 - Silva, D.P, Gomes, F.R, Souza, P.A.S. O perfil das vitimas politraumatizadas e a atuação do serviço de atendimento municipal de urgência – SAMU em Aracaju (2002/03). CBCENF, Vitória, ES. 2013.

11 - Martins, M.C.V, Barbosa, L.V, Guedes, S.A.G, Santos, V.T.G, Correia, C.R.G. Perfil dos atendimentos psiquiátricos realizados pelo serviço de atendimento móvel de urgência, Aracajú Janeiro/2010 a Fevereiro/2011. Interfaces Cientificas - Saúde e Ambiente, Aracajú, SE, out. 2012.

Responsável pela submissão Tatiana de Souza Moreira Julien Email: tatianajulien@hotmail.com

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