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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Núcleo de Animação Cultural (Guarda)

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Academic year: 2021

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Instituição Instituto Politécnico da Guarda

Curso Animação Sociocultural

Discente Telma Isabel Pires Neves

Docente Orientador Dra. Fátima Bento

Orientador na Instituição Dra. Alexandra Isidro

Instituição Facultadora do Estágio Núcleo de Animação Cultural da Guarda

Duração do Estágio 12 de Julho a 15 de Outubro de 2010

Ano Lectivo 2009- 2010

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Agradecimentos

Agradeço à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda, pela aprendizagem de excelência que me proporcionou durante o Curso.

À minha professora orientadora de estágio Dra. Fátima Bento pela disponibilidade, apoio e dedicação com que conduziu todo o processo de realização deste relatório.

À Câmara Municipal da Guarda, na pessoa da Dra. Alexandra Isidro, chefe da Divisão da Cultura, minha orientadora nesta Instituição, que possibilitou a concretização de um estágio curricular rico e diversificado em actividades culturais num ambiente motivador e dinâmico.

Um agradecimento especial aos meus pais que me ajudaram e apoiaram ao longo da minha vida e destes três anos.

A todos agradeço e deixo o meu muito obrigada pelo apoio, carinho, amor, paciência e dedicação que sempre me dispensaram.

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Índice

Introdução ... 1

Capítulo I- Contextualização do local de Estágio... 3

1. A cidade da Guarda ... 3

2. O Núcleo de Animação Cultural ... 6

3. A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço ... 8

4. Associação de Jogos Tradicionais da Guarda ... 14

5. Sé da Guarda ... 17

Capítulo II- Animação Sociocultural ... 19

1. As dimensões estruturadoras e enquadradoras da Animação Sociocultural ... 19

2. A importância do Animador Sociocultural ... 21

3. Âmbitos prioritários de intervenção dos respectivos locais de estágio ... 23

3.1 Património e Animação ... 23

3.2 Papel da Animação Cultural ... 24

3.3 A Animação Sociocultural nas Bibliotecas Públicas ... 25

3.3.1 Importância de uma Biblioteca itinerante ... 26

3.3.2 A Animação Socioeducativa através da Leitura ... 27

Capítulo III- O Estágio ... 30

1- Síntese descritiva e avaliativa das principais actividades realizadas durante o período de Estágio ... 31

Reflexão Final... 40

Bibliografia ... 42

Webgrafia ... 44 Anexos

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Índice de Figuras e Quadros

Figura 1- Freguesias do Concelho da Guarda………...4

Figura 2- Paço da Cultura……….6

Figura 3- Logótipo da BMEL………8

Figura 4- Exterior da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço………9

Figura 5- Exterior da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço………..10

Figura 6- Zona de recepção……….10

Figura 7- Sala Infanto-Juvenil “ Nós como Futuro”………...11

Figura 8- Sala do Conto………..11

Figura 9- Área infantil……….12

Figura 10- Acesso aos Computadores……….12

Figura 11- Secção Juvenil………...13

Figura 12- Área de trabalho………13

Figura 13- Características dos Jogos Tradicionais………..16

Figura 14- Processos sociais básicos da Animação Sociocultural………..20

Figura 15- Carrinha Itinerante da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço………..27

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Introdução

O estágio é uma unidade curricular do plano de estudos do Curso de Licenciatura em Animação Sociocultural, que tem como finalidade, em termos gerais, aplicar em contexto laboral as competências gerais, específicas e transversais de natureza científica, técnica, instrumental e interpessoal adquiridas e desenvolvidas ao longo dos três anos do curso no espaço escolar. O estágio proporciona ainda a aquisição e desenvolvimento de novas competências, pessoais e sociais, entre outras.

O local inicialmente escolhido para estagiar foi o Núcleo de Animação Cultural da Câmara Municipal da Guarda. No entanto, no decurso do estágio surgiu ainda a oportunidade de desenvolver um conjunto de actividades na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Sé da Guarda, e na Associação de Jogos Tradicionais da Guarda.

O estágio decorreu no período compreendido entre 12 de Julho e 15 de Outubro de 2010.

Estabeleceram-se como linhas orientadoras do estágio as seguintes: a) Observar e reflectir sobre os papéis e práticas profissionais do Animador Sociocultural, assente em referenciais científicos, técnicos, pedagógicos e éticos; b) Delinear estratégias de intervenção e inovação social promotoras da qualidade de vida e do bem-estar das populações, concretamente daquelas que usufruem dos serviços prestados pelos locais onde o estágio ocorre; c) Recorrer, sempre que possível, aos princípios estratégicos (integralidade, participação, parceria, aproximação territorial e humana) e às estratégias (reparadoras, preventivas e emancipadoras) mais adequadas ao trabalho do Animador Sociocultural nos âmbitos específicos de actuação da instituição de acolhimento do estágio; d) Cooperar com a equipa de técnicos onde a estagiária se integra.

Assim, o presente relatório tem como objectivos apresentar, descrever, analisar e reflectir criticamente sobre os contextos onde decorreu o estágio, as acções e estratégias neles existentes, de um modo geral, e as que me foram propostas e que desenvolvi, bem como as que resultaram de iniciativa própria no decurso do mesmo.

O relatório estrutura-se em três capítulos. O primeiro capítulo é dedicado à contextualização do estágio, iniciando com a apresentação da cidade da Guarda, uma vez que é essencialmente nela e para ela que se fundamenta e decorre todo o trabalho levado a cabo pelos locais de estágio. Neste capítulo consta ainda a caracterização desses locais: Núcleo de

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Animação Cultural, Sé da Guarda, Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e Associação de Jogos Tradicionais.

No segundo capítulo, intitulado Animação Sociocultural abordam-se, de um modo sintético, as dimensões estruturadoras (social, cultural, educativa e do desenvolvimento) e as dimensões enquadradoras (histórica, conceptual e contextual) da Animação Sociocultural e da acção do Animador. Analisa-se ainda o papel do Animador Sociocultural e os diversos âmbitos onde a sua acção pode e deve ocorrer, e, em particular, aqueles que constituem os âmbitos prioritários de intervenção dos respectivos locais de estágio.

No terceiro e último capítulo descrevem-se, analisam-se e avaliam-se as actividades desenvolvidas assim como as estratégias e metodologias utilizadas durante o estágio, sob proposta da orientadora institucional ou por mim sugeridas.

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Capítulo I- Contextualização do local de Estágio

1. A cidade da Guarda

A Guarda foi fundada em 1199, por foral concedido pelo segundo Rei de Portugal, D. Sancho I. Trata-se de uma cidade coeva da nacionalidade, onde existia ocupação anterior, e que completou oito séculos de existência em 1999. A Guarda foi palco de importantes acontecimentos militares da História de Portugal, designadamente nos momentos mais conturbados da luta pela independência.Foi, por outro lado, local escolhido por diversos reis da I e II dinastias para sancionarem tratados, estabelecerem acordos diplomáticos e convocarem as Cortes.

O papel que à Guarda foi destinado pelo seu fundador, era o «guardar» a fronteira, ligando pela supremacia militar e topográfica as fortificações como Linhares, Celorico, Trancoso.

Situa-se no último esporão Norte da Serra da Estrela, sendo a altitude máxima de 1056 m (na Torre de Menagem do Castelo). Corresponde à cidade mais elevada do país, com domínio visual dos vales do Mondego e do Côa, o que cedo se manifestou como carácter preponderantemente defensivo. É conhecida como a cidade dos 5 F’s. São eles: Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa.

Cidade caracteristicamente serrana, inserida num espaço de rara beleza, com uma qualidade ambiental, uma fauna e flora características, a Guarda possui valores naturais, humanos e culturais singulares. O rigor do clima, a rudeza dos solos e das paisagens, as tradições militares e religiosas, estão na origem do “ modo de ser”, característico das gentes beirãs. Por outro lado, a Guarda é uma cidade com história e “ pergaminhos” dotada de uma vincada identidade histórico-cultural, transmitida através do valioso património de que se destaca o Centro Histórico.

O Concelho da Guarda fica localizado na província da Beira Alta, confinante com os concelhos de Celorico da Beira, Pinhel, Sabugal, Manteigas e Belmonte. Trata-se de um concelho de dimensão média, composto por cinquenta e duas freguesias rurais e três urbanas (Figura 1), compreendendo três bacias hidrográficas: Mondego, Côa e Zêzere.

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Figura 1- Freguesias do Concelho da Guarda Fonte: http://www.google.pt

A cidade da Guarda encontra-se inserida na Sub-Região da Beira Interior Norte (NUT III), que pertence à região Centro (NUT II).

Na proposta da Rede Urbana da Região Centro, a Guarda figura como um dos cinco centros sub regionais, não apenas em virtude da população aglomerada e da localização, mas também das funções e equipamentos com que está dotada.

A cidade da Guarda é um dos raros casos no país que aliam à proximidade de um riquíssimo património natural a existência de um património arquitectónico e histórico secular. Esta associação entre ambiente natural e património histórico poderá (e deverá) ser uma das principais vantagens competitivas da cidade equacionadas no Plano Estratégico.

O ambiente urbano de uma cidade com um largo percurso histórico não é apenas resultado da estrutura edificada presente, nem do conjunto de actividades dos actuais habitantes. Uma cidade é também feita de memórias, vestígios, hábitos antigos, tradições e costumes, tudo factores integrantes daquilo que faz a sua identidade. Por isso faz sentido sumariar as principais componentes simbólicas e culturais do ambiente urbano da Guarda, que sintetizamos nos seguintes aspectos: os “ Pergaminhos” da cidade; o centro histórico; outros núcleos históricos e arqueológicos; o património cultural envolvente.

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O crescimento urbano das últimas duas décadas, pela dimensão atingida e pelo seu impacto visual, transformou profundamente a estrutura, a funcionalidade e a imagem da cidade. Isto exigiu uma forte e rápida adaptação dos habitantes a novas formas de utilização urbana, com consequências quer nos modos de vida vigentes quer na identificação dos habitantes com a nova realidade. Tal adaptação não terá sido conseguida por uma parte dos habitantes, sobretudo os mais idosos, que estarão porventura envolvidos numa crise de relacionamento identitário com a “ nova Cidade”.

Contudo, o crescimento demográfico da Guarda, em grande parte fruto de correntes migratórias das áreas rurais para a cidade, da fixação de população activa e de um sector já significativo de quadros, resulta sobretudo do afluxo de uma população estudantil.

Os movimentos migratórios, o envelhecimento da população residente e o decréscimo acentuado das taxas de natalidade têm sido os factores determinantes do comportamento demográfico do concelho A Guarda apresenta um complexo balanço de potencialidades/debilidades. Os trunfos potenciais para o desenvolvimento da cidade radicam na sua localização geo-estratégica, nas condições naturais, ambientais e de património, no turismo, no desporto, no ensino / formação profissional, e nas especialidades alimentares tradicionais. Em contrapartida, as debilidades resultam fundamentalmente na deficiente estruturação e qualificação urbanística da cidade, na desertificação / degradação do centro histórico, na fragilidade e falta de relacionamento entre actores, entre outros.

Por intermédio dos seguintes equipamentos, a cidade da Guarda apresenta uma vasta oferta cultural:

Núcleo de Animação Cultural (NAC) Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço Livraria Municipal

Teatro Municipal da Guarda (TMG) Centro de Estudos Ibéricos (CEI) Loja Coisas D’aqui

Museu da Guarda Aquilo Teatro

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Centro Cultural da Guarda

Assim, face à sua oferta cultural diversificada, toda a comunidade pode usufruir de uma Biblioteca Municipal, de um Museu, bem como de um Teatro Municipal onde são apresentados espectáculos nacionais e internacionais.

2. O Núcleo de Animação Cultural

O Núcleo de Animação Cultural funciona no emblemático edifício do Paço da Cultura, onde beneficia de um óptimo espaço para a realização de exposições, concertos ao ar livre, conferências, entre outros.

A importância que o Associativismo Cultural assume no Concelho da Guarda está patente na existência das mais diversas Colectividades, Ranchos Folclóricos, Grupos de Teatro, Banda Filarmónica, Bombos ou ainda Fanfarras, que procuram por um lado, promover e manter o convívio entre a população local e, por outro, contribuir para a ocupação saudável dos tempos livres.

Figura 2- Paço da Cultura Fonte: Autor

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Consciente do papel que estas Colectividades desempenham e das dificuldades com que são confrontadas no seu dia-a-dia nas actividades que se propõem realizar a autarquia concede, através do Núcleo de Animação Cultural, comparticipações financeiras bem como apoio técnico e logístico que visem garantir a execução das actividades regulares e pontuais no Concelho da Guarda.1

Assim, quase todos os meses, a autarquia edita e apoia a edição de livros, catálogos ou discos, sendo um exemplo de vitalidade editorial e de uma preocupação constante em relembrar as memórias, o património cultural e as personalidades da região da Guarda.

No Paço da Cultura funcionam o Núcleo de Animação Cultural e o Centro Cultural da Guarda, com as escolas de Ballet e Música e o Rancho Folclórico da Guarda. Nele existem ainda duas salas de exposições temporárias, em que se privilegia a mostra de trabalhos de autores com ligações ao concelho da Guarda, e um auditório com capacidade para cerca de cem pessoas, onde se realizam actividades de música, conferências, apresentação de livros, seminários, entre outros (Anexo 1).

Foi no espaço do Paço da Cultura, e em particular no Núcleo de Animação Cultural, que decorreu, em grande parte o estágio. Aí tive oportunidade de colaborar nas actividades e projectos por ele organizados e dinamizados, destacando as actividades do Projecto Andarilho, as montagens de exposições, a produção de espectáculos, entre outros, que mais adiante se expõem e desenvolvem.

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3. A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço

Figura 3- Logótipo da BMEL Fonte: www.bmel.pt

A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço constituiu também um dos locais de estágio, onde desenvolvi um amplo conjunto de actividades, nomeadamente na sala infanto-juvenil, que se apresenta no terceiro capítulo deste relatório.

Inaugurada em 27 Novembro de 2008, dia do feriado municipal da cidade da Guarda, a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço fica situada na Quinta do Alarcão, “ paredes-meias ”com a Alameda de Santo André e junto ao edifício do Centro de Estudos Ibéricos, na Rua Soeiro Viegas. Insere-se na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas.

A nova Biblioteca perpetua o nome de um grande pensador contemporâneo da cultura portuguesa, Professor Eduardo Lourenço, natural do distrito da Guarda, e que à terra de origem doou o melhor do seu espólio de produção intelectual e cultural.

A Biblioteca dá apoio às Bibliotecas Escolares do concelho, e dispõe de uma Biblioteca Itinerante, cedida pela Fundação Calouste Gulbenkian à Câmara Municipal, em 1993.

Construído de raiz, o edifício da Biblioteca apresenta-se em dois pisos, ficando o primeiro reservado ao público mais jovem, com uma zona de leitura informal, um recanto com sofás e uma sala para actividades de leitura, e projecções de filmes (sala do conto). Todos os espaços na Biblioteca têm o nome de obras de Eduardo Lourenço. No caso da secção do público mais jovem, a sala é denominada “ Nós como Futuro”.

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No mesmo piso existe uma sala polivalente designada “ Tempo e Poesia” que acolhe debates, colóquios, projecções e exposições, e contém ainda um pequeno bar acessível ao público.

No segundo piso fica a secção de adultos intitulada de “ A Nau de Ícaro”, bem como o sector técnico e administrativo.

Na zona da cave funcionam as secções de manutenção e restauro de documentos, e o depósito central.2

Para ilustrar o exposto acerca da Biblioteca, apresentam-se de seguida algumas fotografias (Figuras 4 a 10).

Figura 4- Exterior da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço Fonte: www.bmel.pt

2

http:// www.bmel.pt

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Figura 5- Exterior da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço

Fonte: www.bmel.pt

Figura 6- Zona de recepção Fonte: www.bmel.pt

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Figura 7- Sala Infanto- Juvenil “ Nós como Futuro” Fonte: www.bmel.pt

A Sala do Conto destina-se a actividades de animação da leitura.

Figura 8: Sala do Conto Fonte: www.bmel.pt

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Esta área destina-se aos mais pequenos para que possam ler e brincar com os vários jogos existentes na BMEL.

Figura 9- Área infantil Fonte: www.bmel.pt

O acesso aos computadores é feito através de uma inscrição.

Esta sala possui 6 computadores, devidamente identificados, disponíveis para: - Acesso à Internet;

- Pesquisa bibliográfica, sobre o acervo da BMEL;

- Processamento de texto, folha de cálculo, base de dados, apresentações e tratamento de imagem.

Figura 10- Acesso aos Computadores Fonte: www. bmel.pt

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Figura 11- Secção Juvenil Fonte: www.bmel

Estão distribuídas pela sala várias áreas de trabalho com mesas e tomadas eléctricas para quem pretenda estudar, realizar trabalhos ou utilizar o computador pessoal e usufruir do serviço de wireless gratuito.

Figura 12- Área de trabalho Fonte: www.bmel.pt

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De entre os objectivos que presidem a qualquer biblioteca, e à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço em particular, realçam-se os seguintes:

 Criar e fortalecer hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira infância;

 Criar estratégias e actividades de animação de leitura que estimulem o gosto pelo livro;

 Promover a animação da biblioteca, através de uma oferta cultural e da criação de novas formas de aprendizagem;

 Estimular a imaginação e criatividade das crianças e jovens;

 Divulgar o livro junto de potenciais leitores da comunidade;

 Publicitar a biblioteca e as suas actividades através de intercâmbios com instituições locais;

 Organizar a biblioteca como centro de informação.

4. Associação de Jogos Tradicionais da Guarda

A Associação de Jogos Tradicionais da Guarda é uma colectividade de âmbito distrital, fundada em 28 de Agosto de 1979, sob a designação de Associação Distrital de Jogos Tradicionais e do Lazer do Distrito da Guarda.

São seus objectivos: a recolha, divulgação e promoção da cultura popular nas vertentes das tradições orais, artesanais e lúdico-desportivas.

Outro dos objectivos desta associação passa pela defesa e pelo incentivo à prática das tradições lúdicas da região, tendo sido pioneira no país e uma das primeiras a surgir no contexto europeu.

Ao longo destas três décadas de vida a Associação de Jogos Tradicionais da Guarda tem vindo a afirmar-se no panorama associativo nacional e internacional, tendo vindo a desempenhar papel importante na manutenção de traços culturais que são fundamentais para o

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entendimento da cultura regional. Actualmente faz parte integrante do Comité Executivo da Associação Europeia de Jogos e Desportos Tradicionais.

Os jogos tradicionais, praticados em todo o mundo, são práticas simples, rústicas, realizadas por crianças e adultos, não interessando a idade, cujas regras passam de geração em geração, por transmissão oral, de um modo anónimo, que estão enraizados numa longa tradição cultural. Estes jogos têm várias variantes, de terra para terra há particularidades no modo de escolher os intervenientes, executar os lances, entre outros. Um mesmo jogo poderá dar origem a variações e mesmo a novos jogos, que poderão perdurar no tempo. Muitos jogos imitam as ocupações ou os trabalhos agrícolas e pecuários.

Alguns realizavam-se de acordo com o calendário laboral (antes, durante ou depois do trabalho) sazonalmente ou não, ao serão, na taberna, ou sobretudo nos dias de festa.

Os espaços onde se desenvolvem são pouco exigentes, tal como os materiais que são facilmente manufacturados ou improvisados. Também não obedecem a um tempo limite (como acontece com outros desportos) e adaptam-se ao tempo disponível, não tendo qualquer quadro temporal fixo, onde podem decorrer uma ou duas vezes ao ano.

A prática dos Jogos Tradicionais fortalece e aprofunda o sentimento de identificação e os laços de inserção e pertença à comunidade.

Pela sua diversidade, permitem a invenção e adaptação de regras a qualquer contexto de Animação Sociocultural e um contacto estreito com o envolvimento natural, sem preocupações de regularização dos espaços e de estandardização dos materiais.

Se observarmos as crianças que jogam à macaca, ao pião, saltar à corda, etc., num pátio da escola ou num jardim, verificamos que os praticam com enorme alegria e prazer. Quando jogam, o corpo não é só instrumento de acção que produz e consome energia, como também é instrumento de expressão e de comunicação. Assim, pode-se afirmar que os jogos tradicionais constituem uma actividade extraordinariamente rica, que contribuem para o desenvolvimento da criança, pelo que devem ser considerados um meio educativo.

O dinamismo lúdico e a carga afectiva que se encontra nos jogos tradicionais contribuem para a integração em grupo, a aquisição de uma certa disponibilidade corporal, o desenvolvimento do sentido rítmico, o enriquecimento oral da linguagem e formação da personalidade, entre outros.

No entanto, os jogos tradicionais tendem a desaparecer. Cada vez mais as crianças dispõem de espaços livres. Cada vez mais a tecnologia (televisão, vídeo, computadores) faz

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esquecer esta forma saudável de ocupação dos seus tempos livres. Para que isso não aconteça é importante que Educadores, Professores e Animadores se encarreguem de os transmitir.

De seguida apresentam-se esquematicamente as características dos Jogos Tradicionais.

Figura 13 -Características dos Jogos Tradicionais

Fonte: SERRA, Mário Cameira, 2001

Enquanto os jogos desportivos estão ligados a uma prática totalmente regida, normalizada e reconhecida internacionalmente, o seu desenvolvimento está associado ao espectáculo, colocados sob a tutela de instituições oficialmente reconhecidas (federações, associações, comités olímpicos…) e profundamente dependentes dos apoios políticos e do processo sócio-económico de produção e de consumo, os jogos tradicionais encontram-se ligados à tradição, muitas vezes bastante antiga. A sua transmissão faz-se por via oral. São regidos por um corpo de regras flutuantes, que admite muitas variantes, de acordo com as características regionais dos praticantes. Não estão dependentes de instituições oficiais e estão afastados dos poderes políticos e sócio-económicos (publicidade, sponsers, mass media…).

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No quadro 1, pode-se observar as diferenças entre o Jogo Cooperativo e o Jogo Competitivo.

Quadro 1 - Diferenças entre o Jogo Cooperativo e o Jogo Competitivo Fonte: SERRA, Mário Cameira, 2001

5. Sé da Guarda

A Sé da Guarda é, por si só, um símbolo permanente do património monumental da Guarda, que nos deixa «entrar no túnel do tempo e visitar ao longo de um percurso tão simbólico como deslumbrante», o momento do renascimento da cidade.

A Sé da Guarda é para todos os guardenses e para muitos visitantes um intermediário capaz de estabelecer a ligação entre o passado e o presente; de garantir um fio de continuidade com o passado comum; uma referência identificadora entre as vontades conjugadas de D. João I e do Bispo D. Frei Vasco de Lamego como promotores e executores da sua matriz

Jogo Cooperativo Jogo Competitivo

Existe para TODOS Existe para os MELHORES

Inclusão Selectividade

Ganhar COM o outro Ganhar DO outro

Jogar COM Jogar CONTRA

DESCONTRACÇÃO TENSÃO

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fundacional, do seu maior impulsionador D. Pedro Vaz Gavião e do Bispo Jorge de Melo, que a concluiu e, nela, primeiro que todos, promoveu grande celebração religiosa, até à actual gestão desenvolvida pela Diocese e partilhada pelo IPPAR, cujas acções e esforços, no sentido de a manter fiel à sua memória, se juntam aos da Autarquia guardense, aos da Diocese e aos da própria cidade.

A capacidade indiscutível da Sé em trazer o passado até ao presente dá ao futuro a certeza de que assumirá uma fortíssima acção de representatividade, numa relação directa com variadas valências simbólicas, religiosas e culturais.

A Sé assume-se, hoje, como um recurso valioso para a projecção da imagem da cidade, que tem o privilégio de a integrar, ao mesmo tempo que garante a continuidade dos valores que representa para a cultura e para a História da Guarda e da região.

Este espaço patrimonial representa e apresenta o sentimento de toda a comunidade guardense, pela partilha de valiosas referências colectivas que se encontram na tradição, na religião, na história e até na imaginação que o transporta através do tempo para o tornar património, pela recuperação da memória contida em cada pedra, em cada arco, em cada torre, em cada porta. Porém, não podemos olhar para a Sé como um monumento que está ali para nos trazer mensagens do passado, ou como se reduzisse a sua existência àquilo que há-de levar de nós até ao futuro. Ela tem que ser vista como um valor activo que se insere no presente, com tudo o que significa para a cultura local e para as implicações que essa cultura tem nas nossas vidas.

O património só o é se puder agir na definição do futuro do passado, de que é principal protagonista e no qual nos consideramos incluídos como legítimos herdeiros dum e parte importante do outro.

O património, no sentido em que se assume como mensageiro do tempo e das pessoas que o erigiram, o criaram, o usaram, o admiraram e o protegeram, não pode ser apenas usado e apreciado, ele tem que ser aceite como uma parte importante da herança dos nossos maiores e, no caso de um monumento com a grandiosidade e a presença física da Sé da Guarda, precisa de ser protegido e valorizado, a fim de o deixarmos cumprir a sua função de exaltar a nossa diferença, realizar a nossa beleza, cumprir o nosso poder, mostrar a nossa capacidade e inteligência e prolongar a nossa memória até ao futuro.

A Sé da Guarda, embora de modestas dimensões, constituiu-se, ao longo dos séculos, no património edificado e artístico mais representativo da cidade e da região, como um

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bastião de energia intemporal e uma referência de identidade religiosa, patrimonial e cultural. 3

Capítulo II- Animação Sociocultural

1. As dimensões estruturadoras e enquadradoras da Animação

Sociocultural

A palavra Animação Sociocultural é constituída a partir de uma tríade composta por três termos, Animação + Sócio + Cultural, associados a noções e aos sentidos de animar, de sociedade e de cultura.

Uma das primeiras noções fundamentais em redor da qual girou o estudo teórico da Animação Sociocultural foi a de Cultura.

A ideia de cultura na Animação Sociocultural parte do seu próprio conceito da antropologia cultural, ou seja refere-se aos valores, conhecimentos, tradições, costumes, que se transmitem e adquirem através da aprendizagem. É a informação que se transfere socialmente e não geneticamente. Por conseguinte, e embora se possa assinalar outro (s) sentido (s) da cultura, nomeadamente o de erudição, na sua prática profissional o Animador recorre preferencialmente à noção antropológica de cultura.

Para além da dimensão da cultura, há que referir outras dimensões que estruturam a acção do Animador Sociocultural: social, educativa e do desenvolvimento, e que se articulam entre si.

A partir das diferentes definições de Animação Sociocultural apresentadas por diversos autores, podem-se apontar como elementos comuns às mesmas os seguintes: a Animação Sociocultural como um modo de acção com o objectivo de “ sacudir” a atonia social e criar o desejo e necessidade de participação social; trata-se de uma tecnologia social baseada na metodologia participativa e de parceria que tem por finalidade actuar na promoção do desenvolvimento e da qualidade de vida das populações.

3

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Tendo em consideração que a Animação Sociocultural deve ser entendida como uma, entre outras, de práticas sociais-educativas-culturais, apresenta, no entanto, características peculiares, tais como (Ander-Egg: 2003, 11-17):

a) Gera e promove processos de participação entre os indivíduos;

b) Métodos e técnicas de actuação apoiam-se numa pedagogia activa/ participativa; c) O Animador cumpre um quádruplo papel: catalizador / dinamizador/ assistente

técnico; mediador e transmissor;

d) Triplo referente metodológico: as vivências/ experiências das pessoas, nível e formas de actuação e contextos em que as mesmas vivem;

e) Aplica o postulado metódico/ pedagógico da “ proximidade ou contexto de vida” como critérios de selecção dos espaços ou âmbitos de realização de actividades e criação de estruturas de convivencialidade;

f) Carácter voluntário e aberto que reveste a participação dos indivíduos nas actividades específicas da Animação;

g) Respeito pela autonomia / identidade cultural de cada um dos participantes e aceitação do pluralismo cultural.

A Animação Sociocultural implica três processos sociais básicos (Figura 13): Educação Integral, (Re) Criação Cultural e Participação Social e Cívica.

Figura 14 - Processos sociais básicos da Animação Sociocutural Fonte: Elaboração própria

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Educação integral entendida como uma educação permanente gerada a partir das experiências e relações comunicativas entre os indivíduos, os grupos e colectivos sociais e entre estes e o seu contexto territorial. Cada pessoa converte-se em actor, executante do seu próprio processo de crescimento pessoal e de integração social.

Participação social e cívica supõe a participação directa do indivíduo no seio dos grupos, redes e colectividades onde vive. Participação nos processos de carácter social, económico e cultural.

(Re) Criação cultural como expressão colectiva de respostas práticas de adaptação e inovação, respostas estéticas e emotivas nas relações da vida colectiva.

Quanto às dimensões que enquadram a acção do Animador Sociocultural, salientam-se a histórica, a conceptual e a contextual. De facto, na sua prática profissional, o Animador deve ter em conta os aspectos históricos (presente, passado e futuro), assim como a diversidade de abordagens teórico – conceptuais e metodológicas consentâneas com os diferentes âmbitos da sua acção, os contextos de intervenção e as tipologias de equipamentos neles existentes.

2. A importância do Animador Sociocultural

O Animador Sociocultural é “ obrigatoriamente” (pois só assim terá sucesso e atingirá qualquer objectivo), uma pessoa com vontade de proporcionar bem-estar aos outros, por intermédio do seu dinamismo, imaginação, temperamento afável, disponível e flexível.

A profissão do Animador Sociocultural situa-se entre a de Educador e a de Agente Social, na medida em que este último, dinamiza e mobiliza grupos provocando a mudança de atitudes e orientando o educando na construção do seu conhecimento, quer seja jovem ou adulto. O Animador também é um agente social, visto que trabalha com grupos, o que implica uma acção que é realizada em conjunto.

É um dinamizador ou facilitador pois promove uma comunicação positiva entre as pessoas, grupos e comunidades, de modo a contribuir para o seu desenvolvimento global. É aquele que no decurso das actividades de animação, orienta e coordena a organização e as acções do grupo de modo a que este seja autónomo e possa funcionar sem que ele tenha de estar presente. Como afirma Jardim (2003: 283) “ o Animador eficiente é aquele que sabe liderar o grupo com uma variedade de estilos, desde o centralizado, em que imprime o seu

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ritmo ao grupo, ao descentralizado, em que os membros do grupo têm a máxima liberdade, dentro dos limites previamente definidos pelo próprio grupo”.

Segundo o mesmo, para se ser bom Animador não basta possuir apenas boas intenções. O domínio das metodologias em Animação Sociocultural, são indispensáveis na realização de projectos e programas, tendo sempre em consideração o grupo escolhido, as suas necessidades e realidade.

Quando o Animador se propõe promover, organizar e realizar actividades socioculturais, deve ter em conta alguns aspectos básicos, tais como: partir de problemas e situações nos quais as pessoas se encontram, sendo necessário o contacto directo com a realidade que se pretende trabalhar; para cada grupo, realidade e circunstância é necessário elaborar propostas concretas; é, também, necessário ter em conta a variedade de iniciativas e de instituições que promovem e realizam projectos em âmbitos sociais, culturais e educativos.

O Animador Sociocultural planeia, organiza e desenvolve actividades de carácter educativo, cultural, desportivo, social, lúdico, turístico e recreativo, em contexto institucional, na comunidade ou ao domicílio, tendo em conta o serviço em que está integrado e as necessidades do grupo e dos indivíduos, com vista a melhorar a sua qualidade de vida e a qualidade da sua inserção e interacção social. Acompanha as alterações que afectem o bem-estar dos indivíduos e actua de forma a ultrapassar possíveis situações de isolamento, solidão e outras. Informa a equipa técnica caso se verifique a ocorrência de alguma situação anómala. O Animador tem que investigar, planificar, implementar e avaliar planos de animação sociocultural de modo a assumir um papel de agente de socialização e mobilização social.

Outro papel que deve ser capaz de desempenhar é o de gestor, isto é, saber prever recursos humanos e materiais necessários.

Em suma podemos dizer que o Animador Sociocultural tem a missão de promover o desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades, organizando, coordenando e/ou desenvolvendo actividades facilitadoras da animação (de carácter cultural, educativo, social, lúdico e recreativo), de despertar consciências; quebrar a apatia; promover a criação de novos elos sociais; conduzir a uma participação activa na sociedade; constituir um factor chave nas modernas concepções e estratégias de desenvolvimento e de potencializar e desenvolver as capacidades humanas (Gomes: 2007, 1-3).

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3. Âmbitos prioritários de intervenção dos respectivos locais de

estágio

3.1 Património e Animação

A Animação do património cultural só é possível e faz sentido, se existir previamente todo um trabalho que conduza à integração, inserção e envolvimento no projecto de animação por parte da comunidade. As actividades de Animação pressupõem a selecção de uma pequena comunidade local, que podem ser os habitantes de um bairro ou de uma praça de uma cidade, ou ainda de uma aldeia ou qualquer outro lugar, cujas dinâmicas sócio antropológicas devem ser previamente conhecidas por parte do Animador, para que se torne possível envolver essa comunidade nas actividades de Animação.

Segundo Reis (citado por Magalhães: s.d., 3), “ a Animação não é uma finalidade em si, mas antes um processo gradual no qual é possível determinar o princípio, o meio e o fim, é um processo em diversos tipos de acções que podem envolver acções de divulgação cultural, de agitação cultural, de dinamização cultural. Neste sentido, pode-se dizer que a Animação só adquire um sentido se visar resolver ou contribuir para a resolução de problemáticas concretas da comunidade”. Assim, no que concerne ao património, só faz sentido se houver envolvimento por parte da comunidade. Neste contexto, o trabalho sobre o património justifica-se quando aquele é ponto de partida para um trabalho de Animação, de intervenção, de participação, que implique o envolvimento de um grupo ou de uma população.

Em todo o trabalho de Animação, deve-se ter sempre em conta que o património abrange muito mais do que a arquitectura ou outras construções materiais, e desta forma, é necessário ouvir as pessoas e registar o que elas têm para nos dizer acerca de uma dança, de certos costumes, contos, entre outros. E com este processo, revitaliza-se ou reinventa-se também esse património imaterial, tantas vezes esquecido por quase todos e presente apenas na memória de apenas alguns elementos do grupo.

Através da dramatização, da realização de pequenos teatros de rua, filmes ou vídeos, representando aspectos da vida comunitária, o seu património imaterial, mas também material, visível nas praças ou ruas, e tendo estas como pano de fundo, pode-se fazer a animação do património. Em todo este processo, é essencial que o grupo se encontre profundamente envolvido, pois só assim a Animação do património será efectiva e terá o sucesso desejável (Magalhães: s.d., 2-4).

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3.2 Papel da Animação Cultural

A Animação Cultural pode ser compreendida como uma das possibilidades de intervenção pedagógica (de carácter mais assistemática) nos momentos de lazer.

Segundo Melo, (citado por Dias: 2008, 419) o termo “ “animação” é oriundo do grego “anima”, que traduzindo para o português, significa “alma” ”. O Animador Cultural tem uma actuação muito característica, pois apesar de pedagógica, não se confunde com a acção do professor. É também um educador, mas a sua actuação dá-se num espaço de maior liberdade e cuja procura é motivada, principalmente pela busca do prazer. O Animador trabalha com o lazer no seu duplo aspecto educativo: a educação pelo lazer e a educação para o lazer.

A educação pelo lazer implica considerar o lazer enquanto um veículo de educação ao trabalhar com valores, condutas, comportamentos. Exemplo disto é o hip-hop. As letras de rap ao mesmo tempo que promovem a diversão para a juventude, também difundem mensagens críticas acerca da realidade.

A educação para o lazer consiste no trabalho que o Animador Cultural tem no campo da cultura compreendida não como um bloco homogéneo, mas organizado segundo três grandes padrões: o erudito, a cultura de massa e a cultura popular.

A cultura erudita é constituída de um arcabouço normativo, que lhe oferece um valor estético estruturado pela acção de membros das classes ricas da sociedade.

A cultura de massa refere – se àquela que é produzida pela grande indústria cultural, e é destinada, prioritariamente, para o consumo de massa.

Já cultura popular refere-se à produção local e geralmente ligada a uma tradição, o folclore. A cultura popular tem vindo a passar por um processo de “ corrosão”, pois o nosso património histórico tem sido abandonado, as manifestações folclóricas e tradicionais têm sido esquecidas (Dias:2008, 419-423).

Se tomarmos como exemplo, os jogos, brinquedos e brincadeiras, podemos perceber que as crianças, actualmente têm vindo a perder esta cultura produzida pela humanidade ao longo do tempo. O brinquedo industrial contrapõe-se ao brinquedo artesanal, na medida em que o brinquedo artesanal era feito pelo artesão, pai, irmão mais velho, ou pela própria criança, em que esta, reconhecia o conjunto de materiais com que foi produzido, despertando com isto, sensações que traduziam os valores culturais. Já o brinquedo industrial é feito de plástico, produzido em série, em grande quantidade, milhares de brinquedos tradicionais, traduzindo valores culturais de um mundo globalizado.

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Assim a partir da referida classificação, o Animador Cultural tem como missão: difundir os elementos da cultura erudita, promovendo novas linguagens, novas formas de prazer. No que toca à cultura popular, cabe ao Animador resgatar, recuperar e difundir os seus elementos, que têm passado por uma deterioração pela indústria cultural. Por último, na cultura de massa cabe ao Animador Cultural saber lidar com os seus elementos, fazendo com que as vivências das pessoas sejam mais criativas e críticas (Canastra: s.d. , 419-423).

3.3 A Animação Sociocultural nas Bibliotecas Públicas

É raro o jovem que procura o espaço Biblioteca para ler um jornal ou requisitar um livro simplesmente pelo gosto de ler. São também raros os progenitores que levam os seus filhos a este mesmo espaço depois de um dia de trabalho, simplesmente para a criança ficar com a informação de que existe um edifício que tem muito para oferecer e ensinar, e onde se podem proporcionar actividades que envolvam a criatividade e imaginação.

O espaço Biblioteca é um espaço que deve ser considerado como uma base de actividades socioculturais da comunidade envolvente. Assim deverá ser entendido como um produtor de dinâmicas e um recurso por primazia, tendo como finalidade o acesso ao objecto livro.

O livro surge como que um registo impresso que assenta sobre a palavra e que para tal necessita de ser lido. O convívio com o livro contribui para o desenvolvimento integral do indivíduo e permite uma melhor percepção do mundo que o rodeia.

É através da Animação que uma biblioteca pode dar a conhecer um património, o que tem de precioso e os seus documentos mais recentes, bem como proporcionar ao seu público, inúmeras actividades, podendo ter como base as necessidades deste.

As actividades podem ser de carácter educativo, recreativo, cultural. Exemplo disso é a leitura de um conto, a divulgação de livros, de autores, a realização de exposições, ateliers de expressões, espectáculos de teatro, entre outros. Estas actividades podem ser realizadas com diversos públicos, como o infantil e o juvenil, o adulto e o sénior, criando sempre uma ligação entre cultura, educação e recreação.

Além da Animação “in situ”, ou seja, no espaço biblioteca, as actividades podem ser ampliadas, como é o caso das Bibliotecas Itinerantes, que andam de aldeia em aldeia, pois nem sempre o público-alvo tem fácil acesso ao livro e às actividades. A Animação pode chegar na mesma, de forma educativa, e o leque de actividades poderá ser ainda mais inovador.

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3.3.1 Importância de uma Biblioteca itinerante

Segundo Lopes(2008: 390),“ Se as crianças não pegam nos livros, vão os livros até elas”. Este deve ser, por conseguinte, o lema dos Animadores que “ andam” com uma Biblioteca Iitinerante.

Por volta dos anos 30 nasceram as bibliotecas itinerantes tendo a sua origem em Portugal (Lisboa), como tentativa de alargar a disponibilidade de acesso aos livros às camadas da população que até então não a tinha.

Como havia pouca ou nenhuma TV e a Internet era ainda um sonho de mentes absolutamente delirantes, o livro era efectivamente o grande suporte lúdico e a principal fonte de conhecimento a que se podia ter acesso, tornando a visita da biblioteca o momento esperado com grande ansiedade.

As Bibliotecas Itinerantes devem disponibilizar os seus serviços de igual modo a todos os membros da comunidade local, independentemente da idade, raça, religião, nacionalidade, língua ou estatuto social. Têm como principal missão funcionar como um agente que suscite o interesse pela leitura, criando uma empatia entre as pessoas e os livros.

Os objectivos das diversas Bibliotecas Itinerantes espalhadas pelo país são comuns e visam o desenvolvimento pessoal e intelectual dos leitores, o combate à literacia da informação, criar e manter nos leitores (especialmente nas crianças) o hábito e o prazer da leitura, da aprendizagem e da utilização das bibliotecas, proporcionar iguais possibilidades de aquisição e utilização da informação e possibilitar o acesso e o conhecimento à cultura local, regional e nacional.4

Em virtude a cidade da Guarda possui maioritariamente freguesias rurais, e o acesso ao livro nos meios rurais não ser tão facilitado como nos meios urbanos, foi cedida pela Fundação Calouste Gulbenkian à Câmara Municipal, em 1993, uma Biblioteca Itinerante, que se deslocava uma vez por semana a cada aldeia.

Esta Biblioteca Itinerante começou a funcionar em 1996 e terminou em 2007, aquando da Inauguração da nova Biblioteca. No entanto está-se a reconsiderar a continuação deste projecto da Biblioteca Itinerante.

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Recentemente a Biblioteca Itinerante da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, participou na Semana da Mobilidade, tendo como objectivo a promoção da leitura e o incentivo pela leitura, divulgando assim o livro junto de potenciais leitores da comunidade.

O papel do Animador Sociocultural numa Biblioteca Itinerante é fulcral uma vez que o Animador desenvolve um trabalho de animação sistemático, recorrendo a diversas estratégias, desde a leitura da história em voz alta utilizando suportes diversificados, passando por actividades que abordam uma diversidade de expressões tais como: a plástica, dramática, musical, escrita, corporal, entre outras.

Assim, durante a Semana da Mobilidade todas as actividades direccionaram-se para o contacto directo com o livro, juntamente com actividades lúdicas, visando deste modo o desenvolvimento intelectual e cultural das crianças.

Figura 15- Carrinha Itinerante da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço

Fonte: Autor

3.3.2 A Animação Socioeducativa através da Leitura

A Animação Socioeducativa constitui um dos âmbitos da Animação Sociocultural com uma grande tradição na história da Animação em Portugal.

Surge no fim dos anos 60, num contexto de educação não formal e tende a uma educação global e permanente de carácter lúdico, criativo e participativo.

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Assim, torna-se importante ligar a escola à comunidade, dos mais diversos modos: ligar a Animação Socioeducativa à Animação de museus, desmistificando a ideia de museus como espaço morto; associar a Animação Socioeducativa à educação para a saúde, promovendo uma educação para a prevenção; proceder a uma Animação Socioeducativa tendo a rua como espaço de acção, onde seja possível difundir informação útil para a vida; levar a Animação Socioeducativa ao hospital, nomeadamente à pediatria, e promover a inter-relação com os doentes; estender a Animação Socioeducativa às bibliotecas, nomeadamente pela via da dramatização, leituras expressivas de contos, histórias e romances; realizar a Animação Socioeducativa com base na leitura de contos e outros textos nos espaços mais diversos.

A Animação Socioeducativa na biblioteca tem um papel importantíssimo, uma vez que aparece associada ao prazer de ouvir, para, no futuro, se converter no prazer de ler (Lopes: 2006, 389-390).

As pessoas não estão motivadas para a leitura e ainda não a entenderam como uma forma alternativa de ocupação de tempos livres, que promove ao mesmo tempo a sua valorização pessoal e social.

As técnicas de animação de leitura são muito variadas, dependendo assim, muito da criatividade dos animadores. Há que ter em conta as características do público a que se destinam, pois mais importante do que a técnica, é a sua eficácia.

A aprendizagem da leitura é um dos maiores desafios que a criança tem que enfrentar na fase inicial da sua escolarização. É importante incentivar as crianças e jovens para o hábito de leitura, tornando-a numa ferramenta ao serviço das mais diversas actividades. Para isso, é indispensável que desde cedo, os pais e/ ou educadores coloquem o bebé/ criança em contacto com os livros (por exemplo, no caso dos bebés livros de esponja, com sons interactivos) e através desse meio interajam / brinquem com a criança. As histórias permitem que a criança sonhe, fantasie e brinque. O papel dos pais e educadores é conseguir que ela se descentre da história e construa outros cenários, tornando-se cada vez mais activa.

Como se poderá incentivar as crianças e jovens para o hábito da leitura? E qual o papel da Animação Sociocultural neste processo?

Os livros desenvolvem a imaginação, a criatividade, objectivando o contacto com a literatura. Assim, a partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar a sua experiência da vida real. A “Hora do Conto” é uma boa estratégia para incentivar a

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leitura, pois torna-se muito mais fácil ouvir uma história do que ler, as modulações da voz e as expressões faciais ajudam a tornar os significados mais compreensíveis e mais interessantes.

Cada vez mais se verifica que a Animação é utilizada como estratégia para tornar o indivíduo num leitor.

É muito provável que não haja o gene da leitura, mas tem de haver a educação para a leitura. Tem que existir uma educação do indivíduo para o hábito de leitura e para isso é preciso que ele sinta prazer no livro. A animação da leitura servirá de trampolim para o grupo, isto é, um acto colectivo, social com carácter festivo e lúdico.

Com a animação da leitura, as crianças e os jovens têm oportunidade de brincar, jogar ou descobrir o livro, adquirindo assim hábitos de leitura (Leitão: 1996, 91-93).

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Capítulo III- O Estágio

De 12 de Julho a 15 de Outubro de 2010 realizei o Estágio Curricular no Núcleo de Animação Cultural (NAC) e na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda. Por solicitação da minha orientadora no local de estágio, que é responsável pelo Pelouro da Cultura, desempenhei também algumas funções na Sé da Guarda, como guia turística.

Ao longo deste capítulo irei apresentar, descrever, analisar e reflectir criticamente sobre os contextos onde o estágio decorreu, as acções e estratégias neles existentes, de uma maneira geral, e as que me foram propostas e que desenvolvi, assim como as que resultaram de iniciativa própria no decurso do mesmo.

Assim que iniciei o estágio foram-me dadas a conhecer algumas das publicações que o Núcleo de Animação Cultural (NAC) tem vindo a desenvolver, nomeadamente a Revista Cultural “ Praça Velha”, tendo como objectivo a divulgação de acontecimentos culturais no distrito da Guarda, o “Fio da Memória”, cuja finalidade é a transcrição e manutenção de tradições orais da cultura popular, a colecção “ Gentes da Guarda ” cujo principal propósito consiste em divulgar as personalidades que pela relevância do percurso de vida merecem ser homenageadas, e uma série de Catálogos.

Durante o período de estágio no Núcleo de Animação Cultual, pude perceber que o espaço onde o mesmo se encontra sedeado não está a ser utilizado como uma forma de dinamização do centro histórico da cidade da Guarda. Este ano, apesar de não ter havido festas da cidade, houve a denominada iniciativa “ Um Concelho em Festa”, que tal como o próprio nome indica, as actuações foram realizadas pelo Concelho da Guarda, mas não no emblemático espaço Paço da Cultura, como tinha acontecido em anos anteriores. Esta alteração terá gerado um descontentamento por parte das pessoas, uma vez que estavam acostumadas a “passear” pelo centro da cidade e “parar” para assistir aos concertos no Paço da Cultura, manifestada numa menor afluência de público.

Pude também perceber que a prioridade do Núcleo de Animação Cultural já não passa por organizar eventos culturais, como há uns anos atrás, mas sim dedicar-se ao trabalho de recolha etnográfica, uma vez que não envolve grandes custos, e que tem vindo a ser efectuada em Centros de Dia do Concelho da Guarda.

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Aquando da minha permanência na Sé da Guarda verifiquei o quanto é visitado e apreciado (Anexo 2) este monumento (ex libris da cidade), pois visitam-no praticamente turistas de todas as nacionalidades.

Por último, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço pude compreender a importância do incentivo à leitura, e sobretudo o conjunto de estratégias utilizadas para motivar o gosto pela mesma, tais como “contar” e “saber contar” histórias, entre outras (Anexo 3).

Logo no início do estágio, foi necessário inteirar-me sobre o Projecto Andarilho, dado que iria fazer o acompanhamento de colectividades inseridas neste projecto, das quais destaco: o Grupo de Cantares da Sequeira, A Mensagem de São Miguel, o Coro Sénior, entre outros.

Este Projecto nasceu em Maio de 2001, tendo como objectivo principal a partilha e troca de actividades, de forma a dinamizar uma rede cultural de colectividades, grupos culturais e pessoas do concelho da Guarda. Abrange várias áreas, entre elas: música tradicional, música coral, música de tuna, música de intervenção, fado, fanfarra, percussão, banda filarmónica, hip-hop, dança e teatro.

Para além dos espectáculos, estas colectividades são também convidadas para integrar projectos pontuais, de envolvimento colectivo.

Em 2006, o Projecto Andarilho alargou a sua actividade cultural ao concelho do Fundão, criando um intercâmbio entre estes municípios. 5

1- Síntese descritiva e avaliativa das principais actividades

realizadas durante o período de Estágio

De seguida apresento uma síntese descritiva e avaliativa das principais actividades realizadas durante o Estágio, nos vários locais onde o mesmo decorreu: Sé da Guarda, Núcleo de Animação Cultural e Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda.

O cumprimento das regras previstas para a elaboração do presente documento (cf. Regulamento de Estágios da ESECD), implicou fazer algumas opções, nomeadamente, incluir no “corpo” do trabalho apenas uma síntese descritiva e avaliativa da diversidade de

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actividades desenvolvidas, encontrando-se no respectivo anexo um esclarecimento mais aprofundado e ilustração das mesmas.

Relativamente ao trabalho desenvolvido na Sé da Guarda, começo por destacar a reunião preparatória com a Dr.ª Alexandra e a Vereadora Dr.ª Elsa na Câmara Municipal da Guarda, no dia 12 de Julho, onde tomei conhecimento das funções de guia turística a desempenhar na Sé da Guarda durante as primeiras três semanas do mês de Julho, em virtude do funcionário responsável pela Sé da Guarda se encontrar de férias. Assim, foi-me proposto substituir o referido funcionário o que aceitei desde logo com agrado.

Durante estas três semanas (13 a 30 de Julho) na Sé da Guarda, guiei os visitantes, essencialmente turistas estrangeiros, por uma “viagem histórica e religiosa”, a partir de tão vasto património. São vários os elementos de interesse que a Sé da Guarda possui entre eles a fachada principal, o portal manuelino, o retábulo esculpido em pedra ansã, os arcobotantes, os pináculos, bem como as gárgulas (Anexo 4).

Esta experiência revelou-se muito positiva e enriquecedora, não só por constituir uma oportunidade para conhecer todo o interior e exterior da Sé da Guarda, que desconhecia como foi o caso do acesso às coberturas, e aprofundar toda a história do monumento, mobilizar os conhecimentos adquiridos acerca do património e de história de arte. Mas também, porque permitiu o contacto com muitos grupos de turistas dos quais destaco o grupo “Movimento Comunhão e Participação” e o grupo de militares da GNR de Lisboa e, assim, desenvolver as minhas competências interpessoais, principalmente, as comunicativas.

No Núcleo de Animação Cultural (NAC), durante o mês de Agosto, desenvolvi um conjunto de tarefas genéricas, pontuais e simples (e até rotineiras) e outras de natureza mais regular, específica e complexa. No que diz respeito às primeiras, saliento as seguintes: elaboração de súmulas de eventos culturais, para a revista “Praça Velha” para posterior publicação; recolha etnográfica (Anexo 5) através da transcrição de tradições populares (cantos, costumes, orações, entre outras) e registo de estatísticas de acção cultural (Anexo 6). As segundas pela sua natureza e porque mais directamente ligadas ao trabalho do animador cultural, implicaram uma maior atenção, observação, análise e reflexão, que passo a apresentar.

Na semana de 2 a 7 de Agosto acompanhei a pré-produção, a produção e a pós-produção do espectáculo do Mickael Carreira, inserido na actividade “Guarda, um concelho em Festa”. Apesar de conhecer todas as etapas de organização deste evento, a minha colaboração efectiva no mesmo iniciou-se com a participação na Pré – Produção até à Pós –

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Produção, ou seja, a partir do ponto sete previsto no documento “Procedimentos a ter em conta para a Realização de um Evento Cultural” (Anexo 7). Mais tarde, na semana de 9 a 14 de Agosto, houve novamente oportunidade de acompanhar a produção de um espectáculo, agora, do Tony Carreira, inserido na “Tour 2009/2010” e patrocinado pelos hipermercados Modelo.

No dia 8 de Agosto, acompanhei o grupo “ Coro Sénior”, aos Chãos, concelho da Guarda, para posterior actuação no centro de convívio da Junta de Freguesia. Este grupo está inserido no Projecto Andarilho. É constituído por 21 elementos, em que a maioria é mulheres. Alguns elementos deste grupo pertenceram ao antigo Orfeão do Centro Cultural da Guarda. Este grupo é dirigido pela Professora Andreia Soares (Anexo 8).

Colaborei na organização do evento do prémio literário Manuel António Pina, que teve como objectivo homenagear o escritor, natural do Sabugal, e “ divulgar obras inéditas” de poesia e de literatura infanto-juvenil e que decorreu nos dias 16, 17 e 18 de Agosto.

No que diz respeito à recolha etnográfica efectuada pelas aldeias do concelho da Guarda, constituiu um trabalho muito gratificante, pois é uma maneira de relembrar, recuperar e manter os costumes e tradições que fazem parte dos nossos antepassados, e que cada vez mais tendem a ficar em desuso.

Quanto aos procedimentos a ter em conta para a realização de um evento cultural, neste caso foram dois eventos, foi uma experiência enriquecedora e satisfatória, dado permitir-me observar e colaborar em diferentes fases da organização e gestão dos eventos. Apesar disso, confrontámo-nos com algumas dificuldades, nomeadamente aquando da montagem de palco para o concerto do Mickael Carreira, em que se verificou um atraso de 3 horas, provocado pelos comerciantes locais, uma vez que não autorizavam a montagem do mesmo, pois iriam ficar sem esplanada, o que lhes causaria alguns prejuízos. Tal circunstância fez-me perceber a importância da planificação e da própria previsão ao pormenor até de situações imprevistas.

Durante todo o mês de Outubro, colaborei na elaboração de propostas do Projecto Andarilho.

Nos dias 1 e 4 de Outubro cooperei na montagem das Exposições “Viva a República Portugueza! ” e “ A República das Artes” (Anexo 9).

No dia 3 de Outubro fiz a produção e o acompanhamento do grupo “ A Mensagem” de São Miguel, a Avelãs da Ribeira, para posterior actuação (Anexo 10).

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No dia 5 de Outubro participei e colaborei na organização da Conferência “ 5 de Outubro - Uma Reconstituição” pelo Professor Ernesto Rodrigues, no auditório do Paço da Cultura (Anexo 11) e inauguração das exposições (Galeria de Arte do Paço da Cultura) “ Viva a República Portugueza!” e “ A República das Artes”. Esta iniciativa contou com o apoio do Núcleo de Animação Cultural inserida no Programa de Comemorações do Centenário da República.

Nos dias 6 e 7 de Outubro contactei telefonicamente diversas entidades para confirmarem a sua presença na tertúlia “ República e Educação” que iria decorrer no dia 19 de Outubro pelas 18h no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda.

No dia 8 de Outubro, houve uma conferência no Teatro Municipal da Guarda (TMG), intitulada “ A vida musical durante a 1ª República Portuguesa”, por Cristina Fernandes, à qual eu também assisti, assim como uma funcionária do Núcleo de Animação Cultural.

No dia 9 de Outubro fiz a produção e o acompanhamento do grupo de Cantares da Sequeira ao Centro de Dia de Santa Ana D’ Azinha, para posterior actuação. Este grupo está inserido no Projecto Andarilho e é constituído por 25 elementos (Anexo 12).

A semana de 11 a 15 de Outubro foi dedicada à elaboração da proposta Festival de Cultura Popular – 4º Aniversário do Museu da Castanha em Aldeia do Bispo e V Festa da Castanha e da Jeropiga em Famalicão da Serra, procurando prestar a minha colaboração em tudo o que me foi solicitado.

A produção e o acompanhamento dos grupos do Projecto Andarilho, a colaboração na montagem de exposições e respectiva inauguração, a organização de uma conferência, entre outros, constituíram uma experiência muito proveitosa, pois pude observar como se deve proceder em determinadas circunstâncias e, nalguns casos até, exercitar diversas competências adquiridas e desenvolvidas no conjunto das unidades curriculares que compõem o plano de estudos da licenciatura em Animação Sociocultural.

Relativamente à parte do estágio que decorreu na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, foi-me solicitado pela minha orientadora institucional que do dia 19 de Agosto ao dia 15 de Outubro desenvolvesse várias actividades de animação na Biblioteca, assim como apoio noutras tarefas. Por conseguinte, procurei integrar-me e participar nas várias actividades agendadas. Esta participação verificou-se essencialmente nas actividades desenvolvidas na Sala Infanto-Juvenil.

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No espaço da Biblioteca levei também a cabo tarefas mais pontuais, cooperando como responsável pela sala Infanto-Juvenil “Nós com Futuro”, nas actividades propostas, nomeadamente a leitura de contos soltos, apoio nos trabalhos de casa, entre outros.

No dia 19 de Agosto, fui incumbida de fazer o acompanhamento na aplicação informática do Grupo de Necessidades Especiais ADM Estrela. Numa fase inicial optei por escolher jogos de computador que exigissem concentração e estratégia, tendo obtido óptimos resultados uma vez que os elementos do grupo se concentraram no jogo. Posteriormente, decidi escolher músicas, que envolvessem sons diversos, tais como os sons da natureza, que sempre fascinaram e influenciaram profundamente os seres humanos, desde o terror provocado pelos trovões, até à tranquilidade gerada pelo ruído de uma chuva fina, o enlevo produzido pelo canto de um pássaro, o êxtase a que se é conduzido pelo som de uma flauta, entre outros, gerando uma panóplia de sentimentos e emoções.

No dia 26 de Agosto, colaborei na visita programada para 10 crianças com idades compreendida entre os 4 e os 9 anos, do Colégio de Línguas e Artes, acompanhados por 3 educadores, para assistirem à Hora do Conto, e participarem noutras actividades de Animação (Anexo 13).

Como o gosto pela leitura não nasce com a criança, torna-se importante desde cedo colocar a criança em contacto com o livro. Assim, escolhi três histórias baseadas nas vivências e experiências das crianças daquelas idades, de forma a suscitar um maior interesse, intituladas: “Não quero usar óculos”, “ A tartaruga que só queria dormir” e “ Beijinhos não dou”. Pude observar que estas crianças já começam a ter o “ bichinho” pelo gosto da leitura, pois coloquei à disposição na sala infanto-juvenil - “ Nós Como Futuro” vários livros infantis e juvenis, tendo estas crianças demonstrado curiosidade em folheá-los. Para além da leitura, aproveitei também a oportunidade para realizar outras actividades com o grupo, nomeadamente jogos de concentração, coordenação e criatividade.

No dia 30 de Agosto, acompanhei uma visita de um grupo de 12 crianças da Oficina de Estudo “Estudarte” para visionamento do filme “ Lilo Stitch - O efeito do defeito”.

Do dia 1 ao dia 10 de Setembro, prestei apoio na elaboração de certas tarefas tais como elaboração de listas para inscrições em futuras conferências, leitura de contos soltos, entre outros.

Na semana de 13 a 15 de Setembro fui responsável pela escolha e separação de livros de várias faixas etárias, nomeadamente Infantil, Juvenil e Adulto para a participação da Biblioteca Itinerante na Semana da Mobilidade. A escolha dos livros destinados a crianças

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incidiu sobre contos, visando o desenvolvimento do seu imaginário e da sua personalidade. Quase todos os livros foram escolhidos tendo em atenção as propostas do Plano Nacional de Leitura.

Do dia 16 ao dia 22 de Setembro fui destacada para colaborar nas actividades a desenvolver durante a Semana Europeia da Mobilidade6, onde a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço da Guarda, participou através da Biblioteca Itinerante, tendo como objectivos, não só criar estratégias e actividades de animação de leitura que estimulem o gosto pela leitura, mas também transformar a biblioteca num “íman” capaz de atrair aqueles que ainda não descobriram o prazer de ler.

Durante esta semana os mais jovens puderam participar na “ Hora do Conto”, nos ateliers de pintura colectiva, recorte e colagem sob o tema “ Mobilidade mais Inteligente – Uma Vida Melhor”, a partir do conto lido. Esta actividade foi sugerida por mim, de modo aliar à Hora do Conto, com os ateliers de pintura colectiva, recorte e colagem, a partir do conto lido (Anexo 14).

Nas semanas de 20 a 24 e de 27 a 29 de Setembro fiquei responsável pela Sala Infanto-Juvenil “ Nós como Futuro”, realizando as actividades propostas, nomeadamente leitura de contos soltos, apoio nos trabalhos de casa, entre outros.

A minha passagem pela Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço foi uma experiência que jamais esquecerei, pois o espaço biblioteca é um local que deve ser considerado como uma base de actividades socioculturais da comunidade envolvente.

As actividades que foram realizadas na sala infanto-juvenil foram parcialmente direccionadas para o objecto livro, juntamente com actividades lúdicas, visando desse modo, o desenvolvimento intelectual e cultural das crianças.

A hora do conto é uma prática regular e fundamental na sala infanto-juvenil, que também executei e que achei relevante e essencial.

Durante a Semana da Mobilidade passaram cerca de 220 crianças e 71 adultos, o que me permitiu perceber a importância que a leitura tem para os mais pequenos (Anexo 15).

Ao longo do meu período de Estágio senti necessidade de ir mais além do que inicialmente estava previsto para o estágio e entrar noutro campo de actuação e pesquisa. Assim, comecei por tentar “entrar no mundo” da Associação de Jogos Tradicionais da

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