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Síntese descritiva e avaliativa das principais actividades realizadas durante o período de

Capítulo III- O Estágio

1- Síntese descritiva e avaliativa das principais actividades realizadas durante o período de

De seguida apresento uma síntese descritiva e avaliativa das principais actividades realizadas durante o Estágio, nos vários locais onde o mesmo decorreu: Sé da Guarda, Núcleo de Animação Cultural e Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda.

O cumprimento das regras previstas para a elaboração do presente documento (cf. Regulamento de Estágios da ESECD), implicou fazer algumas opções, nomeadamente, incluir no “corpo” do trabalho apenas uma síntese descritiva e avaliativa da diversidade de

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actividades desenvolvidas, encontrando-se no respectivo anexo um esclarecimento mais aprofundado e ilustração das mesmas.

Relativamente ao trabalho desenvolvido na Sé da Guarda, começo por destacar a reunião preparatória com a Dr.ª Alexandra e a Vereadora Dr.ª Elsa na Câmara Municipal da Guarda, no dia 12 de Julho, onde tomei conhecimento das funções de guia turística a desempenhar na Sé da Guarda durante as primeiras três semanas do mês de Julho, em virtude do funcionário responsável pela Sé da Guarda se encontrar de férias. Assim, foi-me proposto substituir o referido funcionário o que aceitei desde logo com agrado.

Durante estas três semanas (13 a 30 de Julho) na Sé da Guarda, guiei os visitantes, essencialmente turistas estrangeiros, por uma “viagem histórica e religiosa”, a partir de tão vasto património. São vários os elementos de interesse que a Sé da Guarda possui entre eles a fachada principal, o portal manuelino, o retábulo esculpido em pedra ansã, os arcobotantes, os pináculos, bem como as gárgulas (Anexo 4).

Esta experiência revelou-se muito positiva e enriquecedora, não só por constituir uma oportunidade para conhecer todo o interior e exterior da Sé da Guarda, que desconhecia como foi o caso do acesso às coberturas, e aprofundar toda a história do monumento, mobilizar os conhecimentos adquiridos acerca do património e de história de arte. Mas também, porque permitiu o contacto com muitos grupos de turistas dos quais destaco o grupo “Movimento Comunhão e Participação” e o grupo de militares da GNR de Lisboa e, assim, desenvolver as minhas competências interpessoais, principalmente, as comunicativas.

No Núcleo de Animação Cultural (NAC), durante o mês de Agosto, desenvolvi um conjunto de tarefas genéricas, pontuais e simples (e até rotineiras) e outras de natureza mais regular, específica e complexa. No que diz respeito às primeiras, saliento as seguintes: elaboração de súmulas de eventos culturais, para a revista “Praça Velha” para posterior publicação; recolha etnográfica (Anexo 5) através da transcrição de tradições populares (cantos, costumes, orações, entre outras) e registo de estatísticas de acção cultural (Anexo 6). As segundas pela sua natureza e porque mais directamente ligadas ao trabalho do animador cultural, implicaram uma maior atenção, observação, análise e reflexão, que passo a apresentar.

Na semana de 2 a 7 de Agosto acompanhei a pré-produção, a produção e a pós- produção do espectáculo do Mickael Carreira, inserido na actividade “Guarda, um concelho em Festa”. Apesar de conhecer todas as etapas de organização deste evento, a minha colaboração efectiva no mesmo iniciou-se com a participação na Pré – Produção até à Pós –

Produção, ou seja, a partir do ponto sete previsto no documento “Procedimentos a ter em conta para a Realização de um Evento Cultural” (Anexo 7). Mais tarde, na semana de 9 a 14 de Agosto, houve novamente oportunidade de acompanhar a produção de um espectáculo, agora, do Tony Carreira, inserido na “Tour 2009/2010” e patrocinado pelos hipermercados Modelo.

No dia 8 de Agosto, acompanhei o grupo “ Coro Sénior”, aos Chãos, concelho da Guarda, para posterior actuação no centro de convívio da Junta de Freguesia. Este grupo está inserido no Projecto Andarilho. É constituído por 21 elementos, em que a maioria é mulheres. Alguns elementos deste grupo pertenceram ao antigo Orfeão do Centro Cultural da Guarda. Este grupo é dirigido pela Professora Andreia Soares (Anexo 8).

Colaborei na organização do evento do prémio literário Manuel António Pina, que teve como objectivo homenagear o escritor, natural do Sabugal, e “ divulgar obras inéditas” de poesia e de literatura infanto-juvenil e que decorreu nos dias 16, 17 e 18 de Agosto.

No que diz respeito à recolha etnográfica efectuada pelas aldeias do concelho da Guarda, constituiu um trabalho muito gratificante, pois é uma maneira de relembrar, recuperar e manter os costumes e tradições que fazem parte dos nossos antepassados, e que cada vez mais tendem a ficar em desuso.

Quanto aos procedimentos a ter em conta para a realização de um evento cultural, neste caso foram dois eventos, foi uma experiência enriquecedora e satisfatória, dado permitir-me observar e colaborar em diferentes fases da organização e gestão dos eventos. Apesar disso, confrontámo-nos com algumas dificuldades, nomeadamente aquando da montagem de palco para o concerto do Mickael Carreira, em que se verificou um atraso de 3 horas, provocado pelos comerciantes locais, uma vez que não autorizavam a montagem do mesmo, pois iriam ficar sem esplanada, o que lhes causaria alguns prejuízos. Tal circunstância fez-me perceber a importância da planificação e da própria previsão ao pormenor até de situações imprevistas.

Durante todo o mês de Outubro, colaborei na elaboração de propostas do Projecto Andarilho.

Nos dias 1 e 4 de Outubro cooperei na montagem das Exposições “Viva a República Portugueza! ” e “ A República das Artes” (Anexo 9).

No dia 3 de Outubro fiz a produção e o acompanhamento do grupo “ A Mensagem” de São Miguel, a Avelãs da Ribeira, para posterior actuação (Anexo 10).

No dia 5 de Outubro participei e colaborei na organização da Conferência “ 5 de Outubro - Uma Reconstituição” pelo Professor Ernesto Rodrigues, no auditório do Paço da Cultura (Anexo 11) e inauguração das exposições (Galeria de Arte do Paço da Cultura) “ Viva a República Portugueza!” e “ A República das Artes”. Esta iniciativa contou com o apoio do Núcleo de Animação Cultural inserida no Programa de Comemorações do Centenário da República.

Nos dias 6 e 7 de Outubro contactei telefonicamente diversas entidades para confirmarem a sua presença na tertúlia “ República e Educação” que iria decorrer no dia 19 de Outubro pelas 18h no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda.

No dia 8 de Outubro, houve uma conferência no Teatro Municipal da Guarda (TMG), intitulada “ A vida musical durante a 1ª República Portuguesa”, por Cristina Fernandes, à qual eu também assisti, assim como uma funcionária do Núcleo de Animação Cultural.

No dia 9 de Outubro fiz a produção e o acompanhamento do grupo de Cantares da Sequeira ao Centro de Dia de Santa Ana D’ Azinha, para posterior actuação. Este grupo está inserido no Projecto Andarilho e é constituído por 25 elementos (Anexo 12).

A semana de 11 a 15 de Outubro foi dedicada à elaboração da proposta Festival de Cultura Popular – 4º Aniversário do Museu da Castanha em Aldeia do Bispo e V Festa da Castanha e da Jeropiga em Famalicão da Serra, procurando prestar a minha colaboração em tudo o que me foi solicitado.

A produção e o acompanhamento dos grupos do Projecto Andarilho, a colaboração na montagem de exposições e respectiva inauguração, a organização de uma conferência, entre outros, constituíram uma experiência muito proveitosa, pois pude observar como se deve proceder em determinadas circunstâncias e, nalguns casos até, exercitar diversas competências adquiridas e desenvolvidas no conjunto das unidades curriculares que compõem o plano de estudos da licenciatura em Animação Sociocultural.

Relativamente à parte do estágio que decorreu na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, foi-me solicitado pela minha orientadora institucional que do dia 19 de Agosto ao dia 15 de Outubro desenvolvesse várias actividades de animação na Biblioteca, assim como apoio noutras tarefas. Por conseguinte, procurei integrar-me e participar nas várias actividades agendadas. Esta participação verificou-se essencialmente nas actividades desenvolvidas na Sala Infanto-Juvenil.

No espaço da Biblioteca levei também a cabo tarefas mais pontuais, cooperando como responsável pela sala Infanto-Juvenil “Nós com Futuro”, nas actividades propostas, nomeadamente a leitura de contos soltos, apoio nos trabalhos de casa, entre outros.

No dia 19 de Agosto, fui incumbida de fazer o acompanhamento na aplicação informática do Grupo de Necessidades Especiais ADM Estrela. Numa fase inicial optei por escolher jogos de computador que exigissem concentração e estratégia, tendo obtido óptimos resultados uma vez que os elementos do grupo se concentraram no jogo. Posteriormente, decidi escolher músicas, que envolvessem sons diversos, tais como os sons da natureza, que sempre fascinaram e influenciaram profundamente os seres humanos, desde o terror provocado pelos trovões, até à tranquilidade gerada pelo ruído de uma chuva fina, o enlevo produzido pelo canto de um pássaro, o êxtase a que se é conduzido pelo som de uma flauta, entre outros, gerando uma panóplia de sentimentos e emoções.

No dia 26 de Agosto, colaborei na visita programada para 10 crianças com idades compreendida entre os 4 e os 9 anos, do Colégio de Línguas e Artes, acompanhados por 3 educadores, para assistirem à Hora do Conto, e participarem noutras actividades de Animação (Anexo 13).

Como o gosto pela leitura não nasce com a criança, torna-se importante desde cedo colocar a criança em contacto com o livro. Assim, escolhi três histórias baseadas nas vivências e experiências das crianças daquelas idades, de forma a suscitar um maior interesse, intituladas: “Não quero usar óculos”, “ A tartaruga que só queria dormir” e “ Beijinhos não dou”. Pude observar que estas crianças já começam a ter o “ bichinho” pelo gosto da leitura, pois coloquei à disposição na sala infanto-juvenil - “ Nós Como Futuro” vários livros infantis e juvenis, tendo estas crianças demonstrado curiosidade em folheá-los. Para além da leitura, aproveitei também a oportunidade para realizar outras actividades com o grupo, nomeadamente jogos de concentração, coordenação e criatividade.

No dia 30 de Agosto, acompanhei uma visita de um grupo de 12 crianças da Oficina de Estudo “Estudarte” para visionamento do filme “ Lilo Stitch - O efeito do defeito”.

Do dia 1 ao dia 10 de Setembro, prestei apoio na elaboração de certas tarefas tais como elaboração de listas para inscrições em futuras conferências, leitura de contos soltos, entre outros.

Na semana de 13 a 15 de Setembro fui responsável pela escolha e separação de livros de várias faixas etárias, nomeadamente Infantil, Juvenil e Adulto para a participação da Biblioteca Itinerante na Semana da Mobilidade. A escolha dos livros destinados a crianças

incidiu sobre contos, visando o desenvolvimento do seu imaginário e da sua personalidade. Quase todos os livros foram escolhidos tendo em atenção as propostas do Plano Nacional de Leitura.

Do dia 16 ao dia 22 de Setembro fui destacada para colaborar nas actividades a desenvolver durante a Semana Europeia da Mobilidade6, onde a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço da Guarda, participou através da Biblioteca Itinerante, tendo como objectivos, não só criar estratégias e actividades de animação de leitura que estimulem o gosto pela leitura, mas também transformar a biblioteca num “íman” capaz de atrair aqueles que ainda não descobriram o prazer de ler.

Durante esta semana os mais jovens puderam participar na “ Hora do Conto”, nos ateliers de pintura colectiva, recorte e colagem sob o tema “ Mobilidade mais Inteligente – Uma Vida Melhor”, a partir do conto lido. Esta actividade foi sugerida por mim, de modo aliar à Hora do Conto, com os ateliers de pintura colectiva, recorte e colagem, a partir do conto lido (Anexo 14).

Nas semanas de 20 a 24 e de 27 a 29 de Setembro fiquei responsável pela Sala Infanto- Juvenil “ Nós como Futuro”, realizando as actividades propostas, nomeadamente leitura de contos soltos, apoio nos trabalhos de casa, entre outros.

A minha passagem pela Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço foi uma experiência que jamais esquecerei, pois o espaço biblioteca é um local que deve ser considerado como uma base de actividades socioculturais da comunidade envolvente.

As actividades que foram realizadas na sala infanto-juvenil foram parcialmente direccionadas para o objecto livro, juntamente com actividades lúdicas, visando desse modo, o desenvolvimento intelectual e cultural das crianças.

A hora do conto é uma prática regular e fundamental na sala infanto-juvenil, que também executei e que achei relevante e essencial.

Durante a Semana da Mobilidade passaram cerca de 220 crianças e 71 adultos, o que me permitiu perceber a importância que a leitura tem para os mais pequenos (Anexo 15).

Ao longo do meu período de Estágio senti necessidade de ir mais além do que inicialmente estava previsto para o estágio e entrar noutro campo de actuação e pesquisa. Assim, comecei por tentar “entrar no mundo” da Associação de Jogos Tradicionais da

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Guarda, e saber quais os objectivos desta associação, a importância que esta associação tem na região, bem como as actividades mais significativas.

A minha ligação a esta Associação já vem desde cedo, 1999, pois andava no 5 º Ano na Escola E.B.2.3 de Santa Clara, e numa aula de Educação Visual tivemos de fazer um boneco que se chamava “Trapezista” para o concurso “ Brinquedos dos Nossos Avós”. Quem ganhasse o concurso recebia um certificado e o “Trapezista” ia para a Associação de Jogos Tradicionais da Guarda, para participar na exposição “20 anos a Jogar a Tradição / Brinquedos dos Nossos Avós”. Empenhei-me no trabalho e consegui o 2º Lugar.

Como já tinha ligação a esta Associação, decidi entrar em contacto com a mesma no dia 3 de Setembro, para saber se seria possível passar um dia na companhia deles e participar nas actividades, tendo obtido uma resposta favorável. Foi com bom grado que aceitei participar na sexta edição dos Jogos Tradicionais Concelhios de Figueira de Castelo Rodrigo e colaborar na preparação da actividade. O evento decorreu no dia 5 de Setembro pelas 14 h na freguesia de Reigada (Anexo 16).

Chegado ao local, apresentei-me pessoalmente, foi-me dado o Regulamento (Anexo 17) e de seguida começou-se com os preparativos (montagem dos Campos de Jogos, inscrição dos participantes, verificação da presença dos jogadores, início dos Jogos).

Com esta participação apercebi-me que numa época em que os jogos tradicionais são substituídos pela utilização do computador e da PlayStation, os novos jogos perderam uma das grandes vantagens que os jogos tradicionais têm, a socialização e o respeito pelas regras e valores fundamentais. Para isso é importante que Educadores, Professores e Animadores se encarreguem de os transmitir. No entanto, ainda há muitos jovens que gostam de participar nos Jogos Tradicionais e exemplo disso foi o referido evento.

Os jogos disputados neste dia consistiram em 7 modalidades:  Malha  Raiola  Barra de Pedra  Panco  Jogo da Cantarinha  Salto a pés Juntos

Durante toda a tarde houve um espaço permanente com animação de jogos tradicionais de participação livre, dos quais destaco as Andas, o Jogo do Sapo, Jogo do Burro, corrida com arcos, jogo do peão. Por último, houve a distribuição de prémios.

O dia passado com a Associação de Jogos Tradicionais da Guarda constituiu uma experiência positiva e gratificante na medida que fiquei a conhecer mais jogos tradicionais daqueles que já conhecia e percebi a importância que estes jogos têm, pois a sua diversidade permite a invenção e adaptação de regras a qualquer contexto de Animação Sociocultural e um contacto estreito com o envolvimento natural, sem preocupações de regularização dos espaços.

Ao participar em quase todas as actividades, pude acompanhar as pessoas de perto e avistar o quanto esta prática é valorizada, principalmente nas aldeias, que ainda não caiu em esquecimento, e prova disso foi o número significativo de jovens e adultos que participaram nos jogos tradicionais do dia 5 de Setembro de 2010.

“Passos à Volta da Memória” foi uma actividade levada a cabo no âmbito do Projecto Teatralização do Centro Histórico, fruto da candidatura “Parcerias para a Regeneração Urbana Eixo 2 - Desenvolvimento das Cidades e dos Sistemas Urbanos” e através do Programa Mais Centro do Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Aquando do meu estágio na Sé da Guarda, onde desempenhei a função de Guia Turística, suscitou-me o interesse em participar nesta actividade que a meu ver é muito interessante do ponto de vista cultural, pois dá-nos a conhecer toda a história da cidade da Guarda, bem como todo o património existente.

Esta actividade levada a cabo no âmbito do Projecto Teatralização do Centro Histórico teve por base atrair quer turistas, quer habitantes da cidade, ao centro histórico, para uma “viagem teatral” a cargo de uma figura mítica, o “Alcaide da cidade da Guarda”.

Assim decidi participar e fazer um trabalho de pesquisa, que implicou uma recolha de dados a partir de uma entrevista aos participantes (Anexo 18). Este trabalho de pesquisa teve como objectivo saber o que as pessoas acharam desta iniciativa inovadora na cidade da Guarda, mas que já vem a ser seguida em muitas cidades portuguesas.

Esta actividade atraiu mais de 1.500 pessoas ao longo de 41 sessões, onde a interacção do público e a participação foi notória.

Este evento “ Passos à volta da Memória” – visitas encenadas ao centro histórico, vem provar que a Animação e a História fundem-se, criando um elo, um resultado, onde de um

lado tivemos a história como palco (Ruas da cidade, Igrejas) e por outro a Animação, com o ressuscitar das personagens e vivências destes na cidade da Guarda (Anexo 19).

Reflexão Final

O Estágio que realizei no Núcleo de Animação Cultural (NAC) e na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda permitiu-me aprofundar conhecimentos e aptidões na área da Animação Sociocultural possibilitando-me assim, oportunidades para reflectir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos e instrumentos aprendidos no decorrer dos três anos curriculares.

Resultou também de grande importância complementar e confrontar a aprendizagem teórica com a realidade. A Animação Sociocultural tem em diversas instituições da cidade da Guarda, a oportunidade de desenvolver projectos junto da população, analisando a importância que esta tem para o desenvolvimento dos indivíduos, grupos e comunidades, bem como identificar as necessidades sociais.

A cidade da Guarda dispõe, como constatámos anteriormente, de uma vasta oferta cultural diversificada, que toda a comunidade pode usufruir.

Nesta reflexão final, porque constituiu para mim um dos âmbitos que até então não tinha explorado, destaco a Animação Sociocultural numa Biblioteca, pois pode ser definida como um método para retirar as pessoas da rotina e passividade do dia-a-dia e uma contribuição para a formação de novas mentalidades e para o desenvolvimento do espírito crítico e do poder criativo dos leitores. A Animação Sociocultural, para além de dinamizar, deve despertar e agitar o indivíduo e a sociedade para uma cultura inteligente e, sobretudo, de qualidade.

A nova Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço é um equipamento com potencial transformador de mentalidades e comportamentos e gerador de condições para mais um sustentado exercício de afirmação cívica e de cidadania dos guardenses.

Assim, para criar hábitos de leitura, o Animador deverá fazer um trabalho de animação sistemático, recorrendo a diversas estratégias, desde a leitura da história em voz alta utilizando suportes diversificados, passando por actividades que abordam a área plástica, dramática, musical, escrita, corporal, entre outras.

Em suma, podemos concluir que as bibliotecas têm um papel importantíssimo, uma vez que aparece associada ao prazer de ouvir, para, no futuro, se converter no prazer de ler (LOPES:2008, 384-385).

Apesar de salientar o trabalho desenvolvido de Animação nas Bibliotecas, considero que todos os contextos onde o estágio decorreu, me permitiram que os objectivos traçados (assentes em referenciais científicos, técnicos e éticos), os princípios (integralidade, participação, parcerias e aproximação territorial e humana) e as estratégias (essencialmente preventivas e emancipadoras) orientadoras inicialmente previstas fossem alcançados de forma positiva. Ao longo das actividades estabeleci e verifiquei uma boa relação entre os participantes, motivação, interesse, expressividade e abertura a novas propostas. Julgo ainda que consegui cooperar de forma adequada com a equipa de técnicos onde me integrei.

Bibliografia

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